terça-feira, 1 de julho de 2014

SUPERSTAR E AS NOVAS BANDAS

Boa noite amigos,


Os festivais de música popular pipocavam na minha época de juventude, anos 60/70. A TV Record, então líder de audiência, realizou, com sucesso absoluto, três festivais de música popular brasileira, com fases de classificação e finais transmitidas ao vivo do Teatro Paramount em São Paulo, apinhado de gente, a maioria absoluta de estudantes universitários, que aplaudia e vaiava candentemente, ao manifestar suas escolhas. No dia seguinte às exibições, a Rádio Jovem Pan tocava o dia inteiro as novas canções para que os ouvidos se acostumassem com a melodia e letras das músicas classificadas. A TV Paulista, antecessora da Globo  cobria no Rio, o Festival Internacional da Canção, com fases internacional e nacional que também fizeram história. Seguiram-se outras: Bienal do Samba e  Festivais Universitários que a TV Tupi realizou para fazer concorrência com a Record. E tais festivais, sem dúvida, se não foram propriamente reveladores de artistas talentosos, sem dúvida, deram a eles, um tanto desconhecidos,  a visibilidade necessária para  que se tornassem célebres em todo o território nacional, e até no exterior,  a despeito das limitações de comunicação da época, ainda sem o  computador e a internet. Não me lembro, porém, de nenhum festival de músicos ou de conjuntos, como se dizia naquele tempo. Por isso, acompanho, desde a primeira edição, com curiosidade, o investimento que a TV Globo resolveu fazer num  reality show transmitido, ao vivo,  no  fim de noite de domingo, madrugada de segunda-feira, entre 23,00 e 1,00 hora, dedicado às bandas. Chamado de SuperStar, o festival vem empolgando mesmo, por  causa da qualidade das concorrentes. Claro que a seleção prévia mostra que as participantes, em regra, não são amadoras. São grupos profissionais, que já há algum tempo se apresentam por aí, nos  fins de semana e nos raros espaços  que  encontram neste país, em bares e churrascarias, sem grande valorização ou remuneração digna. Por isso, o grande mérito do programa consiste em revelar ao público  em geral, de todas as partes do Brasil, uma promissora nova geração de jovens talentosos, num segmento que não tem apresentado, nos últimos anos, grandes  novidades. A surpresa com  a qualidade das bandas que se apresentam, especialmente  as últimas seis, das quais apenas 4 se classificaram para a grande final, na noite de anteontem, não é apenas do público ou dos críticos, mas de artistas que são convocados, toda semana, para se misturarem ao público comum que forma o auditório do programa transmitido ao vivo. Vários integrantes de bandas tradicionais têm comparecido para elogiar e incentivar as candidatas, reconhecendo o esforço e a qualidade demonstrados nas apresentações. O júri formado pela cantora Ivete Sangalo, o ator-cantor, Fábio Junior e o roqueiro Dinho Ouro Preto, tem revelado a cada nova edição, mais entrosamento, renovado entusiasmo, razoável conhecimento da arte musical e muita sensibilidade na avaliação das candidatas. E Fernanda Lima, como apresentadora, é um show. A gaúcha reúne com naturalidade, uma extraordinária e serena beleza, com classe, bom gosto, e uma competência madura para comandar os nem sempre disciplinados comentaristas e integrantes da banda.  As quatro finalistas,  SURICATO, JAMZ, MALTA e LUAN E FORRÓ ESTILIZADO, são ótimas e demonstram que o estilo pode e deve ser versátil, explorando, quer na escolha do repertório, quer na roupagem de consagrados clássicos, os muitos e vários ritmos, universais e regionais,  de que se apropriou, ao longo do tempo, a chamada música pop.  Qualquer delas que vença a competição terá merecimento para isso. Mas acho que as que reúnem competência na execução cover de clássicos,  com músicas autorais, levam – e devem levar mesmo – vantagem, como é o caso da Banda Malta, que além de tudo, ainda tem um vocalista (e compositor) carismático, que ontem resolveu confessar algo de sua origem musical de formação e dileção, executando um clássico da inesquecível Aerosmith.  Vem coisa nova e boa por aí, com certeza!

Até breve amigos.


P.S. (1)  A imagem da coluna de hoje, da Banda Malta, favoritíssima aos prêmios oferecidos pelo programa para a melhor banda, foi emprestada de www.youtube.com.;

P.S (2) A Banda Aerosmith surgiu em 1.970 e está em atividade até hoje, com substituição de alguns de seus integrantes. Tornou-se célebre pela adoção do estilo hard rock, misturando vários ritmos como o blues, com elementos do pop, heavy metal e rhythm and blues. É considerada a mais famosa banda americana de rock de todos os tempos. Vendeu mais de 150 milhões de álbuns em todo o planeta. Acima um vídeo do Youtube com um de seus grandes sucessos: Crazy.

P.S. (3) O vocalista Bruno é o autor de praticamente todas as músicas autorais executadas pela banda Malta. Seu pai, que ele sequer chegou a conhecer por ter falecido quando o cantor e compositor tinha pouco tempo de vida, era um cantor sertanejo. Bruno confessou há pouco tempo que a influência da música sertaneja foi e continua sendo indiscutível na sua formação e evolução como profissional da música contemporânea. E embora tendo se tornado roqueiro, suas composições estão voltadas para um estilo de rock romântico, com influência melódica do sertanejo.


P.S. (4)  Para ilustrar e melhor entender o rock da Banda Malta:Hard rock é um estilo musical, subgênero do rock que tem suas raízes do rock de garagem e psicodélico do meio da década de 1960, que se caracteriza por ser consideravelmente mais pesado do que a música rock convencional, e marcada pelo uso de distorção, uma seção rítmica proeminente, arranjos simples e um som potente, com riffs de guitarra pesada e solos complexos. A formação típica era constituída por bateria, baixo, guitarra, e algumas vezes, um piano ou teclado, além de um vocalista que muitas vezes se utilizava de vocais agudos e roucos. Nos finais dos anos 60, os termos hard rock e heavy metal eram praticamente usados como sinônimos, mas o último gradualmente começou a descrever um estilo de música tocado ainda com mais volume e intensidade. Há ainda outra diferença chave, entre ambos sub-gêneros: Enquanto o hard rock manteve sua identidade blues e algum swing na batida, as melodias do metal são frequentemente ditadas por riffs agressivos de guitarra, desprovidos de swing” (www.wikipedia.com).  

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