sábado, 8 de agosto de 2020

PALMEIRAS CAMPEÃO PAULISTA NO TRISTE ANO DE 2020.


Boa noite amigos,

Antes de ter início a segunda e última partida da decisão do Campeonato Paulista de 2.020, um minuto de silêncio pela triste marca de três milhões de infectados e cem mil mortos pela Covid-19 no Brasil, o segundo país do mundo na estatística de casos e óbitos decorrentes do novo coronavírus. Paralisado desde o mês de março, o Paulistão retornou em julho sem público nos estádios e trazendo como novidade um sem número de protocolos ditados pela Secretaria de Saúde de São Paulo, Estado que até agora continua sendo o recordista disparado de casos e óbitos entre todos os outros. Corinthians e Palmeiras, os finalistas, entraram em campo com campanhas muito diferentes. Enquanto o Verdão manteve, desde o início do certame, regularidade, com a classificação assegurada com antecedência, o Corinthians estava, matematicamente, com as chances de classificação reduzidas a um percentual mínimo. Na sua chave mantinha-se em terceiro lugar, a cinco pontos do Guarani e correndo risco de rebaixamento. No retorno,  porém, venceu os dois jogos faltantes, contra Palmeiras e Oeste, enquanto o Bugre, que vinha de uma vitória de virada sobre o seu maior adversário, a Ponte Preta, pelo placar de 3 a 2, no último jogo do campeonato antes da paralisação e precisava de dois pontos em dois jogos para não ser alcançado, voltou mal e perdeu as duas partidas restantes para Botafogo de Ribeirão e São Paulo, respectivamente. Hoje sairia o campeão: o Corinthians que comemoraria o tetracampeonato paulista (foi campeão em 2.017, 2.018 e 2.019) ou o Palmeiras, após um longo jejum (o último título regional foi conquistado em 2.008). De um lado o Verdão com um dos melhores elencos do Brasil, comandado pelo experiente Vanderlei Luxemburgo; de outro, o Corinthians, com um time de razoável para bom, mas sem banco, sob a batuta do jovem técnico Thiago Nunes, último campeão da Copa do Brasil e que ganhou títulos importantes com o Atlético Paranaense, incluindo o da Sul-americana. O primeiro jogo,  na Arena de Itaquera, foi um jogo sem emoção, um 0 a 0 reflexo de duas equipes mais preocupadas em não perder, do que em sair na frente.  Um jogo feio, fraco tecnicamente e que ficou reduzido ao meio de campo e em que as defesas prevaleceram sobre os ataques. Hoje, no entanto, o que se viu, desde o início, foi um Palmeiras resolvido a decidir o campeonato durante o jogo, para não contar com a  loteria da decisão nos pênaltis, enquanto o adversário, sem sair de seu estilo cauteloso, buscava  contra-atacar com velocidade e eficiência, no esquema tático que consagrou o seu treinador. Nada aconteceu nos primeiros 45 minutos,  em que ambas as equipes tiveram o mesmo tempo de posse de bola (cinquenta por cento cada uma) e sem exigir grandes defesas de seus arqueiros. No segundo tempo o Palmeiras buscou mais o ataque, propondo efetivamente o jogo e, numa bola alçada na área,  Luiz  Adriano, subiu bem, ganhando da defesa e cabeceando fora do alcance de Cássio. Gol palmeirense, muito comemorado. Dali para a frente o esquema se inverteu. O Corinthians, sem outra opção, partiu para o ataque e o Verdão recuou as suas linhas, optando por manter a vantagem, mas sem abandonar o contra-ataque. Com isso criou chances mais efetivas de aumentar a vantagem, do que seu adversário de empatar o jogo. E assim seguiu até o fim do tempo regulamentar. Cinco minutos de prorrogação assinalou o árbitro e exatamente no último minuto do tempo acrescido, na cobrança de falta, o zagueiro Gustavo Gómez, um dos melhores em campo, disputou a bola com Jô e imprudentemente cometeu pênalti, imediatamente assinalado pelo árbitro. O grito de campeão, já na garganta do torcedor palmeirense, foi sufocado pelo gol marcado pelo centroavante corintiano. A saga palmeirense continuaria. Empatado o jogo o árbitro tratou logo de apitar o final da partida. E a decisão por penalidades. A esperança agora estava nos goleiros. De um lado o gigante Cássio, bom e com muita sorte,  quando eventualmente falhava, e de outro um outro goleiro de prestígio, Weverton, que tinha como a maior conquista a medalha de ouro inédita para o Brasil nas Olímpíadas do Rio de Janeiro de 2.016. O Corinthians começou mal, com cobrança de Michel Macedo, em penalidade que o goleiro palmeirense defendeu. Em seguida, o experiente Bruno Henrique, bateu para o Palmeiras e o goleiro Cássio também defendeu. Tudo igual. Segundo pênalti batido por Avelar com sucesso.  Em seguida,  Raphael Veiga converte (1 a 1),   mas Cantillo bateu mal e permite nova defesa do goleiro verde e branco. enquanto Lucas Lima converte (2 a 1 é o placar). Sidcley converte para o Corínthians empatando outra vez (2 a 2). Gustavo Scarpa marca o terceiro (3 a 2), enquanto Jô cobra o último pênalti com sucesso.  Agora tudo igual 3 a 3.  Mas o Palmeiras tinha o quinto pênalti para converter. Ou convertia e conquistava o título ou novo empate se daria com abertura de uma segunda rodada de penalidades alternadas. E quem estava designado para bater o mais importante pênalti do jogo e do campeonato. O menino, quase garoto, Patrick de Paula.  O garoto da base, descoberto numa copa das favelas,  pegou a bola com firmeza. Em sua frente o gigante Cássio fazendo gestos de intimidação. Que responsabilidade!!!  Bola na marca do pênalti. O garoto levanta a cabeça, encara o gigante e não se intimida. Frio, auto-confiante, chuta forte de pé esquerdo, alto, quase no meio do gol,sem chances para o consagrado Cássio.  O Palmeiras voltava a ser campeão doze anos depois com o pênalti desempatador do jovem.  Do menino quase  garoto, que tira a camisa e corre brincando para seus companheiros e comissão técnica, como se tivesse ganho um joguinho qualquer, de futebol de botão. Sem medo de ser feliz. Esse foi o melhor e mais emocionante momento do campeonato paulista neste triste ano de 2.020. Patrick não foi aplaudido no estádio vazio. Mas virou ídolo da torcida do Porco e de elogios gerais em todas as redes sociais. Um momento de glória para o jovem simples e humilde. Um momento de confiança e alegria na tristeza geral da nação, diante de um inimigo poderoso. 

Abraços amigos.

 

 

 


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