Boa noite amigos,
Henry Louis Mencken (1880-1956), um americano de origem judaica, foi considerado o precursor do modernismo americano por Edmund Wilson e, sem ele, nos anos 20, o país não estaria, garante o saudoso Paulo Francis, "aplainado para F. Scott Fiztgerald e Ernest Hemingaway". Versátil, quando morreu em 1956, a grande dificuldade da imprensa, segundo Ruy Castro, que traduziu e escreveu o prefácio de sua obra O Livro dos Insultos (Companhia das Letras), uma seleção de muitos artigos que escreveu para jornais, teria sido escolher uma classificação que melhor o definisse: repórter, crítico, colunista, editor, polemista, escritor, filólogo, humorista. Em verdade ele foi tudo isso com muita autenticidade e talento. Li e reli muitas vezes essa coletânea, composta de artigos diversificados, nos quais sustenta o seu pensamento sobre o mundo, a religião, o amor, a vida e a morte, o sentimentalismo e tantos outros temas. Sobre o Médico e a Medicina Preventiva cutucou: “A medicina preventiva é a corrupção da medicina pela moralidade. É impossível encontrar um médico que nāo avacalhe a sua teoria da saúde com a teoria da virtude. Toda a medicina, de fato, culmina numa exortação ética. Isto resulta num conflito diametral com a ideia da medicina em si. O verdadeiro objetivo da medicina não é tornar o homem virtuoso; é o de protegê-lo e salvá-lo das consequências de seus vícios. O médico não prega o arrependimento; ele oferece a absolvição." Conhecer o seu pensamento, a sua personalidade voltada para a polêmica e a crítica, as suas frases famosas, enfim inebriar-se um pouco com os ataques de sua língua afiada e maldita é uma empreitada interessante. E que viva a diversidade em qualquer de suas facetas.
Até mais amigos.
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