quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

UM CONTO DO NOSSO BORGES



Boa noite amigos,


Luiz Carlos Ribeiro Borges é o nome dele, uma pessoa muito especial. Conheci o Borges na década de 80, na primeira fase da minha advocacia (a segunda  teve início em 1.997, quando me aposentei da Magistratura de São Paulo). Borges era Juiz Titular da 4ª. Vara Cível da Justiça Estadual de Campinas, Estado de São Paulo, e, sem nenhum favor, um dos mais completos,  competentes, sensíveis e talentosos Magistrados que conheci na minha trajetória pelo vasto mundo do Direito. Acompanhei a sua judicatura com entusiasmo e seu perfil de homem e magistrado serviram como uma das referências nas quais me fundamentei tanto para buscar o meu modelo de Magistrado, alvo da busca de um aperfeiçoamento contínuo,  quanto para transmitir, quando pude e posso, aos meus alunos e amigos as qualidades esperadas de um julgador. Borges foi promovido para a Comarca de São Paulo, onde assumiu uma Vara da Infância e Juventude e, posteriormente, guindado a Juiz do extinto 1º Tribunal de Alçada Civil de São Paulo. Aposentado no referido Tribunal, ostenta  a condição de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Com a aposentadoria não se desligou da sua área de conhecimento,  e ainda hoje se dedica a uma advocacia diferenciada pela qualidade, fruto de seu talento e vasta experiência. Borges é também um intelectual, dedicado às artes e à cultura em geral. Vice-Presidente do Centro de Ciências Letras e Artes de Campinas e curador de sua vasta e relevante biblioteca, foi também guindado, com muita justiça,  a membro da Academia Campinense (a de Campinas, não de Campina Grande) de Letras, onde é muito respeitado e estimado pelos seus confrades. O Borges me deu a honra de conhecer um conto de Natal que ele escreveu por esses dias. Achei-o excelente e pedi autorização para reproduzi-lo aqui no blog. Autorização escrita conferida, aí vai como presente aos amigos e leitores deste blog:


  
"O INIMIGO SECRETO


                           Naquela tarde, Nicolau retirou-se mais cedo do escritório (Empédocles & Sebastião Advogados Dissociados) onde cumpria a penosa função de estagiário, com o propósito de comprar o presente destinado a seu inimigo secreto.

                            Esta havia sido a invenção daquele ano de um dos sócios da empresa, o Dr. Empédocles (estranhamente, o outro sócio, Dr. Sebastião nunca aparecia, jamais deixava a sala em cuja porta se ostentava a placa com o seu nome). Já no ano anterior ele havia surpreendido a todos, ao aparecer vestido de Papai Noel, porém com um par de chifres na testa e armado de um tridente, com o qual espetava a virilha dos homens e as ancas das mulheres.

                            Ao criar a nova instituição, que denominou “Inimizade Secreta”, a facção Empédocles da dupla de advogados (seria mesmo uma dupla? O invisível Sebastião não seria senão mera identidade oculta do próprio e esquizofrênico Empédocles?) anunciou que se tratava de mais uma forma eficaz para que advogados, estagiários e funcionários dessem ênfase ainda maior ao clima de ódio, inveja, rancor  e ganância que imperava no ambiente de trabalho, e que ele próprio fomentava por todos os meios, por acreditar que uma atmosfera de permanente e feroz disputa entre todos nós, cada qual tentando sobrepor-se  aos outros, ridicularizar e destruir os outros, seria salutar e produtiva para a prosperidade do escritório.

                            Ali, os advogados pisoteavam os estagiários, os estagiários bolinavam as recepcionistas, as recepcionistas infernizavam a vida da moça da copa e a moça da copa cuspia no café dos advogados.

                            Após anunciar a novidade, o Dr. Empédocles promoveu o sorteio de inimigo secreto, mediante a distribuição de papeizinhos cuidadosamente dobrados para esconder o nome do infeliz sorteado.

                            Mal apanhou o seu, Nicolau, enojado e sem mesmo consultar o nome escrito na papeleta, saiu às pressas do escritório, decidido a se desfazer o quanto antes da odiosa incumbência.

                            Ao invés de entrar nalguma loja convencional, encaminhou-se para uma rua do centro comercial onde se concentravam centenas de barracas e quiosques de vendedores ambulantes, que expunham as mercadorias mais exóticas.

                            Foi quando, ao abrir a papeleta, constatou com aborrecimento que nela não se continha nenhum nome escrito. Teria sido mais uma perversidade do Dr. Empédocles? Por essa forma ele tornaria ainda mais tormentosa a escolha do presente ideal, uma vez destinado a um inimigo não identificado e, por isso, mais que nunca secreto? A tanto chegaria o maquiavelismo do Dr. Empédocles (ou, em verdade, quem assim em tudo agia, não seria em verdade o Dr. Sebastião, ao passo que o Dr. Empédocles não seria senão uma contrafação ou até mesmo uma sórdida simulação, maquinada por algum deles com o objetivo de se locupletar ilicitamente, apoderando-se em dobro da parte que caberia aos sócios na distribuição das receitas?)?

                            Logo em seguida, Nicolau deu de ombros, pois o que importava o desconhecimento do destinatário do presente a ser adquirido? Quem quer que fosse, dentre os desprezíveis habitantes do escritório, seria merecedor do mais degradante dos prêmios.

