domingo, 18 de fevereiro de 2018

ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO - NOVA VERSÃO - VELHA FÓRMULA DE SUCESSO

Boa noite amigos,

Imagem do elenco do remake da Escolinha do Professor 

Raimundo. Foto emprestada de paranaonline.com.
Concebido com o único objetivo de prestar homenagem póstuma ao  humorista Chico Anísio e ao vasto elenco de comediantes de muitas gerações, nos quase 60 anos de vida da Escolinha do Professor Raimundo, o remake de 2.015 fez tanto sucesso que a TV Globo decidiu incluí-lo na grade fixa da emissora. Nesta terceira temporada tem apresentação semanal às 13,30 horas dos domingos. Vi poucos episódios, um dos quais neste domingo. E confirmei a minha impressão de que o remake é muito bom e pode ser apontado como uma das gratas revelações dos novos programas de humor da emissora, a despeito de conservar a velha fórmula de explorar uma sala de aula com alunos de várias origens e perfis, sob o comando do Professor Raimundo Nonato, um nordestino como o próprio Chico Anísio, nascido em Maranguape, no agreste do Ceará. Os atores e atrizes escolhidos para viver os velhos personagens se superam na difícil missão de caracterizá-los. Bruno Mazzeo, o filho e sucessor artístico do pai, Chico Anísio, comanda a sala de aula com a mesma inteligência e maestria do pai. Marcelo Adnet,  no papel de Rolando Lero, personagem imortalizado por Rogério Cardoso, demonstra toda a sua facilidade na arte de imitação; Matheus Solano, o impagável Zé Bonitinho, do lendário Jorge Loreto, a Catifunda de Zilda Cardoso, reencarnada  na pele de Dani Calabresa, uma das mais talentosas comediantes da nova geração, Marcos Caruso, como o homossexual Seu Peru, vivido outrora por Orlando Drummont Cardoso (a semelhança física entre os atores é impressionante), a magrela Betty Gofman, interpretando Dona Bela, da saudosa Zezé Macedo e, especialmente, Lúcio Mauro Filho, com toda a sua versatilidade na homenagem que presta ao seu pai, Lúcio Mauro (o puxa-saco, Sandoval Quaresma) dentre outros, são exemplos de como o remake conseguiu reviver para  a nova e a velha geração, na qual me incluo, claro, a graça simples do programa de humor de outrora,  pelo qual passaram praticamente todos os comediantes dos vários estilos (Grande Otelo, Zé Trindade Costinha, Brandão Filho, Sérgio Malandro), muitos dos quais ganharam visibilidade e surgiram para o sucesso, na oportunidade que lhes concedeu  o olho clínico e a generosidade de Chico Anísio, como Tom Cavalcante, Pedro Bismarck e Cláudia Gimenez, para exemplificar.

Chico Anysio e Bruno Mazzeo, pai e filho vivendo no original

e no remake, respectivamente, o personagem e Professor Rai-
mundo Nonato, o comandante da Escolinha do Professor
Raimundo. Imagem emprestada de Bolnoticias.com.
O clima entre o elenco, sob direção da inexorável (como diria o Faustão), Cininha de Paula,  é do mais alto astral. Os atores só decoram as suas próprias falas, de tal maneira que a graça dos textos e das interpretações dos colegas só é sentida no set das gravações. Daí as risadas constantes e especialmente os aplausos, mais ou menos efusivos, que eles próprios se concedem reciprocamente, como se fossem mesmo espectadores, assistindo ao programa em poltronas de um teatro ou na sala de casa. Surpreendi este domingo a Fernandinha Souza, fazendo foto, com o seu indefectível celular, durante apresentação de Dona Bela (Betty Gofman), no melhor estilo de como agiria uma jovem e entusiasta fã qualquer  em relação ao seu ídolo. Essa clima espontâneo e alegre contagia a todos. E, sem dúvida, aos espectadores.A redação final, sob responsabilidade de Péricles Barros e Marcelo Saback, sem deixar de contemplar as características dos personagens, pelos quais se tornaram célebres, passa pelas piadas que envolvem a vida das celebridades, a política e seu rico cabedal de assuntos que enchem cotidianamente os noticiários das mídias, os pobres e suas dificuldades, com ênfase, ainda,  à malandragem brasileira e as questões de gênero. Longe, porém, da escatologia e da grosseria que poderia indignar os defensores mais fanáticos do chamado “politicamente correto”.  


Até mais amigos,

Outra dupla pai e filho nos dois momentos. A esquerda o

velho Lúcio Mauro e à direita o filho Lúcio Mauro Fi-
lho, encarnando o personagem Aldemar Vigário no-
original e no remake, respectivamente. Imagem em-
prestada de purepeople.com.
P.S. (1) A Escolinha do Professor Raimundo era apresentada como um quadro do programa de humor nominado de Noites Cariocas na TV Rio. Foi também exibido pelas extintas, TV Excelsior e TV Tupi, até sua estreia na TV Globo, ainda como um dos módulos do programa Chico City. Só na década de 90 que ganhou autonomia, a pedido do próprio Chico Anysio;


P.S. (2) A atriz Betty Gofman, ao mesmo tempo em que interpreta Dona Bela, personagem de Zezé Macedo, leva para o teatro a peça “A inesquecível Zezé Macedo”, uma biografia da comediante morta em 1.999 que se converteu numa lenda do cinema brasileiro das chanchadas, ao lado de Zé Trindade, Ankito, Oscarito e Grande Otelo.