quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

CINEMA NACIONAL - VAI QUE DÁ CERTO. E DÁ!

Boa noite amigos,


Que as  comédias dominam completamente o mercado do cinema nacional da atualidade não é novidade. Mas isso já acontecia antes mesmo da chamada “Retomada” do cinema nacional, como já falamos nesta coluna, ainda recentemente. Porém, há comédias e comédias. Vi neste final de semana, um filme nacional que estreou no final de 2.012 e fez carreira no ano seguinte, tornando-se um grande sucesso de público e de arrecadação (mais de 2.700.000 espectadores).  O roteiro de Vai que Dá Certo foi pensado por seu roteirista e diretor, Maurício Farias (responsável pela A Grande Família entre 2.004 a 2.010) no ano de 1.994, quando ouviu a história de um motorista de táxi no Rio, preso alguns anos antes por assalto. O que o impressionou foi o fato de que se tratava de pessoa íntegra, que teria tentado o crime em razão de determinada circunstância de vida. O projeto, porém, só decolou no ano de 2.008 quando Farias resolveu apresentá-lo à produtora Sílvia Frahia, que topou levá-lo às telas dos cinemas. O orçamento disponível foi incrementado com a contribuição de R$1.000.000,00, concedida pela Secretaria de Cultura do município de Paulínia, Estado de São Paulo, que recentemente voltou a promover o seu Festival de Cinema e reativou a sua cidade cenográfica. Gravado em Paulínia e em Campinas, o longa de 87 minutos, é uma grata surpresa no gênero, com diálogos  inteligentes à La Porchat (dialoguista, um dos atores e co-roteirista), distante dos clichês tão batidos e de mau gosto, geralmente ligados a sexo. Os atores são os mais jovens e talentosos humoristas da nova geração, todos excelentes no desempenho de seus papéis. Algumas poucas críticas (a  maioria foi favorável), voltam a lamentar a predileção dos produtores pelas comédias e a considerar que o humor raso das atuais produções nacionais é próximo do televisivo. Com a co-produção da Globo Filmes, não vejo grande diferença entre os bons textos de humor veiculados sobretudo pela Rede Globo em determinadas temporadas, como por exemplo o ótimo, Como Aproveitar o Fim do Mundo,  e os roteiros e diálogos das comédias nacionais da atualidade. O que não tem funcionado é a tentativa forçada de levar alguns sucessos da televisão como a novela O Bem Amado, o seriado, A Grande Família- (que virou A Grande Família - O Filme),  ou determinados personagens que agradam na telinha, como o Crô (Marcelo Serrado), do folhetim,  para as telonas.
Achei todos esses filmes muito ruins, sensivelmente piores do que os originais. Mas aí é outra história. A comédia Vai que Dá Certo é uma boa e divertida comédia nacional. Das melhores que assisti ultimamente. Não é nada excepcional, nem imperdível. Mas, podendo, não deixe de ver e se divertir.

Até amanhã amigos.



P.S. (1) SINOPSE:  Afundado em dívidas e sem emprego, o jovem Rodrigo (Danton Mello) é convencido por um amigo, Danilo (Lúcio Mauro Filho), empregado de uma empresa de segurança, a planejar um assalto a um dos carros-cofres da transportadora. Para conseguir o desiderato convence outros três amigos, os irmãos Amaral (Fábio Porchat) e Vaguinho (o talentoso Gregório Duvivier) e Tonico (Felipe Adib), que também vivem maus momentos financeiros, a participar do plano, tudo com  “muita ética” e o pacto de que devolverão o dinheiro algum tempo depois, quando a situação financeira do grupo se estabilizar. O filme gira em torno da combinação desse plano e especialmente de sua execução, com os percalços que ela encerra, envolvendo, ainda, um outro amigo de infância do grupo, o político milionário Paulo (Bruno Mazzeo);

P.S. (2) Destaque positivo para a participação do veteraníssimo Lúcio Mauro (Seu Altamiro), avô de Danilo na trama, no papel de ex-praça de guerra. O ator, com mais de 80 anos de idade, é, sem dúvida, um dos mais queridos e talentosos artistas de sua geração, aplaudido pela nossa e, certamente, pelos nossos jovens sucessores.  

P.S. (3) O filme obteve nota 4,0 no prestigioso site AdoroCinema, numa avaliação de 0 a 5 e 3,9 entre os usuários. Grande cotação. Na imprensa ficou a meio caminho (2,5), o que não é nada desprezível considerando a sempre dura, e nem sempre justa, avaliação dos críticos;

P.S. (4) No começo e no final do filme, os cinco amigos aparecem prontos para uma pelada de futebol. Todos devidamente trajados, de camiseta, calções e chuteiras, como se vê da imagem da coluna de hoje, emprestada do blog ambrosia.virgula.uol.com.br. Felipe  (Adib),  veste a camisa da seleção brasileira, Rodrigo (Danton) do São Paulo, Vaguinho (Duduvier),da Portuguesa de Desportos. Amaral (Porchat)  veste a camisa do Corinthians, e, finalmente,  Danilo (Lúcio Mauro Filho), aparece trajando  uma camisa do nosso glorioso Guarani Futebol Clube de Campinas. Os bugrinos vibraram.






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