                            Consultando as barracas, ficou indeciso entre várias opções: entre os livros expostos num sebo, o best-seller “Punhalada nas Costas”, ou, pelo contrário, o encalhado “Manual de Iniciação ao Suicídio”? Pastilhas de arsênico, uma gaiola com filhotes de cascavel, uma caixa de ferramentas para autoimolação, um porta-retratos, com a foto do próprio Nicolau, onde ele se exibiria insolentemente nu e de cócoras?

                            Percorreu toda a extensão da rua sem identificar nada adequado, até sair noutra via pública onde de ambos os lados se enfileiravam lojas de departamentos, com mercadorias que, miseravelmente, só fariam a alegria de quem fosse agraciado. 

  
                                   Nicolau sentiu-se decepcionado, soturno, sombrio, acabrunhado. Suspeitava, obscuramente, que traíra as recomendações e conselhos de Empédocles & Sebastião, que, quando de sua admissão, em uníssono o alertaram de que a existência humana era uma guerra na qual  só os combatentes mais cínicos e intimoratos sobreviviam e que por isso o escritório equivalia a uma verdadeira escola de gladiadores.

                            Eis que o assaltou a sensação de que, desde o outro lado da rua, algo, que ardia ou palpitava, mas ainda permanecia indistinto, o atraía vigorosamente, o convidava, o desafiava. Seu olhar cruzou celeremente a rua, voou para a calçada oposta onde se concentrava a massa multiforme de criaturas de carne e osso e de objetos de vidro, concreto, plástico e aço, até identificar aquilo que o seduzira: o fulgor de um sorriso.

                            Após um instante de incredulidade, reconheceu  Angélica, sua colega de faculdade, em cujo sorriso cintilavam estrelas, pedras preciosas e girassóis, iluminando e fazendo resplandecer a tarde crepuscular e sombria.

                            Nem por um momento lhe passaram pela mente as advertências dos sábios em torno da ambiguidade e da simulação do sorriso feminino, sobre as traições que nele porventura se ocultem. Muito menos cogitou de que a traição, que então se encenava, seria das circunstâncias: Angélica sorriria para outrem, às suas costas;  ou o sorriso não o era, mas o banal reflexo dos derradeiros raios do sol poente.

                            Só o que lhe importava, naquele instante em que as sombras se desvaneciam, era, mesmo se ilusório, o esplendor do sorriso, que o convocava a prostrar-se de joelhos no asfalto, em atitude de veneração, como se os dentes diamantinos de Angélica fossem os portadores de alguma inapreensível mensagem, anunciadores de alguma absurda salvação.

                            Através de seu olhar atônito e cheio de graça, Nicolau exibia a Angélica, em oferenda, buquês de rosas vermelhas, frascos de perfumes orientais, caixas de bombons de licor importados da Bélgica e até mesmo cartões coloridos, com figuras de sinos, neves e trenós.


                                                                       Luiz Carlos R. Borges
                                                                     Dezembro de 2014."

Grande abraço amigos e feliz ano Novo.

P.S. (1) Foi difícil encontrar foto do Borges na Internet. Já esperava por isso, tendo em vista a conhecida simplicidade do nosso amigo, que não gosta de ser destaque. Mas consegui resgatar algumas que a escritora e membro da Academia Campinense de Letras, Ana Suzuki, publicou em seu blog recantodosacademicos.blogspot.com,  de onde emprestei as fotos que publico na coluna de hoje. Elas foram tiradas de uma viagem que Borges e a família fizeram à França, lá descobrindo uma pequena localidade onde Marcel Proust passou parte da infância, morando na casa de um tio.

P.S. (2) O famoso escritor depois escreveu o seu antológico “Em Busca do Tempo Perdido”, com as memórias dessa infância perdida;

P.S. (3) Reproduzo aqui o depoimento do próprio Borges para explicar sua visita à cidadezinha de Illiens, na França: “Graças às fuçações de meu filho Rafael, fomos sair numa cidadezinha francesa chamada Illiens. E a Combray fictícia de Marcel Proust e por isso o nome da cidade  hoje é Illiens-Combray. Ali o escritor viveu alguns anos de sua infância na casa dos tios, a qual se transformou num museu”.


P.S. (4) As fotos são da visita ao aludido museu. Na última Borges ao lado de um exemplar de François Le Champi, o romance de George Sand de 1.850.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

DIREITO DE FAMÍLIA - GUARDA COMPARTILHADA AGORA É REGRA



Queridos amigos:

