segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

CAUSO - DISTRAÇÃO E DISTRAÍDOS


Boa noite amigos,

Nesse complicado mês de fevereiro de ano bissexto, curto, porém oneroso, porque é mês de IPVA, IPTU, material escolar e outras despesas pesadas e extraordinárias, falta também vontade e inspiração. Mando aos amigos, assim, um dos "causos" incluído no meu livro Causas & Causos n. II, publicado pela Editora Millenium, no ano de 2.010. Vai lá:  


"DISTRAÇÃO E DISTRAÍDOS:

  
                                                                    “O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído” (Sérgio Britto, Epitáfio)


                       
Nesse mundo moderno, nas grandes cidades, os fatos e as condutas se repetem.
Não há tempo definido para nada.
Tudo se mistura e, a um só tempo, se deve elaborar projetos e executar tarefas na correria do cotidiano.
A vida fica assim  intercalada e fragmentada.
Vida privada e vida profissional não são estanques.
O pensamento também gira entre uma coisa e outra.
Assim, amiúde, se executa uma tarefa mecanicamente, enquanto a mente viaja para tentar solver alguma problemática pessoal, social ou profissional que não se verifica no momento, tudo para, supostamente, se ganhar tempo.
Daí a distração e os distraídos, que nada mais são do que vítimas de uma mente desviada do ambiente em que se acha o corpo e se passa a situação concreta.
Melhor explicando: é estar ali e não estar ao mesmo tempo, estar em dois lugares diferentes, um na rua ou na casa, ou no escritório, outro no pensamento.
 Para alguns, é “viajar na maionese”, que significa dar tratos a bola, para além dos tratos e  das bolas.
Entenderam?
Fato é que inúmeras situações curiosas aconteceram comigo exatamente em função do corpo estar  executando mecanicamente uma tarefa,  reproduzindo uma dada conduta, enquanto o pensamento viajava por um outro lugar, um outro mundo.
Assim, seis meses depois que mudamos (eu e a minha família) de uma casa da Vila Industrial para outra, que construímos, no Jardim das Paineiras, aqui em Campinas, em pontos diametralmente opostos da cidade, não é que, em uma bela manhã, oi só eu chegando na casa velha para almoçar.
Só me dei conta quando já estava abrindo o  portão para colocar o carro na garagem, diante do olhar estupefato da nova moradora,   inquilina da minha sogra, dona do imóvel.

De outra feita, estava eu retornando, num sábado pela manhã, do Mercado Municipal, o velho mercadão,  quando avisto um desses “amarelinhos”, fiscais de trânsito.
Não havia muito tempo, tinha virado lei o uso obrigatório do cinto de segurança.
Demorei, como sempre, para me acostumar com o tal cinto. Ele me apertava. Com ele me sentia sufocado. Enfim, não foi fácil adquirir o hábito de usar o maldito artefato.
Já havia, por isso, sido multado.
Não é que ao avistar o tal fiscal eu imediatamente, corri a mão pelo peito para conferir se estava portando o cinto ou não.
Só tinha um detalhe.
Eu vinha a pé!
A campeã das situações inusitadas, porém, aconteceu há uns 15 anos.
Vinha eu distraído na direção de meu automóvel  pelas ruas do centro da cidade.
Estava preocupado com um processo que eu deveria apresentar contestação ainda naquele dia.
Num dos cruzamentos, o semáforo muda do verde para o vermelho.
 Em atenção ao comando do sinal, automaticamente parei.
Mas em seguida, peguei o controle do portão da garagem do meu prédio e clic.
Com ele tentei abrir o sinal de trânsito.
Vá lá entender que coisas a minha mente juntou para me sugerir essa esquisita solução.
Coisa de doido, né?
Ou de nego distraído.

E põe distraído nisso!" 


Até mais. 

P.S. (1) A imagem da coluna de hoje foi emprestada de www.revistamais.com.



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

FUTEBOL EM 2.016

Boa noite amigos,

Imagem do grande escritor e poeta peruano, Cesar 
Vallejo, que dá nome ao clube de futebol fundado em 
1.996, na  cidade de Trujilo, interior do Peru (peru21.pe).
Terminada a Copa São Paulo, a simpática copinha, que abre o ano futebolístico no Brasil, começaram os principais campeonatos regionais e hoje, para o São Paulo, o início de mais uma participação na Taça Libertadores da América, o principal campeonato do continente americano. O Tricolor tenta passar pela fase de pré-classificação, num “mata-mata”,com a modesta equipe peruana do Cesar Vallejo,  da cidade de Trujilo, interior do Peru. O adversário tem, na sua curta existência (foi fundado em 6 de janeiro de 1.996), apenas um título sem grande expressão: o de campeão da segunda divisão do campeonato peruano.  Sem Rogério Ceni, que se aposentou, e Pato, negociado ao Chelsea, da Inglaterra, mas com técnico novo, o argentino Edgardo Bauza, o time brasileiro, tricampeão da Libertadores tenta voltar a ser a temida equipe de outrora, após anos de jejum, sem conseguir qualquer título compatível com a sua tradição e sua exigente torcida. Sem grandes contratações, em tempos de vacas magras (à exceção do retorno de Lugano, ainda fora de forma, e do empréstimo do argentino Calleri), seu técnico investe principalmente na ressurreição  do meia Paulo Henrique Ganso, um craque que jamais jogou no São Paulo, o que sabe e o que fez nos tempos do Santos de André e Neymar. É esperar para ver. 
Imagem do atacante Jonathan Calleri emprestado pelo São
Paulo e que marcou o gol de empate do tricolor no Peru.

