Boa noite amigos,
Imagem de capa do livro biografia de
Marlon Brando.
|
Escrita pelo respeitável jornalista e novelista francês, François Forestier, traduzida por Clóvis Marques para o português e lançada no Brasil pela Editora Objetiva,
em 2.014, MARLON BRANDO – A FACE SOMBRIA DA
BELEZA, é uma biografia do ator considerado o melhor e mais influente de
sua geração, além de ser reputado um dos mais belos e sedutores do mundo, ao
lado de ALAIN DELON. Confesso que
não sou propriamente apaixonado pelo gênero, na medida em que a vida privada,
quiçá secreta, de celebridades, não me seduz, nem me importa. Prefiro conhecer
as suas obras e apreciá-las ou não. E preservar o mito, não o homem ou a mulher
que está por trás dele. Mas a ânsia de conhecer detalhes dos bastidores de Hollywood, de atores e atrizes da época
de ouro do cinema, dos filmes que me cativaram nas décadas de 50 e 60, assim
como o que acontecia nos sets de gravações e como nasceram os roteiros, os
romances, as grandes produções, os sucessos inesperados, os fracassos
retumbantes de bilheteria ou crítica, as grandes adaptações de obras literárias
para o cinema, tudo isso que está no entorno da magia da sétima arte me levam a
eventualmente manifestar certo interesse por uma ou outra obra específica
do gênero. Comprei assim o livro numa de minhas muitas investidas pelas
livrarias da vida, depois de pesquisar sobre a reputação do jornalista e
escritor, à cata de algo que me parecesse relevante ou que valesse a pena, dependendo,
sempre e é claro, dos meus reais
interesses momentâneos, pois assim como confessa Cecília Meirelles em seu poema Lua
Adversa, também tenho “fases como a lua”. As famosas e
inesquecíveis personagens que o ator desempenhou no cinema, em filmes como Sindicato
dos Ladrões, O Poderoso Chefão, Apocalypse
Now, Uma Rua Chamada Pecado, estavam e estão guardadas
para sempre na minha memória dos grandes atores e atrizes e dos filmes extraordinários,
que marcaram época e se eternizaram na história da sétima arte. Li o livro e o
achei meritório desse ponto de vista, além é, claro, das opiniões manifestadas
por todos aqueles que o jornalista ouviu para colher dados e impressões.
Foto dos últimos anos de vida do ator, doente e obeso.
Imagem emprestada de www.ameninaquecompravalivro
com.br
|
E
foram muitas as personalidades consultadas, na longa lista de agradecimentos que
o autor publica, ao final da narrativa. Claro que o autor mostra os eventos da
vida privada de Brando, relata as
conquistas obtidas em função de sua inteligência e perspicácia, o seu poder de
controle e sedução de homens e mulheres, as esposas e os filhos, e todos os
dramas que marcaram a sua vida de 80 intensos anos. Mas para contar essa
história o escritor necessariamente se reporta à influência e participação de
outros grandes atores e divas do cinema, de escritores e dramaturgos como Tenesse Williams, de cineastas do porte
de Francis Ford Coppola, de produtores
poderosos e tudo que gira em função do cinema. Para quem gosta de cinema. Para
quem, como eu, conheceu e apreciou parte considerável da filmografia de Marlon Brando e viveu a época em que ele era celebrado como o
grande e definitivo mito do cinema, arrastando para as bilheterias do mundo
inteiro, milhões de fãs que queriam vê-lo representar, ou simplesmente
contemplá-lo como um sex- simbol (esses fãs, como eu,
homens ou mulheres, devem estar certamente beirando os 60 anos), a biografia é
curiosa e interessante.
Até amanhã amigos,
P.S. (1) - Para nós brasileiros há uma curiosidade extra na vida e
filmografia de Marlon Brando. O seu
filmeUltimo
Tango em Paris de 1.972, foi proibido no Brasil, pela censura da
ditadura militar, considerado imoral, pelo alto grau de erotismo, pelas cenas seguidas de sexo envolvendo os
protagonistas (Brando e a então jovem
atriz Maria Schneider). E a
proibição, é claro, gerou entre nós intensa curiosidade. Ficou famosa a chamada
cena da manteiga em que Brando usa o
produto para facilitar a penetração em suposta cena de sexo anal. O filme, com
o fim da ditadura, foi liberado, mas rendeu declarações muito fortes por parte
da atriz que se disse sentir-se estuprada com a postura tanto de Bertolucci, quanto de Brando, este ao sugerir cenas que não
estavam no roteiro;
P.S. (2) O original, com o título de Un Si beau Monstre (Um
Monstro tão Bonito) foi publicado em 2.012 pela Editora Albin Michel;
P.S. (3) O autor François
Forestier é jornalista da revista Nouvel
Observateur e escreveu inúmeros romances e biografias, dentre as quais: “Aristóteles Onassis – O homem que queria
tudo” (2.006), “Martin Luther King, O
visionário” (2.008) e “Marilyn e JFK - história (2.008). Este último foi
um sucesso retumbante e publicado em 10 idiomas;
P.S. (4) O cineasta Martin
Scorsese sobre o polêmico ator: “Ele
é o marco. Há o “antes de Brando” e o “depois de Brando”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário