Boa noite amigos,
Moonlight - Sob a Luz do Luar, o grande vencedor do Os-
car 2.017, focalizando o preconceito e a intolerância con-
tra negros e homossexuais. (imagem emprestada de adoro
cinema)
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Quando os veteranos
atores, Warrem Beatty (79 anos) e Faye Dunaway (76 anos), surgiram no palco do Dolby Theater em Los Angeles,
para anunciar a estatueta de melhor filme, O Oscar, versão
2.017, na sua 89a. edição, ninguém imaginava que estava para acontecer a maior gafe da história
do famoso prêmio da Academia Americana de Cinema. Ao abrir o envelope para ler e comunicar ao público presente e
ao mundo, o filme vencedor, Warren fica em dúvida e gera um
momento de apreensão. Ao mostrar o envelope para sua companheira de palco, ela sim, decidida e imediatamente, proclama o musical La La Land Cantando Estações, como vencedor. Toda a equipe
responsável pela película, então, invade o palco, ao som dos aplausos efusivos do seleto auditório, e já se iniciam os agradecimentos de praxe. Mas o real vencedor era
o filme Moonlight – Sob a Luz do Luar, outro concorrente. Descoberto o engano são convocados os verdadeiros vencedores para subir ao palco, o que fazem anestesiados pela confusão, diante da perplexidade dos convocados anteriormente, num clima de constrangimento geral. O equívoco ficou por conta da troca
de envelopes. O envelope dado aos apresentadores não era o relativo ao melhor filme,
mas ao prêmio de melhor atriz para Emma Stone, àquela altura já anunciado e entregue. O fato ganhou especulação, piadas e memes em geral na internet (rendeu
até um Ga, Ga, Land para o casal
anunciante).
La La Land, musical que levou seis estatuetas, dentre elas
a de melhor diretor e melhor atriz.
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Tirante o incidente, o Oscar
deste ano teve outros destaques. Havia
grande expectativa com relação aos discursos e pronunciamentos de produtores,
atores e diretores contra a política de discriminação de imigrantes do Presidente Trump, especialmente depois
da polêmica declaração de Mary Streep,
durante o Globo de Ouro, que
provocou reação raivosa do mais alto mandatário da política americana. Alguns discursos fizeram menção ao Presidente e a discriminação manifesta em relação aos imigrantes, a despeito de uma clara intenção de não polemizar demais, convertendo o prêmio numa espécie de movimento político contra Trump e suas propostas de governo. O apresentador, o comediante,
Jimmy Kimmel, em tom de
pilhéria, provocou risos,ao anunciar Mary Streep, solicitando ao auditório
uma salva de palmas à atriz de Filomena,
“embora ela não merecesse.” E chegou a provocar, fazendo graça, o Presidente, indagando se ele já estava dormindo, porque até aquele momento, não tinha postado nada acerca da cerimônia no seu instagran. Nenhum
dos prêmios constituiu surpresa, Com pelo menos três concorrentes
explorando o preconceito contra negros e a indicação de atores e atrizes negros
para os prêmios de melhor ator e melhor atriz (principal e coadjuvante), a
Academia se redimiu das críticas do ano passado, quanto à ausência completa deles na indicação
às diversas categorias da premiação. Casey
Afflex, o irmão mais novo do ator e diretor, Ben Affleck (Argo, Oscar de 2.013), sem ser favorito, venceu na
categoria de melhor ator, pela atuação em Manchester à Beira Mar, deixando para trás atores veteranos
consagrados como Denzel Washington
(61 anos), a quem fez questão de agradecer, afirmando ter aprendido a arte de
atuar com ele, conquanto não o conhecesse pessoalmente. E em particular a Matt Damon, que o convidou para o papel
inicialmente destinado ao próprio Matt, que preferiu apenas permanecer como produtor do filme. À Emma Stone, soberba em La La
Land, ficou bem a estatueta de melhor atriz. Era favorita e
unanimidade, embora tendo como concorrentes atrizes do porte de Mary Streep (Filomena), a ótima francesa, Isabelle Huppert (Elle),
e a americana Natalie Portmann,
protagonista de Jackie, e que venceu na mesma categoria, em 2.011, por Cisne
Negro. Das doze indicações, La La Land ganhou a metade dos
prêmios (Melhor atriz, direção, fotografia, canção original, design de produção e trilha sonora), mas não
levou o principal de melhor filme. Elegeu, porém, o mais jovem diretor, Demian Chazelle, que, com apenas 32
anos recentemente completados, entra para a elite dos grandes diretores
consagrados pela Academia, prenunciando uma carreira auspiciosa em Hollywood.
Emma Stone, melhor atriz, um prêmio merecido. Imagem -
emprestada de TV Line.
