terça-feira, 30 de janeiro de 2018

MARLON BRANDO - A FACE SOMBRIA DA BELEZA - BIOGRAFIA DO MITO DO CINEMA

Boa noite amigos,

Imagem de capa do livro biografia de
Marlon Brando.
Escrita pelo respeitável jornalista e novelista francês, François Forestier,  traduzida por Clóvis Marques para o português e lançada no Brasil pela Editora Objetiva, em 2.014,  MARLON BRANDO – A FACE SOMBRIA DA BELEZA, é uma biografia do ator considerado o melhor e mais influente de sua geração, além de ser reputado um dos mais belos e sedutores do mundo, ao lado de ALAIN DELON. Confesso que não sou propriamente apaixonado pelo gênero, na medida em que a vida privada, quiçá secreta, de celebridades, não me seduz, nem me importa. Prefiro conhecer as suas obras e apreciá-las ou não. E preservar o mito, não o homem ou a mulher que está por trás dele. Mas a ânsia de conhecer detalhes dos bastidores de Hollywood, de atores e atrizes da época de ouro do cinema, dos filmes que me cativaram nas décadas de 50 e 60, assim como o que acontecia nos sets de gravações e como nasceram os roteiros, os romances, as grandes produções, os sucessos inesperados, os fracassos retumbantes de bilheteria ou crítica, as grandes adaptações de obras literárias para o cinema, tudo isso que está no entorno da magia da sétima arte me levam a eventualmente manifestar certo interesse por uma ou outra obra específica do gênero. Comprei assim o livro numa de minhas muitas investidas pelas livrarias da vida, depois de pesquisar sobre a reputação do jornalista e escritor, à cata de algo que me parecesse relevante ou que valesse a pena, dependendo, sempre e é claro,  dos meus reais interesses momentâneos, pois assim como confessa Cecília Meirelles em seu poema Lua Adversa,  também tenho “fases como a lua”. As famosas e inesquecíveis personagens que o ator desempenhou no cinema, em filmes como Sindicato dos Ladrões, O Poderoso Chefão, Apocalypse Now, Uma Rua Chamada Pecado, estavam e estão guardadas para sempre na minha memória dos grandes atores e atrizes e dos filmes extraordinários, que marcaram época e se eternizaram na história da sétima arte. Li o livro e o achei meritório desse ponto de vista, além é, claro, das opiniões manifestadas por todos aqueles que o jornalista ouviu para colher dados e impressões. 
Foto  dos últimos anos de vida do ator, doente e obeso.
Imagem emprestada de www.ameninaquecompravalivro
com.br

E foram muitas as personalidades consultadas, na longa lista de agradecimentos que o autor publica, ao final da narrativa. Claro que o autor mostra os eventos da vida privada de Brando, relata as conquistas obtidas em função de sua inteligência e perspicácia, o seu poder de controle e sedução de homens e mulheres, as esposas e os filhos, e todos os dramas que marcaram a sua vida de 80 intensos anos. Mas para contar essa história o escritor necessariamente se reporta à influência e participação de outros grandes atores e divas do cinema, de escritores e dramaturgos como Tenesse Williams, de cineastas do porte de Francis Ford Coppola, de produtores poderosos e tudo que gira em função do cinema. Para quem gosta de cinema. Para quem, como eu, conheceu e apreciou parte considerável da filmografia de Marlon Brando e  viveu a época em que ele era celebrado como o grande e definitivo mito do cinema, arrastando para as bilheterias do mundo inteiro, milhões de fãs que queriam vê-lo representar, ou simplesmente contemplá-lo como um sex- simbol (esses fãs, como eu, homens ou mulheres, devem estar certamente beirando os 60 anos), a biografia é curiosa e interessante.


Até amanhã amigos,


P.S. (1) - Para nós brasileiros há uma curiosidade extra na vida e filmografia de Marlon Brando. O seu filmeUltimo Tango em Paris de 1.972, foi proibido no Brasil, pela censura da ditadura militar, considerado imoral, pelo alto grau de erotismo,  pelas cenas seguidas de sexo envolvendo os protagonistas (Brando e  a então jovem atriz Maria Schneider). E a proibição, é claro, gerou entre nós intensa curiosidade. Ficou famosa a chamada cena da manteiga em que Brando usa o produto para facilitar a penetração em suposta cena de sexo anal. O filme, com o fim da ditadura, foi liberado, mas rendeu declarações muito fortes por parte da atriz que se disse sentir-se estuprada com a postura tanto de Bertolucci, quanto de Brando, este ao sugerir cenas que não estavam no roteiro;
P.S. (2) O original, com o título de Un Si beau Monstre (Um  Monstro tão Bonito) foi publicado em 2.012 pela Editora Albin Michel;
P.S. (3) O autor François Forestier é jornalista da revista Nouvel Observateur e escreveu inúmeros romances e biografias, dentre as quais: “Aristóteles Onassis – O homem que queria tudo” (2.006), “Martin Luther King, O  visionário” (2.008) e “Marilyn e JFK - história (2.008). Este último foi um sucesso retumbante e publicado em 10 idiomas;
P.S. (4) O cineasta Martin Scorsese sobre o polêmico ator: “Ele é o marco. Há o “antes de Brando” e o “depois de Brando”.



Nenhum comentário:

Postar um comentário