domingo, 13 de maio de 2018

MÃES......


AMIGOS,
UM POEMA ESCRITO AGORA DE MANHÃ.

Imagem emprestada de Calle 2.com.br
MÃES.

Mães há,
De um, de vários, de todos.
Mãe que pariu,
Mãe que criou,
Que assistiu,  que renunciou.


Há  mães pretas, brancas, mães de leite, mães-rainhas,
Mãe do mato, Mãe do ar, do mar, do céu.
Mães comuns e marginais,
Adotivas, adotadas, sagradas e profanas.





Mães com Deus, Mães sem  Deus.
Mãe-pai, pai-mãe, mãe-homem, homem-mãe, mãe de gênero, mãe sem gênero,
Gênero de mãe.


Conheci
Mães que morreram, mães que mataram.
Mãe universo, mãe do universo, universo de mães, de mãe.
Fecundas e estéreis,
Mãe da filha, filha da mãe.
Mãe pobre, mãe rica, miserável.


Superficiais e profundas,
Preocupadas e preocupantes
Mães fortes,  frágeis, suaves e agressivas,
Absorventes e absorvidas,
Mãe que explica, que entende, que não entende, que justifica,
Mãe que entrega, que não entrega, que mente,
Mães que sonham, que elevam, que machucam.

Mãe loucura, loucura de mãe,
Mãe que é cega, instruída, analfabeta.
Mãe que protege, que inspira, que encaminha,  que advoga,

Doente, carente, forte, frágil, bendita e maldita,
Mãe que acolhe, que aquece, que ignora, que lamenta, que sublima, que abandona.

Mãe-origem, começo, fundamento,
Mãe-conceito, pleno, indescritível, intangível, imensurável,
Condição síntese do incondicional amor,
Um Amor incondicional,  conquanto controverso,
Como as várias  formas de amor de  todas as múltiplas mães do mundo.


Bom domingo amigos.





domingo, 6 de maio de 2018

SOBRE O DERBY (OU DÉRBI) CAMPINEIRO DO PASSADO E DE ONTEM.

Boa noite amigos,

André Luis, atacante da Ponte Preta, comemorando o gol
da virada sobre o Guarani, no derbi de ontem disputado no

Estádio Brinco de Ouro da Princesa. Imagem emprestada

de Jovem Pan Uol.
                                                              Aconteceu ontem o 191º derbi entre Guarani e Ponte Preta, considerado o mais importante clássico do interior do Brasil. E também o mais antigo do Estado de São Paulo. O palco o Brinco de Ouro da Princesa, estádio do Bugre. O encontro não acontecia desde 2.013, por causa da diferença entre as divisões em que as equipes atuavam, tanto no campeonato paulista, quanto no Brasileiro.

Essa história começou em 24 de março de 1.912, quando as equipes se enfrentaram pela primeira vez e o resultado é desconhecido até hoje.  Das 191 partidas entre os clubes constata-se o equilíbrio existente: foram 66 vitórias do Guarani, 62 vitórias da Ponte e 62 empates. O Bugre marcou 261 gols e a Ponte 255, incluídos os anotados ontem na vitória da Macaca por 3 a 2;

Cada uma das equipes venceu na casa do adversário os primeiros dérbis disputados nos estádios atuais dos clubes. Em 26 de setembro de 1.948 o Bugre venceu a Macaca por 1 a 0 no Estádio Moisés Lucarelli. E a Ponte fez 3 a 0 sobre o Guarani em 07 de junho de 1.953 no então recém-inaugurado Brinco de Ouro da Princesa;

O lateral esquerdo Odirlei, da famosa equipe

da Ponte Preta, vice-campeã paulista de -

1.981, que fez o gol de desempate no derbi
que decidiu o Primeiro Turno do Campeo-
nato Paulista de 1.981.
O jogo considerado o mais importante entre as equipes aconteceu em 05 de agosto de 1.981, no Estádio Moisés Lucarelli, valendo como final do 1º turno do Campeonato Paulista daquele ano. A Macaca venceu por 3 a 2 e foi para a final do campeonato contra o São Paulo, ficando com o vice-campeonato. Os gols da  Ponte foram anotados por Osvaldo, Serginho e Odirlei, enquanto Ângelo e Jorge Mendonça descontaram para o Bugre;