No apagar das luzes do difícil ano de 2.014, a Presidente da República, Dilma Roussef,  sancionou, sem veto algum, o Projeto de Lei 117/2013, transformando-o na Lei n. 13.058, de 22 de dezembro de 2.014,  que modifica os artigos 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634  do Código Civil Brasileiro, introduzindo, como regra, no Direito de Família, a chamada “guarda compartilhada” dos filhos, a vigorar nas hipóteses de separação ou divórcio entre cônjuges e de ruptura da vida em comum entre companheiros na chamada "união estável". O assunto é polêmico, tendo em vista que grande parte da doutrina e da jurisprudência considera, de duvidosa eficácia, a imposição legal ou judicial da guarda conjunta, quando inexiste ânimo ou concordância dos pais em dividir essa responsabilidade. Penso como advogado que atuou e atua, durante várias décadas, no Direito de Família, e também como magistrado, na época em que exerci a Magistratura, e sobretudo, como Professor de Direito Civil que nunca deixei de ser, que a lei é bem vinda e deve eliminar ou, ao menos, minimizar, alguns obstáculos que, na prática, estabeleciam uma situação flagrante de primazia de um dos pais, em relação ao outro, no que tange à definição dos rumos da criação e educação dos filhos, alijando o preterido na imputação da guarda,  da prerrogativa de participar ativamente das decisões relativas à vida e ao futuro da criança ou adolescente. É certo que dividir as decisões em cada uma das situações que surgirem (tratamento médico, definição do perfil do estabelecimento de ensino onde será ministrada a educação, profecia ou não de certa fé, conveniência de viagens, freqüência a certos lugares ou tipos de lazer e entretenimento etc.), pode implicar em impasse insolúvel, que obrigue recurso ao Juiz de Família (que surge sempre como desempatador)[1]. Porém, a situação de igualdade e respeito mútuo que a lei agora estabelece decerto convidará os ex-cônjuges ou companheiros a vivenciar a "arte do encontro" com que o poeta Vinícius de Morais definia "a vida" , porque é impensável que duas pessoas que um dia se amaram e dividiram as suas vidas, não sejam capazes de sentar à mesa e decidir o que é bom ou não para um filho, fruto desse amor e que, indefeso, clama pelo apoio e orientação de ambos os pais para se conduzir na existência terrena. Por certo a lei, se não for capaz de eliminar, por si só e totalmente, também contribuirá para afastar os riscos da chamada alienação parental (comportamento que mais se verifica e se amolda à hipótese de guarda unilateral) e, igualmente, do abandono afetivo, que muitas vezes decorre da desistência do cônjuge em conviver com o filho, diante dos obstáculos colocados pelo detentor da guarda. Por fim, ainda que não estejamos tão preparados para o exercício democrático da guarda compartilhada, tida como ideal para garantir o acesso de ambos os pais à criação e educação dos filhos e, especialmente, o direito do filho de conviver com um e outro dos genitores, indistintamente, não podemos esquecer que um dos papéis fundamentais da lei é servir como vetora de mudanças que se revelem éticas e desejáveis para a sociedade a que ela visa disciplinar.


Boas festas a todos.


P.S. (1) A imagem da coluna de hoje é do presépio erguido ao lado da Igreja Nossa Senhora das Dores, situada na rua Maria Monteiro, bairro do Cambuí, Campinas, São Paulo, destacando o nascimento do Menino Jesus, velado pelos pais Maria e José, ilustrando, pois, o amor e o ideal que inspira a guarda compartilhada.






[1] Dispõe o art.. 1.631, parágrafo único,  do CC,  que “Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo."

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

LITERATURA - A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO - MARIO VARGAS LLOSA

Boa noite amigos,

Eis uma palhinha da obra objeto do meu comentário de hoje:


A raiz do fenômeno está na cultura. Ou melhor, na banalização lúdica da cultura imperante, em que o valor supremo é agora divertir-se e divertir, acima de qualquer outra forma de conhecimento ou ideal. As pessoas abrem um jornal, vão ao cinema, ligam a tevê ou compram um livro para se entreter, no sentido mais ligeiro da palavra, não para martirizar o cérebro com preocupações, problemas, dúvidas. Só para distrair-se, esquecer-se das coisas sérias, profundas, inquietantes e difíceis, e entregar-se a um devaneio ligeiro, ameno, superficial, alegre e sinceramente estúpido. E haverá algo mais divertido que espiar a intimidade do próximo, surpreender um ministro ou um parlamentar de cuecas, investigar os desvios sexuais de um juiz, comprovar que chafurda no lodo quem era visto como respeitável e exemplar?” (p. 124).

Pois bem, o jornalista, dramaturgo, ensaísta e crítico literário peruano, Mario Vargas Llosa, um dos mais importantes escritores da pós-modernidade, Prêmio Nobel de Literatura em 2.010, é o autor do livro A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO – Uma Radiografia do nosso tempo e da nossa cultura, do original em espanhol “La Civilización del Espectáculo” lançado em 1ª. edição pela Editora Objetiva do Rio de Janeiro em 2.013,  com  tradução para o português por Ivone Benedetti. Ilustrado pela histórica frase de Vicente Huidobro, segundo a qual "As horas perderam seu relógio",  o festejado autor, por meio deste ensaio, busca analisar o atual significado de cultura num mundo transformado pelo imediatismo, pelo materialismo e ausência de valores, pela perda de referências e pelos interesses da indústria do entretenimento, aos quais se submete a grande mídia, descompromissada com a educação e a formação de cidadãos. Nos seus vários capítulos, junta reflexões atuais com algumas outras que num passado mais próximo, ou mais remoto, deram origem a artigos que escreveu para o jornal El País, de Madri, reflexões que perpassam pela mudança de padrões de referência ou julgamento do que seja arte, o desaparecimento do erotismo e o sexo frio, a política e seu desprestígio no mundo atual, o laicismo como condição da democracia e a importância histórica e também atual da religião, como exercício de fé, indispensável à manutenção da ordem pública para a grande maioria dos cidadãos, dentre outras instituições e questões que gravitam em torno do tema principal. Importante destacar  o que o escritor, um liberal, agora bem maduro, pensa do mundo digital e do acesso à Internet, com os seus aspectos positivos e negativos, bem ressaltados, sem ranços de preconceito ou saudosismo, e a constante citação de ilustres escritores, desvendando as suas opiniões e com elas concordando ou discordando, de forma absolutamente respeitosa e democrática.  A lucidez com que Vargas defende seus pontos de vista acerca dessas questões e o valor de seus argumentos são alguns dos elementos que tornam a sua leitura indispensável, tanto para os leitores mais amadurecidos, quanto para os jovens iniciantes, que não viveram a experiência de um mundo anterior em que outros eram os referenciais,  os instrumentos e as ferramentas. 

