Boa noite amigos,
Cavani - atleta do Paris San Germain da França e da Seleção
Uruguaia, autor de um dos gols na partida de hoje. Imagem
emprestada de www.mercadofutebol.com.
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Logo depois da goleada
que o Brasil sofreu para a Alemanha na Copa de 2.014, seguida
de outra para a Holanda, pelo
terceiro lugar, afirmei nesta coluna, que um dos problemas
daquela seleção era, sem dúvida, não ter disputado as Eliminatórias, circunstância que teria permitido não só buscar o
necessário melhor entrosamento da equipe pela obrigação de obter a vaga, o que ela não mostrou em nenhuma das partidas,
como também, com a serenidade necessária, detectar os seus profundos defeitos,
que acabaram sendo escamoteados com a ilusória vitória de 3 a 0 sobre a sonolenta e desinteressada campeã do mundo, a seleção espanhola, e o
título simbólico da Copa das
Confederações um ano antes. Dormimos em berço esplêndido. A Copa estava no
papo. Ainda mais sendo no Brasil. Já
se vaticinava o resgate do sentimento nacional depois da catástrofe da Copa de 50, no Maracanã. Pois bem,
depois da humilhação, voltamos à realidade, assumindo a necessidade de um recomeço, com a troca da Comissão Técnica e a disputa das Eliminatórias para a Copa de 2.018, que agora a noite
concluiu a 5ª. rodada. Jogando na Arena
Pernambuco, com o maciço apoio dos fanáticos torcedores pernambucanos, a
seleção canarinho, depois de estar vencendo pelo placar de 2 a 0, permitiu o
empate do Uruguai e sofreu bastante para não sair de campo com
uma derrota, de virada, pelo placar de 3
a 2, o que seria justo. Mas estamos longe do final das eliminatórias que
prevê ainda mais 13 das 18 partidas para cada uma das seleções. E, melhor do
que se esperava, a seleção brasileira, com 08 pontos em 15 disputados,
encontra-se em posição mediana, em 3º
lugar, com a mesma pontuação que o Paraguai,
que se mantém em 4º, por causa do
critério de saldo de gols (3 contra 1).
Nada mal, mas também não dá para achar que tudo está bem. A equipe carece
claramente de uma liderança em campo, capaz de botar “ordem na casa”, nos momentos em que a produção cai durante o jogo,
toma um ou mais gols, ou que o adversário passa a exercer forte pressão. Um “xerifão” que saiba “ler o jogo”, como dizem os especialistas; que possa se impor e
seja respeitado pelos companheiros, uma função que o hoje técnico Dunga executou, como atleta, com sucesso, na vitoriosa seleção de 94, que conquistou o
tetracampeonato nos Estados Unidos.
Há outras deficiências. Neymar,
nosso único jogador considerado fora de série há tempos vem jogando abaixo
de suas condições reais, evidenciando a mais absoluta falta de equilíbrio
emocional. Se isso decorre ou não dos problemas que vem enfrentando com a
justiça espanhola, por causa da transferência para o Barcelona, ou não, é
questão pessoal que transcende a análise esportiva. O fato é que um atleta pode
passar por delicada situação, seja familiar, seja decorrente de doença, de
ordem financeira, pessoal, emocional, como qualquer ser humano que é. No caso
da seleção brasileira é preciso que ela se liberte da dependência seja desse
atleta, seja de qualquer outro considerado individualmente. Se se pode contar
com ele em boas condições, ótimo. Se não, é preciso ter plano B, como em tudo na vida.
Jonas centroavante da Seleção Brasileira e atleta do Benfica de Portugal. Imagam emprestada de www.maisfutebol.iol.pt. |
Neymar
em campo, além de não estar rendendo o que dele é lícito esperar, pode (uso o verbo no condicional por se tratar de
hipótese) estar afetando o equilíbrio emocional de toda a equipe, que vê
nele o padrão, a perfeição esperada. Em cinco rodadas, Neymar jogou três jogos e já está suspenso para o jogo de
quarta-feira próxima, contra o Paraguai,
em Assunção. Ou seja, jogará três de
seis jogos, apenas metade, por causa de cartões vermelhos e amarelos que
recebeu em razão de violação de regras esportivas. Há pontos positivos, sem
dúvida. William continua sendo o
nosso melhor jogador nestas eliminatórias, demonstrando raça e velocidade,
exercendo, não raro, a função de um ponta direita que vai à linha de fundo com
facilidade e alça a bola para seus
companheiros na área adversária, uma das mais eficientes jogadas para
neutralizar a retranca de adversários, sobretudo quando jogam por aqui. Renato
Augusto vem se firmando como um meia atacante competente que tem boa visão do campo
de jogo, sabe girar no meio de campo, e
criar boas situações de ataque, além de às vezes surgir em boas condições de concluir
a gol, com oportunismo de centroavante.
Mas a dupla de zaga está devendo e precisa ser cobrada ou incomodada. David Luiz hoje fez uma péssima partida.
Lento e perdendo o tempo da bola, foi diretamente responsável pelos dois gols
uruguaios e não fosse uma grande defesa
à queima roupa do goleiro Alisson,
numa bola por ele recuada nos pés do oportunista Suarez, teria decretado a derrota da seleção brasileira, por um placar
de virada. Nada disso desmerece o desempenho da boa seleção do Uruguai, uma das melhores dos últimos
tempos e que não se entregou, nem se desesperou em nenhum momento da peleja,
mesmo sofrendo dois gols, um deles a menos de um minuto de jogo. Destaque para
o ataque com Cavani e Suarez, justamente os autores dos dois
gols da Celeste. Vamos ver o que
acontece quarta-feira próxima em Assunção,
quando a seleção jogará fora de casa, contra uma equipe bem entrosada e sem Neymar, mas possivelmente com um
centroavante de referência, Ricardo
Oliveira ou Jonas, que poderá
estrear.
Até mais amigos,
P.S. Jonas
começou a carreira nos juniores do Guarani
Futebol Clube. Depois de grande destaque na categoria sub-20 do Bugre, estreou como profissional, no Guarani, aos 20 anos em
2.003. Foi um dos artilheiros da Série
B de 2.005, com 12 gols, destacando-se ainda na Copa do Brasil e no Campeonato
Paulista. Foi transferido para o
Santos e jogou ainda no Grêmio,
antes de seguir para o exterior. Jogou no Valença
da Espanha e atualmente é jogador do Benfica
de Portugal e o atual artilheiro europeu. Pode fazer sua estréia pela seleção brasileira
na próxima quarta-feira;
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