quinta-feira, 31 de maio de 2012

GUARANI - VICE CAMPEÃO PAULISTA DE 2.012


Amigos, boa noite.

O Guarani F.C. de Campinas foi, até para seus torcedores mais fanáticos, a grande surpresa do Campeonato Paulista de 2.012. Mergulhado em profunda crise administrativa e financeira no final do ano passado, devendo mais de 6 meses de salários a funcionários, atletas e comissão técnica, escapou do rebaixamento da série B para a Série C do Campeonato Brasileiro, no ano em que comemorou o seu centenário, graças ao empenho ético de seu técnico e ex-jogador, Giba,e dos atletas que cumpriram regularmente com suas obrigações, até o final do campeonato, mesmo sem receber os sagrados vencimentos que se destinavam ao sustento deles e das respectivas famílias. A mudança na Presidência do clube, com o impeachment de Leonel Martins de Oliveira, um Presidente que reclamou, o tempo todo, da falta de dinheiro, mas que não tinha plano algum  para o clube, senão uma hipotética venda do Estádio, que jamais aconteceu, forçou a realização de novas eleições. Eleito Marcelo Mingone, ficou a sensação de que tudo continuaria como antes, na medida em que Mingone fez parte da Diretoria que se afastava. Mas contrariando a expectativa, o novo Presidente tomou importantes, urgentes e eficazes medidas políticas. Foi à Federação, à CBF, visitou pessoas e entidades,buscou a colaboração de gente que gosta do clube e tem relacionamentos importantes, como o empresário Cláudio Corrente, Diretor de Esportes, e rapidamente conseguiu contratar uma nova comissão técnica e montar uma equipe para disputa do campeonato paulista que se iniciaria em janeiro. Um time formado de jogadores de diversas procedências, mas conhecidos do técnico Vadão (Osvaldo Alvarez) e de seu auxiliar técnico, o visionário olheiro Gersinho. Vieram os patrocinadores (que inexplicavelmente estavam afastados por razões jamais explicadas), a imagem do clube foi melhorando, uma vez que ele deixou as “páginas policiais” para ser elogiado pelo futebol que apresentava no campeonato, culminando com a conquista do vice-campeonato paulista de 2.012. Grata surpresa para todos. Disputou 11 jogos no Estádio Brinco de Ouro, vencendo 10 deles e só perdendo para o Santos na fase de classificação. Não perdeu, porém, nem para o poderoso Corinthians, nem para o grande São Paulo, embora tendo enfrentado ambos na Capital Paulista. Depois, venceu o Palmeiras de forma convincente no Brinco, terminando a fase classificatória, num surpreendente 4º lugar, o que lhe deu o direito de disputar quartas e semifinais, em seu estádio. Com a força de sua torcida entusiasmada e de seu futebol convincente, venceu novamente o Verdão nas quartas e foi para uma das semifinais com a arquirrival Ponte Preta. A Macaca também surpreendia, tendo desclassificado o Timão,  em  jogo disputado no Pacaembu, pelo placar de 3 a 2. Quanto toda a imprensa e a própria federação imaginava semifinais com os 4 grandes: Corinthians e Palmeiras e Santos e São Paulo, o Derby paulista foi substituído pelo derby campineiro tão importante quanto aquele que decidiu o primeiro turno do Campeonato Paulista de 1.981, vencido pela Ponte Preta, no Majestoso.Os olhos de todos se voltavam agora, muitos anos decorridos, para a cidade de Campinas, que por um momento voltou a ser aquela chamada “Capital Nacional do Futebol”, com suas equipes inesquecíveis dos anos 70 e começo de 80. Num empolgante derbi, desta vez o Bugre venceu pelo placar de 3 a 1, em partida em que se destacaram todos os jogadores, mas especialmente a zaga com Domingos e Neto, o lateral Oziel, os meias Danilo Sacramento e Fábio Bahia e o atacante Fabinho, além de outro desconhecido, que substituiu Fumagalli, a mais importante contratação do Guarani para o Campeonato: o jovem Medina, responsável por 2 dos três gols do derbi. Pronto: o Bugre estava na final do campeonato com o Santos Futebol Clube, o melhor time do Brasil no momento, por causa dos jogadores Neymar e Ganso. Aí veio a Federação e, usando de sua prerrogativa, marca os dois jogos da final para  o Morumbi em São Paulo, sob dois argumentos: segurança e renda. Tirava assim de Campinas e de Santos, o direito sagrado de seus times disputarem as partidas  em suas cidades e em seus estádios. E como era previsto e lógico, pois enfrentava o Campeão da Libertadores, com o melhor jogador do Brasil em grande fase,  foi o Bugre derrotado nas duas partidas: 3 a 0 e 4 a 2, este último resultado  para o qual também contribuiu o árbitro Paulo César de Oliveira que deu um pênalti inexistente para o Peixe, quanto o jogo estava empatado em 1 a 1. Os torcedores foram a São Paulo. A Diretoria franqueou cerca de 100 ônibus, fazendo a sua parte. Mais de 12.000 bugrinos estiveram na Capital entre os dois jogos. A Taça de Vice-Campeão foi entregue e festejada. E ficará na história do Guarani Futebol Clube, especialmente para os jovens torcedores bugrinos que jamais tinham visto o time disputar um título importante,ao contrário de nós, antigos, que estivemos na campanha do Brasileiro de 1.978 e de 1.986 e no Paulistão de 1.988. A projeção do clube,de seus atletas e de sua comissão técnica foi imediata. No dia seguinte ao jogo da final, a Federação e a imprensa elegeram os melhores do torneio. Na seleção do campeonato, surgiu   o jovem lateral Oziel e Fumagalli eleito o melhor jogador do interior. Osvaldo Alvarez foi considerado o melhor técnico. O clube ainda embolsou, só entre prêmio e rendas dos dois jogos realizados no Morumbi (quase 90.000 pagantes no total), cerca de R$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), sendo R$600.000,00 de prêmio pelo vice-campeonato.  E o que é melhor: a Diretoria garante que todos receberam seus salários com 5 dias de antecedência e há quem afirme que 40% da dívida do campeonato passado também foi liquidada. Claro que tudo isso não é suficiente para manter a estabilidade do clube e espantar a crise financeira. Mas que esta Diretoria devolveu ao torcedor e aos sócios a confiança de que será competente para buscar solução para a crise, isso não resta dúvida. Abaixo publico o nome dos atletas e da comissão técnica responsável pela campanha memorável. E a própria campanha.

