sexta-feira, 22 de abril de 2016

FIM DA PRIMEIRA FASE DA LIBERTADORES E CESAR CIELO FORA DAS OLIMPÍADAS

Boa tarde amigos,

O futebol brasileiro,  de uma maneira geral, não decepcionou na fase de classificação da Libertadores, encerrada na noite de ontem.  Corinthians e Atlético Mineiro conseguiram passaporte para a segunda fase,  com folga,  em primeiro do respectivo grupo, e com excelentes saldos de gols (9 e 8, respectivamente).   Num estágio intermediário,  sem brilho, nem susto, vem o Grêmio, que cumpriu seu dever, sem provocar apreensão ou desconfiança nos seus torcedores.  Finalmente, o São Paulo conseguiu sua classificação, ontem à noite, na altitude de La Paz,   ao empatar em 1 a 1, com o The Strongest, para quem havia perdido no Pacaembu, numa partida emocionante e que teve de tudo, desde a já habitual falha do  goleiro Denis, que saiu muito mal da meta e foi encoberto no gol de Cristaldo, até a sua expulsão, em decorrência do segundo cartão amarelo, obrigando o treinador a improvisar na meta, Maicon, nos cinco minutos finais da partida.  O zagueiro  mostrou habilidade também com as mãos e ajudou a segurar o resultado e obter a sonhada classificação. Não faltaram brigas e agressões no final do jogo, rendendo, aparentemente sem qualquer motivo razoável, ao atacante Calleri, artilheiro do São Paulo e da competição, com 8 gols, expulsão pós-jogo, o que o afasta da próxima partida, sem contar com a preocupação com punição mais rigorosa, por parte da incompetente Conmebol. A decepção ficou por conta do Palmeiras que acordou tarde e mesmo tendo goleado o Nacional do Uruguai, por 4 a 0,  sob a batuta do experiente treinador Cuca, não conseguiu avançar por conta dos péssimos resultados anteriores e da improvável vitória do Rosário Central, sobre o Nacional, por 2 a 0, na casa do adversário.
Ao alviverde, que entrou na competição por conta da vaga reservada ao campeão da Copa do Brasil,  resta, neste primeiro semestre, tentar o título de campeão paulista, título esse que, para mim, já é do Corinthians, pelo futebol impressionantemente eficiente que vem jogando nas duas competições paralelas que disputa,aliada à sorte que acompanha os candidatos a campeão, em qualquer modalidade de esporte e da vida.

P.S. (1) Quando se fala de sorte é impossível não lembrar da clássica observação de Nelson Rodrigues: “Com sorte você atravessa o mundo; sem sorte você não atravessa a rua.” Concordo, claro.

P.S. (2) A arbitragem do chileno, Roberto Tobar,  ontem em La Paz, foi muito contestada pelos jogadores e pelo técnico do tricolor, Edgardo Bauza. Mas provavelmente não vai ter reclamação à incompetente Conmebol, por conta da classificação são-paulina, apesar dos pesares. Nem adianta. A Libertadores tem sido notabilizada por ser uma copa com muitas falhas:  Estádios ruins e inseguros, pressão de torcidas, arbitragens ruins,  têm sido aspectos negativos costumeiros e que, vem ano, vai ano, não são corrigidos. Até quando?

P.S. (3). As duas equipes do Corinthians (titular e mista) juntas fizeram nada mais, nada menos, do que 10 (dez) gols nos dois últimos jogos, sem tomar nenhum. A titular pelas quartas do Paulistão, meteu 4 a 0 sobre o bom Red Bull. E no último jogo da Libertadores, o mistão meteu implacavelmente    6 a 0 sobre o chileno Cobresal, com gols bem construídos pelos meninos do técnico Tite. Que fase,hein!