O único derbi fora de Campinas foi disputado no Estádio do Pacaembu em São Paulo no dia 03 de junho de 1.979. O mando era da Federação Paulista e nenhuma das duas equipes aceitava jogar no campo do outro. Curiosamente, disputado na Capital, registrou o recorde de público no clássico, que reunia na ocasião as duas excelentes equipes, consideradas entre as melhores do Brasil: 38.900 pagantes.  2 a 0 para o Bugre foi o resultado, com gols de Zenon e Capitão.


Zenon à esquerda e Careca à direita, campeões bra-

sileiros pelo Guarani em 1.978. Zenon fez um dos gols

do Derbi disputado no Pacaembu para 38.900 torce-
dores, vencido pelo Bugre pelo placar de 2 a 0.
SOBRE O DERBI DE ONTEM.


Desde que a Confederação Brasileira de Futebol divulgou a tabela do campeonato brasileiro da série B, marcando o primeiro dérbi, depois de cinco anos de ausência do principal clássico do interior do Brasil,  para o Estádio Brinco de Ouro, logo na 4ª. rodada, bugrinos e pontepretanos passaram a alimentar grande expectativa de como seria esse espetáculo, sobretudo porque as equipes estavam hoje muito modificadas em relação ao passado. E enquanto a Macaca vinha em queda, depois de um ressentido rebaixamento da série A do Brasileiro,  onde permanecera por vários anos, disputando e quase conquistando o Campeonato Sul-Americano, dispensando vários jogadores e apostando na formação de uma equipe renovada, sob orientação do experiente técnico Doriva, o Guarani parecia ressurgir das cinzas, mantendo-se na série B do Brasileiro, a duras penas no ano passado, mas conquistando o seu retorno para a serie A do Paulistão, com a melhor equipe que havia conseguido formar nos últimos anos. Jogando em seu estádio, contando mais uma vez  com o apoio maciço dos torcedores (foram 18.078, recorde de público em Campinas no ano) e o entusiasmo de dirigentes, comissão técnica e jogadores, com 10 dias de folga para descansar, treinar e preparar os seus atletas para o clássico, enquanto o adversário vinha de duas derrotas em casa, uma pela série B contra o Londrina,  outra pela Copa do Brasil contra o Flamengo, embora ninguém assegurasse, havia sim uma ponta de favoritismo em favor do Bugre. Mas os mais escolados sabiam que “derbi é derbi” e não há favoritismo que resista às peculiaridades únicas desse tipo de disputa. Mas vamos ao jogo. A Ponte não se intimidou em qualquer momento com a presença da torcida, que fez uma grande festa nas arquibancadas para recepcionar o dono da casa e incentivá-lo a partir para o ataque, nem mesmo quando logo aos 15 minutos de jogo, sofreu o primeiro gol, contra de Danilo. Marcando firme desde o início, com garra e velocidade, a Macaca se impôs no meio de campo, anulando o bom entrosamento entre os atacantes do Bugre, especialmente com marcação serrada sobre Bruno Nazário e Bruno Mendes. Com isso forçou os erros de passe e as jogadas de contra-ataque, realizadas em alta velocidade pela dupla Danilo Barcelos e André Luis, este, sem dúvida, o melhor jogador do clássico, também, mas não só por ter marcado dois dos três gols da Macaca. Com maior posse de bola o Guarani não conseguiu traduzir essa vantagem em efetividade, quer no número de gols, quer nas chances reais ou chutes a gol. Foram no final 11 da Ponte contra 09 do Bugre. Nos 95 minutos de jogo era nítida a maior raça dos pontepretanos, que se traduzia em roubadas de bola, velocidade e acerto dos passes, sempre com objetividade e jogando em verticalidade, ao contrário do adversário, muitas vezes lento e sentindo dificuldades para criar jogadas, a maior parte anuladas pela boa marcação realizada. Vários jogadores bugrinos estiveram abaixo das condições em que vinham jogando, entre os quais, o volante Baraka, Erik, Bruno Mendes e Bruno Nazário e especialmente o lateral Marcílio, o pior em campo, ausente no ataque e deficiente na defesa. Sua escalação era duvidosa e se suspeita, inclusive, que não estivesse em perfeitas condições para entrar num jogo dessa importância.  Em resumo, a vitória por 3 a 2 foi justa e premiou a equipe que, no campo de jogo,  demonstrou mais humildade, maturidade e raça para enfrentar o adversário na casa deste, supostamente mais entrosado e favorecido por diversos fatores que,  como se sabe, desaparecem quando o árbitro apita o início do jogo. Para o Guarani e seu jovem técnico resta assimilar o resultado e as lições extraídas dessa partida, diferenciada pelo seu caráter de clássico e de intensa rivalidade local, já pensando, porém,  na continuidade do campeonato, que é longo e difícil. E à Ponte, igualmente, preparar-se para mais uma missão difícil: encarar o Flamengo, já na 5ª. feira, no Maracanã,  pela partida de volta da Copa do Brasil.


