Amigos, boa noite.
O Guarani F.C. de Campinas foi, até para seus torcedores mais fanáticos, a grande surpresa do Campeonato Paulista de 2.012. Mergulhado em profunda crise administrativa e financeira no final do ano passado, devendo mais de 6 meses de salários a funcionários, atletas e comissão técnica, escapou do rebaixamento da série B para a Série C do Campeonato Brasileiro, no ano em que comemorou o seu centenário, graças ao empenho ético de seu técnico e ex-jogador, Giba,e dos atletas que cumpriram regularmente com suas obrigações, até o final do campeonato, mesmo sem receber os sagrados vencimentos que se destinavam ao sustento deles e das respectivas famílias. A mudança na Presidência do clube, com o impeachment de Leonel Martins de Oliveira, um Presidente que reclamou, o tempo todo, da falta de dinheiro, mas que não tinha plano algum para o clube, senão uma hipotética venda do Estádio, que jamais aconteceu, forçou a realização de novas eleições. Eleito Marcelo Mingone, ficou a sensação de que tudo continuaria como antes, na medida em que Mingone fez parte da Diretoria que se afastava. Mas contrariando a expectativa, o novo Presidente tomou importantes, urgentes e eficazes medidas políticas. Foi à Federação, à CBF, visitou pessoas e entidades,buscou a colaboração de gente que gosta do clube e tem relacionamentos importantes, como o empresário Cláudio Corrente, Diretor de Esportes, e rapidamente conseguiu contratar uma nova comissão técnica e montar uma equipe para disputa do campeonato paulista que se iniciaria em janeiro. Um time formado de jogadores de diversas procedências, mas conhecidos do técnico Vadão (Osvaldo Alvarez) e de seu auxiliar técnico, o visionário olheiro Gersinho. Vieram os patrocinadores (que inexplicavelmente estavam afastados por razões jamais explicadas), a imagem do clube foi melhorando, uma vez que ele deixou as “páginas policiais” para ser elogiado pelo futebol que apresentava no campeonato, culminando com a conquista do vice-campeonato paulista de 2.012. Grata surpresa para todos. Disputou 11 jogos no Estádio Brinco de Ouro, vencendo 10 deles e só perdendo para o Santos na fase de classificação. Não perdeu, porém, nem para o poderoso Corinthians, nem para o grande São Paulo, embora tendo enfrentado ambos na Capital Paulista. Depois, venceu o Palmeiras de forma convincente no Brinco, terminando a fase classificatória, num surpreendente 4º lugar, o que lhe deu o direito de disputar quartas e semifinais, em seu estádio. Com a força de sua torcida entusiasmada e de seu futebol convincente, venceu novamente o Verdão nas quartas e foi para uma das semifinais com a arquirrival Ponte Preta. A Macaca também surpreendia, tendo desclassificado o Timão, em jogo disputado no Pacaembu, pelo placar de 3 a 2. Quanto toda a imprensa e a própria federação imaginava semifinais com os 4 grandes: Corinthians e Palmeiras e Santos e São Paulo, o Derby paulista foi substituído pelo derby campineiro tão importante quanto aquele que decidiu o primeiro turno do Campeonato Paulista de 1.981, vencido pela Ponte Preta, no Majestoso.Os olhos de todos se voltavam agora, muitos anos decorridos, para a cidade de Campinas, que por um momento voltou a ser aquela chamada “Capital Nacional do Futebol”, com suas equipes inesquecíveis dos anos 70 e começo de 80. Num empolgante derbi, desta vez o Bugre venceu pelo placar de 3 a 1, em partida em que se destacaram todos os jogadores, mas especialmente a zaga com Domingos e Neto, o lateral Oziel, os meias Danilo Sacramento e Fábio Bahia e o atacante Fabinho, além de outro desconhecido, que substituiu Fumagalli, a mais importante contratação do Guarani para o Campeonato: o jovem Medina, responsável por 2 dos três gols do derbi. Pronto: o Bugre estava na final do campeonato com o Santos Futebol Clube, o melhor time do Brasil no momento, por causa dos jogadores Neymar e Ganso. Aí veio a Federação