Boa noite amigos,
Imagem do elenco do remake da Escolinha do Professor
Raimundo. Foto emprestada de paranaonline.com.
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Concebido com o único objetivo de prestar homenagem póstuma
ao humorista Chico Anísio e ao vasto
elenco de comediantes de muitas gerações, nos quase 60 anos de vida da Escolinha do Professor Raimundo, o
remake de 2.015 fez tanto sucesso que a TV Globo decidiu incluí-lo na grade
fixa da emissora. Nesta terceira temporada tem apresentação semanal às 13,30 horas dos domingos. Vi poucos episódios, um dos quais neste domingo. E confirmei a minha
impressão de que o remake é muito bom e pode ser apontado como uma das gratas
revelações dos novos programas de humor da emissora, a despeito de conservar a
velha fórmula de explorar uma sala de aula com alunos de várias origens e perfis, sob o comando do Professor Raimundo Nonato, um nordestino como o
próprio Chico Anísio, nascido em Maranguape, no agreste do Ceará. Os atores e
atrizes escolhidos para viver os velhos personagens se superam na difícil
missão de caracterizá-los. Bruno Mazzeo, o filho e sucessor artístico do pai, Chico
Anísio, comanda a sala de aula com a mesma inteligência e maestria do pai. Marcelo
Adnet, no papel de Rolando Lero,
personagem imortalizado por Rogério Cardoso, demonstra toda a sua facilidade na
arte de imitação; Matheus Solano, o impagável Zé Bonitinho, do lendário Jorge
Loreto, a Catifunda de Zilda Cardoso, reencarnada na pele de Dani Calabresa, uma das mais
talentosas comediantes da nova geração, Marcos Caruso, como o homossexual Seu Peru, vivido outrora
por Orlando Drummont Cardoso (a semelhança física entre os atores é impressionante),
a magrela Betty Gofman, interpretando Dona Bela, da saudosa Zezé Macedo e,
especialmente, Lúcio Mauro Filho, com toda a sua versatilidade na homenagem que
presta ao seu pai, Lúcio Mauro (o puxa-saco, Sandoval Quaresma) dentre outros,
são exemplos de como o remake conseguiu reviver para a nova e a velha geração, na qual me incluo,
claro, a graça simples do programa de humor de outrora, pelo qual passaram praticamente todos os
comediantes dos vários estilos (Grande
Otelo, Zé Trindade Costinha, Brandão Filho, Sérgio Malandro), muitos dos quais
ganharam visibilidade e surgiram para o sucesso, na oportunidade que lhes
concedeu o olho clínico e a generosidade
de Chico Anísio, como Tom Cavalcante, Pedro Bismarck e Cláudia Gimenez, para
exemplificar.
O clima entre o elenco, sob direção da inexorável (como diria o
Faustão), Cininha de Paula, é do mais
alto astral. Os atores só decoram as suas próprias falas, de tal maneira que a
graça dos textos e das interpretações dos colegas só é sentida no set das
gravações. Daí as risadas constantes e especialmente os aplausos, mais ou menos
efusivos, que eles próprios se concedem reciprocamente, como se fossem mesmo
espectadores, assistindo ao programa em poltronas de um teatro ou na sala de
casa. Surpreendi este domingo a Fernandinha Souza, fazendo foto, com o seu indefectível celular, durante apresentação de Dona
Bela (Betty Gofman), no melhor estilo de
como agiria uma jovem e entusiasta fã qualquer em relação ao seu ídolo. Essa clima espontâneo e alegre contagia a
todos. E, sem dúvida, aos espectadores.A redação final, sob responsabilidade
de Péricles Barros e Marcelo Saback, sem
deixar de contemplar as características dos personagens, pelos quais se tornaram
célebres, passa pelas piadas que envolvem a vida das celebridades, a política e
seu rico cabedal de assuntos que enchem cotidianamente os noticiários das
mídias, os pobres e suas dificuldades, com ênfase, ainda, à malandragem brasileira e as questões de
gênero. Longe, porém, da escatologia e da grosseria que poderia indignar os
defensores mais fanáticos do chamado “politicamente correto”.
Até mais amigos,
P.S. (1) A Escolinha do
Professor Raimundo era apresentada como um quadro do programa de humor nominado
de Noites Cariocas na TV Rio. Foi também exibido pelas extintas, TV Excelsior e
TV Tupi, até sua estreia na TV Globo, ainda como um dos módulos do programa Chico
City. Só na década de 90 que ganhou autonomia, a pedido do próprio Chico Anysio;
P.S. (2) A atriz Betty
Gofman, ao mesmo tempo em que interpreta Dona Bela, personagem de Zezé Macedo,
leva para o teatro a peça “A inesquecível Zezé Macedo”, uma biografia da
comediante morta em 1.999 que se converteu numa lenda do cinema brasileiro das
chanchadas, ao lado de Zé Trindade, Ankito, Oscarito e Grande Otelo.
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