Boa noite amigos,
Os festivais de música popular pipocavam na minha época de
juventude, anos 60/70. A TV Record, então líder
de audiência, realizou, com sucesso absoluto, três festivais de música popular
brasileira, com fases de classificação e finais transmitidas ao vivo do Teatro Paramount em São Paulo, apinhado
de gente, a maioria absoluta de estudantes universitários, que aplaudia e
vaiava candentemente, ao manifestar suas escolhas. No dia seguinte às
exibições, a Rádio Jovem Pan tocava
o dia inteiro as novas canções para que os ouvidos se acostumassem com a melodia e letras das músicas classificadas. A TV Paulista, antecessora da Globo cobria no Rio, o Festival Internacional da Canção, com fases internacional e
nacional que também fizeram história. Seguiram-se outras: Bienal do Samba e Festivais Universitários que a TV Tupi realizou para fazer concorrência
com a Record. E tais festivais, sem
dúvida, se não foram propriamente reveladores de artistas talentosos, sem
dúvida, deram a eles, um tanto desconhecidos, a visibilidade necessária para que se tornassem célebres em todo o
território nacional, e até no exterior, a
despeito das limitações de comunicação da época, ainda sem o computador e a internet. Não me lembro,
porém, de nenhum festival de músicos ou de conjuntos, como se dizia naquele
tempo. Por isso, acompanho, desde a primeira edição, com curiosidade, o
investimento que a TV Globo resolveu
fazer num reality show transmitido, ao vivo, no fim
de noite de domingo, madrugada de segunda-feira, entre 23,00 e 1,00 hora,
dedicado às bandas. Chamado de SuperStar, o festival vem
empolgando mesmo, por causa da qualidade
das concorrentes. Claro que a seleção prévia mostra que as participantes, em
regra, não são amadoras. São grupos profissionais, que já há algum tempo se
apresentam por aí, nos fins de semana e
nos raros espaços que encontram neste país, em bares e
churrascarias, sem grande valorização ou remuneração digna. Por isso, o grande
mérito do programa consiste em revelar ao público em geral, de todas as partes do Brasil, uma
promissora nova geração de jovens talentosos, num segmento que não tem
apresentado, nos últimos anos, grandes
novidades. A surpresa com a
qualidade das bandas que se apresentam, especialmente as últimas seis, das quais apenas 4 se
classificaram para a grande final, na noite de anteontem, não é apenas do
público ou dos críticos, mas de artistas que são convocados, toda semana, para se misturarem ao público comum que forma o auditório do programa transmitido ao vivo. Vários integrantes de bandas tradicionais têm comparecido para elogiar e incentivar as candidatas, reconhecendo o esforço e a qualidade demonstrados nas apresentações. O júri formado pela cantora Ivete
Sangalo, o ator-cantor, Fábio Junior e o roqueiro Dinho
Ouro Preto, tem revelado a cada nova edição, mais entrosamento,
renovado entusiasmo, razoável conhecimento da arte musical e muita
sensibilidade na avaliação das candidatas. E Fernanda Lima, como
apresentadora, é um show. A gaúcha reúne com naturalidade, uma extraordinária e
serena beleza, com classe, bom gosto, e uma competência madura para comandar os
nem sempre disciplinados comentaristas e integrantes da banda. As quatro finalistas, SURICATO,
JAMZ, MALTA e LUAN E FORRÓ ESTILIZADO, são ótimas e demonstram que o estilo pode e deve ser versátil, explorando, quer na escolha do repertório, quer na roupagem de consagrados clássicos, os muitos e vários ritmos, universais e regionais, de que se apropriou, ao longo do tempo, a
chamada música pop.
Qualquer delas que vença a competição terá merecimento para isso. Mas
acho que as que reúnem competência na execução cover de clássicos, com músicas autorais, levam – e devem levar
mesmo – vantagem, como é o caso da Banda
Malta, que além de tudo, ainda tem um vocalista (e compositor) carismático,
que ontem resolveu confessar algo de sua origem musical de formação e dileção,
executando um clássico da inesquecível Aerosmith. Vem coisa nova e boa por
aí, com certeza!
Até breve amigos.
P.S. (1) A imagem da coluna de hoje, da Banda Malta, favoritíssima aos prêmios
oferecidos pelo programa para a melhor banda, foi emprestada de www.youtube.com.;
P.S (2) A Banda Aerosmith
surgiu em 1.970 e está em atividade até hoje, com substituição de alguns de
seus integrantes. Tornou-se célebre pela adoção do estilo hard rock, misturando vários ritmos como o blues, com elementos do pop, heavy metal e rhythm and blues. É considerada a mais famosa banda americana de rock de todos os tempos. Vendeu
mais de 150 milhões de álbuns em todo o planeta. Acima um vídeo do Youtube com um de seus grandes sucessos: Crazy.
P.S. (3) O vocalista Bruno é
o autor de praticamente todas as músicas autorais executadas pela banda Malta. Seu
pai, que ele sequer chegou a conhecer por ter falecido quando o cantor e compositor tinha pouco
tempo de vida, era um cantor sertanejo. Bruno confessou há pouco tempo que a
influência da música sertaneja foi e continua sendo indiscutível na sua
formação e evolução como profissional da música contemporânea. E embora tendo se tornado roqueiro, suas composições estão
voltadas para um estilo de rock romântico, com influência melódica do
sertanejo.
P.S. (4) Para ilustrar e melhor
entender o rock da Banda Malta: “Hard rock é um estilo musical, subgênero do rock que tem suas raízes do rock de garagem e psicodélico do meio da década de 1960, que se caracteriza por ser
consideravelmente mais pesado do que a música rock convencional, e marcada pelo
uso de distorção, uma seção rítmica proeminente, arranjos simples e um som potente, com riffs de guitarra pesada e solos complexos. A formação típica era constituída
por bateria, baixo, guitarra, e algumas vezes, um piano ou teclado, além de um vocalista que muitas vezes se utilizava de vocais agudos e roucos. Nos finais dos
anos 60, os termos hard rock e heavy metal eram praticamente usados como sinônimos, mas o último gradualmente
começou a descrever um estilo de música tocado ainda com mais volume e
intensidade. Há ainda outra diferença chave, entre ambos
sub-gêneros: Enquanto o hard rock manteve sua identidade blues e algum swing na batida, as melodias do metal são
frequentemente ditadas por riffs agressivos de guitarra, desprovidos de swing”
(www.wikipedia.com).
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