segunda-feira, 22 de agosto de 2016

OLIMPÍADAS DO RIO-2016. O BRASIL É OURO NO FUTEBOL MASCULINO.

Amigos,

Neymar agradece aos céus o gol que deu o Ouro à Seleção

Brasileira Olimpica no Maracanã, no penúltimo dia de   --

competição das Olimpíadas de 2.016, no Rio de Janeiro.

(imagem emprestada de www.agenciabrasil.ebc.com.br.)
Nem a ameaça de transferência da paixão pelo futebol masculino, para a equipe feminina de Marta, Formiga, Cristiane e Cia., conseguiu sufocar a  ansiedade do brasileiro, à busca da redenção do nosso futebol pentacampeão do mundo, orgulho de várias gerações,  em tempos de profunda ressaca e uma histórica frustração: a de nunca ter obtido o  ouro em Olimpíadas, medalha que faltava e esteve muito perto em 1.984, 1.988 e 2.012,  com as boas equipes do hoje comentarista Junior, de Ronaldinho Gaúcho e também a do badalado Ronaldo Fenômeno, respectivamente. Assim, na medida em que as duas seleções, masculina e feminina, avançavam, da fase de classificação para a do “mata-mata”, resultados e expectativas  foram se invertendo: as meninas de Vadão, com problemas de contusão e entrosamento, não conseguiam mais repetir aquela fantástica vitória de 5 a 1 sobre a Suécia e ficaram pelo caminho, sem avançar sequer para disputar uma medalha de bronze, depois da derrota para a própria Suécia, que, em jogo que realmente valia, estudou, fechou o cerco e mandou embora as brasileiras e, antes, as americanas, em duas partidas que venceu na cobrança de penalidades máximas. A seleção de Neymar, porém, foi da frustração por dois empates seguidos sem gols, contra as inexpressivas equipes da África do Sul e do Iraque,  para uma gradativa ascensão, que começou com a boa vitória  pelo largo placar de 4 a 0 sobre a Dinamarca, no último jogo da fase de classificação, seguida de uma apresentação mais convincente contra a Colômbia nas quartas de finais, jogo que venceu por 2 a 0,  e uma expressiva  e animadora  goleada sobre a fraca seleção de Honduras por 6 a 0 na semi-finais.  Finalmente, sábado na decisão do título contra a Alemanha, a seleção campeã do mundo aqui no Brasil na Copa de 2.014 e que nos deixou desmoralizados com o fatídico 7 a 1, do Mineirão,  a movimentação foi intensa de toda a torcida brasileira, ávida pela  hora da vingança. E, de quebra, porque não, pela conquista de uma medalha inédita para o Brasil: a de ouro nas Olimpíadas da era moderna. A ousadia do treinador Rogério Micale, com uma escalação  ofensiva com quatro atacantes,  Neymar, Gabriel Gabigol, Gabriel de Jesus e Luan (o do Grêmio), o jogo no Maracanã foi disputado com muita disposição pelas duas equipes. Nos primeiros vinte minutos de jogo, a eficiente marcação imposta pela jovem seleção alemã não permitiu ao Brasil a criação de jogadas que pudessem colocar efetivamente em perigo a meta do goleiro Timo Horn. E o não menos eficiente contra-ataque, de muita velocidade e passes certeiros, desafiava a nossa defesa, a única que não havia tomado nenhum gol ao longo da competição. O indigesto empate sem gols até os 25 minutos do 1º tempo, porém, explodiu em forma de alívio, quando Neymar cobrou com perfeição uma falta pelo lado esquerdo, vencendo a meta do goleiro alemão. No segundo tempo o time brasileiro começou mal, errando passes e tendo dificuldades para marcar  o rápido adversário. Assim,dominado pela equipe européia, que partiu decisivamente para o ataque com muita eficiência e perigo, acabou levando o gol  de empate (o único que sua defesa sofreu ao longo de todo o torneio), aos 13 minutos, em falha do setor defensivo, marcado pelo atacante Meyer, que, do meio da área, sem qualquer marcação, em bola rebatida, tocou para as redes do goleiro Weverton. Dali para a frente o que se viu foi um jogo de muita garra e alternativas, mas especialmente de muito equilíbrio, terminando com o placar igual de 1 a 1, que persistiu na prorrogação.  O ouro seria então decidido na cobrança de pênaltis, um critério quase lotérico. Na série de cinco cobranças, todas as quatro foram convertidas de lado a lado (Ginter, Renato Augusto, Serje, Marquinhos, Brandt, Rafinha, Niklas e Luan). Na última cobrança Petersen bateu, sem muita força, no canto esquerdo do goleiro brasileiro, que voou e fez uma espetacular defesa para delírio da grande torcida que lotou o Maracanã, de jogadores e da comissão técnica. Faltava a última cobrança brasileira. Era converter e sair para o abraço. E quem estava destinado para cobrar. Ele, o craque Neymar. Apreensão geral. O atacante não se abate. Pega e beija a bola. Coloca-a sobre a cal. Afasta-se a média distância e cobra a penalidade com perfeição, estufando as redes do goleiro Timo Horn. Pronto! O Brasil inteiro caiu em celebração da inédita medalha de ouro. Com sabor de vingança. Uma pequena e pálida vingança, pois afinal,  faltaram seis gols ainda. Mas esse não é critério de desempate na história das vitórias, derrotas e títulos do futebol masculino. O que importa é a sensação geral de que o  esporte mais popular do Brasil, o que mais deu títulos ao país, o que mais levantou a auto-estima nacional, estava voltando aos seus melhores dias.  Será?  Exagero? Talvez. Mas é um começo de um novo tempo, de um trabalho que deve continuar com Tite e a seleção principal, que daqui há alguns dias terá mais dois jogos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo e precisa urgentemente sair da incômoda sexta posição da tabela.


Um abraço amigos.

A Seleção Olímpica de futebol masculino, medalha de Ouro 
nas Olimpíadas de 2.016 - título ínedito para o Brasil. Ima-
gem emprestada de www.brasil.elpais.com.br. 
P.S. (1) O futebol masculino foi o segundo esporte coletivo a ser admitido nas Olimpíadas. O primeiro foi o pólo aquático. Isso em 1.908. É também a única categoria que sofre restrições quanto à formação das equipes, isto é, só permitindo a convocação de três jogadores com mais de 23 anos. A explicação para isso é que o torneio das Olimpíadas não pode concorrer com a Copa do Mundo, nem ofuscar os atletas olímpicos de outras modalidades, o que supostamente aconteceria, se os craques do futebol mundial, desfilassem seus ricos e portentosos salários e prestígio, pela modesta e ecumênica Vila Olímpica;

P.S. (2) As equipes medalhas de ouro e prata das Olimpíadas do Rio-2.016, no futebol masculino, tiveram as seguintes formações para a história:

Brasil: Weverton, Uilson, Luan (do Vasco), Rodrigo Caio, Marquinhos, Douglas Santos, Zeca, Willian, Rafinha, Rodrigo, Fred, Thiago Maia, Felipe Anderson, Neymar, Renato Augusto, Gabriel Barbosa, Gabriel de Jesus, Luan (do Grêmio). Técnico: Rogério Micale. Observação: Weverton foi convocado no lugar de Fernando Prass, cortado por lesão, e Renato Augusto, no lugar de Douglas Costa, cortado também pelo mesmo motivo.

Alemanha: Timo Horn; Jeremy Toljan, Mathias Ginter, Nikolas Sülle, Lukas Klostermann, Sven Bender, Lars Bender, Serge Gnabry, Max Meyer, Julian Brandt e Davie Selke. Técnico: Horst Hrübesch.


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