P.S. (4) Corinthians e Palmeiras devem fazer a final do Paulistão na minha aposta pessoal. O Audax, o bom Audax, não deve resistir ao Timão. E num jogo mais equilibrado o Verdão de Cuca deve vencer o Peixe, nas semi-finais. Nos últimos 10 jogos, o Palmeiras, mesmo estão mal no campeonato, tem levado vantagem sobre o Santos. Isso conta? Nem sempre. Mas essa história de tabus no futebol, sei não, às vezes funciona. Que influencia, positiva e negativamente,  no psicológico dos jogadores, isso lá influencia.
P.S. (5)  O goleiro Denis tem suscitado muitas críticas pelas falhas que vem demonstrando nos últimos jogos. Claro que Denis não ganhou ainda um ritmo mais longo na meta sãopaulina , que permita fazer um julgamento maduro e  racional de suas reais potencialidades. O atleta ficou mais de 6 anos na sombra de Rogério Ceni, o goleiro artilheiro que jamais, enquanto pode, deu espaço ou oportunidade aos seus reservas. Nem podia. A história que construiu no São Paulo, no futebol brasileiro e no futebol mundial foi meritória e antológica. Agora, é preciso calma para testar e encontrar o goleiro ideal para a meta tricolor. Há quem assegure (é a posição, por exemplo, do comentarista, ex-atleta, Casagrande), que Denis tem, no máximo, condições de ser um bom reserva. E que o São Paulo precisa contratar um grande goleiro, à altura de seu antecessor;

P.S. (6) Cesar Cielo, o nosso mais premiado e importante nadador, está fora das Olimpíadas do Rio, não tendo logrado superar dois outros conterrâneos, em índices de classificação para a competição em seu país. Cielo tem dezenas de recordes e títulos, muitos mundiais e pan-americanos. E ainda a inesquecível medalha de ouro, nas Olimpíadas de Pequim, em 2.008, nos 50 metros livres. Embora o desempenho ruim tenha tido várias causas, inclusive cirurgia nos dois joelhos, é sempre relevante registrar a efemeridade do sucesso, da carreira dos atletas em geral, e, porque não dizer, da própria vida.   

P.S. (7) As imagens da coluna de hoje são, respectivamente: a) do goleiro Denis do São Paulo, sucessor de Rogério Ceni (emprestada de www.spfc.net); b) do técnico Cuca que assumiu o Palmeiras, onde vem fazendo um bom trabalho, depois de várias derrotas (emprestada de ESPN.uol.com.br; c) do nadador Cesar Cielo, campeão mundial e olímpico, emprestada de www.cesarcielo.com.br.



sábado, 9 de abril de 2016

CAMPEONATO NÃO É COPA OU TORNEIO

Boa noite amigos,
A unificação dos títulos promovida pela CBF é medida politiqueira, feita para atender interesses  e pressão de alguns clubes e dirigentes. Não reflete, todavia, o que deveria: separar títulos de campeonatos nacionais de outros referentes a simples copas ou torneios. Um campeonato é uma competição de que participam todos os  clubes de uma divisão (primeira, segunda, terceira, etc.), com ascensões e rebaixamentos, dentro das séries. Do ponto de vista ideal é que todos joguem contra todos para que se chegue ao campeão, aquele clube que acumulou mais pontos, numa competição de pontos corridos, sem os artifícios de classificações por chaves, classificações para oitavas, quartas, etc. e outros critérios mirabolantes. Mesmo utilizando alguns desses artifícios, em verdade, só tivemos no Brasil um campeonato verdadeiramente nacional, a partir de 1.971. Uma Copa ou Taça jamais corresponde a um campeonato, a começar pelo fato de que seus participantes são convidados, ou, ainda que definidos por algum critério técnico, dela não participam todos os clubes de uma divisão. Podem, inclusive, reunir clubes de várias divisões, como é o caso da Copa do Brasil. As copas e torneios são disputados, em regras,  por meio de eliminatórias (os chamados mata-mata), antecipadas por fases de grupos. E o mais importante: mesmo o campeão, que participa do maior número de jogos, disputa poucas partidas e não enfrenta todos os adversários. São competições, como se costuma chamar entre os cronistas esportivos “de tiro curto”. 
Daí ocorrer nesse tipo de competição, não raro, um campeão que, simultaneamente participando  do campeonato brasileiro, encontrar-se neste na chamada zona do rebaixamento; ou sequer estar disputando qualquer das divisões do campeonato brasileiro. Nada contra as copas ou torneios. A Copa do Brasil, inclusive, é muito interessante e pode ser mesmo considerado o torneio mais democrático que temos, pois envolve clubes do Oiapoque ao Chuí deste vasto pais-território,de todas ou de nenhuma divisão oficial, capaz também de levar ao mais singelo município brasileiro (e com ele toda uma mídia, incluindo TV e Internet), um Flamengo, um Corinthians, um Internacional, ou outro grande clube, estabelecendo confrontos que jamais aconteceriam numa competição estratificada como é o campeonato brasileiro das quatro divisões.

