Boa noite amigos,
Uma parte da crítica
achou muitos defeitos e fala de abuso no uso de clichês. O cinéfilo comum
gostou. E muito! Prova de uma e de outra afirmação pode-se conferir na
avaliação de um blog especializado em sétima arte e em reunir críticas e atribuir conceitos em
forma de estrelas de 0 a 5, entre internautas, público em geral e
avaliação dos especialistas feitas nos principais veículos de imprensa.
Particularmente fiquei bem impressionado com o roteiro adaptado e com o andamento do drama, cujo desfecho não me pareceu tão previsível quanto possa parecer, embora não seja mais
novidade a exploração do gênero drama/policial, com ênfase para debates travados
em tribunais criminais e a estratégia de promotores e advogados, para vencer a causa. Há bons filmes a esse respeito como 12 Homens e uma Sentença (1957) e O
Advogado do Diabo (1.997), para
citar dois. Com competente direção de David
Dobkin, o drama, um roteiro adaptado do livro do mesmo nome do consagrado
escritor, John Gusham, especialista
em dramas forenses e familiares, conta a
história do velho Juiz Joseph Palmer (numa magistral interpretação do
veterano Robert Duvall), que, depois
de mais de 45 anos de uma judicatura da qual se orgulha, é acusado de ter cometido homicídio, na mesma
noite em que enviuvou, e o difícil e traumático relacionamento dele com um de seus três filhos, justamente o
advogado Hans Palmer (Robert Downey
Junior), que se afastou da família durante anos e que agora retorna para o
velório da mãe e vê o pai ser acusado de um crime que ele duvida possa ele ter
cometido. Cioso de sua qualidade profissional e disposto a defender o pai, vê-se tolhido, porém, pela
negativa deste em contratá-lo, preferindo atribuir a sua defesa a
um jovem e inexperiente advogado. As cenas passadas no Tribunal, porém, não
constituem a essência do longa, que mais se concentra na problemática de uma
família dilacerada pelos desencontros do passado e no esforço de cada um de seus membros para restabelecer o elo perdido, buscando o resgate das raízes afetivas, para o que não se dispensa o exercício de catarse, que envolve necessariamente admissão
de culpas e concessão de perdões. Não se trata de um filme sensacional, mas sem dúvida é um
filme bom, muito bom, daqueles que vale a pena assistir e se emocionar se
puder. Há cenas, diálogos e interpretações suficientes para isso.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) O diretor e
roteirista David Dobkin tem em sua
filmografia duas comédias que fizeram muito sucesso no Brasil: Bater ou Correr em
Londres (Shanghai Knigths, no
original americano), de 2.003 e Penetras
Bons de Bico (Wedding Crashers, no original), de 2.005, este o seu maior
sucesso de bilheteria em todo o mundo;
P.S. (2) Dentre os
especialistas que consideraram o filme O Juiz como um filme de médio para bom está o conhecido comentarista
de cinema, Rubens Ewald Filho (3
estrelas), e de bom para ótimo, o jornal
a Folha de São Paulo (4 estrelas);
P.S. (3) O cinqüentão Robert Downey Junior é um dos
queridinhos de Hollywood e nosso
velho conhecido por ser expert em
protagonismos de heróis e famosos. Foi,
dentre outros, o Hulk, de O
Incrível Hulk (2.008), o Sherlock
Holmes do filme do mesmo nome (2.009), o Homem de Ferro na trilogia Iron Man 1 (2.007), 2 (2.010) e 3
(2.013). E vem aí o Capitão América:
Guerra Civil, de 2.016;
P.S. (4) Robert Duvall é um veterano ator de
cinema e televisão, com 85 anos de idade, nascido em San Diego, na California
e que foi indicado, em 2.015, para o Oscar,
na categoria de melhor ator coadjuvante por
sua atuação como o Juiz Joseph Palmer
em The
Judge, mas não venceu. Ganhou porém o Oscar de Melhor Ator em 1.984,
por sua atuação em Tender Mercies, um
delicado filme de 1.983, que no Brasil
recebeu o título de A Força do Carinho. É detentor ainda de quatro troféus do Globo
de Ouro e de outros prêmios importantes do cinema e televisão americanos e
estrangeiros;
P.S. (5) a imagem da
coluna de hoje foi emprestada do blog animação.com.,
do jovem Henrique Rizatto, especializado
em comentário sobre cinema e eventos culturais.
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