JOGOS;

GUARANI 2 X OESTE 1;

MOGI MIRIM 3 X GUARANI 0;

GUARANI 2 X ITUANO 0;

SÃO PAULO 1 X GUARANI 1;

SÃO CAETANO 0 X GUARANI 1;

GUARANI 1 X PORTUGUESA DE DESPORTOS 0;

GUARANI 2 X PAULISTA DE JUNDIAÍ 1;

COMERCIAL 0 X GUARANI 2;

GUARANI 2 X XV DE PIRACIBA 0;

GUARATINGUETÁ 2 X GUARANI 1;

GUARANI 0 X SANTOS 2;

BRAGANTINO 1 X GUARANI 0;

CORINTHIANS 1 X GUARANI 1;

GUARANI 2 X MIRASSOL 0;

PONTE PRETA 1 X GUARANI 1;

GUARANI 2 X LINENSE 1;

CATANDUVENSE 1 X GUARANI 2;

GUARANI 3 X PALMEIRAS 1;

BOTAFOGO (RP) 2 x GUARANI 1;

GUARANI 3 X PALMEIRAS 2;

GUARANI 3 X PONTE PRETA 1;

GUARANI 0 X SANTOS 3;

SANTOS 4 X GUARANI 2

N° DE PARTIDAS DISPUTADAS: 23


TOTAL: 13 VITÓRIAS, 03 EMPATES e 7 DERROTAS

GOLS MARCADOS: 37 (TRINTA E SETE).

GOLS SOFRIDOS: 30 (TRINTA).

MÉDIA DE GOLS MARCADOS: 1,60

MÉDIA DE GOLS SOFRIDOS: 1,30

ARTILHEIRO DO BUGRE: FUMAGALLI COM 09 GOLS.



Na foto ao lado Fumagalli recebendo da FPF, o troféu de Melhor Jogador do Interior.

Na primeira imagem da coluna os atletas bugrinos (de terno e gravata) com as medalhas  e a Taça de vice-campeões, na festa da FPF.

Na segunda imagem acima, o técnico Osvaldo Alvarez (Vadão) recebendo  o prêmio de Melhor Técnico do Campeonato.

EQUIPE VICE-CAMPEÃ:

EMERSON E  JULIANO (GOLEIROS); RODRIGO ARROZ, ANDRÉ LEONE, DOMINGOS, NETO, BRUNO RECIFE, CHIQUINHO, OZIEL, BRUNO PERES, ALEX  BARROS, CLÁUDIO ALLAX (DEFENSORES); BRUNO, FABRÍCIO, RENATO RIBEIRO, FUMAGALLI, FÁBIO BAHIA,  WELLINGTON MONTEIRO, ADONIRAM, DANILO SACRAMENTO, EDUARDO, LEO CITTADINI,  WILLIAM FAVONI, KLEITON DOMINGOS, LUSMAR E MEDINA (MEIAS); RONALDO, ADELINO, MAX PARDALZINHO, FABINHO, EMILIO, VALDO BACABAL E BRUNO MENDES (ATACANTES).

Até amanhã.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

NEW YORK, NEW YORK III


Boa noite amigos,

As medidas adotadas pelo governo brasileiro para coibir ou minimizar os gastos dos brasileiros no exterior, especialmente nos Estados Unidos, como o aumento do I.O.F., ao que se supõe,  não surtiram efeitos. É muito grande o número de brasileiros em Miami, Orlando e Nova York, cidades que se tornaram centros comerciais apetitosos, fazendo turismo, mas estabelecendo como prioridade compras e mais compras. Malas lotadas. Muita gente traz uma pequena mala com poucas roupas para depois levar o máximo que puder, dentre eletrônicos, óculos, sapatos, tênis, roupas e artefatos, inclusive infantis, relógios, jóias etc.  Os outlets, que normalmente se situam em torno desses centros, oferecem muitos produtos de marca, por preços imbatíveis: Gues, Gap, Michael Kors, Adidas, Nike,  Ralph Lauren, Levi’s, Tommy Hilfiger e por aí afora. Os futuros pais de classe média já descobriram que fazer todo o enxoval do bebê em Orlando ou Nova York, por exemplo, é medida extremamente vantajosa e pode compensar a viagem de passeio e cultura, pagando-a com a diferença entre os preços de lá e  os vigentes no Brasil, sem contar que há produtos que nem são encontrados ainda por aqui. Nem a disparada do dólar, que passou da casa de 2 reais conseguiu inibir o  movimento. Ao menos, por enquanto. Seja em decorrência do imposto, seja em função da diferença de câmbio, ainda assim, vejam vocês, está compensando privilegiar o comércio do exterior, em detrimento do nosso.

TUDO VEM DA CHINA
Quase a totalidade das mercadorias, de diversas espécies, postas à venda nos Outlets americanos são fabricados na China. E não são falsos, não.  Marcas famosas de roupas usam tecido e confecção chinesas de absoluta qualidade. A concorrência entre empresários brasileiros e chineses, por exemplos, é muito desigual. Os chineses compram aqui o nosso algodão (cotton), levam para lá, confeccionam camisas e outros produtos e mandam para cá, vendendo-os mais barato do que o produto nacional fabricado aqui.  A diferença nessa competitividade é decorrente da carga tributária que no Brasil é mais de 4 vezes superior  do que a da  China.
ATRIZ TAMBÉM VAI AO OUTLET
Logo no segundo dia de Nova York, fomos ao Outlet Woodbury, cerca de uma hora do centro de N.Y.C., e lá encontramos a atriz Adriana Birolli na companhia do namorado (não era o Caio Castro),   na loja da Adidas, olhando os produtos e supostamente fazendo compras. Adriana terminou recentemente de gravar a novela Fina Estampa,  na TV Globo, na qual interpretou Patrícia,  a filha de Tereza Cristina (desempenhada pela ótima atriz Cristiane Torloni), apaixonada por Antenor (Caio Castro), filho de Griselda (Lilia Cabral), vulgo,  Pereirão.  Ao contrário de sua figura na novela, Adriana estava sem maquiagem, metida num jeans, e nem de longe parecida com aquela jovem exuberante de vestidos curtíssimos que a novela mostrou. Como visto, nem os atores famosos resistem  às liquidações e preços dos Outlets americanos. Na foto n. 2 da coluna de hoje, Adriana e Caio na intepretação de seus personagens Patrícia e Antenor (imagem emprestada de blog.travelpod.com)

OS TAXIS E MOTORISTAS DE NOVA YORK CITY

Pegar um táxi em Nova York City, a qualquer hora do dia ou da noite, não é difícil. São milhares. O padrão é sempre observado: Ou se trata de veículo Ford  Escape Hybrid (elétrico e combustível), ou o Corow Vitro Ford. Mas todos com pintura amarela que se vê de longe para facilitar a vida dos fregueses. Há lojas automotivas especializadas no atendimento aos táxis e que já têm no estoque qualquer parte do veículo padronizado para facilitar a substituição. Os preços são baratos. Anda-se muitas milhas para se gastar 10 dólares e a viagem que contratamos para nos levar ao Aeroporto J.F.K., muito distante do centro da cidade, nos custou 100 dólares, em veículo tipo Van, capaz de carregar seis pessoas, além do motorista e muitas malas. Mas a tarifa está sujeita a imposto de 15%, que você deve pagar sobre o que marca o taxímetro.  Já os motoristas, com raras exceções, não são educados como gostaríamos. Assim se você entrar num táxi e verificar que o vidro da  janela está fechado, não abra. Se estiver aberto, não feche. Em regra, eles imediatamente, sem dizer palavra,  fazem a situação retornar à condição anterior. Obviamente mandando recado sem legenda: Aqui quem manda sou eu! Como bom brasileiro você pode mandá-lo tomar no...,  que dificilmente ele vai entender e você se considerará vingado.

