Boa
noite amigos,
Que
as comédias dominam completamente o
mercado do cinema nacional da atualidade não é novidade. Mas isso já acontecia
antes mesmo da chamada “Retomada” do cinema nacional, como já falamos nesta
coluna, ainda recentemente. Porém, há comédias e comédias. Vi neste final de
semana, um filme nacional que estreou no final de 2.012 e fez carreira no ano
seguinte, tornando-se um grande sucesso de público e de arrecadação (mais de 2.700.000
espectadores). O roteiro de Vai
que Dá Certo foi pensado por seu roteirista e diretor, Maurício Farias (responsável pela A
Grande Família entre 2.004 a 2.010) no ano de 1.994, quando ouviu a
história de um motorista de táxi no Rio,
preso alguns anos antes por assalto. O que o impressionou foi o fato de que se
tratava de pessoa íntegra, que teria tentado o crime em razão de determinada circunstância
de vida. O projeto, porém, só decolou no ano de 2.008 quando Farias resolveu apresentá-lo à
produtora Sílvia Frahia, que topou
levá-lo às telas dos cinemas. O orçamento disponível foi incrementado com a
contribuição de R$1.000.000,00, concedida pela Secretaria de Cultura do município de Paulínia, Estado de São Paulo, que recentemente voltou a promover o
seu Festival de Cinema e reativou a sua
cidade cenográfica. Gravado em Paulínia e
em Campinas, o longa de 87 minutos,
é uma grata surpresa no gênero, com diálogos inteligentes à La Porchat (dialoguista, um dos atores e co-roteirista), distante
dos clichês tão batidos e de mau gosto, geralmente ligados a sexo. Os atores
são os mais jovens e talentosos humoristas da nova geração, todos excelentes no
desempenho de seus papéis. Algumas poucas críticas (a maioria foi favorável), voltam a lamentar a
predileção dos produtores pelas comédias e a considerar que o humor raso das
atuais produções nacionais é próximo do televisivo. Com a co-produção da Globo
Filmes, não vejo grande diferença entre os bons textos de humor veiculados
sobretudo pela Rede Globo em determinadas temporadas, como por exemplo o ótimo,
Como Aproveitar o Fim do Mundo, e os roteiros e diálogos das comédias
nacionais da atualidade. O que não tem funcionado é a tentativa forçada de
levar alguns sucessos da televisão como a novela O Bem Amado, o seriado, A
Grande Família- (que virou A Grande Família - O Filme), ou determinados
personagens que agradam na telinha, como o Crô
(Marcelo
Serrado), do folhetim, para as
telonas.
Achei
todos esses filmes muito ruins, sensivelmente piores do que os originais. Mas
aí é outra história. A comédia Vai que Dá Certo é uma boa e
divertida comédia nacional. Das melhores que assisti ultimamente. Não é nada
excepcional, nem imperdível. Mas, podendo, não deixe de ver e se divertir.
Até
amanhã amigos.
P.S.
(1) SINOPSE: Afundado em dívidas e sem emprego, o jovem Rodrigo (Danton Mello) é convencido por um amigo, Danilo (Lúcio Mauro Filho), empregado de uma empresa de segurança, a
planejar um assalto a um dos carros-cofres da transportadora. Para conseguir o
desiderato convence outros três amigos, os irmãos
Amaral (Fábio Porchat) e Vaguinho
(o talentoso Gregório Duvivier) e Tonico
(Felipe
Adib), que também vivem maus momentos financeiros, a participar do
plano, tudo com “muita ética” e o pacto de
que devolverão o dinheiro algum tempo depois, quando a situação financeira do
grupo se estabilizar. O filme gira em torno da combinação desse plano e
especialmente de sua execução, com os
percalços que ela encerra, envolvendo, ainda, um outro amigo de infância do
grupo, o político milionário Paulo (Bruno Mazzeo);
P.S.
(2) Destaque positivo para a participação do veteraníssimo Lúcio Mauro (Seu Altamiro), avô de Danilo na trama, no papel de ex-praça
de guerra. O ator, com mais de 80 anos de idade, é, sem dúvida, um dos mais
queridos e talentosos artistas de sua geração, aplaudido pela nossa e,
certamente, pelos nossos jovens sucessores.
P.S.
(3) O filme obteve nota 4,0 no prestigioso site AdoroCinema, numa avaliação de 0 a 5 e 3,9 entre os usuários.
Grande cotação. Na imprensa ficou a meio caminho (2,5), o que não é nada
desprezível considerando a sempre dura, e nem sempre justa, avaliação dos
críticos;
P.S.
(4) No começo e no final do filme, os cinco amigos aparecem prontos para uma
pelada de futebol. Todos devidamente trajados, de camiseta, calções e chuteiras, como se vê da imagem da coluna de hoje, emprestada do blog ambrosia.virgula.uol.com.br. Felipe (Adib), veste a camisa da seleção brasileira, Rodrigo
(Danton) do São Paulo, Vaguinho (Duduvier),da Portuguesa de Desportos. Amaral (Porchat) veste a camisa do
Corinthians, e, finalmente, Danilo
(Lúcio Mauro Filho), aparece trajando uma camisa do nosso glorioso Guarani Futebol
Clube de Campinas. Os bugrinos vibraram.
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