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Enfim, uma das versões mais
avançadas da tradicional premiação, ao indicar filmes e diretores de vanguarda,
com roteiros ousados, conferindo a Moonlight Sob a Luz do Luar, o premio máximo, um filme que, a um só tempo
explora o preconceito americano em relação a negros e homossexuais. Ainda nas
principais categorias, destaque para o melhor
roteiro original que ficou para Manchester à Beira-Mar, melhor roteiro adaptado para Moonlight
Sob a Luz do Luar e para melhor
ator e melhor atriz coadjuvante, prêmios entregues a Mahershala Ali (Moonlight) e
Viola Davis (Um Limite entre Nós).
Ate mais amigos.
P.S. (1) Matt Damon me impressionou muito ao
protagonizar um jovem auxiliar de limpeza de uma universidade e que se revela
um gênio na solução das questões matemáticas. Gênio Indomável, de 1.998, venceu o Oscar
daquele ano na categoria de melhor roteiro original e conferiu também a Robin William a estatueta de melhor
ator coadjuvante. Matt recebeu, pela
interpretação, o Urso de Prata, do Festival de Berlim;
P.S. (2) Warren Beatty e Faye Dunaway, o casal de artistas que anunciou equivocadamente o filme
vencedor na cerimônia do Oscar de
domingo, se tornou célebre nos anos 60,
como protagonistas do revolucionário “Bonnie and Clyde”. A película, no
melhor estilo do nouvelle vague francesa, era uma versão romanceada da história real de um casal de bandidos que assaltava e matava durante o período da Grande Depressão, levando o terror aos estados centrais dos Estados Unidos. O filme arrastou milhões de espectadores aos cinemas de todo o mundo, enriquecendo Beatty, para quem a Warner Brothers ofereceu a bagatela de 40% da bilheteria, em substituição à remuneração em valor fixo do que se pagava, no mercado, a um jovem produtor, por não acreditar no sucesso comercial do filme.
P.S. (3) "Eu sou da Itália, eu trabalho pelo mundo. Por isso dedico este prêmio a todos os imigrantes" alfinetou o italiano Alessandro Bertolazzi, prêmio de melhor maquiagem para Esquadrão Suicida; O diretor iraniano, Asghar Farhadi, vencedor do prêmio de melhor filme estrangeiro com O Apartamento, se recusou a comparecer ao prêmio, mas mandou seu discurso, nos seguintes termos: "Minha ausência é devida ao desrespeito com as pessoas do meu país. Dividir o mundo em categorias como "nós" e "os nossos inimigos" cria medo, uma enganosa justificativa para agressão e guerra. Cineastas podem apontar suas câmeras para capturar e compartilhar as qualidades humanas e quebrar esteriótipos de várias nações e religiões. Eles criam empatia entre "nós" e "os outros", empatia de que hoje precisamos mais do nunca."; E o ator Gael Garcia Bernal, por seu turno, disse que "Como mexicano, como latino-americano, sou contra qualquer muro que queira nos separar."
P.S. (4) Há muito tempo que o cinema iraniano vem merecendo destaque. Asghar, pela segunda vez, vence o prêmio da academia dedicado ao melhor filme estrangeiro. O primeiro foi com o bom longa A Separação. Ano passado perdemos o consagrado diretor iraniano, Abbas Kiarostami, que foi lembrado entre as personalidades que nos deixaram no ano de 2.016. Dentre eles, também foi merecidamente citado o nosso Hector Babenco, diretor do Beijo da Mulher Aranha, e Carandiru, dentre outros.
P.S. (3) "Eu sou da Itália, eu trabalho pelo mundo. Por isso dedico este prêmio a todos os imigrantes" alfinetou o italiano Alessandro Bertolazzi, prêmio de melhor maquiagem para Esquadrão Suicida; O diretor iraniano, Asghar Farhadi, vencedor do prêmio de melhor filme estrangeiro com O Apartamento, se recusou a comparecer ao prêmio, mas mandou seu discurso, nos seguintes termos: "Minha ausência é devida ao desrespeito com as pessoas do meu país. Dividir o mundo em categorias como "nós" e "os nossos inimigos" cria medo, uma enganosa justificativa para agressão e guerra. Cineastas podem apontar suas câmeras para capturar e compartilhar as qualidades humanas e quebrar esteriótipos de várias nações e religiões. Eles criam empatia entre "nós" e "os outros", empatia de que hoje precisamos mais do nunca."; E o ator Gael Garcia Bernal, por seu turno, disse que "Como mexicano, como latino-americano, sou contra qualquer muro que queira nos separar."
P.S. (4) Há muito tempo que o cinema iraniano vem merecendo destaque. Asghar, pela segunda vez, vence o prêmio da academia dedicado ao melhor filme estrangeiro. O primeiro foi com o bom longa A Separação. Ano passado perdemos o consagrado diretor iraniano, Abbas Kiarostami, que foi lembrado entre as personalidades que nos deixaram no ano de 2.016. Dentre eles, também foi merecidamente citado o nosso Hector Babenco, diretor do Beijo da Mulher Aranha, e Carandiru, dentre outros.