Gente,
Atletas do Audax levantando a taça de vice-campeão
do Campeonato Paulista de 2.016.
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Se fosse campeão não
seria nada demais. Nem imerecido, muito ao contrário. Depois de impor uma sonora goleada ao São
Paulo Futebol Clube (4 a 1), nas quartas-de-finais e de despachar o franco
favorito Corinthians Paulista, na semi-finais, em disputa de pênaltis (foi 2 a
2 no tempo normal), o incrível Grêmio
Osasco Audax, em dois jogos consecutivos, fez outro grande, o Santos Futebol Clube se encolher e, em função
da prudência e humildade de seu
experiente treinador, Dorival Junior, optar por jogar como um time pequeno. Isso mesmo. Assim,
abrindo mão da posse de bola e do esquema agressivo que caracterizou a equipe
praiana durante o campeonato, o Peixe
se fechou na defesa e em rápidos e esporádicos contra-ataques, logrou conquistar o título
regional (o 22º de sua história), com um empate em 1 a 1, no primeiro jogo em Osasco e um magro e suado 1 a 0 na Vila Belmiro totalmente tomada por seus torcedores. Parabéns à
equipe de Osasco e especialmente ao seu jovem técnico Fernando Diniz, que deve
merecer uma chance numa grande equipe do país ou do exterior. Para mim foi ele
o melhor técnico do campeonato paulista de 2.016. Impressionou – e muito - o grande entrosamento que a equipe demonstrou,
com um grau de acerto de passes de quase
100% (no último jogo foram mais de 450 passes certeiros, contra menos da metade
do adversário, que teve menos tempo de bola, é certo). O esquema também chamou
atenção. Ou a falta de um fixo, talvez. É um time
que, a exemplo da inesquecível seleção holandesa de 1.974, guardadas obviamente
as devidas proporções, jogou um futebol solidário, com uma impressionante posse de bola, passes
certeiros e rotatividade dos
jogadores, especialmente no meio de campo, o que revelou virtudes homogêneas de versatilidade
e adaptação dos atletas. Uma equipe que defendeu e atacou em bloco, com muita eficiência e velocidade durante os
90 minutos.
O lateral/meiocampista Tchê-Tchê, destaque da equipe
do Audax, já contratado pela equipe do Palmeiras, que
estreou ontem no Campeonato Brasileiro de 2.016.
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Nota 10 também para os responsáveis pelo condicionamento físico, pois não se viu jogador
fisicamente estafado. Anotei também,
como ponto altamente positivo, especialmente nos jogos finais em que a pressão era grande
e grandes os adversários e as camisas, que os meninos do Audax não amarelaram.
Demonstrando confiança e personalidade, foram muitos os chutes de fora da área,
dois dos quais redundaram em golaços no jogo contra o campeão brasileiro do ano
passado. Gostei e muito do que vi. Foi o mais vistoso, o mais bonito e harmônico
futebol que assisti na mesmisse dos jogos dos campeonatos regionais brasileiros dos últimos anos. Por isso faço questão de registrar nesta coluna a equipe
responsável por essa campanha histórica: a do vice campeonato paulista de
2.016. Aliás, a exemplo da Seleção Holandesa de 1.974, que
perdeu a decisão para a fria e burocrática seleção alemã daquela copa. Coisas
dos Deuses dos Estádios, diria um conhecido cronista esportivo campineiro.
Até breve amigos,
P.S. (1) Eis o time do Audax que fez história neste
campeonato: Sidão, Francis, Rodolfo, Yuri, Bruno Silva, Felipe Diadema, Velicka,
Camacho, Tchê Tchê, Juninho, Wellington, Mika, Bruno Paulo, Ytalo;
P.S. (2) O gol do Santos, na final contra o Audax, foi
uma grande jogada do centroavante Ricardo Oliveira, que, sozinho, recebeu o
passe fora da área e mesmo marcado por dois
jogadores, conseguiu tocar para as redes fora de alcance do goleiro Sidão. O
atleta continua tendo lugar na seleção
do técnico Dunga, com inteira justiça.
P.S. (3) O Audax nasceu
no ano de 1.985, ainda como Pão de Açúcar, uma equipe montada por Abílio Diniz,
com o objetivo de investir em atletas de
base. Em poucos anos e algumas transformações alcançou sucessivos acessos: da
quarta, para a terceira divisão. Da terceira para a segunda e desde o ano
passado está na elite do futebol de São Paulo. A campanha do vice-campeonato
garantiu ao clube a disputa da Copa do Brasil de 2.016 e o ingresso na série D
do Campeonato Brasileiro;
P.S. (4) A inesquecível seleção holandesa de
1.974 teve como seu principal jogador o atacante Cruyff, recentemente falecido.
Foi um dos maiores jogadores de todos os tempos e um treinador revolucionário.
O time vice-campeão era assim formado: Jan Jongbloed, Wim Suurbier, Arie Haan,
Wim Rijsbergen e Ruud Krol; Wim Jansen, Johan Neeskens e Van Hanegem; Rob
Rensenbrink, Johan Cruyff e Johnny Rep. O técnico era Rinus Michels;
P.S. (5) Johan Cruyff
foi treinador do Ajax e do Barcelona. Na equipe catalã ficou de 1.988 a 1.996 e
é considerado o grande responsável pela implantação do futebol eficiente e
envolvente do Barcelona, que há anos vem encantando o mundo.
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