Até amanhã amigos.


P.S. (1) O escritor Mario Vargas Llosa nasceu no Peru em 1.936, viveu em Paris na década de 60 e lecionou em diversas universidades norte-americanas e europeias. É autor de extensa obra literária. Divide atualmente seu tempo entre Londres, Paris, Madri e Lima;


P.S. (2) Apresentação do autor na orelha frontal do seu livro: “Este pequeno ensaio não tem a aspiração de aumentar o já elevado número de interpretações sobre a cultura contemporânea, mas apenas de fazer constar a metamorfose pela qual passou aquilo que se entendia ainda por cultura quando minha geração entrou na escola ou na universidade e a matéria heteróclita que a substituiu, numa adulteração que parece ter-se realizado com facilidade e com a aquiescência geral.”;

P.S. (3) As duas imagens da coluna de hoje são, respectivamente,  da capa do livro e do autor Mário Vargas Llosa, esta última emprestada de rodrigoconstantino.blogspot.com.




sábado, 20 de dezembro de 2014

A CULTURA DE CAMPINAS - O BOM TRABALHO DE CARRASCO NA SECRETARIA

Boa noite,

Quero ressaltar, meus amigos, na coluna de hoje,  o bom trabalho que vem fazendo o músico e professor Ney Carrasco à frente da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Campinas. Com uma pasta sem grande orçamento, como de praxe em países nos quais as básicas necessidades da população (saúde, educação etc.) absorvem a maior fatia do orçamento, Ney promoveu uma verdadeira abertura democrática na sua Secretaria, estabelecendo diálogo com a comunidade artística e, especialmente, apoiando ou desenvolvendo projetos em benefício da população, carente, como se sabe, de cultura e de recursos para ter acesso aos espetáculos fechados e de qualidade. Não ouvi nesses dois anos do Governo Jonas Donizetti, queixas consistentes à maneira pela qual o professor tem conduzido a sua Secretaria, mas ao revés muitos elogios.

Destaque-se ainda o seu empenho na campanha de revalorização da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, indiscutivelmente o maior patrimônio cultural da cidade e, ainda, na aprovação do projeto de Lei de Fomento às Artes da Cena (FACE), que promete estabelecer diretrizes e bases para desenvolvimento de uma política geral e sustentável de cultura no orçamento que lhe é destinado. Por fim, o bom trabalho e trânsito de Carrasco lhe garantiram o convite para ser o Coordenador do Grupo de Trabalho do projeto de requalificação do centro urbano de Campinas, projeto cujo início de execução deve ocorrer agora,  em meados de janeiro de 2.015, pela intervenção na Avenida Francisco Glicério


A revitalização do Centro de Convivência Cultural de Campinas, com inúmeros pontos de degradação, foi outra obra fundamental. O espaço está mais bonito e seguro e bem se sabe que se trata de um dos principais pontos de referência cultural da cidade, com dois teatros, um interno, outro externo, a tradicional feira de artesanatos com um mundo diversificado de ofertas, incluindo espetáculos musicais abertos (vejam foto acima), de artes plásticas em geral e da gastronomia típica das várias regiões do Brasil. Finalmente, por ali também as pessoas costumam se encontrar, descansar, conversar ou fazer saudáveis caminhadas.


P.S. (1) Merece destaque o Grupo Estandate, formado por mulheres que se dedicam à arte do bordado como complemento de renda familiar. São moças e senhoras do Jardim São Marcos, que se envolvem no belo projeto, coordenado por Dna. Tereza e que oferecem seus produtos, para venda, na banca de exposição de roupas bordadas da Feira de Artesanatos do Centro de Convivência Cultural de Campinas.  Na coluna de hoje alguns destaques dos singelos e belos bordados que adornam roupas femininas ou masculinas, de adultos ou crianças. Vale a pena prestigiar o projeto que participou do 1º Seminário Nacional de Bordado da Unicamp Universidade Estadual de Campinas, promovido pela Pro Reitoria de Assuntos  Comunitários da instituição;

P.S. (2) “Quando se borda ou se narra, recria-se um novo traçado para a própria história, o que dá forma ao próprio milagre da criação. Bordar é a possibilidade de recompor a história da vida, é o fio condutor de diferentes gerações que deixam suas marcas no tempo e no espaço”. Esse o pensamento inserido no folder que convidava para o referido Seminário, que se realizou nos dias 24 e 25 de novembro de 2.014;

P.S. (3) Grafitagem também é arte. Acima, uma perspectiva de como ficou bonita a parede externa em curva do espaço que acolhe os sanitários públicos e as acomodações dos funcionários de limpeza do Centro.


P.S. (3) Na foto ao lado, todo sujo e pichado, o monumento erguido no ano de  1.984, em homenagem ao ex-senador Theotônio Vilela, um dos ícones da abertura democrática e batizado como o Menestrel das Alagoas



P.S. (4) Na foto do lado direito, o mesmo monumento, agora limpo e restaurado. O que se pergunta é: Por quanto tempo? Pelas incompreensíveis pichações e depredações não responde é óbvio, o Poder Público, mas o mau cidadão, que depreda tudo o que é público, como se também não lhe pertencesse ou fizesse parte de sua história.





Do lado direito, o meu neto Rafinha posando para foto junto aos personagens que integram os belos enfeites de Natal que foram colocados no Centro de Convivência recentemente. Do lado esquerdo, o público que lotou as dependências do Teatro de Arena e se encantou com a apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, que reinaugurou o espaço.

