Boa noite amigos
bugrinos e simpatizantes do futebol e desta coluna:
A dupla de zagueiros-artilheiros do Bugre, Leandro Amaro
e Ferreira (imagem emprestada de m.futebolinterior.com.br)
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Quando começou a série C do
Campeonato Brasileiro de 2.016 e o Bugre, em casa, com portões fechados, aplicou uma sonora goleada de 4 a 0 sobre o Guarantiguetá, confesso que sequer me entusiasmei. E
havia razões de sobra para isso. O Guará
não tinha renovado a parceria com o Atlético
Paranaense e vivia mais um episódio negativo
de sua triste história dos últimos anos: não tinha time, não tinha campo, não
tinha nada. Fadado a ser um saco de pancadas da série C, rumo ao rebaixamento,
a vitória sobre um adversário nessas paupérrimas condições, ainda que por
goleada, não permitia uma avaliação real do potencial do novo time bugrino, que
não passava de mais uma nova equipe, na sequência de formações, deformações e
desmanches do Guarani deste século. Na
segunda rodada começava talvez o desafio real: o jogo contra a equipe mineira
do Tombense, um adversário que
seguramente servia como teste real e efetivo, muito embora não se credenciasse
como um dos potenciais adversários do acesso. Jogando um futebol ainda
desentrosado e sem muita inspiração, o Bugre
seguiu perdendo por 1 a 0 durante praticamente todo o jogo e acabou achando o
empate aos 43 minutos do segundo tempo, em jogada de bola parada. Bem ou mal, foram 4 pontos em 2
rodadas, um ótimo desempenho, porque na chave ninguém tinha superado essa
pontuação. O Bugre dividia então a
liderança do grupo com o Juventude e
com o próprio Tombense, embora, nos
critérios de desempate ostentasse apenas a 3ª. colocação. O desafio seguinte estava
marcado para ontem, sábado, na Serra
Gaúcha: o Juventude, no Estádio Alfredo Jaconi em Caxias do Sul. O Juventude, justamente o líder da chave B da Série C, por saldo de
gols e que vinha de uma vitória ainda maior sobre o fraco Guará, na casa deste: 5 a 0.
Não era só: Tratava-se do Juventude vice-campeão
Gaúcho que eliminou o Grêmio nas
semi-finais. E, enquanto o alviverde
campineiro, mais uma vez, começava tudo de novo, com um time sem muitos
atletas, treze dos quais recém-contratados, a equipe riograndense mantinha
praticamente a mesma formação com que terminou o desafio do campeonato gaúcho. Vi
o jogo pela TV Brasil, canal 5. No
primeiro tempo o domínio completo do time da casa, como esperado, com algumas
chances reais de gol, rechaçadas, parte pela boa postura da defesa da equipe
bugrina, outra parte pelo insucesso dos atacantes adversários. Mas foi uma
etapa em que duas conclusões poderiam ser tiradas: 1) o Juventude é uma boa equipe que se propõe a atacar, especialmente
quando joga em seus domínios, mas sem muita variação de jogadas. Com uma boa
dupla de laterais, tem como forte no ataque as jogadas de linha de
fundo com cruzamentos para os atacantes que vêm de frente para a área, ou para
cabeceio dentro da área adversária; 2) o Bugre
mostrava boa disposição defensiva, destruindo com bastante determinação, mas
sem criar nada de efetivo no ataque. Esse desenho tático não se repetiu no
segundo tempo, contudo.
Chamusca,
treinador do Guarani, resolveu
arriscar mais fortemente num esquema em que adiantava a marcação sobre o
adversário, apostando, assim, no erro de passe e no contra-ataque rápido. Com
isso neutralizou aquele domínio ostensivo de posse de bola, diminuindo a
pressão sofrida no primeiro tempo. Aí surgiram bons contra-ataques, num dos
quais, em jogada ensaiada, na cobrança de escanteio por Fumagalli,
surgiu o primeiro gol bugrino. Cruzamento no primeiro pau, cabeceio para o meio da área, onde surge o zagueiro Ferreira, de surpresa, acertando bela cabeçada.Em desvantagem o Juventude foi com tudo para o ataque,
mas repetindo a mesma jogada de sempre: bola para os laterais e os cruzamentos
para a área, facilitando o trabalho dos grandalhões, Leandro Amaro e Ferreira,
sem dúvidas os melhores da partida e do campeonato. Já no final do jogo, quando
tudo parecia que o resultado se manteria, inclusive numericamente, em rápido
contra-ataque Pipico recebe pela
ponta direita, caminha, e bate em diagonal, longe do alcance do goleiro, para
dentro da rede: 2 a 0 e a festa bugrina estava sacramentada. 7 pontos em três
rodadas e a liderança da competição, que não deve ser ameaçada pois a única
equipe que pode chegar à mesma pontuação é o Boa Esporte se vencer a partida de hoje, fora de casa, contra o bom Botafogo de Ribeirão Preto. E ainda
assim, se a vitória for igual ou superior a 2 gols, o que é muito improvável.
Esse Guarani contra o Juventude realmente pode emplacar? É
cedo? É. Mas gostei do que vi e acho que a equipe pode ter grande ascensão. O
goleiro e a dupla de zaga (Leandro Amaro
e Ferreira), aliás, uma dupla que veio do Mirassol onde jogou junto, fez um grande campeonato paulista da
segunda divisão, levando o time do interior ao acesso, é a melhor dos últimos tempos. E que tal, uma dupla de
zagueiros artilheiros que, além de
manter a incolumidade da meta, ainda é responsável por 4 dos 7 gols marcados
pela equipe até aqui?
O centroavante Pipico, que já atuou pelo Vasco da Gama,
autor do segundo gol bugrino em Caxias do Sul (imagem
emprestada de globoesporte.globo.com.
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Até amanhã amigos.
P.S. (1) Não sei o porque do apelido Pipico. Mas convenhamos esse diminutivo não deve dar moral para ninguém.
P.S. (1) Não sei o porque do apelido Pipico. Mas convenhamos esse diminutivo não deve dar moral para ninguém.
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