Boa tarde amigos,
Casal de terceira idade homenageia o palhaço, legítimo re-
presentante de uma infância saudosa e mágica. Imagem -
emprestada do site www.enoismesmoeueaxuxu.com.br |
Ele entra atabalhoado, tropeçando nos
próprios pés ocultos pelos enormes sapatos de bicos voltados para o céu.
Sorriso largo expressa um tácito convite ao riso e ao canto. E vai entoando: O bom
menino não faz xixi na cama/O bom menino não faz malcriação/ O bom menino vai
hoje à escola/....O ruidoso auditório, repleto de crianças de todas as
idades quase vem abaixo com o som alto, de todos os tons concomitantes e
desafinados, acompanhando a canção. Uma energia positiva brota, se
espalhando por todo o ambiente. Agora outro palhaço menor que o primeiro
aparece no picadeiro. E outro, ainda menor que os dois. E mais outro, nanico.
Anão e palhaço combinam e são capazes de conduzirem crianças e adultos, moços e
velhos, por um mundo encantado que surge, como nos contos de fada, logo que se
abre a janela do quarto dos fundos e se salta por ela. Justamente, como aconteceu com Alice, lembram?
É só fechar os olhos e sonhar. Como um anjo ele surge do espaço sideral, apaga o
desenho do cenário cinza do mundo real e o troca por outro iluminado, de cores
claras, num tempo em que reis e rainhas, bichos, florestas e castelos conduzem
o visitante para um lugar imaginário em qualquer parte do universo. Ali todos
são felizes, solidários, saudáveis e fraternos. E se parecem com o palhaço-anjo. Aquele de nossa infância. O palhaço bom e
inocente. O palhaço herói e salvador. O palhaço tantas vezes injustiçado, humilhado, ignorado, discriminado. Sucessor do "bobo da corte" que se descartava depois de servir para alegrar e satisfazer a soberba do rei e seus súditos. Rei como nós, pretensiosos e injustos, que também não raras vezes ignoramos o nosso amigo e seus dramas reais, logo que a cortina se fecha atrás dele. O palhaço que tem sempre o mesmo rosto e o mesmo destino: o de servir à alegria. O ser humano que nos faz acreditar que tudo tem jeito, que existem razões para viver e comemorar a vida, que nos convida à utopia e à esperança, combustíveis necessários para a crença na existência de um mundo colorido e de uma vida digna de ser vivida. Em algum lugar da nossa memória, ao menos. Em algum canto esquecido e doce do nosso coração, talvez.... Viva o palhaço! Vivam os palhaços!
Até mais amigos.
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