Até amanhã amigos.

P.S. (1) Quem quiser comprar roupas para bebê,  deve visitar a CARTER’S, no Outlet Woodbury. se pode  adquirir vários Kits por valores muitos ínfimos. As mantas e sacos para dormir são excelentes;

P.S. (2) No Central Park visite o “Strawberry Field” (primeira imagem da coluna de hoje emprestada de edgarlovemarcela.blogspot. com) que é um memorial feito em homenagem a John Lennon, que foi assassinado ali perto, no prédio em que morava. Trata-se de um mosaico, em torno do qual fãs e admiradores do mundo inteiro depositam flores, incensos e outros objetos. Sempre há alguém cantando e tocando músicas de Lennon, especialmente a inesquecível “Imagine”. Para localizar o mosaico dentro do Parque anote o endereço (Central Park West between 71st and 74th Streets). A construção foi idealizada pela viúva de Lennon, Yoko Ono e colaboraram para a sua edificação vários países, inclusive o Brasil, como se pode ler ali em placa posta no local;

P.S. (3) Restaurantes italianos em Nova York são boas opções para nós brasileiros. O famoso “Alfredo” de Roma, especializado em pastas (massas) também está presente lá, evidentemente. Endereço: 4 West 49th St.






domingo, 27 de maio de 2012

CINEMA NACIONAL - CILADA.COM


Amigos, bom dia.

Os roteiros adaptados de seriados de sucesso da televisão nem sempre funcionam bem no cinema. Lembro que quando vi aquele pessoal da grande família, na tela gigante do cinema, senti uma certa estranheza. Quando os mesmos artistas do seriado são convocados para a versão cinematográfica (como no caso da GRANDE FAMÍLIA – O FILME), para dar mais realismo  à película em relação ao seriado televisivo, a sensação é de que algo está fora do lugar. Quando, porém, são outros os atores (Como no caso de O BEM AMADO), a estranheza é ainda maior. Achei ambos os filmes ruins. Como achei sem graça a tentativa de levar para o cinema, a peça de maior tempo em cartaz no Brasil e que foi espetacular no teatro: OS MISTÉRIOS DE IRMA VAP, traduzida para o telão como IRMA VAP – O RETORNO (não sei o porquê do nome, uma vez que não houve anteriormente a esta, versão alguma para o cinema). A verdade é uma só. Raramente os roteiros adaptados de livros, ou televisão,  funcionam bem no cinema. As acusações são as mais variadas. No Brasil, por exemplo, parte da crítica costuma creditar o fracasso à convocação de  diretores, cuja formação básica se fez em televisão,  e  que não conseguem transpor roteiros, ou  trabalhar bem na sétima arte, como por exemplo, os consagrados  Daniel Filho e Guel Arraes. Não acredito que seja assim. Quem viu Se eu Fosse Você I e II (já aviso que não aprecio essa mania de extrair, da mãe famosa,  filhotes repetitivos) de Daniel,  e Lisbela e o Prisioneiro, principalmente (um filme encantador, bem brasileiro, com atuações perfeitas de Selton Mello e Débora Falabela e uma trilha sonora ótima) de Guel, também  vai concordar comigo. Acho que a questão é mesmo a dificuldade dos roteiros adaptados para artes diferentes, que têm ritmos diversos e o telespectador ou espectador sente isso. Os personagens dos seriados, como por exemplo, a Grande Família, estão toda semana na casa da gente e um ou outro capítulo ruim acaba passando desapercebido ou, então,  você muda de canal  e pronto!. É como aquele amigo ou vizinho que você gosta mas que naquele dia, não se sabe o  porquê, está chato, com uma conversinha repetitiva. Pronto. No outro dia você vai continuar querendo falar com ele sobre futebol, economia ou política. Ou contar aquela piada  nova (ou velha mas que você já tinha esquecido) que ouviu no clube. No cinema são 120 minutos que precisam prender a sua atenção (não dá para mudar de canal) e de certa forma criar sensações de  apreensão, emoção, encantamento. Um ciclo completo que tem de funcionar bem ali, naquela hora, ou nunca mais. Há exemplos de inúmeros roteiros adaptados que viraram filmes inesquecíveis, superiores até a outros com roteiro original. Mas por elementos diversos, além do roteiro em si. A série de Harry Potter, por exemplo,  no cinema, tinha que ser mágica. Dar vida aos personagens, colorido, efeitos especiais, especialíssimos, como se sabe e era essa a tarefa dos cineastas, atores, técnicos.  Os  recursos de tecnologia moderna que o cinema conquistou,  aliados ao talento dos atores e diretores é uma nova faceta própria do cinema e que faz sucesso, na atualidade.   Scorcese, por exemplo, utilizou,com sucesso de crítica e pública,  câmeras fusion  para produzir aquele que é considerado o primeiro filme verdadeiramente em  3 D, A Invenção de Hugo Cabret. Bem, ontem vi com atraso, certamente, o filme nacional Cilada.com, uma adaptação do seriado de Bruno Mazzeo, o talentoso filho de Chico Anísio e que começou num canal fechado (Multishow) e virou, durante certo tempo, uma atração do Fantástico de domingo na Globo. A comédia recheada de clichês e de obviedades, consegue funcionar, no meu modo de ver. Tem aquela piadinha velha (meio veado é o que dá meia bunda?), ou aquela cena em que “as aparências enganam” (a sombra da mocinha nua puxando a cinta do rapaz a sugerir membro enorme e viril e que muitas vezes foi usada pelo cinema nacional e estrangeiro). O roteiro também é manjado: A mocinha, Fernanda (Fernanda Paes Leme) termina o namoro com Bruno (Bruno Mazzeo), depois de um escândalo público em que ele é flagrado transando com uma moça num casamento. Para se vingar do namorado, a jovem posta no Youtube um vídeo em que ela aparece transando com ele rapidamente, porque o rapaz goza em poucos segundos (cerca de 6) e a deixa na mão. O vídeo faz sucesso e o rapaz é motivo de chacota nas redes sociais, no teatro  e até em programa de TV. Procurando mudar a imagem, Bruno contrata um fotógrafo, Marconha (excelente atuação do comediante, Sérgio Loroza) para que faça um vídeo de uma transa inteira e prolongada que ele deverá ter com alguém. E por aí vai. Bruno e Loroza seguram tranquilamente o filme, prendendo a atenção do espectador.  O roteiro é de Bruno e Rosane Ferrão. A direção do longa de José Alvarenga Junior. Não é uma excelente comédia. A imprensa, de uma maneira geral, não gostou. O público sim. Foram mais de 3 milhões de espectadores no ano de 2.011, para um orçamento estimado de R$5.500.000,00 (cinco milhões e quinhentos mil reais). Um sucesso, sem dúvida. Como primeira incursão de Bruno pelas veredas do cinema, é aceitável. A linguagem do sitcom Cilada é mais original, inteligente e sutil.   Mas apesar das obviedades, como salientei, me diverti bastante. Vale conferir!

