domingo, 26 de maio de 2019

CAIXA ABERTA 2019 - O EVENTO DA PANDORA ESCOLA DE ARTE


Boa noite amigos,

Autorretrato - Ilustração Vetorial do Professor
Mário Cesar - 31 anos.
NOSSA MISSÃO: “Desmistificar a arte tornando-a uma ferramenta básica para o crescimento psicológico, social e profissional do ser humano.”  (Escola de Arte Pandora).





“O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até o ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo. Isso é – ou deveria ser – a mais elevada forma de arte (Charles Chaplin).




Fui hoje cedo à quinta edição do evento “Caixa Aberta” promovido pela Escola de Artes Pandora, que opera desde o ano de 1.998 na cidade de Campinas e atualmente está sediada no bairro do Cambuí, em prédio amplo da rua Joaquim Novaes, n. 146. A Escola de Artes Pandora já é uma referência na cidade de Campinas pela excelência com que oferece cursos variados a adultos e crianças.  O Encontro gratuito e  aberto ao público, oferece uma série de atrações: a exibição de trabalhos de alunos e professores da escola, interação entre os artistas e professores e o público em geral para aprender e tirar dúvidas,  feira com apresentação ao vivo das várias técnicas utilizadas em obras de diversas categorias artísticas, oficinas para adultos e crianças, venda de produtos acabados ou materiais de última geração para desenhos e pinturas e palestras com renomados convidados especiais.


Sala com as crianças desenhando e pintando, observadas e
orientadas por professoras monitoras..
 O objetivo do evento é divulgar a arte, os cursos práticos e teóricos oferecidos pela escola,  os artistas e professores, toda a  indústria que se movimenta em torno do setor e o incentivo, especialmente para as crianças e adolescentes que sintam talento, vontade e interesse pelo desenvolvimento dos pendores artísticos em suas várias facetas. As crianças são recebidas com cuidado e carinho, inscritas e participam, com orientação de monitores, de uma jornada de desenhos e pinturas. No final, recebem o trabalho que elaboraram, uma obra certamente marcante para suas vidas e de seus familiares.

Até mais amigos,


Artista executando pintura de muro, a chamada arte urbana,
antiga grafitagem.
° A Pandora Escola de Artes oferece os seguintes cursos práticos: Anatomia Artística; Aquarela, Arte Urbana (Graffiti), Artes para Crianças, Caligrafia Básica, Caligrafia Clássica, Caricatura, Cartum, Charge, Desenho Artístico, Desenho para Estamparia; Design de Superfície, Design de Acessórios, Design de Moda, Design de Games, Design de Jóias, História em Quadrinhos (Comics), Ilustração, Ilustração de Moda, Ilustração Vetorial, Iniciação ao Desenho

Os mictórios do Bar e Restaurante Vidottinho.

Iniciação ao Design para Games, Lettering – Caligrafia Criativa, Linguagem Arquitetônica, Mangá, Modelagem 3-D NOVO, Pintura Digital, Projeto Pessoal, Quadrinização (Técnicas de Narrativa), Técnicas de Pintura.  Oferece, ainda, cursos teóricos de História da Arte e Ilustração de Mercado.   

° Os mictórios aí ao lado não estavam no evento da Pandora Escola de Arte. Foram flagrados por mim, ontem, durante o almoço, no banheiro masculino do Boteco Vidottinho (Rua Emílio Ribas, 887, Cambuí, Campinas). Originais, sem dúvida, o problema é que sugerem uma suposta reciclagem dos nossos xixis de chopp e cerveja. 