Do lado esquerdo, o Teatro de Arena do Centro de Convivência Cultural sujo e pichado.



Do lado direito, o mesmo teatro, agora limpo e restaurado. Que tal conservarmos????







domingo, 14 de dezembro de 2014

CINEMA - LA GRANDE BELLEZZA

Boa noite amigos,

Badalado por ter conquistado, como filme estrangeiro, os dois maiores prêmios do cinema americano em 2.014, A GRANDE BELEZA (2013), do título original, La Grande Bellezza  é  uma co-produção franco-italiana. Trata-se de um filme fascinante, com a marca do bom cinema europeu, dirigido pelo jovem e já consagrado cineasta napolitano,  Paolo Sorrentino (La Consequenze dell’amore (2004); Aqui é o Meu Lugar (2.011); Il Divo(2008); Rio Eu te Amo (2.014), em quem se deposita a esperança, segundo se comenta no meio, do renascimento do cinema italiano. Numa película que sugere o movimento Novelle Vague  da década de 60, e cujo roteiro lembra Antonioni em “A Noite” e especialmente Federico Fellini em “La Dolce Vita” (Saudade de Mastroianni!) o diretor, contudo, confere ao seu trabalho autenticidade suficiente para se distanciar de seus famosos conterrâneos, sem disfarçar tendência a um estilo comum, que presta homenagem, digamos,  a esses grandes cineastas do passado. No roteiro, o cenário mistura o encanto da Roma Antiga (da casa de Jap Gambardella (Toni Servillo) se descortina uma vista magnífica do Coliseu romano), com a cidade moderna em tempos de celular, captado pela câmera do cinegrafista, de forma irrepreensível, para contar a história de um escritor de 65 anos, que vive do sucesso alcançado por um único romance “O Aparelho Humano”, escrito quatro décadas atrás, envolvido nas frivolidades das festas da alta sociedade e dos luxos e privilégios alcançados com sua fama. Jap tem um grupo de amigos intelectuais ou solitários (ou ambos), que se reúnem vez ou outra, para sessões de catarse, regadas a bons vinhos e com direito a acusações, manifestações de solidariedade ou troca de experiências existenciais. As imagens falam muito mais que os diálogos, embora estes existam e de grande qualidade artística. O longa, por vezes, parece enveredar para a monotonia, o que é proposital para ilustrar o vazio existencial do protagonista, que essencialmente notívago,  caminha perdido pela cidade durante o dia,  à cata de quimeras e de recortes da Roma da juventude de sonhos e das lembranças de sua primeira e arrebatadora paixão. A Grande Beleza é a procura da essência  no turbilhão do niilismo que domina o personagem, a inspiração  que Jap busca na vida, capaz de estimulá-lo a publicar um segundo livro,  que nunca conseguiu escrever. Se for apreciador de cinema de arte, do lento ritmo do bom cinema europeu, do cinema investigativo, reflexivo, profundo, “intelectualóide”, como rotulam os opositores, vai encontrar momentos de êxtase numa das melhores produções do gênero dos últimos anos. Se não for, preferir o cinema de relax, o cinema de entretenimento, de diversão, de comédia (o que, diga-se de passagem, não tem nenhum problema, pois é questão de gosto pessoal, sempre respeitável), pule a opção, pois você certamente vai dormir.  O site especializado Adoro Cinema atribuiu à obra cinematográfica nota  5,0 e,  a exigente crítica,  uma média geral altíssima de 4,4. Não deixe de ver (com a ressalva feita acima).

Até amanhã amigos,



P.S. (1) Durante todo o filme, Toni Servillo, na pele do escritor Jeb Gambardela exibe um invejável guarda-roupas de costumes italianos de todos os tipos e cores, com direito até a um clássico terno de linho branco e um chapéu panamá. Aos apreciadores da elegante moda masculina italiana (Milão é referência mundial no gênero, inclusive), vale a pena conferir.

P.S. (3) No elenco, além de Toni, destacam-se os atores, Sabrina Ferilli, como Ramona, Isabella Ferrari  (Orietta), Vernon Dobtcheff (Arturo), Giorgio Pasotti (Stefano), Franco Graziosi (Conte Colonna), Sonia Gressner (Contessa Colonna) e a freira anciã, interpretada pela atriz Guise Merli;

P.S. (3) O cineasta e roteirista Paolo Sorrentino, que só tem 44 anos, é um dos diretores do filme “Rio, Eu te Amo”, que estreou em setembro de 2.014, sem grande sucesso de público e de crítica. Trata-se de uma obra coletiva, em que diretores nacionais e internacionais, dentre os quais Sorrentino, dirigem seus contos, em número de 10, confessando o amor pelo Rio de Janeiro. É o terceiro filme da franquia Cities of Love, que já produziu Paris Je T’aime  e  New York, I Love You;

P. S. (4) La Grande Bellezza lembra Fellini quando focaliza a alta sociedade, cujos membros buscam criar mecanismos de prazer para afogar o vazio de suas vidas e os seus temores. E também a presença sempre permanente da Igreja  no envolvimento com os questionamentos universais do homem acerca de seu destino e do sentido de sua presença na terra.