Bom domingo amigos.

P.S. (1) Há uma velha comédia italiana de Benigni chamada “O Monstro” que se você puder assista, pois é hilariante e divertida e que tem como fio condutor, as interpretações  das atitudes de Benigni, confundido com um perigoso bandido, e o que  as aparências dessas condutas supõem que ele esteja realmente fazendo;

P.S. (2) Há uma tendência das comédias americanas em explorar aquela cena batida,  em que por razões várias, o protagonista é agente ou vítima do resultado de um orgasmo. A cilada.com usou também esse expediente de mau gosto, quando focaliza Bruno numa reunião de homens em clínica de reabilitação de ejaculação precoce. Aquela meleca toda na cara dos outros podia bem ser dispensada.

P.S. (3) A autora dos sete livros que compõe a série Harry Potter na literatura, a inglesa J.K. Rowling, tornou-se a escritora mais rica do mundo, graças ao sucesso de venda desses livros. A série vendeu, em todo o mundo, nada menos do que 1 (um) bilhão de exemplares;

P.S. (4) Rowling esteve acompanhando diretamente as adaptações da série para o cinema. Os quatro primeiros filmes tiveram como roteirista, Steve Kloves, com sua assistência. Foi ele chamado também de volta para o sexto filme. No quinto, o roteiro ficou por conta de Michael Goldenberg. Em todos os casos, o exigente acompanhamento da escritora não afastou a liberdade conferida aos roteiristas, em função da necessidade de adaptação da aventura para a tela, do tempo limitado do cinema e das imagens e efeitos que deveriam ser produzidos no telão.

P.S. (5) A imagem da coluna de hoje foi emprestada do site culture-se.com.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CORINTHIANS E SANTOS - A HORA DA VERDADE NA LIBERTADORES


Boa noite amigos,

O Pacaembu estava lotado, apesar do dia atípico na cidade de São Paulo. A greve dos metroviários, que durou apenas um dia, justamente o de ontem, tinha transformado o costumeiro caos da capital paulista num caos ainda maior. Nada obstante, os torcedores corintianos foram chegando do jeito que podiam: cerca de 35.000 se acomodaram como puderam dentro do Estádio Municipal, que já é considerado  “a casa do Timão”. No primeiro jogo das quartas-de-finais, disputado no Rio, semana passada, uma partida equilibrada, sem gols. Ao Corinthians, agora, era preciso vencer a boa equipe do Vasco da Gama, de Diego Souza e Juninho Pernambucano. Mais uma vez uma peleja disputadíssima em que todos os atletas que estiveram em campo, incluindo os substitutos e os substituídos, mostraram intensa disposição durante os 90 minutos. Por mais de dois terços do espetáculo o placar continuava inalterado. Veio finalmente o grito de desafogo do fanático torcedor mosqueteiro: cobrança de escanteio e  falha da defesa vascaína (rara na partida de ontem), Paulinho subiu e cabeçeou para a meta de Fernando Prass. A bola estufou a rede no cantinho direito do bom goleiro cruzmaltino. Delírio da platéia e do técnico Tite que, expulso pelo árbitro Leandro Pedro Vuaden (FIFA/RS), foi se juntar à platéia e vibrar como um atormentado torcedor. Paulinho foi para a galera,tirou a camisa (na foto que ilustra a coluna hoje emprestada do site band.com.br)  e celebrou. Voltou, tomou um cartão amarelo, mas nada disso tinha importância. O jogo caminhava para o fim. A torcida passou os últimos minutos apreensiva. Se o Vasco marcasse um gol, o sonho da Libertadores teria terminado, pois pelo critério adotado na competição, empate com gols na casa do adversário daria à equipe carioca, a vantagem de passar de fase. Quando o árbitro apitou finalmente, encerrando o espetáculo, torcedores, dirigentes e o público em geral festejaram com abraços e gritos, ao som do "Salve o Corinthians, o Campeão dos Campeões, eternamente......" (o hino, o velho hino que se refere ainda àquele Corinthians, campeão paulista do quarto centenário de São Paulo). No dia seguinte, exatamente hoje, sairia o adversário da semifinal entre o argentino Vélez Sarsfield e o co-patriota, Santos, de Neymar, atual campeão da Libertadores. Deu Santos, mas foi duro. A equipe argentina muito bem postada, apesar de jogar praticamente 60% do jogo com apenas 10 jogadores, mostrou habilidade e competência, evitando o costumeiro show de Neymar, que, desta vez, de goleador passou a  jogador mais faltoso dentre os que estiveram em campo. Logrando, no entanto, fazer um gol com o atacante Alan Kardec, o Peixe, com a vitória pela contagem mínima (1 a 0), levou a decisão para os pênaltis, conseguindo a classificação pelo placar de 4 a 2, graças ao seu goleiro Rafael que fez uma importante defesa na cobrança de penalidades. Agora é Corinthians e Santos. Outra vez o Timão enfrenta uma equipe brasileira. Talvez a melhor delas no momento. Mas o Santos não terá Paulo Henrique Ganso que amanhã deverá se submeter a uma artroscopia do joelho direito, ficando afastado da bola por, no mínimo, 1 mês. O Corinthians é muito grande. É a segunda maior torcida do Brasil. Uma torcida fiel e apaixonada. Mas o Timão não tem fama internacional. Não tem títulos que o credencie fora do país, apesar dos vários títulos paulistas e brasileiros. Por isso a conquista da Taça Libertadores é a palavra de ordem este ano. Um título que a equipe mosqueteira não conseguiu conquistar no seu centenário, frustrando a expectativa de milhares de fiéis corintianos e da imprensa. A conquista da Libertadores, como já ocorreu com São Paulo, Palmeiras e Santos, os outros grandes paulistas, dará ao Corinthians exatamente essa dimensão internacional que ele busca e merece, fazendo com que sua torcida esqueça a desclassificação recente no campeonato paulista, quando a equipe perdeu em São Paulo para a Ponte Preta. Sobretudo porque também permitirá que a equipe se projete na Europa e no Mundo, com a disputa do Mundial em dezembro, no Japão, contra a equipe do Chelsea, o surpreendente time inglês que desclassificou o temido Barcelona de Messi e ganhou um título inédito (a Copa dos Campeões Europeus)  do Bayer, dentro da Alemanha. O Santos e Corinthians por uma das semifinais da Taça Libertadores deverá ter casa cheia, grande repercussão, por ser, sem dúvida, o mais importante Santos e Corinthians disputado até hoje. O vencedor disputará o título. Um brasileiro, mais uma vez, estará na final com certeza, mas apenas um deles, seja  para disputar o bicampeonato (o Santos), ou uma taça que o Parque São  Jorge tanto persegue, a tanto tempo, mas ainda não conseguiu levar para a sua galeria de troféus.