quinta-feira, 23 de maio de 2019

ANTONIO CARLOS GARRIDO




Meu amigo Garrido, em visita ao meu escri-

tório, relembrando os bons tempos de car-
torio.
Boa tarde, 

Garrido foi um amigo que marcou a minha mocidade. Eu o conheci quando fui trabalhar no Cartório do 5º Ofício de Campinas, no distante ano de 1.966. Tinha eu 13 anos e fui admitido como auxiliar, enquanto o Garrido, oito anos mais velho, já ostentava a condição de Escrevente Autorizado do 4º Ofício. Naquele tempo tudo se concentrava no prédio do Fórum da Rua Regente Feijó, um edifício moderno, de cinco pavimentos. Todas as Varas e  Cartórios Cíveis e Criminais, o Juizado de Menores, os Cartórios de Registro de Imóveis e os Tabelionatos se espalhavam por quatro dos  cinco pavimentos, havendo espaço ainda para a copa, o salão de barbeiro, os sanitários e os gabinetes dos Promotores Públicos (hoje Promotores de Justiça). No último andar, funcionava a Câmara Municipal de Campinas.Colega de trabalho como ressaltei, o Garrido se notabilizava por várias virtudes. Dono de uma memória extraordinária, conhecia todos os processos que corriam pelo seu Cartório, não só pela natureza da ação, como pelo nome das partes e, pasmem, sabia o número que eles tinham recebido e pelo qual eram processados, de cor e salteado, como se dizia outrora. Os próprios advogados das partes se valiam de sua memória, quando não anotavam previamente o número do processo que pretendiam examinar. Exímio datilógrafo dividia comigo as audiências da 2ª. Vara Cível de Campinas, sob responsabilidade do nosso saudoso Juiz Manuel Carlos de Figueiredo Ferraz Filho: enquanto ele fazia as audiências do 4º Ofício, eu respondia pelas do 3º Ofício. Posteriormente, passei a acompanhar e registrar todas as audiências da Vara, tanto as do 3º, quanto do 4º Ofícios. Introvertido, porém humano e competente, Garrido ajudava a todos, facilitando a vida de advogados, estagiários e dos funcionários de seu Cartório. Generoso se ofereceu como garante e efetivamente avalizou o empréstimo que eu fiz aos 18 anos, junto ao City Bank, para comprar o meu primeiro fusquinha usado. De minha parte, além de boa vontade e honestidade, nada podia oferecer, pois não tinha “um gato para puxar pelo rabo” numa expressão daquela época, equivalente à absoluta pobreza patrimonial. Foi também o protagonista de um dos contos que escrevi para o meu livro Causas & Causos, tomo III, ao se oferecer – e oferecer imprudentemente -  o seu próprio carro para que eu e o Jeová, um outro cartorário, tomássemos com ele, as primeiras aulas de direção. Quando se aposentou, Garrido deixou saudades. Ainda assim, durante um bom tempo se dirigia ao Fórum e ali, como voluntário experiente, auxiliava o Juiz e o Cartório, com seus valiosos conselhos e decisões. Fazia tempo que eu não o via. Localizei seu contato e liguei convidando-o para o lançamento do meu livro, no Fórum da Cidade Judiciária. Ele não pode ir por conta de um acidente doméstico com a irmã que reside com ele. Mas esta semana, a meu convite,  esteve no escritório para buscar o seu exemplar autografado. Foi um encontro com sabor de saudade dos velhos tempos. Dentre as coisas que ele me disse, e eu não sabia,  estava o fato de como começou a torcer para a Ponte Preta, uma de suas poucas paixões, além do trabalho no Cartório ainda morando na sua terra natal, São Sebastião do Paraíso. Em certa ocasião a Macaca foi jogar contra um time local e perdeu o jogo. Nada obstante a derrota, por razões que ele não sabe explicar, gostou do time e começou a acompanhar a sua trajetória. Quando se mudou para Campinas foi morar encostado com o Majestoso. E está lá até hoje. Aos 75 anos, bem vividos, o meu amigo me confidenciou, com a sabedoria de quem mais viu e ouviu do que falou nesta vida, que naquele tempo a gente tinha prazer em ir para o trabalho e as nossas relações eram verdadeiramente afetivas e sinceras. É verdade. Não havia internet, nem celulares. E tanto os abraços, quanto as brigas eram presenciais e não virtuais. E a gente sofria de verdade, na própria carne, as sensações de prazer e de dor. Grande Garrido!