No Brasil, antes de 1.971 tivemos muitos torneios ou copas que a imprensa chamou de campeonato apenas no objetivo de atrair ouvintes, leitores e espectadores da época. Não eram. Nunca foram. Eram os casos do Roberto Nunes Pedrosa e da Taça Brasil, cujos títulos foram considerados para a propalada unificação. Por isso essa unificação de títulos é um engano e um engôdo. Que me desculpem os palmeirenses, santistas e cruzeirenses, beneficiados com esse critério.

Até mais amigos,

P.S. (1) Atualmente o campeão brasileiro disputa 38 jogos, desde a época dos pontos corridos, a partir do campeonato de  2.003.  Nem sempre foi assim. Em 1.989, o Vasco da Gama foi campeão disputando 19 partidas, ainda assim um número mais significativo do que as 4 partidas que o Santos disputou quando tornou-se campeão, duas vezes, da antiga Taça Brasil, porque o representante de São Paulo e do Rio de Janeiro só entravam na competição em fase mais adiantada;

P.S. (2) Em 1.978, o Guarani Futebol Clube tornou-se campeão brasileiro num campeonato  que começou com 74 clubes, com fases de classificação, oitavas, quartas, semifinal e final. Disputou 32 jogos, nos quais somou 54 pontos. O Palmeiras, vice-campeão, disputou o mesmo número de jogos (32), mas somou apenas 44 pontos. Já o Internacional (3º lugar),  eliminado nas semifinais, fez 31 jogos e somou 53 pontos, nove a mais que a equipe do Palestra Itália;

P.S. (3) A Copa do Mundo é copa, torneio, portanto, e não campeonato. A Alemanha foi a última campeã, na Copa do Mundo de 2.014 realizada no Brasil, fazendo apenas 6 (seis) jogos.  O Uruguai, país  sede da Copa do Mundo de 1.930, foi campeão jogando apenas 4 vezes.  A Taça Libertadores da América, o mais importante torneio sul-americano pode ser conquistada, atualmente,  em  14 jogos, sendo 6 na fase de grupos, outras 6 nas 3 fases eliminatórias e mais 2 partidas na fase final;

P.S. (4) Com a unificação dos títulos o Palmeiras e o Santos tornaram-se os maiores colecionadores, com oito láureas cada.  Antes, o Palmeiras tinha cinco títulos (1.972, 1.973, 1.993 e 1.994). A eles se somaram as conquistas de 1.960, 1.967 e 1.969 da Taça Brasil. O Santos, campeão em 2.002 e 2.004 uniu a estes  os títulos de 1.961, 1.962, 1.963, 1.964, 1.965, 1.968, totalizando, os oito. Bahia (1.959), Botafogo (1.968) e Cruzeiro (1.966), foram os outros clubes beneficiados com a unificação. O Bahia tinha 1 título (1.988) e ficou com 2; o Botafogo também 1 (1.995) e ficou com 2.O Cruzeiro tinha 3 (2.003, 2.013 e 2.014) e ficou com 4, com a conquista de 1.966.

P.S. (5) As imagens do hoje são: a) do Santos de 1.962, que foi cinco vezes campeão da Taça Brasil, numa impressionante hegemonia que o levou ao pentacampeonato da Taça Brasil naquela década; b) do Guarani de 1.978, com muitos destaques, dentre os quais Zenon, Renato e principalmente o jovem Careca, que foi centroavante da Seleção Brasileira nas copas de 1.982 e 1.986; c) do fantástico time do Flamengo, campeão brasileiro de 1.980, seguramente o melhor time que o clube da Gávea já montou na sua história (Zico, Andrade, Junior etc.). Imagens emprestadas, respectivamente, de www.imortaisdofutebol.com., jornal diário do povo de Campinas e crflamengo.net.