Até amanhã amigos,

P.S. (1) Diego Souza, que tem boa passagem pelo Vasco da Gama, sendo um dos principais atletas na conquista da última Copa do Brasil pela equipe cruzmaltina, feito que a credenciou à Libertadores neste ano, perdeu,  aos 17 minutos do segundo tempo, cara a cara com o goleiro Cássio, quando o jogo estava 0 a 0, o gol que daria ao Vasco (salvo se o Corinthians conseguisse marcar dois ou mais tentos),  a passagem para as semi-finais. Cássio fez uma grande defesa e foi considerado um dos heróis da classificação. Mas apesar disso, Diego Souza perdeu um gol decisivo que não costuma, nem podia perder. O futebol tem mais essa: transforma em vilão hoje o herói de ontem,  e em herói, hoje,  os vilão de outrora;

P.S. (2) O Corinthians é o clube paulista que detém o maior número de títulos do Campeonato regional. Foi 26 vezes campeão paulista; tem 5 títulos de Campeão Brasileiro, 3  da Copa do Brasil e 5  do Torneio Rio-São Paulo;

P.S. (3)  o Timão também tem um título de Campeão Mundial num campeonato inter-clubes que a FIFA criou no ano de 2.000.   Disputado no Brasil, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, as equipes foram convidadas ou indicadas, sem atenção a critério de "ranking" ou aos então últimos campeões dos Campeonatos Intercontinentais. Por isso, a própria FIFA acabou ignorando esse campeonato, para mais tarde validá-lo. No entanto o torneio causou grande polêmica. Se quiser saber mais a respeito do assunto acesse o site http:/PT.wikipedia.org, com o título de Campeonato Mundial Inter-Clubes de 2.000.

terça-feira, 22 de maio de 2012

NEW YORK II - MUSEU METROPOLITAN

Boa noite amigos,
Continuando com as sugestões sobre Nova York na atual temporada, quero dizer que a visita ao Metropolitan Museum of Art (Museu Metropolitano de Arte) é um dos programas mais interessantes e obrigatórios para quem aprecia arte de boa qualidade. São 250 salas, 4.500 quadras, 2 milhões de obras de arte, 35.000 peças do Período Neolítico e uma Seção Permanente do Egito que é  preciosa.O Museu foi fundado em 20 de fevereiro de 1.820 e é um dos maiores e  mais importantes museus do mundo. No geral, abriga uma importante coleção de pintura dos séculos XII a XX e obras de arte antiga (grega, romana, egípcia e assírio-babilônica, além de oriental). Há também salas com exposição de pintura e esculturas de artistas norte-americanos e seções destinadas a instrumentos musicais, armas e indumentárias, além do Pátio interno (na foto n. II ao lado a obra do escultor Augustus Saint Gardens - 1848-1907 - retratando Diana, Deusa da Caça, da mitologia romana, correspondente a Artemis, da mitologia grega). O mais relevante, ao menos do meu ponto de vista, são efetivamente as obras pictóricas de artistas consagrados de vários movimentos, incluindo o impressionismo e expressionismo. A entrada principal do Museu (foto acima  n. 1) fica no 100 5ª. Ave at 82th St.    Ele não abre às 2ªs. feiras, exceto feriados. De terça a quinta-feira funciona das 9,30 às 17,30 horas, Sexta e sábado, das 9,30 às 21,00 horas e no domingo, das 9,30 às 17,30 horas. O preço do ingresso é de 20 dólares para adultos, 10 dólares para estudantes.  Crianças e menores de 12 anos acompanhados não pagam ingresso. As pessoas de 3ª. idade pagam 15 dólares. Lá eles consideram 3ª. idade, para efeito de ingresso de valor reduzido, apenas os maiores de 65 anos. Se você tiver tempo disponível e for ficar mais de uma semana na cidade, divida a visita em dois dias inteiros. Se o tempo for mais limitado, basta um dia, mas chegue na abertura, reduza ao máximo o tempo do almoço, fazendo uma rápida refeição em lanchonete ou restaurante do próprio Museu e escolha as seções de maior interesse e relevância. Abaixo algumas das obras expostas no conceituado Museu novaiorquino. Foto abaixo n. 1: Exposta na entrada do Museu trata-se da "Colossal Statue Of a Pharaoh - Reign Of Amerawhat II, Dinasty 12 de 1.919 - 1885 A.C.). A obra foi adquirida em 1.837 pelo Metropolitan ao Museu de Berlim. O quadro retratado bem abaixo do faraó é a obra de Toulosse Lautrec (1.864-1926) denominada "The Streetwalker" (1.890-1.891) e lembra o estilo "Neymar", ao que parece já consagrado naquela época (brincadeirinha,  claro). Ao lado do faraó considerada a obra prima do neerlandes Vincent Van Gogh (1.853-1.890)  e também uma das mais valiosas, "Self-Portrait with a Straw Hat" (Auto-Retrato).

 A tela acima à direita é de autoria de Paul Cèzane (1.839-1906), batizada de "The Card Players" (Jogo de cartas)


A tela ao lado é de Renoir, de 1.888, foi  batizada pelo autor como "Retrato das Filhas de Catulle Mendès ao Piano".
A tela acima é de Claude Monet (1.840-1926) denominada  "Vetheiul In Summer" e a última tela (abaixo à esquerda) é também de autoria de Renoir e se denomina "À Beira Mar", datada de 1.883.
Até amanhã amigos.

P.S. (1) Pierre Auguste Renoir foi um pintor frances impressionista de grande fama e talento. A ele se atribui a frase "A Dor passa, mas a beleza permanece";
P.S. (2) Vincent Willen Van Gogh foi um pintor pós-impressionista neerlandes e um dos maiores pintores de todos os tempos. Sua vida foi um fracasso em todos os sentidos. Não constituiu família, não conseguiu ganhar dinheiro. Acometido de doença mental, suicidou-se aos 37 anos. Após a sua morte suas obras foram expostas e são extremamente valorizadas, seguramente as mais valorizadas do planeta. Pos-impressionista significa que Van Gogh apesar de se moldar  ao estilo impressionista apresentava em suas obras traços próprios do movimento subsequente que veio a ser o modernismo.
P.S. (3) Todas as fotografias que ilustram a coluna hoje foram tiradas no próprio Museu, diretamente das obras originais;

sábado, 19 de maio de 2012

NEW YORK, NEW YORK I


Caros amigos,

Viajei a  Nova York neste mês de maio, depois de mais de 10 anos da última e única  visita que fiz à principal metrópole americana, terceira cidade mais populosa da América, com mais de oito milhões de habitantes,  atrás apenas de São Paulo e da Cidade do México.  Encontrei uma cidade repleta de contrastes, mas indiscutivelmente bela e interessante em certa medida, onde todas as raças convivem e aparentemente se respeitam. Há espaços, caminhos e alternativas para todas as culturas e gostos. Durante alguns dias falarei um pouco do que encontrei por lá para os amigos que pretendem visitar a cidade ainda este ano.

