Boa noite
amigos,
Bozó nos últimos tempos em foto do site oficial Guarani Fu- tebol Clube. |
Volto a escrever
para o blog depois de exatos dois meses. E o faço
nesta segunda-feira, longe de Campinas, para falar de uma pessoa muito querida
dos campineiros e dos bugrinos, em especial. Nas primeiras horas desta manhã,
meu sobrinho Silvano, sempre bem informado, me comunicou o falecimento de José
Carlos Roque de Oliveira (quem?), conhecido como Bozó (assim eu sei), um dos torcedores-símbolo do Guarani Futebol Clube, conhecido em toda a cidade. Sem idade
confirmada (dizem que os mágicos não contam idade, pois são atemporais), Bozó
era o retrato da alegria e da paixão pelo futebol e pelo seu clube de coração. Uma paixão que se
manifestava com leveza e mansidão, com respeito às divergências, sem que dele ou contra ele se tenha notícia
de qualquer episódio de violência. Por isso era bem recebido e respeitado por todos
os torcedores e cidadãos, indistintamente. Sua alcunha não vinha, como seria natural,
daquele famoso ponta esquerda campeão brasileiro de 1.978, e que formava o badalado trio
de atacantes com Capitão e Careca, ao lado de Renato e Zenon.
Nem decorre de um variação de "Bozo" (paroxítona com acento tônico na penúltima sílaba e não na última), palhaço que marcou a arte circense de muitas gerações e que tem até filme em cartaz, indicado como representante do Brasil no Oscar 2.018. O Bozó veio mesmo do personagem de Chico Anysio, gago e dentuço, com quem o nosso era parecido, que propalava prestígio por trabalhar na Globo, para azarar as gatinhas de plantão. Sempre animado, Bozó menos famoso comandava os torcedores no Brinco de Ouro, dando ritmo aos Olas, nos grandes jogos e viu o clube, depois do apogeu dos anos 70/80, mergulhar em crise permanente e profunda, com rebaixamentos seguidos em todos os campeonatos dos quais participava, perdendo a gloriosa 13ª. colocação no ranking do futebol brasileiro.
Essa
vertiginosa queda de prestígio e de posição, não foi motivo suficiente para abalar sua paixão. Ao contrário, seguia o time na
2ª. e 3ª. divisões do Paulista e Brasileiro,
com o mesmo entusiasmo e otimismo do passado.
Nos últimos anos Bozó já não esbanjava a vitalidade da juventude.
Muito mais gordo, tentava driblar algumas doenças sérias. No dia do jogo do Guarani
com o Internacional pelo campeonato da série B deste ano, sofreu um infarto, que ontem se
repetiu. Desta vez, o coração levou Bozó para sempre. E por certo com ele um
pouco da pureza do torcedor símbolo que afirmava, a cada momento da vida e em
todos os lugares por onde passava, a sua
paixão incondicional pela equipe de seu coração, vestindo a camisa verde e
branca com o G no centro e duas estrelas laterais, a qual exibia com orgulho, mas sem
arrogância. Fica o exemplo de uma
pessoa doce, cordata, simples e que, por isso mesmo, simbolizava a alegria do
futebol, esse esporte que é paixão nacional, embora muitas vezes
lamentavelmente seja o pretexto para discórdias, violências e mortes. Hoje o Brinco de Ouro amanheceu mais triste, pobre e vazio. Descanse em paz caríssimo Bozó. E que Deus o proteja e conforte sua família e amigos, os muitos que fez por aí nesse nosso mundinho de passagem.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) O Guarani Futebol Clube, no seu site oficial, lamentou a morte de seu torcedor símbolo, ressaltando a sua importância para a história do clube e deve a ele prestar homenagens justas nos próximos jogos e eventos;
P.S. (2) Conversei pela última vez com o Bozó lá no Tonico’s Bar, em uma noite de muito samba, com a presença da neta de Dorival Caymmi, Juliana, e um time respeitável de sambistas, encontro que noticiei em postagem do dia 25 de junho de 2.011; sambista também foi o pai de Bozó, no humilde bairro Manoel da Nóbrega, aqui em Campinas.
P.S.(3) Bozo - O Rei das Manhãs, é o nome da cinebiografia de Arlindo Barreto (Vladimir Brichta), o palhaço Bozo e seu drama. O filme foi indicado para representar o Brasil no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro do ano que vem;
Nem decorre de um variação de "Bozo" (paroxítona com acento tônico na penúltima sílaba e não na última), palhaço que marcou a arte circense de muitas gerações e que tem até filme em cartaz, indicado como representante do Brasil no Oscar 2.018. O Bozó veio mesmo do personagem de Chico Anysio, gago e dentuço, com quem o nosso era parecido, que propalava prestígio por trabalhar na Globo, para azarar as gatinhas de plantão. Sempre animado, Bozó menos famoso comandava os torcedores no Brinco de Ouro, dando ritmo aos Olas, nos grandes jogos e viu o clube, depois do apogeu dos anos 70/80, mergulhar em crise permanente e profunda, com rebaixamentos seguidos em todos os campeonatos dos quais participava, perdendo a gloriosa 13ª. colocação no ranking do futebol brasileiro.
O personagem Bozó, imortalizado por Chico Anysio. Imagem
emprestada de Diário gaúcho.com.
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imagem recente do jogador Bozó, campeão brasileiro pelo -
Guarani Futebol Clube em 1.978. Foto emprestada de ter-
ceiro tempo. uol.
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Até amanhã amigos.
P.S. (1) O Guarani Futebol Clube, no seu site oficial, lamentou a morte de seu torcedor símbolo, ressaltando a sua importância para a história do clube e deve a ele prestar homenagens justas nos próximos jogos e eventos;
P.S. (2) Conversei pela última vez com o Bozó lá no Tonico’s Bar, em uma noite de muito samba, com a presença da neta de Dorival Caymmi, Juliana, e um time respeitável de sambistas, encontro que noticiei em postagem do dia 25 de junho de 2.011; sambista também foi o pai de Bozó, no humilde bairro Manoel da Nóbrega, aqui em Campinas.
P.S.(3) Bozo - O Rei das Manhãs, é o nome da cinebiografia de Arlindo Barreto (Vladimir Brichta), o palhaço Bozo e seu drama. O filme foi indicado para representar o Brasil no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro do ano que vem;
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