e, usando de sua prerrogativa, marca os dois jogos da final para o Morumbi em São Paulo , sob dois argumentos: segurança e renda. Tirava assim de Campinas e de Santos, o direito sagrado de seus times disputarem as partidas em suas cidades e em seus estádios. E como era previsto e lógico, pois enfrentava o Campeão da Libertadores, com o melhor jogador do Brasil em grande fase, foi o Bugre derrotado nas duas partidas: 3 a 0 e 4 a 2, este último resultado para o qual também contribuiu o árbitro Paulo César de Oliveira que deu um pênalti inexistente para o Peixe, quanto o jogo estava empatado em 1 a 1. Os torcedores foram a São Paulo. A Diretoria franqueou cerca de 100 ônibus, fazendo a sua parte. Mais de 12.000 bugrinos estiveram na Capital entre os dois jogos. A Taça de Vice-Campeão foi entregue e festejada. E ficará na história do Guarani Futebol Clube, especialmente para os jovens torcedores bugrinos que jamais tinham visto o time disputar um título importante,ao contrário de nós, antigos, que estivemos na campanha do Brasileiro de 1.978 e de 1.986 e no Paulistão de 1.988. A projeção do clube,de seus atletas e de sua comissão técnica foi imediata. No dia seguinte ao jogo da final, a Federação e a imprensa elegeram os melhores do torneio. Na seleção do campeonato, surgiu o jovem lateral Oziel e Fumagalli eleito o melhor jogador do interior. Osvaldo Alvarez foi considerado o melhor técnico. O clube ainda embolsou, só entre prêmio e rendas dos dois jogos realizados no Morumbi (quase 90.000 pagantes no total), cerca de R$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), sendo R$600.000,00 de prêmio pelo vice-campeonato. E o que é melhor: a Diretoria garante que todos receberam seus salários com 5 dias de antecedência e há quem afirme que 40% da dívida do campeonato passado também foi liquidada. Claro que tudo isso não é suficiente para manter a estabilidade do clube e espantar a crise financeira. Mas que esta Diretoria devolveu ao torcedor e aos sócios a confiança de que será competente para buscar solução para a crise, isso não resta dúvida. Abaixo publico o nome dos atletas e da comissão técnica responsável pela campanha memorável. E a própria campanha.
JOGOS;
GUARANI 2 X OESTE 1;
MOGI MIRIM 3 X GUARANI 0;
GUARANI 2 X ITUANO 0;
SÃO PAULO 1 X GUARANI 1;
SÃO CAETANO 0 X GUARANI 1;
GUARANI 1 X PORTUGUESA DE DESPORTOS 0;
GUARANI 2 X PAULISTA DE JUNDIAÍ 1;
COMERCIAL 0 X GUARANI 2;
GUARANI 2 X XV DE PIRACIBA 0;
GUARATINGUETÁ 2 X GUARANI 1;
GUARANI 0 X SANTOS 2;
BRAGANTINO 1 X GUARANI 0;
CORINTHIANS 1 X GUARANI 1;
GUARANI 2 X MIRASSOL 0;
PONTE PRETA 1 X GUARANI 1;
GUARANI 2 X LINENSE 1;
CATANDUVENSE 1 X GUARANI 2;
GUARANI 3 X PALMEIRAS 1;
BOTAFOGO (RP) 2 x GUARANI 1;
GUARANI 3 X PALMEIRAS 2;
GUARANI 3 X PONTE PRETA 1;
GUARANI 0 X SANTOS 3;
SANTOS 4 X GUARANI 2
N° DE PARTIDAS DISPUTADAS: 23
TOTAL: 13 VITÓRIAS, 03 EMPATES e 7 DERROTAS
GOLS MARCADOS: 37 (TRINTA E SETE).
GOLS SOFRIDOS: 30 (TRINTA).
MÉDIA DE GOLS MARCADOS: 1,60
MÉDIA DE GOLS SOFRIDOS: 1,30
ARTILHEIRO DO BUGRE: FUMAGALLI COM 09 GOLS.
Na foto ao lado Fumagalli recebendo da FPF, o troféu de Melhor Jogador do Interior.
Na primeira imagem da coluna os atletas bugrinos (de terno e gravata) com as medalhas e a Taça de vice-campeões, na festa da FPF.
Na segunda imagem acima, o técnico Osvaldo Alvarez (Vadão) recebendo o prêmio de Melhor Técnico do Campeonato.
EQUIPE VICE-CAMPEÃ:
EMERSON E JULIANO (GOLEIROS); RODRIGO ARROZ, ANDRÉ LEONE, DOMINGOS, NETO, BRUNO RECIFE, CHIQUINHO, OZIEL, BRUNO PERES, ALEX BARROS, CLÁUDIO ALLAX (DEFENSORES); BRUNO, FABRÍCIO, RENATO RIBEIRO, FUMAGALLI, FÁBIO BAHIA, WELLINGTON MONTEIRO, ADONIRAM, DANILO SACRAMENTO, EDUARDO, LEO CITTADINI, WILLIAM FAVONI, KLEITON DOMINGOS, LUSMAR E MEDINA (MEIAS); RONALDO, ADELINO, MAX PARDALZINHO, FABINHO, EMILIO, VALDO BACABAL E BRUNO MENDES (ATACANTES).
Até amanhã.
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