"CARRO 1.  Quando completei exatos 18 anos de idade me bateu um desejo incontrolável de comprar um automóvel. Vim de família de classe média baixa, categoria que na década de 70 não tinha recursos para adquirir veículo próprio, comodidade reservada aos mais abastados. Já trabalhava no Fórum de Campinas há 5 anos e convivia com respeitáveis Magistrados, Promotores e Advogados, além dos cartorários, muitos amigos queridos que fiz durante a vida. O Garrido, um deles, mais velho e generoso, se dispôs a ser avalista do financiamento que eu faria junto ao City Bank e ainda, de quebra, como possuía um fusquinha, de iniciar, eu e o Jeová, na arte de condução de veículos. Ambos os alunos eram absolutamente ignorantes,  tanto na teoria, quanto na prática, na direção de automóveis. Não sabia sequer onde ficava e para que serviam os pedais de embreagem, de breque e como funcionava o câmbio de marchas. Podem crer. Tivemos uma única e desastrada aula num sábado à tarde, que o Garrido cismou de nos levar para uma estrada de terras em Valinhos. Lembro-me perfeitamente que o Jeová entrou no carro no banco do motorista (e o Garrido, doido e corajoso, ao lado). O instrutor amador mandou que ele pusesse na primeira marcha. O Jeová, sem pisar na embreagem, tentou engatar a marcha e, ao forçar um pouco para o engate, sem liberar a embreagem,  começou a gritar que o câmbio estava dando choque. E o Garrido com paciência de Jó. Foi a minha vez. Consegui, orientado, colocar a marcha e pôr o carro em movimento. Primeira, segunda.  Atordoado com tantos movimentos que deveria fazer simultaneamente (segurar a direção, olhar para a frente, tirar o pé do acelerador, trocar a marcha pisando na embreagem), que desembestei e por mais que o Garrido mandasse  brecar, eu  não conseguia tirar o pé do acelerador. Só fui parar no barranco, danificando levemente o carro e lesionando o cotovelo direito do Garrido, que estava do lado de fora. O Garrido  nos perdoou, mas nos mandou para a auto-escola."     (CAUSAS E CAUSOS TOMO III, pág. 89/90).

MAIS FOTOS DO LANÇAMENTO.

Minha amiga de toda a vida, a Procuradora Estadual e ex-

professora da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, Dra.
Cleuza Aparecida Carnieli.



Dr. Pedro Antunes Negrão, médico e Presidente da Creche
Lar Ternura e da Unicred e sua mulher, Dra. Ana Maria de
Melo Negrão, advogada, professora, escritora e membro
da Academia Campinense de Letras.

O advogado Cláudio Pires, filho do meu saudoso amigo, Dr.
Moacir Pires.


sábado, 18 de maio de 2019

CAUSAS E CAUSOS - O EVENTO DO FÓRUM DA CIDADE JUDICIÁRIA DE CAMPINAS



Meu neto Rafael e meu grande amigo Alberto
Moura Filho, protagonizando o conto "O Ve-

lho e Menino". Ao lado, trecho da crônica
inserido na orelha dianteira do livro.
Então veio a meia-noite e as sirenes anunciaram a chegada do Ano Novo. Todos se confraternizaram. E o velho e o menino, os dois extremos da vida, também brindaram um com o outro. O velho com uma taça de champanhe que lhe deram, com a ordem de ingerir apenas um gole. O menino, com um copo de leite que ele tinha escolhido, investido no pleno exercício do livre e precoce arbítrio. E o amor fraterno reinou naquela sala, naquela noite, entre velhos e moços, homens e mulheres, crianças e adultos, afastando, por momentos, as diferenças, a incompreensão, o desencontro e a sensação de solidão que cada ser humano experimenta e carrega, por vezes, neste mundo.”  (O VELHO E O MENINO).



