quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

CORINGA DE PHOENIX - UM FILME MERECIDAMENTE PREMIADO


Boa noite amigos,

Imagem  mostrando o ator Joaquin Phoenix, en-
carnando o controvertido personagem, cuja origem e   -
causa de sua loucura e criminalidade constitui o fio con-
dutor do premiado e festejado longa de Todd Phillips.
O roteiro original quer contar a história inusitada de como se construiu um vilão, a partir da loucura e dos ressentimentos pelas dificuldades e crueldade impostas por  uma sociedade que ignora aqueles que estão à margem, os desafortunados, os excluídos. No “Eu existo e as pessoas estão começando a notar”, uma das frases pronunciadas pelo nosso protagonista, bem revela o seu sentimento pelo desprezo e o seu desejo de vingança. O principal antagonista  do super-herói Batman  aqui está sozinho, fora de qualquer trama, num grande e interminável monólogo existencial, atormentado por uma mãe doente, a ausência de paternidade conhecida e um subemprego. Com Todd Phillips na direção (indicado para o Oscar, sem vencer) e Joaquim Phoenix como protagonista (vencedor do Oscar na categoria), esse Coringa sorri, dança, chora, gira pelas calçadas e ruas da cidade, tenta existir e nesse desiderato se torna um ser violento e criminoso.  Os anônimos palhaços, como ele, saem às ruas para protestar contra a insensibilidade pública com as mazelas sociais. Phoenix, ao receber o merecido Oscar  pelo desempenho, num filme em que contracenou consigo mesmo, com os objetos, num drama introspectivo, sem luz,  de cores escuras que mesclavam os dias e as noites,  ambientes inóspitos captado por lentes que liam cada gesto,  trejeito,  careta, mímica, o trançar dos pés flanando sobre degraus de escada, protestou contra o homem de seu tempo, reclamou de como ele maltrata  o seu habitat, a natureza, o semelhante, o diferente, o gênero, os animais, as minorias,  num processo lento de degradação e destruição de recursos e valores.  Não esperou por aplausos ou apupos. Disse o que queria dizer. O que o Coringa diria se existisse concretamente.  O filme bateu recordes nas bilheterias e continua a percorrer o seu caminho, elogiado pela crítica e pelo público que aprecia um cinema mais profundo, reflexivo, que não é apenas para recreação. Belo filme, magnífico Phoenix quase 20 quilos mais magro, soberbo e superior nessa interpretação memorável de um personagem do mal, conhecido por suas maldades e crimes, mas cuja origem e formação de caráter e personalidade, nunca foi contada antes do longa,  nem na literatura, nem pelo cinema.

Vale a pena ver, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes de 2.019.

Até mais amigos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário