Amigos,
O nosso versátil “poetinha” Vinicius de Moraes escreveu, em 1.954, uma peça teatral baseada no
drama de Orfeu e Eurídice, personagens da mitologia grega. A peça Orfeu
da Conceição foi o roteiro adaptado do filme Orfeo Negro ou Orfeo
da Conceição, de 1.959, uma co-produção
França (Orphée Noir), Itália (Orfeo Negro) e Brasil, dirigida por Marcel
Camus. Apesar de ter sido filmado originalmente em língua portuguesa, no
Rio de Janeiro, tendo como protagonista o brasileiro ator-jogador de futebol do Fluminense, Breno Mello, e a trilha sonora de Luiz Bonfá e Antonio
Carlos Jobim, o longa, premiado com a Palma
de Ouro de 1.959, o Globo de Ouro e
o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1.960, foi laureado, exclusivamente, como produção francesa, pois inscrito como representante isolado da França, excluídos, a
Itália e, principalmente, o Brasil. Nenhum dos atores nacionais, nem o autor do
roteiro adaptado, nem os trilhas sonoras
receberam quaisquer créditos. Não é verdade, portanto, que o Brasil não tenha
nenhum prêmio da mais famosa academia de cinema do mundo, o badalado “Oscar”. O episódio bem ilustra o
desprezo e a exploração a que nosso país e os brasileiros foram expostos,
historicamente, sem escrúpulos, também
nas áreas das ciências e das artes,
pelos poderosos integrantes do chamado Primeiro Mundo. Cadê a ética? Onde está o politicamente correto? Fica
a pergunta que não quer calar: “Psiu!
Cadê o Oscar que estava aqui?
Até mais amigos.
P.S. (1) Em 1.999, o mesmo roteiro foi adaptado para o filme
brasileiro “Orfeu”, dirigido por Cacá Diegues, com Toni Garrido e Patrícia
França, respectivamente, nos papéis de Orfeu
e Eurídice e trilha sonora de Caetano
Veloso. O longa ganhou vários
prêmios nacionais e o Festival
Internacional de Cinema de Cartagena, na categoria de melhor filme.
P.S. (2) A canção Manhã de Carnaval dos nossos Luiz Bonfá e Antonio Maria foi cantada, no filme de 1.959, pelo saudoso Agostinho dos Santos,
uma das mais lindas vozes masculinas de todos os tempos e se tornou uma das referências mundiais do movimento da bossa nova. Teve
versões em várias línguas, mas a brasileira é a mais prestigiada e famosa entre
os jazzistas americanos e teve intérpretes importantes como George Benson, Cher, André Rieu e Plácido
Domingos.
Parabéns Dr Jamil, nosso cinema merece este apoio. Amo cinema!
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