MEMORIAL DO TITANIC

Uma das possibilidades de passeio é visitar o Titanic Memorial (Pearl St at Fulton, há 3 minutos a pé do Pier 17, no Porto). Titanic foi o nome de batismo do famoso navio que afundou em 1.912 e causou uma grande tragédia na época, relembrada até hoje nos glossários, na literatura, no cinema, no teatro e nas artes plásticas em geral. O ingresso para a visita custa dez dólares, mas não há praticamente nada de interessante para se ver ali. O espaço é modesto (nada além de duas salas)  e exibe alguns poucos objetos utilizados no transatlântico, como pratos, talheres e roupas da ocasião e, de resto, alguns cartazes lembrando o evento, especialmente dos 5 filmes que tratam da tragédia. Mando a seguir os dados principais dessas películas e você pode perfeitamente economizar os 10 dólares do ingresso, que com a subida do câmbio, não é de se jogar fora, usando o tempo para outro programa, dentre muitos que a cidade oferece. Vamos lá:

° O primeiro filme é de 1.943, recebeu o nome de “Titanic” e foi dirigido pelos alemães Herbert Selpen e Werner Klinger, tendo nos papéis principais os atores Kursten Heiberg e Theodor Loos.

° O segundo filme é de 1.953, uma produção americana com direção de Jean Negulesco, também recebeu o título apenas de “Titanic” e teve nos principais papéis Clifton Webb e Bárbara Stanwyck e o famoso ator Robert Wagner;

° A terceira versão é de 1.958, batizada de “A Night to Remember”, foi baseada no livro de Roy Ward Baker e teve como protagonista a atriz Kinneth More;

° A 4ª. versão é de 1.980, com o nome de “Raise The Titanic”, direção do americano Jerry Jamenson com Jason Robards e Anne Archer;

° A 5ª. e mais famosa versão é a de James Cameron, com Leonardo de Caprio e Kate Winslet, de 1.997, que contou com  riquíssimo orçamento e é até o hoje o filme que mais arrecadou e levou mais público ao cinema em todos os tempos.

No centenário da tragédia, justamente agora em 2.012, há uma minissérie (ou seriado, como preferirem) denominado de Titanic, exibido pela TV Global, com Glen Blackhlae e Ruth Bradley.

Até amanhã, amigos.

P.S. (1): O Titanic foi  um navio transatlântico construído nos estaleiros da Harland and Wolff, em Belfast, na Irlanda do Norte,  o maior navio de passageiros do mundo, na época de seu lançamento em 1.912. Duas horas e quarenta minutos depois do início de sua viagem inaugural entre Southampton, na Inglaterra e Nova York, nos Estados Unidos, chocou-se com um iceberg no Oceano Atlântico e afundou, matando grande número de pessoas, pois levava mais de 2.000 passageiros;
P.S. (2): A versão mais famosa da tragédia, ou seja, o drama de 1.997, recorde de arrecadação e de público até hoje,  voltou às telas, inclusive no Brasil, agora em 3 D e faz sucesso até na China, onde  sua veiculação foi proibida;
P.S. (3) A imagem que ilustra a coluna foi emprestada do site titanicuniverse.com.