Boa tarde amigos,

No último dia 09 de maio, sempre prestigiado pelo meu amigo de tantos anos, Luiz Antonio Alves Torrano, Juiz Diretor do Fórum da Cidade Judiciária de Campinas, recebi amigos de todas as tribos, no hall do Bloco A daquela Corte de Justiça, para autografar o livro Causas e Causos, tomo III, editado recentemente pela Pontes Editora. A presença de tanta gente que eu estimo e que devota, por mim,  igual carinho, me deixou feliz e acolhido. Além desses, destaco minha mulher e companheira,  Mara Furlan Miguel,  responsável por grande parte das providências e pela arrumação do ambiente, incluindo a mesa que me foi reservada para os autógrafos; a sobrinha e afilhada, Luciana Bressan, o sobrinho Carlos Eduardo Miguel e sua esposa Vanessa Miguel,  meus irmãos Laila Miguel Bressan e Antonio Miguel e os cunhados Gianfranco Bressan e Cláudia Valim Cortês Miguel mais a trupe dos Schmidts, (o Renato, o Ricardo, a Elisete, o Alexandre e a Mariana e suas queridas filhas Ana Julia (a Ju) e a Ana Lara (a Larinha), sogros, cunhados e sobrinhas, respectivamente, de minha filha Samira, igualmente presente e  atuante no recebimento dos convidados. Eles  formaram o bloco dos parentes que taambém fazem parte inseparável de minha pródiga vida familiar e afetiva. 


Tânia Meira Barros veio trazer o seu
abraço afetuoso.
Tinha lá uns “engasga gatos”, expressão emprestada de meu queridíssimo doutor José Augusto Marin, Desembargador aposentado, ex-professor do qual fui assistente no começo de minha carreira no Magistério Superior, para serem engolidos como tira-gosto,  com um copo de suco, água ou uma taça de espumante, ingeridos entre a espera e os bate-papos. Meus mais sinceros agradecimentos a todos que ali estiveram,  à Margareth da Editora, à Cida e ao Fernando da Cantina e seus incansáveis colaboradores e o pessoal da Apamagis e da Administração do Fórum que muito auxiliaram na divulgação e realização do evento. Publico hoje algumas fotos do evento. Outras divulgarei nas próximas postagens.

Gabriela, a querida Gabi, advogada, e seu pai, o
 o Juiz da 3a. Vara da Família de Campinas, 
 Venilton Cavalcante   Marrera.


Célia Vasconcelos de Souza e Cármino Antonio
de Souza, médico, pesquisador e professor, com
a neta,  a linda Maria Clara de Souza.






A Procuradora da Universidade Estadual de   -

 Campinas, Cláudia Alface.
O advogado Marcelo de Castro Silva

entre o casal Telma Guimarães e Cleso
Castro Andrade, ela destacada escritora
de literatura infantil; ele médico oftal-
mologista.



quarta-feira, 15 de maio de 2019

CAUSAS & CAUSOS TOMO III LANÇAMENTO E GUARANI NA SÉRIE B


Boa noite, amigos:


 Imagem de Letícia Martins, o meia-atacante Arthur Rezende
emprestado pelo Boavista ao Guarani e que vem se destacan-
do nos treinos e nos jogos. Foi dele um dos três gols bu-
grinos na vitória de 3 a 2 sobre o Vitória da Bahia.

 °  Quem viu o jogo do Guarani contra o Vitória, na segunda-feira à noite, no Brinco de Ouro da Princesa, deve ter chegado à conclusão que o lateral bugrino, Lenon, há muito tempo fora do time, sem condições ideais, suponho, de jogo, tem lugar nesse time em qualquer posição. Dele saiu o cruzamento certeiro para o primeiro gol do Bugre, por Diego Cardoso, numa pixotada do goleiro adversário. A apertada vitória por 3 a 2 serviu para algumas conclusões que me parecem indiscutíveis. A equipe é fraca e precisa urgentemente de reforços em várias posições, antes que se pense em dar a ela um padrão de jogo. Carências na defesa, no meio de campo e no ataque são visíveis. A solução caseira pode e deve ser tentada, diante da falta de recursos e de escassez no mercado. Matheusinho, já promovido para a equipe principal, e que vem jogando como titular é, sem dúvida, uma boa solução, ao lado do meia, Arthur, que nos lampejos de lucidez do time – raros diga-se de passagem – nos três jogos até aqui da série B, mostrou que tem categoria para suprir a ausência de um meia de criação, posição carente com a saída de Thiago Ribeiro. E se Diego Cardoso não é o centroavante dos sonhos da torcida, é um dos que resolvem no ataque (e deverá continuar a resolver) se a bola chegar com alguma qualidade. De qualquer maneira, a vitória sobre a equipe baiana, que vem fazendo péssima campanha até aqui, não pode servir para tapar o sol com a peneira. A torcida está de olho no que vai fazer essa diretoria e o técnico contratado, na esfera de suas respectivas competências e responsabilidades.