Por aqui a estreia de Ponte Preta e Guarani, respectivamente, na primeira e segunda divisões do Campeonato Paulista, o mais disputado, rentável e interessante campeonato regional do país. A Macaca decepcionou, perdendo na estreia para o Oeste, em Itápolis, pelo placar de 3 a 1. E decepcionou menos pelo resultado, mais pela fraca atuação, a  causar alguma preocupação quanto ao que essa equipe, que perdeu algumas peças importantes, possa render num campeonato, em que sempre esteve, nos últimos anos, nas principais colocações, ao lado dos grandes. No momento em que escrevo esse comentário, a Ponte está perdendo, em seus domínios, para o Santos, pelo placar de 2 a 0, jogo da segunda rodada. E a partida ainda está no intervalo. 
Gabriel Rodrigues (imagem emprestada de globoesporte.
globo.com), atleta de base do Guarani, promovido à equi
pe titular e que marcou um golaço no empate do Bugre
contra o Taubaté pela 2a. rodada do Campeonato Pau
lista da Serie A-2, ontem no Brinco.
O Guarani  traz alguma esperança ao seu torcedor. Pela primeira vez nos últimos anos a diretoria conseguiu implementar um planejamento decente e indispensável, como se sabe,  à pretensão de sucesso num esporte coletivo como o futebol: manteve o bom técnico Pintado, montou um elenco com antecedência e realizou uma boa pré-temporada. Gostei do comportamento da equipe no sábado quando, estreando fora de casa, venceu, com autoridade, a equipe do Monte Azul, pelo placar de 3 a 1, com direito a um golaço de falta do incansável Fumagalli (nesse fundamento tão bom quanto Zenon, Jorge Mendonça e Neto, craques que se destacaram no Guarani do passado). Ainda é cedo para uma avaliação da real possibilidade desse elenco conseguir o acesso, que a torcida espera ansiosamente desde 2.013, mesmo porque talvez seja este o campeonato mais difícil dos últimos anos, por reunir muitas equipes tradicionais como o Bugre: a Portuguesa Desportos e o Bragantino, que já foram campeões paulistas da 1ª. Divisão; o São Caetano, que foi campeão paulista, vice-campeão brasileiro e vice-campeão da Libertadores, e o Paulista de Jundiaí, que já foi campeão da Copa do Brasil, e outras antigas e tradicionais como Marília e Batatais. E ainda pelo fato de que apenas duas equipes alcançarão o acesso, enquanto seis (6) experimentarão descenso à 3ª. divisão. Ontem, porém, jogando no Brinco do Ouro para quase 4.000 torcedores, o Bugre não logrou superar a forte equipe do Taubaté, de Danilo Sacramento e Cia.,  num jogo extremamente disputado e que terminou empatado em 1 a 1.

Até mais amigos,

P.S. (1) Começou também o Campeonato Carioca, um campeonato que só leva público aos estádios nos clássicos. A primeira rodada do campeonato paulista, por exemplo, teve um público três vezes maior do que o da rodada idêntica do campeonato do Rio de Janeiro, que em todos os jogos da rodada levou menos público do que Corinthians e XV de Piracicaba na Arena.  Hoje o Fluminense goleou a equipe do Bonsucesso, por 4 a 0,  em Volta Redonda,  para heroicos 537 pagantes;

P.S. (2) Termina agora o jogo do São Paulo no Peru, com empate em 1 a 1, um bom resultado para o tricolor, que, quarta-feira de cinzas, faz o jogo de volta no Pacaembu, precisando de uma vitória simples, ou mesmo de um empate em 0 a 0 para obter a classificação. Aqui em Campinas, terminou também Ponte e Santos com o mesmo placar do intervalo, ou seja, 2 a 0 para o Peixe.

P.S. (3)  Cesar Vallejo foi um dos grandes escritores em língua espanhola. Sua poesia é comparada a de outro badalado escritor, detentor de Prêmio Nobel da Literatura, o lendário Pablo Neruda. Qualquer dia falo mais sobre Vallejo, cuja poesia me fascina.