sexta-feira, 18 de maio de 2012

FUTEBOL E DANO MORAL NO DERBI CAMPINEIRO


Boa noite caros amigos,

Vocês certamente se lembram, pelo menos de noticiário, de fato pitoresco envolvendo torcedores de Ponte e Guarani no derbi disputado no ano passado pelo Campeonato Brasileiro da Série B . A partida aconteceu no Estádio Moisés Lucarelli e houve violência envolvendo polícia e torcedores. Por essa razão,  o Superior Tribunal de Justiça da Confederação Brasileira de Futebol puniu as duas equipes, com   perda de mandos de jogos em seus estádios. Pois bem, a violência teria se iniciado entre a torcida bugrina, por conta de provocação de uma pessoa que consta ser locutor ligado à Ponte Preta e que teria, com o uso de microfone ou megafone, provocado a torcida do Guarani chamando-a de “galinhada”. E não é que uma das torcedoras, sentindo-se ofendida em sua honra, e atribuindo a responsabilidade civil à equipe da casa, promoveu perante o Juizado Especial Cível da Comarca de Campinas, uma ação de indenização por dano moral. Não obteve êxito. Mas vale a pena transcrever a lúcida decisão da Juíza de Direito, Doutora Eliane da Camara Leite Ferreira, magistrada competente e grande amiga, por se tratar de questão interessante e peculiar. Vaí lá: “ANALISANDO O CONJUNTO PROBATÓRIO, CONCLUO QUE A PRETENSÃO INICIAL NÃO MERECE ACOLHIMENTO. OCORRERAM OS FATOS EM VOGA EM UMA PARTIDA DE FUTEBOL, CONHECIDA NO MEIO DESPORTIVO COMO “DÉRBI”, QUE SE CARACTERIZA PELO ENFRENTAMENTO DE EQUIPES DE UMA MESMA LOCALIDAE, EXSURGINDO PÚBLICA, NOTÓRIA E VIGOROSA A RIVALIDADE ENTRE ELAS E, COMO NÃO PODERIA DEIXAR DE SER, ENTRE OS SEUS RESPECTIVOS TORCEDORES, QUE, NÃO RARAMENTE, MANIFESTAM-NA DE MANEIRA GROSSEIRA. PELA GRAVAÇÃO DIGITAL DE IMAGEM (DVD) JUNTADA AOS AUTOS PELA AUTORA E CONFIRMADAS PELA RÉ, POSITIVOU-SE QUE, MAIS UMAVEZ, HOUVE TUMULTO EM UMA DISPUTA ENTRE AS AGREMIAÇÕES GUARANI E PONTE PRETA, SENDO QUE OS TORCEDORES, MANTENDO A TRADICIONAL RIVALIDADE, OFENDERAM-SE E SE AGREDIRAM RECIPROCAMENTE. DE OUTRO VÉRTICE, A CONTROVÉRSIA ORA TRATADA SURGIU EM RAZÃO DA MANIFESTAÇÃO DE LOCUTOR DE RÁDIO, QUE TERIA CHAMADO A TORCIDA OU O TIME DO GUARANI, OU AMBOS, DE GALINHADA. CONTUDO, IMPÕE-SE FRISAR QUE MESMO QUE DEMONSTRADO QUE O ALVO DO LOCUTOR FOI A TORCIDA DO GUARANI, É DE UMA OBVIEDADE ULULANTE QUE OS ATAQUES VERBAIS NÃO FORAM DIRIGIDOS ESPECIALMENTE À HONRA PESSOAL DA AUTORA, TAMPOUCO DE QUALQUER OUTRO TORCEDOR, SENDO DE MEDIANA COMPREENSÃO QUE SE CONSTITUEM EM DESINTELIGÊNCIA NORMAL DO COTIDIANO, DESPROVIDOS, PORTANTO, DO POTENCIAL LESIVO VISLUMBRADO PELA AUTORA. ASSIM, CONQUANTO PROVADA A OFENSA E SUA AUTORIA, IGUALMENTE RESTOU EXPLICITADO QUE AS PALAVRAS FORAM PROFERIDAS EM UM CONTEXTO DE GRANDE EMOÇÃO DAS TORCIDAS, MARCADAS PELA HISTÓRICA RIVALIDADE. SALIENTE-SE, ADEMAIS, QUE XINGAMENTOS LANÇADOS EM MOMENTOS TÍPICOS DE EXALTAÇÃO, DECORRENTES DE MERO IMPULSO, NÃO OPERAM OFENSA APRECIÁVEL À HONRA, POIS CARACTERIZAM MERA GROSSERIA PESSOAL INCAPAZ DE ADENTRAR NO PLANO JURÍDICO, NÃO JUSTIFICANDO, POR OUTRO LADO, A SUPERFETAÇÃO DE FATOS TAIS, MÁXIME COM A INTENÇÃO DE MERCANTILIZAÇÃO DE PEQUENOS INCIDENTES E CONFLITOS DO COTIDIANO PARA TRANSFORMÁ-LOS EM FONTE DE RENDA À GUISA DE RESSARCIMENTO POR DANO MORAL. OPORTUNO CITAR EXCERTO DO VOTO DO EXMO. DESEMBARGADOR ENIO ZULIANI, EM ACÓRDÃO PROFERIDO PELA COLENDA 4ª. CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, QUE MUITO BEM EXPLICA OS ASPECTOS ORA TRATADOS DE UMA PARTIDA DE FUTEBOL: “... CONSIDERADO PAIXÃO NACIONAL, O FUTEBOL ENCANTA E APAIXONA GERAÇÕES DE BRASILEIROS, CRIANDO UMA RIVALIDADE QUE PODERÁ SER SADIA NOS RELACIONAMENTOS ENTRE ADULTOS BEM RESOLVIDOS OU PERIGOSA QUANDO AS TORCIDAS ENFURECIDAS E VIOLENTAS SE CRUZAM NOS ESTÁDIOS. NA ARENA OS ATLETAS PROFISSIONAIS SE ESFORÇAM PARA PRESERVAÇÃO DO OBJETIVO DO TRABALHO DELES, QUE É JOGAR, O QUE NÃO INIBE ENVOLVIMENTO EM BRIGAS E CONFUSÕES ENTRE ELES E COM OS ÁRBITROS, QUE, PELA EXPERIÊNCIA (ART. 335 DO CPC) SÃO AS MAIORES VÍTIMAS DA IRRACIONALIDADE QUE EXPLODE POR BANALIDADES, TANTO QUE A LEI 10.671/2003, EM SEU ART. 30, ESTABELECE DEVER DOS ORGANIZADORES DE PROMOVER ARBITRAGEM INDEPENDENTE, IMPARCIAL, REMUNERADA E INDEPENDENTE DE PRESSÕES. É DIFÍCIL TESTEMUNHAR UM ÁRBITRO AGREDINDO JOGADORES, POIS O QUE SE DÁ, NORMALMENTE, É O OPOSTO, OU SEJA, OS JOGADORES É QUE PARTEM PARA CIMA DOS ÁRBITROS, COM AGRESSÕES VERBAIS E FÍSICAS, TANTO QUE É FOLCLÓRICO VÊ-LOS CORRENDO PARA OS VESTIÁRIOS NA TENTATIVA DE SE PROTEGEREM, O QUE PROVOCA ÊXTASE NA PLATÉIA......” POR FIM, NÃO SE PODE DEIXAR DE LEMBRAR QUE AMPLAMENTE ACEITO QUE TORCEDORES DE UM TIME DE FUTEBOL REFIRAM-SE AOS DE OUTROS COMO “GALINHA”, “PORCO”, “GAMBÁ”, “MACACA”, “BAMBI”, “PEIXE”, “URUBU”, “LOBO”, “GALO”, “BURRO” OU “BACALHAU”, SEM QUALQUER CONOTAÇÃO EFETIVO DE CUNHO DISCRIMINATÓRIO, POIS É COMUM AS ASSOCIAÇÕES DAS AGREMIAÇÕES A ANIMAIS, SENDO DISPARATADO CONCLUIR QUE ESSA BRINCADEIRA GENERALIZADA POSSA CAUSA DOR MORAL, MALGRADO POSSA SER, EM ALGUNS CASOS, CLASSIFICADA COMO INOPORTUNA E DE MAU GOSTO. TAL EXPEDIENTE, EM SÍNTESE, É A INEQUÍVOCA EXPRESSÃO DA VONTADE DO POVO BRASILEIRO, DE SEUS VALORES, CONSISTINDO NO COSTUME QUE, COMO FONTE DO DIREITO, EXCEPCIONA O RIGOR DA LEI QUANDO NÃO PRODUZ, DE FATO, QUALQUER EFEITO LESIVO A INTERESSES LEGITIMAMENTE TUTELADOS, DENTRE OS QUAIS NÃO SE INSEREM AS SUSCETIBILIDADES. DIANTE DO EXPOSTO, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO INICIAL.”

Até amanhã amigos.

P.S. (1) A sentença foi proferida nos autos n. 2.392/11 do Juizado Especial Cível da Comarca de Campinas;

P.S. (2)  Realmente, o comportamento dos torcedores quando apaixonados e durante os jogos é imprevisível e irracional. Desde que isso não se transforme em agressão física específica, claro que ninguém deve se sentir verdadeiramente ofendido. Expressões, como: “aí veado” (dirigida ao árbitro ou a determinado jogador), ou “fulano está de comendo...” (de torcedor dirigindo-se ao técnico que insiste em manter na equipe um jogador que está jogando mal), ou “aí corno” (dirigindo-se, por exemplo, ao técnico do time adversário que está gesticulando, reclamando do juiz) e coisas que o valham são comuns durante os jogos. Vejam por exemplo, o que costuma gritar uma certa torcida organizada do Bugre, mesmo durante jogo que não envolve a rival Ponte Preta, a título de mera provocação: “Eta, eta, eta, pau no cu da Ponte Preta”.

P. S. (3) E aí eu pergunto: Lá Ponte Preta tem cu, por acaso?

P.S. (4) Mas se vocês vissem o riso de satisfação e felicidade de um torcedor já de certa idade, simples e machucado pela vida, com poucos dentes na boca, durante esse tipo de provocação, não teriam dúvidas em afirmar: Futebol no Brasil é paixão. Irracional. E não tem lógica como o cu da Ponte Preta. Ou do Guarani. Para que meus amigos pontepretanos não digam que é discriminação.