Peter Panutto e André Heinemann,
Professores e Advogados.
° No dia 29 de abril, uma segunda-feira, à noite, promovi um primeiro lançamento de meu livro Causas & Causos, tomo III, no hall do auditório Dom Agnelo Rossi, do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Pontíficia Universidade Católica de Campinas. Ali recebi amigos, entre professores, alunos e ex-alunos da Faculdade de Direito, em ambiente muito agradável. Hoje publico algumas fotos do evento.

Eu e o Professor e Advogado Denis

Ferraz.

Os professores e amigos Pedro Santu-

ci, André Heinemann e Fábricio  Pe-
loia.
Da esquerda para a direita, Leonardo,

Aline, eu, Ana e Maria Júlia, atuais
alunos do 2º C Matutino.
Ao meu lado a simpática e compe-
tente acadêmica Rebecca Hilkner. 
Abraço aos amigos e até breve.

domingo, 5 de maio de 2019

CAUSAS E CAUSOS TOMO III - LANÇAMENTO




Boa noite amigos,

Depois de 09 anos do lançamento do livro Causas & Causos n. II (2.010, Campinas, Millenium Editora), reúno, no Tomo III, outros tantos contos, desta vez mesclando o humor com um pouco de saudosismo e reflexão sobre as coisas que vi, vivi e senti na caminhada por esse mundo. E mesmo sem ter tido a intenção de formar uma trilogia, a verdade é que quem escreve o segundo livro continuando o primeiro, acaba quase que compelido a escrever o terceiro, o último de uma suposta trilogia não imaginada. Bem, decidi assim dividir com os amigos contos que surgiram espontaneamente nos meios forenses, que frequentei em pelo  menos três circunstâncias ou condições (como cartorário, advogado, Juiz de Direito e novamente advogado) e que foram marcantes pelo desencontro e humor que despertaram, como também alguns outros, registrados na memória da minha mocidade na cidade de Campinas, que tão bem me acolheu, com os seus personagens, redutos e instituições das décadas de 60,70 e 80. 
O Professor e Procurador do Trabalho, Doutor Silvio 
Beltramelli Neto. Imagem do Youtube.
Publico, desta vez, pela Editora Pontes e o livro de 111 páginas, com prefácios do professor Doutor e Procurador do Ministério Público do Trabalho, Silvio Beltramelli Neto e de minha sobrinha, a professora universitária, Doutora Fernanda  Valim Côrtez Miguel, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, sediada em Diamantina, nas Minas Gerais, que é mestre em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Doutora em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais, que muito me honraram  com a aceitação do convite e registraram, em linhas competentemente escritas, o caráter generoso direcionado a mim e à minha modestíssima obra. O livro já está nas livrarias  e também pode ser adquirido pelas livrarias virtuais.

Minha sobrinha, a Professora Doutora Fernanda Valim Cor-
têz Miguel, da Universidade Federal dos Vales do Jequiti-
nhonha e Mucuri (UFVJM), situada em Diamantina, em
Minas Gerais. Foto do Youtube.

Fiz um lançamento na última segunda-feira na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, onde leciono e no próximo dia 09 de maio, a partir das 18,00 horas, marquei outro encontro no Fórum da Cidade Judiciária de Campinas, bloco A,  para receber os amigos que se animarem em me visitar.