P.S. (5) Ao falar sobre a importância das religiões em todos os momentos históricos e em todos os lugares, observa o jornalista, escritor, crítico e dramaturgo peruano, Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel de Literatura em 2.010: Pouquíssimos seres humanos são capazes de aceitar a ideia do “absurdo existencialista” de estarmos “lançados” aqui no mundo por obra de um acaso incompreensível, um acidente estelar, de nossa vida ser mera casualidade desprovida de ordem e coerência, de tudo o que ocorra ou deixe de ocorrer com ela depender exclusivamente de nossa conduta e vontade e da situação social e histórica em que nos achamos inseridos. Essa ideia, que Albert Camus descreve em O Mito de Sísifo com lucidez e serenidade, da qual extraiu belas conclusões sobre a beleza, a liberdade e o prazer, é capaz de submergir o comum dos mortais na anomia, na paralisia e no desespero.” (A Civilização do Espetáculo: uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura, tradução Ivone Benedetti, 1ª. Ed., Rio de Janeiro: Objetiva, 2.013, p. 153).


P.S. (6) A imagem que abre a coluna de hoje é a de um cartaz de publicidade do filme e foi emprestada de eaicinefilocadevoce.blogspot.com. A segunda foto (emprestada de pipocamoderna.virgula.uol.com.) é do diretor Paolo Sorrentino recebendo o Oscar 2.014, pelo seu filme, eleito o melhor estrangeiro. A terceira e última imagem é dos atores Marcelo Mastroianni e Anita Ekberg, na obra-prima de Fellini, La Dolce Vita, lançado em 1.960 e considerado um dos melhores filmes de todos os tempos (foto emprestada de sensesofcinema.com.).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

FACULDADE DE DIREITO DA PUC CAMPINAS 60 ANOS - A TURMA DE FORMANDOS DE 1.973.


Meus prezados amigos,

°  O convite de formatura representava um processo. A capa correspondia a uma autuação de autos, a que se seguiam folhas numeradas com as peças. Tratava-se de uma Ação Declaratória de Conclusão de Curso, requerida pelos Bacharelandos de 1.973 em face do Exmo. Sr. Dr. Diretor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. A  suposta autuação teria sido elaborada no dia vinte e oito de dezembro do ano de mil novecentos e setenta e três. Tratava-se da minha turma, pequena, apenas 47 (quarenta e sete) formandos naquele ano. Mas grande parte dos colegas que estudaram comigo não constam dessa lista. A razão: alguns, como eu, concluíram o curso em 04 anos, aproveitando uma autorização dada pelo Ministério da Educação, que só teve validade naquele período. Claro que tivemos que cursar toda a carga horária que era distribuída em 5 anos, concentradamente em 04.  Eis, então,  a relação dos bacharéis que se formaram naquele dezembro de 1.973. A Turma do ano seguinte incluía a maior parte dos meus efetivos colegas contemporâneos e eu pretendo indicá-los posteriormente.

ALCINDO RAFACHO, ALFREDO ALVES BOBADILHA, ÁLVARO MENDONÇA,  ANA AUGUSTA CAMARGO HEINRICH, ANGELO EDEMUR BIANCHINI, ANTONIO CARLOS DE BRITO, ANTONIO JOSÉ LINARDI, ANTONIO MOLINA JUNIOR, ARY SARUBI,  AUGUSTO DO NASCIMENTO FERNANDES,  CECÊ MONTEIRO AFFONSO FERREIRA, DIRCEU NOGUEIRA MATTOSINHO,  DORACY PRADO MALACHIAS, EDERALDO DE QUEIROZ TELLES PACCINI, EDOALD MARTINEZ RODRIGUES, ELBA MANTOVANELLI,  ENILDE DIAS ZIMMERMANN, FLÁVIO RODRIGUES,  FRANCISCO LUIZ MACCIRE,  GRACIELA MEDEIROS PARADA,  HÉLIO SILVA DE CARVALHO,   JAIME DOMINGUES MARTINS,  JAMIL MIGUEL,  JANETTE GERAIJ MOKARZEL, JOSÉ BENEDETTI NETTO,   JOSÉ EDUARDO NOGUEIRA LINARDI, JOSÉ ROBERTO FERREIRA DE CAMARGO,  JOSÉ WEIMAR NAZARÉ ROCHA,   JULIO ALBERTO BERTUZZI, LUIZ ANTONIO BOLSONARO,  LUZIA PONCE,  MANUEL CARLOS CARDOSO,  MARINA ROCHA VILLAS BÔAS,  MARIA APARECIDA MOREIRA DIAS, MARIA DALVA GUIMARÃES,  MARIA DE LOURDES FALIVENE DE SOUSA,  MÁRIO BATISTA DE CAMPOS,  MARTA DINIZ ROSA,  MOACIR DIAS FERRAZ, NAGIBA MARIA RIZÉK MALUF,   NEUSA MARIA FRONER,  ODETE LEITE DE CAMPOS CRITTER,  PAULO RUBENS GUENNA DE OLIVEIRA LIBERTINI, RAFAEL ANTONIO CASTIONI OLIVA, SATORU OBATA,  THELMA THEDA DA SILVA,  YARA PRUDENTE CORRÊA DE OLIVEIRA ROMANO.

