Boa noite amigos,
Pombo correio/voa depressa/E esta carta leva para o meu amor/Leva no bico/Que eu aqui fico esperando/Pela resposta que é pra saber se ela ainda gosta de mim/. Esses os primeiros versos da canção romântica que Moraes Moreira cantava no final dos anos 70. Pombos-correio ou pombos-correios, dois plurais considerados igualmente corretos pelos melhores dicionários de língua portuguesa, são espécies de aves capazes de levar mensagens de um ponto para onde são transportadas para o caminho de volta. Eles sempre voltam para casa. E por via aérea. Os pombos-correios, já se prestavam a essa finalidade cerca de 3.000 anos A.C., no Antigo Egito e reis e rainhas, amigos e inimigos e, especialmente, amantes se serviram deles como transportadores eficientes, leais e especialmente baratos. Aliás, gratuitos, pois nunca se soube que qualquer deles tenha cobrado para executar o serviço. Ao menos em pecúnia.
Passaram os tempos e o avanço da tecnologia aposentou esse
grande protagonista das interlocuções impossíveis ou improváveis, românticas ou
não. E agora surgiram os drones, maquinas estranhas que, de forma controlada e
com a eficiência de um míssil, cumprem a função de transportar mensagens e
objetos no interesse do seu senhor ou dono entre dois pontos: a origem e o destino.
Sem dúvida o drone é o sucessor do pombo-correio. Sem beleza, sem naturalidade,
sem romantismo e por cima de caráter duvidoso. Não conta com a lealdade e a
confiança de seu ancestral. E ainda serve para realizar tarefas ilícitas e
escusas, como levar celulares para dentro dos presídios. Acabo de ler numa
plataforma digital que, em Uberlândia, enquanto simpatizantes e
correligionários de candidatos do PT e do PSD aguardavam um encontro político
entre o ex-Presidente Lula e o Prefeito de Belo Horizonte, um drone sobrevoou o espaço, lançando sobre
ele e os presentes fezes e urina. Muita correria e indignação geral foi o
resultado dessa merda que caiu do céu e que nada teve a ver com a ira divina
ou, até onde se sabe, com o antagonista político ora instalado no Planalto. Sugiro
que façamos um movimento pela volta do pombo-correio. Nem que seja só para
cantar como o fazia o saudoso Moraes Moreira: Pombo correio/ se acaso um
desencontro acontecer/ não perca nem um só segundo/ Voar o mundo se preciso
for/ O mundo voa mas me traga uma notícia boa.
Até mais amigos.
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