Boa tarde amigos,
No final da década de 70 fomos surpreendidos com o aparecimento de um novo e
terrível vírus, o HIV, potencialmente letal. Na época, assim como agora, e
possivelmente assim será no futuro, se a humanidade não se emendar, foi ele
vinculado à praga divina contra os ímpios e às práticas homossexuais, ou seja,
os carolas e os heterossexuais estariam livres desse mal, que representava a
vingança de Deus contra os “veados” e suas “poucas vergonhas”. O tempo mostrou,
porém, que o vírus poderia contaminar pessoas de qualquer gênero, em relações
homo ou hetero, e se propagaria, nas condições que a ciência indicava, entre
ateus e crentes, patrícios e plebeus, homo ou heterossexuais, aumentando-se o risco
significativamente, conforme a variação de parceiros, ou seja, o grau de
promiscuidade. Remédio não havia, nem expectativa de cura ou longevidade para
aqueles que desenvolviam a chamada AIDS. Porém, mantendo os parceiros em
relações sexuais monogâmicas ou utilizando a chamada “camisinha”, tanto a
masculina e, também a feminina, posteriormente inventada e eventualmente com o uso correto de
antirretrovirais, o risco praticamente era zero. A experiência mostrou que
mais expostos a risco não eram os homens ou as mulheres, os heteros ou homos,
mas sim os que se frequentemente praticavam a penetração anal, sem proteção, e os que compartilhavam agulhas de seringas para consumo de drogas.
Risco também acentuado corriam as pessoas que dependiam de sucessivas transfusões de sangue,
como os hemofílicos, descoberta que serviu para um controle mais rigoroso dos
doadores e da exigência prévia de exame específico para HIV. De forma natural o
coito vaginal oferece menos riscos teóricos de contaminação que o anal, explicavam os especialistas, porquanto a mucosa vaginal é mais espessa e tem lubrificantes naturais que a
tornam menos suscetíveis a traumas, por onde o vírus costuma ingressar, enquanto
a mucosa do ânus, além de ser mais fina, não conta com tais lubrificantes,
sujeitando a mucosa a mais frequentes traumas e feridas, por onde o vírus penetra. Bem, isso
todo mundo já sabe hoje. O que quero registrar é o meu mais veemente protesto
contra o coronavírus, agente propagador da Covid-19. Naquele tempo, a
gente podia restringir os parceiros, usar camisinha e levar uma vida mais ou
menos normal. Essa porra do corona, no entanto, não me deixa sair de casa. Estou
no grupo de risco, a vacina não chega, tenho de usar máscara que me sufoca e
dizem que se eu puser o pé pra fora da porta de casa, uma carrocinha da
Prefeitura denominada “Cata veio” me pega e me leva preso. Puta que pariu! Diria
a minha amiga Terezona que, esperta, antes de chegar esta merda, se mandou desse
mundo. E dizem que lá onde supostamente ela está (e não há qualquer indicação
que seja no céu, obviamente), não tem perigo de você pegar a Covid. Sei não!
Até
mais amigos.
P.S. (1) Caros amigos, o respeito ao outro, seja ele de qualquer
cor, raça, religião, condições de saúde e econômica, a humildade de se sentir
igual a qualquer outro ser humano, na ciência de que essa igualdade humana
significa que somos todos potencialmente capazes da prática de toda sorte de
atos nobres ou torpes, constituem os segredos para viver a vida com alegria e
gratidão, tornando-nos preciosos para a família, os amigos e para aqueles que,
cruzando o nosso caminho por qualquer circunstância, se sentirem relevantes e
recompensados, em razão do nosso interesse, paciência e compreensão.
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