P.S. (5) A imagem que ilustra a coluna hoje foi emprestada de blogdobenelima. Blogspot.com

quinta-feira, 17 de maio de 2012

CINEMA - A INVENÇÃO DE HUGO CABRET


Boa noite amigos, especialmente os cinéfilos,

Com a direção do badalado Martin Scorsese (A Ilha do Medo), que utilizou câmeras fusion, a mesma técnica com que James Cameron (Titanic), filmou Avatar, um dos maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos, A Invenção de Hugo Cabret (The Invention Of Hugo Cabret),  que depois passou a ser denominado apenas “Hugo Cabret” e, finalmente, de forma simplificada, só  Hugo” é um filme para ser visto em 3 D. Sua estréia no Brasil deu-se em fevereiro deste ano e continua em cartaz por muitas semanas nos principais cinemas brasileiros. Se me pedissem em uma palavra que descrevesse o filme eu diria: “bonito”. Sim, bonito, mas é também tocante, elegante e um show de técnica, misturando realidade e fantasia e uma homenagem, do diretor, ao cinema de arte, essa sétima arte descoberta ocasionalmente pelos Irmãos Lumière. Bem, trata-se de um roteiro adaptado por John Logan, para o cinema,  da consagrada obra literária de Brian Selznick, que conta a história de Hugo Cabret (Asa Butterfield), um menino de 12 anos, que ficou órfão de mãe e depois de pai e foi levado pelo tio ébrio, responsável pelo manutenção dos relógios da estação de trem,  para morar com ele na própria estação,  na Paris do começo do século XX. O tio também vem a falecer e Hugo continua ali escondido, atrás dos grandes relógios, com o objetivo de não ser encontrado para não ser levado a um orfanato. Também deseja consertar um andróide, um antigo e desprezado robô, que estava sendo reparado pelo pai, quando morreu. O robô, uma  vez  voltando a funcionar, deveria revelar um segredo. O menino passa a contar com a ajuda da jovem Isabelle (Chloë Grece Moretz), que acredita nele e deseja com ele viver uma grande aventura.  É esse o enredo no qual se desenvolve o filme de 127 minutos, classificado no gênero de aventura, da Paramount Pictures e que abiscoitou o importante troféu Globo de Ouro de melhor filme, e teve nada menos do que 11 indicações para o Oscar. Todd Mc Carthy do “The Hollywood Report, considera que “Scorsese e o roteirista John Logan compartiham a proposta de Selznick (Brian Selznick, autor do livro que dá origem ao filme) de que filmes são sonhos e produtos supremos da tecnologia. É uma máquina de fazer arte”. Com efeito, este é o resumo do filme. Uma história tocante acompanhada dos ingredientes de aventura, sonho, homenagem e uma máquina de fazer arte. Não deixe de ver.

Boa noite amigos,



P.S. (1) A técnica chamada de  câmeras “fusion”,  consiste na utilização de duas câmeras em conjunto para produzir imagens em 3D, de alta resolução,  e foram usadas pelo consagrado diretor James Cameron em “Avatar”;

P.S. (2) O veterano ator Christopher Lee, em papel secundário no filme, desempenha o personagem Monsieur Labisse;

P.S. (3)  O filme ficou com 5 estatuetas do Oscar: Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição de Som, Mixagem de Som e  Efeitos Visuais. Predomínio, portanto, dos prêmios técnicos. Perdeu para “O Artista”, que ficou com a estatueta de melhor filme;

P.S. (4) Sobre a obra disse James Cameron a Scorsese: “Seu filme é sobre o cinema mágico e é um filme mágico de se assistir” ;

P.S. (5) José Wilker, ator e comentarista do Oscar pela Rede Globo de Televisão, considerou a Invenção de Hugo Cabret como sendo o primeiro filme efetivamente em 3 D;

P.S. (6) A imagem que ilustra a coluna de hoje foi emprestada do site filmescomlegenda.net.



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terça-feira, 15 de maio de 2012

COISA DE ADVOGADO NOVO


                                                               Boa noite amigos.

Há quem diga que o que vale não é o real, é o aparente. E a aparência tem que ser relevante. A seguir um “causo” que está no livro “Causas & Causos” n. I, da Millenium Editora.




“COISAS DE ADVOGADO NOVO.


“A mentira, senhora do mundo, é hábil e astuta; mascara-se com a hipocrisia, enfeita-se toda de ilusões e vence”

                                               (Coelho Neto).


O Doutor Gerônimo (isto mesmo, com G) acabara de colar grau de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, numa dessas faculdades de direito que estão lá no fim da fila do famoso “ranking” divulgado, todo ano, pela gloriosa Ordem dos Advogados do Brasil.


Não tinha sido bom aluno, daqueles que marcam as suas turmas, mas, como costumava ele próprio apregoar, fizera o curso “meio nas coxas” e estudara “para quebrar o galho”.

Lograra aprovação no primeiro exame da OAB subseqüente à formatura, para espanto e, passado este, orgulho geral, incluindo  dos parentes  e amigos de “farra”.

Agora a questão era outra, ou seja, conseguir emplacar e vencer na advocacia.

Com o auxílio dos pais e dos irmãos mais velhos, conseguira dinheiro para montar um pequeno escritório em Itatiba, simpática cidade do interior de São Paulo.


Botou lá uma guardinha para fazer as vezes de secretária, comprou alguns livros “por metro”, isto é, um tanto que coubesse exatamente na prateleira pronta que ficava atrás de sua mesa e deu por iniciado o negócio.


Dizia que o importante era ser importante e não perder a pose.

 Sabido, costumava dar conselhos aos amigos que, tais como ele, eram recém formados e viviam o drama de ter que começar, afinal.


No dia da abertura do escritório, nenhum cliente apareceu.

 Não se deu por vencido.

 No dia seguinte, por volta das 14 horas, eis que a guardinha anuncia, quase sem fôlego:


_ Doutor, doutor, tem um homem aí perguntando pelo senhor, posso mandar entrar?


_ Por que você está tão assustada, menina?

Calma aí, mande o homem entrar só daqui uns cinco minutos, tá!


Assim foi feito, em cinco minutos o tal senhor, trazido pela secretária, entrou e foi convidado a sentar defronte a mesa do Doutor Gerônimo.

 O doutor Gerônimo, por sua vez, estava no telefone e falava com alguém do outro lado da linha, não sem pedir desculpas ao cliente potencial, pois se tratava de questão urgente.


Enquanto o homem esperava, o Doutor Gerônimo, em alto e bom som dizia ao seu interlocutor:


_ Olha, Fulano, vamos com calma. A sua questão é de relevo, você não pode arriscar antes que eu termine o estudo jurídico que  estou fazendo e lhe dê um parecer que garanta a sua causa.


E, depois de alguns minutos de silêncio:


_ Faça o seguinte, na sexta-feira deposite parte de meus honorários no Banco do Brasil, uns R$20.000,00, a secretária já vai lhe dar o número da conta, etc. etc. etc.


Depois de cerca de quinze minutos, finalmente concluída a ligação, o Doutor Gerônimo vira-se simpaticamente para o cliente virtual que aguardava à sua frente:


_ Senhor...?


_ Paulo


_ Senhor Paulo, desculpe pela demora, era coisa relevante e de urgência, mas qual é a sua questão?


Ao que o cidadão respondeu, sem pestanejar:

 _ Não tenho questão nenhuma, doutor. Esse pedido aqui não é do senhor? Eu sou da Telefônica. Eu só vim instalar a sua linha telefônica “.

Até amanhã amigos.



P.S. – A imagem que ilustra a coluna hoje é do Presidente Obama, dos Estados Unidos da América, simulando um telefonema e foi emprestado do site aéreo.jor.br