Abraço e boa semana.


quinta-feira, 2 de maio de 2019

A MADRINHA DO SAMBA BETH CARVALHO E SEU LEGADO


Boa noite, amigos.

Em imagem emprestada do site tudo com.vc., Beth abre os -

braços para cantar o seu samba, num gesto de simpatia e --
acolhimento.  A mulher foi embora. Ficou o mito.
Das centenas e milhares de manifestações de famosos e anônimos nas redes sociais a respeito da morte de Beth Carvalho, talvez a que melhor reflita o  mérito da carreira de mais de meio século da consagrada e respeitada cantora e compositora foi o pronunciamento de Marisa Monte, para quem Beth conseguiu abrir caminho para as mulheres em meio a tantos bambas,  num mundo essencialmente masculino como o do samba. Deveras: Mulher culta da zona sul do Rio de Janeiro, consagrada numa edição do memorável Festival Internacional da Canção, defendendo, ao lado dos Golden Boys,  Andança, uma toada de Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, de 1.968,  que caiu no gosto do público e  entrou para antologia da MPB[1], podia permanecer na zona de conforto da bossa nova, ritmo que ganhava prestígio internacional na década de 60.  Apaixonou-se, porém, pelo samba, como já afirmara em inúmeras reportagens, o samba urbano carioca, concebido e desenvolvido nos botequins da periferia da cidade, na vida suburbana da cidade maravilhosa e, especialmente, nas favelas espalhadas pelos morros da cidade, onde o anonimato, a pobreza e a marginalidade  escondiam o talento de sambistas que Beth encontrou, cantou e patrocinou, trazendo seus sambas da melhor cepa  para os meios de comunicação do Brasil inteiro. Madrinha sim, madrinha foi o epíteto que mais se ouviu a seu respeito. E eu complementaria afirmando que era uma fada. Uma fada madrinha que nos presenteou com memoráveis sambistas que descobriu como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Dudu Nobre, Arlindo Cruz e outras celebridades do gênero. Foi a maior e mais perfeita intérprete de Nelson Cavaquinho, incluindo o seu belíssimo samba-canção, Folhas Secas, e deu vida, ajudando a popularizar a poesia de Cartola, com a gravação de uma das dez mais lindas canções brasileiras de todos os tempos, As Rosas Não Falam. Beth se impôs, portanto, como lembra a genial Marisa Monte, como mulher e como profissional, num tempo em que as mulheres não tinham espaço, nem eram reconhecidas profissionalmente não só na música é verdade, mas em todos os setores da atividade humana. Com ela o samba ficou também feminino, delicado, forte quando precisou de força, suave quando a cantiga assim reclamava. Só para lembrar alguns de seus sucessos que estão e permanecerão, por certo, na nossa, na sua e certamente na boca do povo: Andança (1.969); Folhas Secas (Nelson Cavaquinho e Guilherme Brito); Pandeiro e Viola (Gracia do Salgueiro); 1.800 Colinas (Gracia do Salgueiro); As Rosas Não Falam (Cartola); Saco de Feijão (Chico Santana); Vou Festejar (Jorge Aragão, Neoci Dias e Dida); Coisinha do Pai (Jorge Aragão, Almir Gurato e Luiz Carlos); A Chuva Cai (Argemiro Patrocínio, Casquinha); Camarão que Dorme a Onda Leva (Beto Inácio, Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz).  Acompanhada da legião de  amigos, parentes e fãs, Beth foi velada hoje na sede do Botafogo, clube de sua paixão e o seu velório se converteu numa imensa roda de samba, em que seus sucessos foram lembrados, como ela gostaria que fossem.

Até  amigos.




[1] Nos Karaokes da vida,  Andança sempre foi uma das músicas mais cantadas em grupo, por homens e mulheres dividindo as duas partes da canção (a feminina, interpretada por Beth, e a masculina, pelos Golden Boys, um conjunto que ganhou destaque na década de 60 e 70). A música também foi e continua sendo  lembrada e cantada nos encontros de família. Na minha, inclusive.