domingo, 3 de abril de 2016

CÂNDIDO DE VOLTAIRE, CANDINHO DE MAZZAROPI E ETA MUNDO BOM DE CARRASCO

Boa noite amigos,

Eta Mundo Bom é  o nome definitivo que o escritor Walcyr Carrasco e o diretor Jorge Fernando definiram para a novela das 18,00 horas da Rede Globo, que estreou em janeiro e substitui um grande sucesso no horário, a saudosa Além do Tempo. Os grandes novelistas têm se desdobrado para agradar o espectador e assim garantir o mesmo nível de pontos no Ibope para a emissora do Projac, que tem nos seus folhetins e no telejornalismo, e, às vezes, na transmissão de um ou outro jogo de futebol,  os seus mais significativos índices de audiência. Para escrever, o autor se inspirou em famoso conto do escritor e filósofo Voltaire denominado Cândido ou o Otimismo, ou simplesmente Cândido. Cândido, na versão original do escritor francês, era um  jovem que cresceu no castelo do Barão de Thunder-ten-tronckh, rodeado de comodidades e paz, mas acaba expulso de lá ao se apaixonar pela doce Cunegundes, filha do Barão. Fora do castelo, o jovem passa a enfrentar um mundo que nunca havia conhecido, com suas misérias, dificuldades e infortúnios, ao mesmo tempo em que luta para recuperar sua amada. A primeira versão do livro para o cinema foi do ator, diretor e cineasta brasileiro, Amacio Mazzaropi, no filme Candinho, de 1.953, o terceiro de sua filmografia, dirigido por Abílio P. de Almeida, filmado nos estúdios da Vera Cruz e distribuído pela Columbia.  No lugar de um castelo numa região da Alemanha, o filme começa na fazenda de um Coronel (Domingos Terras), em Piracema, Minas Gerais, em 1926, na qual Moisés, um bebê, é encontrado num berço no riacho que atravessa a fazenda, junto com um medalhão e um jumentinho. A criança acaba sendo batizada de Candinho pelo casal de donos da fazenda, que até então não tinham filhos. Nosso herói se apaixona pela irmã de criação Filoca e se vê obrigado a abandonar a fazenda onde foi criado, indo parar na cidade grande, onde passa a procurar pela sua verdadeira mãe, enfrentando um sem número de dificuldades. 

O filme traz no elenco além de Mazzaropi como Candinho, Ruth de Souza, John Herbert, Marisa Prado, Benedito Corsi e Xandó Batista, entre outros. E até Adoniram Barbosa no papel do Professor  Pancrácio. Para a adaptação a Globo, como sempre, misturou atores consagrados e jovens promessas.  O elenco é extenso com os veteranos Ary Fontoura (Quinzinho), Elizabeth Savalla (Cunegundes), Rosi Campos (Eponina), Eliane Giardini (Anastácia) e Marco Nanini, no papel do Professor Pancrácio, ao lado dos jovens protagonistas, Sérgio Guinzé e Débora Nascimento, nos papéis respectivos de Candinho e Filó. Ver ou rever o filme é ótimo. 
A Cinemagia lançou todos os filmes de Mazzaropi em DVD, em forma de coleção no  projeto batizado de Coleção  Mazzaropi Os Anos Dourados da Vera Cruz. Para os fãs do saudoso comediante é a oportunidade de ter todos os trinta e dois filmes realizados por ele, ou qualquer deles, em especial.  

Até mais amigos.

P.S. (1) As imagens da coluna de hoje são: 1) do elenco da novela Eta Mundo Bom reunido na ilha de caras e foi emprestada de caras. UOL.com.br.; 2) de Walcyr Carrasco, autor da novela, entre os atores Anderson Di Rizzi (Zé dos Porcos) e a excelente Camila Queiroz (Mafalda) e foi emprestada de not1.xpg.uol.com.br; 3) de cena do filme Candinho de 1.953, mostrando Mazzaropi (Candinho) e a atriz Marisa Prado (Filó), emprestada de ocafe.com.br;

P.S. (2) A jovem modelo paulista,  Camila Queiroz foi escolhida para um dos principais papéis da minissérie Verdades Secretas, de Carrasco, grande sucesso no horário das 22,00 horas em 2.015,  e que mereceu elogios generalizados da crítica, pela inovação que trouxe em diversos aspectos. Camila, com aquele sotaque do interior de São Paulo, não precisou de muito esforço para adaptar-se à personagem caipira Mafalda no novo folhetim. Está bela, como sempre, e representando cada vez melhor.