domingo, 5 de junho de 2016

GUARANI E O BOM COMEÇO NA SÉRIE C DO BRASILEIRO

Boa noite amigos bugrinos e simpatizantes do futebol e desta coluna:

A dupla de zagueiros-artilheiros do Bugre, Leandro Amaro
e Ferreira (imagem emprestada de m.futebolinterior.com.br)
Quando começou a série C do  Campeonato Brasileiro de 2.016 e o Bugre, em casa, com portões fechados, aplicou uma sonora goleada de 4 a 0 sobre o Guarantiguetá, confesso que sequer me entusiasmei. E havia razões de sobra para isso. O Guará não tinha renovado a parceria com o Atlético Paranaense e  vivia mais um episódio negativo de sua triste história dos últimos anos: não tinha time, não tinha campo, não tinha nada. Fadado a ser um saco de pancadas da série C, rumo ao rebaixamento, a vitória sobre um adversário nessas paupérrimas condições, ainda que por goleada, não permitia uma avaliação real do potencial do novo time bugrino, que não passava de mais uma nova equipe, na sequência de formações, deformações e desmanches do Guarani deste século. Na segunda rodada começava talvez o desafio real: o jogo contra a equipe mineira do Tombense, um adversário que seguramente servia como teste real e efetivo, muito embora não se credenciasse como um dos potenciais adversários do acesso. Jogando um futebol ainda desentrosado e sem muita inspiração, o Bugre seguiu perdendo por 1 a 0 durante praticamente todo o jogo e acabou achando o empate aos 43 minutos do segundo tempo, em jogada de  bola parada. Bem ou mal, foram 4 pontos em 2 rodadas, um ótimo desempenho, porque na chave ninguém tinha superado essa pontuação. O Bugre dividia então a liderança do grupo com o Juventude e com o próprio Tombense, embora, nos critérios de desempate ostentasse apenas a 3ª. colocação. O desafio seguinte estava marcado para ontem, sábado, na Serra Gaúcha: o Juventude, no Estádio Alfredo Jaconi em Caxias do Sul. O Juventude, justamente o líder da chave B da Série C, por saldo de gols e que vinha de uma vitória ainda maior sobre o fraco Guará, na casa deste: 5 a 0. Não era só: Tratava-se do Juventude vice-campeão Gaúcho que eliminou o Grêmio nas semi-finais. E, enquanto o  alviverde campineiro, mais uma vez, começava tudo de novo, com um time sem muitos atletas, treze dos quais recém-contratados, a equipe riograndense mantinha praticamente a mesma formação com que terminou o desafio do campeonato gaúcho. Vi o jogo pela TV Brasil, canal 5. No primeiro tempo o domínio completo do time da casa, como esperado, com algumas chances reais de gol, rechaçadas, parte pela boa postura da defesa da equipe bugrina, outra parte pelo insucesso dos atacantes adversários. Mas foi uma etapa em que duas conclusões poderiam ser tiradas: 1) o Juventude é uma boa equipe que se propõe a atacar, especialmente quando joga em seus domínios, mas sem muita variação de jogadas. Com uma boa dupla de laterais, tem como forte no ataque as jogadas de linha de fundo com cruzamentos para os atacantes que vêm de frente para a área, ou para cabeceio dentro da área adversária; 2) o Bugre mostrava boa disposição defensiva, destruindo com bastante determinação, mas sem criar nada de efetivo no ataque. Esse desenho tático não se repetiu no segundo tempo, contudo. 
O centroavante Pipico, que já atuou pelo Vasco da Gama,
autor do segundo gol bugrino em Caxias do Sul (imagem
emprestada de globoesporte.globo.com.
Chamusca, treinador do Guarani, resolveu arriscar mais fortemente num esquema em que adiantava a marcação sobre o adversário, apostando, assim, no erro de passe e no contra-ataque rápido. Com isso neutralizou aquele domínio ostensivo de posse de bola, diminuindo a pressão sofrida no primeiro tempo. Aí surgiram bons contra-ataques, num dos quais, em jogada ensaiada, na cobrança de escanteio por Fumagalli, surgiu o primeiro gol bugrino. Cruzamento no primeiro pau, cabeceio para o meio da área, onde surge o zagueiro Ferreira, de surpresa, acertando bela cabeçada.Em desvantagem o Juventude foi com tudo para o ataque, mas repetindo a mesma jogada de sempre: bola para os laterais e os cruzamentos para a área, facilitando o trabalho dos grandalhões, Leandro Amaro e Ferreira, sem dúvidas os melhores da partida e do campeonato. Já no final do jogo, quando tudo parecia que o resultado se manteria, inclusive numericamente, em rápido contra-ataque Pipico recebe pela ponta direita, caminha, e bate em diagonal, longe do alcance do goleiro, para dentro da rede: 2 a 0 e a festa bugrina estava sacramentada. 7 pontos em três rodadas e a liderança da competição, que não deve ser ameaçada pois a única equipe que pode chegar à mesma pontuação é o Boa Esporte se vencer a partida de hoje, fora de casa, contra o bom Botafogo de Ribeirão Preto. E ainda assim, se a vitória for igual ou superior a 2 gols, o que é muito improvável. Esse Guarani contra o Juventude realmente pode emplacar? É cedo? É. Mas gostei do que vi e acho que a equipe pode ter grande ascensão. O goleiro e a dupla de zaga (Leandro Amaro e Ferreira), aliás, uma dupla que veio do Mirassol onde jogou junto, fez um grande campeonato paulista da segunda divisão, levando o time do interior ao acesso, é a melhor dos últimos tempos. E que tal, uma dupla de zagueiros artilheiros que,  além de manter a incolumidade da meta, ainda é responsável por 4 dos 7 gols marcados pela equipe até aqui? 


Até amanhã amigos.

P.S. (1) Não sei o porque do apelido Pipico. Mas convenhamos esse diminutivo não deve dar moral para ninguém.



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