terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

ORFEU NEGRO - CADÊ O OSCAR QUE ESTAVA AQUI?

 Amigos,


O nosso versátil “poetinha” Vinicius de Moraes escreveu, em 1.954, uma peça teatral baseada no drama de Orfeu e Eurídice, personagens da mitologia grega. A peça Orfeu da Conceição foi o roteiro adaptado do filme Orfeo Negro ou Orfeo da Conceição, de 1.959, uma co-produção França (Orphée Noir), Itália (Orfeo Negro) e Brasil, dirigida por Marcel Camus. Apesar de ter sido filmado originalmente em língua portuguesa, no Rio de Janeiro, tendo como protagonista o brasileiro ator-jogador de futebol do Fluminense, Breno Mello,  e a trilha sonora de Luiz Bonfá e Antonio Carlos Jobim, o longa, premiado com a Palma de Ouro de 1.959, o Globo de Ouro e o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1.960, foi laureado, exclusivamente, como produção francesa, pois inscrito como representante isolado da França, excluídos, a Itália e, principalmente, o Brasil. Nenhum dos atores nacionais, nem o autor do roteiro adaptado, nem os  trilhas sonoras receberam quaisquer créditos. Não é verdade, portanto, que o Brasil não tenha nenhum prêmio da mais famosa academia de cinema do mundo, o badalado “Oscar”. O episódio bem ilustra o desprezo e a exploração a que nosso país e os brasileiros foram expostos, historicamente,  sem escrúpulos, também nas  áreas das ciências e das artes, pelos poderosos integrantes do chamado Primeiro Mundo. Cadê a ética? Onde está o politicamente correto? Fica a pergunta que não quer calar: “Psiu! Cadê o Oscar que estava aqui?

Até mais amigos.

P.S. (1) Em 1.999, o mesmo roteiro foi adaptado para o filme brasileiro “Orfeu”, dirigido por Cacá Diegues, com Toni Garrido e Patrícia França, respectivamente, nos papéis de Orfeu e Eurídice e trilha sonora de Caetano Veloso.  O longa ganhou vários prêmios nacionais e o Festival Internacional de Cinema de Cartagena, na categoria de melhor filme.

P.S. (2) A canção Manhã de Carnaval dos nossos Luiz Bonfá e Antonio Maria foi cantada, no filme de 1.959, pelo saudoso Agostinho dos Santos, uma das mais lindas vozes masculinas de todos os tempos e se tornou uma das referências mundiais do movimento da bossa nova. Teve versões em várias línguas, mas a brasileira é a mais prestigiada e famosa entre os jazzistas americanos e teve intérpretes importantes como George Benson, Cher, André Rieu e Plácido Domingos.

 

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