quarta-feira, 23 de março de 2016

CINEMA: O JUIZ (THE JUDGE)

Boa noite amigos,

Uma parte da crítica achou muitos defeitos e fala de abuso no uso de clichês. O cinéfilo comum gostou. E muito! Prova de uma e de outra afirmação pode-se conferir na avaliação de um blog especializado em sétima arte e  em reunir críticas e atribuir conceitos em forma de estrelas de 0 a 5, entre internautas, público em geral e avaliação dos especialistas feitas nos principais veículos de imprensa. Particularmente fiquei bem impressionado com o roteiro adaptado e com o andamento do drama, cujo desfecho não me pareceu tão previsível quanto possa parecer, embora não seja mais novidade a exploração do gênero drama/policial, com ênfase para debates travados em tribunais criminais e a estratégia de promotores e advogados, para vencer a causa.  Há bons filmes a esse respeito como 12 Homens e uma Sentença (1957) e O Advogado do Diabo (1.997), para citar dois. Com competente direção de David Dobkin, o drama, um roteiro adaptado do livro do mesmo nome do consagrado escritor, John Gusham, especialista em dramas forenses e familiares, conta a história do velho Juiz Joseph Palmer (numa magistral interpretação do veterano Robert Duvall), que, depois de mais de 45 anos de uma judicatura da qual se orgulha, é acusado de ter cometido homicídio, na mesma noite em que enviuvou, e o difícil e traumático relacionamento dele  com um de seus três filhos, justamente o advogado Hans Palmer (Robert Downey Junior), que se afastou da família durante anos e que agora retorna para o velório da mãe e vê o pai ser acusado de um crime que ele duvida possa ele ter cometido. Cioso de sua qualidade profissional e disposto a defender o pai,  vê-se tolhido, porém,  pela negativa deste em contratá-lo, preferindo atribuir a sua defesa a um jovem e inexperiente advogado. As cenas passadas no Tribunal, porém, não constituem a essência do longa, que mais se concentra na problemática de uma família dilacerada pelos desencontros do passado e no esforço de cada um de seus membros para restabelecer o elo perdido, buscando o resgate das raízes afetivas, para o que não se dispensa o exercício de catarse, que envolve necessariamente admissão de culpas e concessão de  perdões. Não se trata de um filme sensacional, mas sem dúvida é um filme bom, muito bom, daqueles que vale a pena assistir e se emocionar se puder. Há cenas, diálogos e interpretações suficientes para isso.

Até amanhã amigos.
  
P.S. (1) O diretor e roteirista David Dobkin tem em sua filmografia duas comédias que fizeram muito sucesso no Brasil: Bater ou Correr em Londres (Shanghai Knigths, no original americano), de 2.003 e Penetras Bons de Bico (Wedding Crashers, no original), de 2.005, este o seu maior sucesso de bilheteria em todo o mundo;

P.S. (2) Dentre os especialistas que consideraram o filme O Juiz como um filme de  médio para bom está o conhecido comentarista de cinema, Rubens Ewald Filho (3 estrelas),  e de bom para ótimo,  o jornal a Folha de São Paulo  (4 estrelas);

P.S. (3) O cinqüentão Robert Downey Junior é um dos queridinhos de Hollywood e nosso velho conhecido por ser expert em protagonismos de heróis e famosos.  Foi, dentre outros, o Hulk, de O Incrível Hulk (2.008), o Sherlock Holmes do filme do mesmo nome (2.009), o Homem de Ferro na trilogia Iron Man 1 (2.007), 2 (2.010) e 3 (2.013). E vem aí o Capitão América: Guerra Civil, de 2.016;

P.S. (4) Robert Duvall é um veterano ator de cinema e televisão, com 85 anos de idade, nascido em San Diego, na California e que foi indicado, em 2.015, para o Oscar,  na categoria de melhor ator coadjuvante por sua atuação como o Juiz Joseph Palmer em The Judge, mas não venceu. Ganhou porém o Oscar de Melhor Ator em 1.984, por sua atuação em Tender Mercies, um delicado filme de 1.983, que no Brasil recebeu o título de A Força do Carinho. É detentor ainda de quatro troféus do Globo de Ouro e de outros prêmios importantes do cinema e televisão americanos e estrangeiros;


P.S. (5) a imagem da coluna de hoje foi emprestada do blog animação.com., do jovem Henrique Rizatto, especializado em comentário sobre cinema e eventos culturais.

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