sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

O HAVER - VINÍCIUS DE MORAES

Boa tarde amigos,



Na vasta antologia do poeta, compositor, músico e diplomata,  Vinícius de Moraes, encontra-se  um poema profundo, denominado O HAVER,  que teria sido alterado em parte pelo autor, algumas vezes, sem que ocorresse, contudo,  mudança na sua essência. Musicado pelo também compositor, Edu Lobo e bastante complexo, na  opinião dos mais variados críticos literários, especialistas em sua obra,  é fruto de uma reflexão  do "poetinha", (epíteto que lhe atribuiu um dia a saudosa cantora Elis Regina) a respeito da natureza humana e sua contingência (Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo. Perdoai. Eles não têm culpa de ter nascido).  Nele Vinícius, com rara maestria, vai construindo seu pensamento, por meio de  metáforas  (Resta esse coração queimando como um círio numa catedral em ruínas, essa tristeza diante do cotidiano ou essa súbita alegria ao ouvir na madrugada passos que se perdem sem memória....), pelas quais expressa os seus sentimentos acerca da vida e da morte, da tristeza e da alegria, da culpa,  das injustiças sociais, da pequenez do homem diante do universo (Resta essa imobilidade, essa economia de gestos, essa inércia cada vez maior diante do infinito),  da auto-comiseração e da  suposta inutilidade dos poetas e de suas poesias para mudar a realidade  (Resta essa vontade de chorar diante da beleza, essa cólera cega em face da injustiça e do mal-entendido, essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa piedade de si e de sua inútil poesia e sua força inútil). E conclui o seu lamento, a sua catarse, à espera da  morte inevitável,  na figura de uma mulher e que chega,  como uma velha amante, agora sua mais  nova e definitiva companheira  (Resta esse diálogo cotidiano com a morte. Esse fascínio pelo momento a vir, quando emocionada ela virá me abrir a porta como uma velha amante. Sem saber que é a minha mais nova namorada).  Sem o prestígio de outras poesias e composições de Vinícius, como o Soneto da Fidelidade, Garota de Ipanema etc. etc., considero esse um dos mais relevantes poemas da segunda geração do modernismo brasileiro, ao qual pertencia o artista.

Grande abraço amigos!



 

 

sábado, 8 de fevereiro de 2025

ESFINCTERES E A VIDA QUE SEGUE

 

Bom dia amigos,


Cá eu dando tratos a bola, o que não me é incomum, acabei por imaginar um comparativo entre a anatomia do ser humano e a sua vida, que segue sempre em frente, apesar dos pesares. Explico: Quando o Criador esboçou a anatomia do corpo do homem e da mulher,  não esqueceu de enchê-la de  cavidades e de ..... esfíncteres!   Isso mesmo. Esfincter é o nome genérico dado aos músculos circulares que fecham as cavidades a que correspondem. Temos vários: esfíncter da bexiga, da boca, da vagina, do ânus, do esôfago. Em suma, tudo que ingerimos, que entra pela boca, deve seguir o seu destino pelos órgãos que integram o sistema digestivo. E os alimentos,  transportados e transformados em vitaminas, proteínas, minerais, carboidratos, etc., vão seguindo o seu rumo até que as sobras inaproveitáveis sejam expelidas. O perfeito desempenho das esfíncteres garantem o funcionamento natural dos nossos órgãos no exercício de suas funções. Aqui nada do tal  “junto e misturado”.  Não há, ou não deve haver nesse processo, retorno.   Assim também ocorre com a nossa existência. Não podemos viver ou nos prender ao passado. Ele já não existe. Um enorme esfíncter chamado “tempo” se encarrega de fechar  cada ciclo, obrigando-nos a viver sempre e apenas o presente na perspectiva de um futuro ignorado. A lógica da anatomia humana e dos processos do sistema digestivo vale igualmente para a vida. Bora, então, meus amigos, vivenciar com intensidade o momento presente, seja de festa ou de luto. E em seguida, fechar o ciclo. Do passado nos restam apenas as lembranças e as experiências. Do futuro, sempre hipotético, precisamos no presente de  bons e nobres projetos,  na mira dos quais encontramos, a cada dia,  razão ou objetivo para caminhar na trajetória incerta dessa vida terrena e contingente.

Forte abraço.

 

P.S. (1) A imagem acima, de parte do corpo humano, simula uma esfincter do estômago.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

SETENTA E TRÊS ANOS - FELIZ ANIVERSÁRIO.

TREZE

VINTE E TRÊS

TRINTA E TRÊS

QUARENTA E TRÊS

CINQUENTA E TRÊS

SESSENTA E TRÊS

SETENTA E TRÊS

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OMISSIS

Omissis.

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