° O Diretor da Faculdade de Direito era o Doutor Carlos Foot Guimarães, que também lecionava a disciplina Direito Civil, mas não para a nossa Turma. O Dr. Foot, como era chamado carinhosa e respeitosamente pelos alunos e professores, foi o Primeiro Diretor da Faculdade de Direito da PUCC e isso durante 20 anos,  até o seu falecimento. Era advogado atuante na Comarca de Campinas. A Assistência Judiciária da Faculdade, cujo ano de inauguração foi 1.981, tem o seu nome, ali, assim, imortalizado;

° O arcebispo de Campinas, também Grão-Chanceler da Universidade era Dom Antonio Maria Alves de Siqueira, posteriormente sucedido por Dom Gilberto Pereira Lopes. Ocupava a Reitoria o Professor Doutor Benedito José Barreto Fonseca, que contava com o apoio de  dois Vice-Reitores: Dom Roberto Pinarello de Almeida (Vice Reitor Para Assuntos Acadêmicos) e o Professor Doutor Marino Emilio Falcão Lopes (Vice-Reitor para Assuntos Administrativos). O Vice-Diretor da Faculdade era o Prof. Doutor Hélio Moraes Siqueira e o Secretário Geral o Prof. Dr. José Antonio Trevisan;

° Dentre os docentes daquela Turma que ainda lecionam na Faculdade, os queridos amigos, o Desembargador Aposentado Francisco Rossi (que posteriormente assumiu a diretoria da faculdade),  e o advogado tributarista, ex-reitor da Universidade, Professor Heitor Regina.

Até amanhã amigos.


P.S. (1) A imagem da coluna de hoje é da capa ou autuação do convite de formatura e foi por mim digitalizada do original, que ainda conservo com as marcas inexoráveis do tempo, como se pode notar da foto digitalizada. 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

FIM DO CAMPEONATO BRASILEIRO E MÃO NA BOLA OU BOLA NA MÃO - PARTE DOIS

Boa tarde amigos,



°  (Fim de Campeonato) .......Acabou o Campeonato Brasileiro, o mais longo e importante torneio nacional do Brasil, quiçá, do Continente Americano. Desprovido há anos de craques, quase todos jogando na Europa  (o último a debandar foi Neymar, hoje no Barcelona), não tem o mesmo brilho dos campeonatos passados, mas a potencialidade e a  capacidade de lançar grandes jogadores ainda faz do país o grande centro de observação do mundo e dos milionários clubes europeus, ávidos de novos valores, visando a necessária  reciclagem de suas equipes. Paralisado por causa da Copa do Mundo, nem antes, nem depois, ao que se pode observar, o torneio sofreu desgaste ou desprestígio, quer do público que ordinariamente comparece aos estádios, quer dos espectadores que apreciam o esporte,  que continuaram a  oferecer índices interessantes e médias históricas de audiência, durante a transmissão dos jogos, o que não deixa de ser surpreendente, depois do vexame dos 7 a 1 na desclassificação precoce (precoce?) do Brasil, da Copa do Mundo realizada aqui na terrinha querida;

° (Cruzeiro, bicampeão convincente) .......Em destaque a  hegemonia do Cruzeiro, bicampeão (2013-2014), obtendo o seu quarto título nacional depois da unificação feita pela CBF. O Cruzeiro foi melhor sempre e permaneceu 33 rodadas, das 38 oficiais, na liderança da competição. Ganhou o título, com folga, com duas rodadas de antecedência, com 10 pontos à frente do São Paulo, vice-campeão, e com a maior pontuação da história do Campeonato, na era dos chamados “pontos corridos” (70 pontos). Não houve voz discordante de que a equipe foi a melhor, tanto no aproveitamento, quanto no equilíbrio do elenco e a que jogou o mais bonito e vistoso futebol dentre as 20 equipes participantes.;

° (Cinco atletas na Seleção do Campeonato) ...... Graças ao trabalho da Diretoria, que conseguiu manter praticamente a mesma equipe campeã do ano passado, a despeito dos assédios de clubes e empresários interessados nos atletas de ponta, o Cruzeiro ainda contratou alguns craques, revelando outros. Na Seleção do Campeonato, o clube da Toca da Raposa teve nada menos que 5 (cinco) atletas, meio-time. A Seleção da CBF não é unanimidade entre jornalistas e esportistas em geral, e tem a seguinte composição: Goleiro: Jefferson, do Botafogo; Lateral-Direito, Marcos Rocha, do Atlético  Mineiro; Lateral-Esquerdo: Egídio, do Cruzeiro; zagueiros: Dedé, do Cruzeiro e Gil, do Corinthians; Volantes: Souza, do São Paulo, Lucas Lima, do Cruzeiro; Meias: Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, ambos do Cruzeiro e os Atacantes: Diego Tardelli, do Atlético Mineiro e Guerreiro, do Corinthians. Como  craque do Campeonato, pelo segundo ano seguido, foi eleito o jogador Everton Ribeiro, do Cruzeiro. Chuteira de Ouro para Barcos, do Grêmio e Fred, do Fluminense. Fred foi também o artilheiro da competição com 17 gols. Os eleitos receberão os seus troféus hoje, no programa Bem-Amigos, do SportV, comandado pelo jornalista Galvão Bueno;

° (Aposentadoria de Alex) .......... Enquanto se anunciava a falsa notícia da  aposentadoria do goleiro Rogério Ceni do São Paulo e que, na semana passada, para surpresa de muitos, renovou seu contrato, por mais uma temporada, com o clube paulista, no sul o meia Alex, jogando pelo Coritiba, encerrou ontem efetivamente sua passagem pelo futebol, no clube paranaense. Alex, com seu futebol refinado, marcado por lançamentos longos corretos e cobranças de faltas irrepreensíveis, deixou sem dúvida a sua marca na história do futebol brasileiro. Que seja feliz na trajetória de sua vida pessoal e profissional, juntamente com a família. A ele, a gratidão de todos os que apreciam o futebol e que se encantaram com suas incontáveis jogadas geniais que marcaram a sua vitoriosa carreira;

