Boa noite amigos,
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Cena do longa com destaque ao casal protago- nista. |
No distante ano de 1.954, o
britânico, Alfred Hitchcook, então na
fase de Hollywood, lançava mais um longa
que faria sucesso e seria elogiado pelo
público e crítica especializada. Só vi o
filme 71 anos depois, agora em 2.025, por sugestão constante de playlist da companhia
aérea pela qual viajei de Paris a Campinas, agora em outubro. Trata-se de mais
um clássico delicioso de assistir,na vasta filmografia do diretor, ao lado de outros como Um Corpo que Cai, Os
Pássaros e Psicose, pela
técnica por ele utilizada, conhecida
como decupagem, expressão
originária do verbo francês, dècouper, que significa
recortar, dividir um roteiro em cenas, sequências e planos numerados. No melhor
estilo de Agatha Christie, a rainha da
literatura inglesa de suspense, o script gira em torno do planejamento
detalhado de um crime encomendado pelo marido, Tony Wendice (Ray Millan) para matar a própria
mulher, a ricaça senhora Margot Mary
Wendice (Grace Kelly), de quem suspeita de traição, e
daí por diante toda a investigação detalhada para encontrar a motivação do
crime e o criminoso, autor intelectual do delito, que, não participando da
execução, cuidou de incrementar o seu álibi. A forma de desenvoltura do roteiro, o seu
encadeamento, a maneira especial de gravar, não deixa o menor espaço para que o
espectador se distraia um só minuto. Daí a pertinência do depoimento que outro
grande diretor, Scorsese, deu em entrevista realizada por Thierry Jousse e Nicolas Saada (Londres,
3 de fevereiro de 1996): “Disque M para Matar é um filme maravilhoso de assistir. Uma lição de decupagem –
tanto que o aconselho frequentemente a meus estudantes. Foi vendo-o, em alto relevo, há 2 anos é que o
compreendi”. E mais adiante: “O mais importante é o momento onde ele decide mudar o valor do
quadro. É muito sutil. Ele não coloca um plano fechado repentinamente na tela.
Ele move um pouco a câmera, ele ligeiramente muda o valor do quadro". É uma oportunidade ímpar, também, para ver na
tela e conhecer, portanto, a famosa
atriz, Grace Kelly, que participou também de outros dois filmes do
cineasta, Janela Indiscreta (1.954) e Ladrão
de Casaca (1.955), antes de abandonar
a carreira para se casar com o príncipe de Mônaco. Duas curiosidades do
cineasta: a) sempre escolher uma atriz loira, de preferência loiríssima, para
suas protagonistas (além de Grace Kelly,
Kim Novac em Um Corpo Que Cai (1.958) e
Janet Leigh em Psicose (1.960); b) ele
próprio aparecia em seus filmes, sem entrar na história, primeiro por acidente
no filme O Inquilino (1.927), para substituir um ator que havia faltado
à gravação, e, depois, simplesmente para conectar-se com o público, assim
criando uma tradicional brincadeira. Gosto do gênero, do cineasta morto em
1.980 e de seus filmes todos na linha do suspense. O principal deles, Psicose,
além da cena icônica do assassinato da personagem, Marion Crane, vivida por Janet Leigh, pelo psicopata, Norman Bates (Antony Perkins), na conhecida cena do banheiro, tem um dos finais mais surpreendentes e
sensacionais que já vi.
Até mais amigos.
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