Até mais amigos.

P.S. (1) O melhor jogador da partida no dérbi de ontem, o atacante (ponta direita) André Luis, tem apenas 21 anos, é mineiro e veio do Cianorte, tendo disputado o campeonato paranaense neste ano. No ano passado jogou pelo Santa Cruz pelo campeonato brasileiro da série B  e foi rebaixado com a equipe pernambucana. Canhoto, veloz, habilidoso, recentemente contratado pela Ponte Preta, promete ser um grande reforço para a Macaca na disputa do longo campeonato. 

P.S. (2) Careca e João Paulo estavam ontem nas Vitalícias do Estádio Brinco de Ouro torcendo e sofrendo pelo Guarani, cuja história enriqueceram no passado. O centroavante que chegou à Seleção Brasileira é um dos mais importantes jogadores na história do Bugre. No campeonato brasileiro de 1.978, encantou a torcida e dirigentes fazendo os dois gols da vitória do Bugre contra a Ponte, no Brinco de Ouro e conquistando, junto com os atletas daquele time inesquecível o título de campeão. Ambos (Careca e João Paulo) estavam em campo na decisão do Campeonato Brasileiro de 1986, entre Guarani e São Paulo, igualmente disputado no Estádio Brinco de Ouro. Mas em lado opostos. Enquanto João Paulo, um ponta esquerda de velocidade, atormentava a defesa de seus adversários, com seus dribles infernais e precisos, Careca era o centroavante da equipe da Capital. O jogo acabou empatado em 3 a 3 e a decisão foi para as penalidades. Mais feliz, o São Paulo sagrou-se campeão nos pênaltis, frustrando a torcida que esperava o bicampeonato brasileiro, um feito que seria inimaginável, mas era merecido. O Bugre fez 53 pontos no campeonato, enquanto o São Paulo tinha conquistado 48. Não se cogitava, porém, do campeonato de pontos corridos, naquela ocasião;

P.S. (3) O jogo entre Guarani e São Paulo  pelo campeonato de 1.986 foi marcado por outras curiosidades envolvendo os dois jogadores, hoje grandes amigos aqui em Campinas, onde residem. A partida estava 3 a 2 para o Guarani quando numa das arrancadas mágicas, João Paulo ganhou do lateral e sofreu pênalti claro. O árbitro José de Assis Aragão, porém, não assinalou a penalidade, favorecendo a equipe paulistana. Quando faltavam apenas dois minutos para o final, Careca, fez o gol de empate e a partida, uma vez encerrada, foi para as penalidades, vencida, como se disse, pelo tricolor do Morumbi. O famoso comentarista Milton Neves, da Jovem Pan e TV Bandeirantes até hoje garante que esse foi o pênalti mais claro que ele já viu. Coisas do futebol!