° (Gol de Voleio) ......  Esse Marcelo Moreno, atacante do Cruzeiro,  foi um destaque altamente positivo no ataque do time mineiro, encaixando-se, como uma luva, na equipe campeã. Ontem, o artilheiro fez o seu 15º gol no campeonato, dois apenas a menos que Fred, o artilheiro, e o  último gol do Cruzeiro no campeonato, em  Minas, na vitória contra o Fluminense, por 2 a 1, de virada. Um gol para ficar na memória do torcedor e do clube. Um golaço de voleio  para coroar a campanha memorável;


° (Quatro em Um. E não é doce da Cica) .........Em destaque o futebol de Santa Catarina. Enquanto Chapecoense e Figueirense conseguiram se manter na série A do Brasileiro, das quatro equipes que subiram da série B, duas são catarinenses: o campeão da segundona, Joinville,  e o Avaí, que, na última rodada, venceu e tirou a vaga quase certa do mineiro Boa, derrotado em casa, para decepção de seus torcedores.  Com o segundo maior número de equipes de um mesmo Estado (perde apenas para São Paulo que terá cinco equipes (Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e Ponte Preta), resta saber como se comportarão as 4 equipes em 2.015, que realizarão, dada a rivalidade,  quase que um campeonato regional dentro da própria competição nacional. Quem viver, verá. Melhor dizendo: Quem vencer, viverá.

°  (De novo a polêmica Bola no braço ou na mão) .......  Ontem, no jogo de vida ou morte do Palmeiras contra o misto do Atlético Paranaense, no Allianz Parque, quando a equipe paulista perdia por 1 a 0, em jogada dentro da área do Furacão, o árbitro apitou penalidade máxima em favor do Verdão. A televisão mostrou várias vezes o lance em que Gabriel chuta para o gol e a bola, desvia a trajetória,  batendo no braço do zagueiro Dráusio, que está de costas.  Já disse aqui e repito que essa tal regra que remete à interpretação do árbitro saber se é mão na bola ou bola na mão, é temerária e confusa. Apelar então para a intenção do atleta é outra baboseira, pois o árbitro não tem o condão de penetrar na sua mente, para constatar a sua real posição anímica. Pois bem, em recente reunião sobre arbitragem promovida pela CBF com representantes dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, na sede da entidade, o ex-árbitro uruguaio Jorge Larrionda, instrutor de arbitragem da Fifa, esclareceu afinal qual é a recomendação para lances de bola na mão dentro da área. Segundo ele, para marcar o pênalti ou não, o árbitro precisa avaliar se o defensor assumiu um risco, ao aumentar,  com os braços,  a área de seu corpo. Isso, conforme destacou Larrionda em sua palestra, é mais importante do que a distância do jogador para o chute ou se o movimento é ou não intencional. Larrionda, arrematou seu posicionamento, afirmando que o jogador pode não saber a trajetória da bola, mas ele não ignora que a regra não permite que ele amplie a área de seu corpo usando braço ou mão para interceptar a bola. Em resumo, trata-se de constatação objetiva (se interceptou a passagem da bola, ampliando a área de seu corpo o atleta comete pênalti). Se, no entanto, não houver essa ampliação (o braço ou a mão, colados ao corpo, foi atingido pela bola), a recomendação é de que não existe a penalidade. Em qualquer caso, é dispensável o exame da intenção do atleta. Parece-me que essa única regra dispensa as demais e sua observância objetiva é o melhor critério para acabar com discussões e interpretações subjetivas. Agora veja o lance no jogo do Palmeiras, ontem. O braço, distante do corpo, intercepta a passagem da bola. E aumenta a área do corpo do atleta, ainda que ele esteja de costas. Ouvi dois comentários diferentes a respeito. Do ex-árbitro, Sálvio Spinolla, no ESPN, insistindo não ter havido pênalti, porque o jogador não teria tido a intenção de cometê-lo, na medida em que está de costas para a bola. E o do Juca Kfouri que em sua coluna diária no UOL, salienta que, embora de costas, o braço aberto implicou em aumento ou ampliação da área do corpo do atleta, o que, segundo a regra, não é permitido. E isso independe do elemento subjetivo.  O pênalti para ele, foi bem assinalado. Concordo também;


° ( Graças ao Prass) ...... Que partida fez ontem o goleiro Fernando Prass do Palmeiras no jogo que selou a sorte da equipe paulista no campeonato. Defesas monumentais, no primeiro tempo, salvaram, sem dúvida, o Palmeiras, da derrota. O velho e experiente Prass voltou a  mostrar um futebol vistoso, digno de convocação para a seleção brasileira.



Até amanhã amigos.


P.S. (1) A primeira imagem da coluna de hoje é do lance em que o atacante Marcelo Moreno prepara o voleio que resultou no segundo gol do Cruzeiro, na partida de ontem contra o Fluminense, no encerramento do Brasileirão 2.014. A imagem foi emprestada de globo.comA segunda e última imagem é do goleiro palmeirense, Fernando Prass, agradecendo aos céus, após o empate contra o Atlético Paranaense, ontem à tarde, em 1 a 1, a permanência do Verdão na primeira divisão do Brasileiro e, é claro, a sua excepcional atuação, segurando o rápido ataque do surpreendente mistão do Furacão, recheado de jovens voluntariosos e bons de bola. A imagem foi emprestada do blogdojuca.uol.com.br.