Boa noite amigos,
Mudaram os tempos. E o “agora” é tempo em, que por todos os
lados, você é pressionado para fazer medicina preventiva. Inda mais se tiver
mais de 60 anos e histórico na família de câncer ou problema cardiológico. E
alguém não tem uma ou outra coisa?
Conheci muita gente que morreu sem nunca ter feito um hemograma. Que não
soube, nesta existência, o que significa glicemia ou colesterol e nem sequer
conheceu o seu tipo sanguíneo. Gente que
comeu de tudo, que bebeu de tudo, que fumou e abusou à vontade e que bateu a cassuleta ( será que é com dois "ésses" ou com c?). com
mais de 80, 90 anos. Mais isso já era. Hoje você não corre esse risco, pois os
programas de TV, os amigos, os filhos e netos te convencem que é melhor você
descobrir cedo se tem alguma doença grave, porque as chances de cura são
maiores, e de você abandonar a vontade de viver, por conta de uma depressão,
incomensuráveis. Todo ano, você é
instado pela empregadora a fazer o tal
Chek up, que para valer mesmo tem que contar com um chek list de exames de todos os tipos. Pois
bem, foi assim que em certa manhã, lá estou eu no laboratório com as benditas
guias da Unimed, esperando a minha vez de ser atendido: - O Sr. fez sexo nas últimas 48 horas? Andou à
cavalo? As perguntas se sucediam firmes na boca bem feita da jovem atendente do laboratório. E em voz alta. De soslaio observei o
ambiente e notei que várias pessoas disfarçavam, mas aguardavam ávidas e
sádicas, sem dúvida, as minhas respostas. Só de sacanagem. Emendei uma sucessão de “nãos”, sem saber bem o propósito dessas perguntas. Afinal, o que tem a ver o sexo com os exames
de hemograma? E será que andar à cavalo altera a glicemia? E o toque retal,
modifica o PSA? De cabeça baixa,
constrangido, rapidamente só me restavam algumas hipóteses de consolação: Já
pensou se ela perguntasse se fiz sexo nas últimas 48 semanas? E nos últimos 48
meses? O Sr. trouxe as amostras para os exames de urina e fezes? Não, respondi. Na verdade, tinha esquecido. Aliás, nem isso. Não cheguei
propriamente a olhar na guia a relação dos exames que o meu facultativo de
praxe tinha solicitado. Não tive tempo. Bom, como não enviei o material, ela me
advertiu que os exames só ficariam prontos depois que eu entregasse as
amostras. E mais advertências: O material tem que ser colhido e logo em seguida
entregue, viu? Quanto às fezes não precisa exagerar. Basta um pedacinho, que será
suficiente. E quanto à urina? Bem também não precisa uma grande quantidade.
Acorde pela manhã e colha a primeira urina. Mas, atenção, despreze o primeiro
jato. Pensei, cá comigo: Moça, digamos
que eu não tenha propriamente um jato, nessa minha idade. Pode ser em gotas? E
tem mais: não estou em condições de desprezar nada. Mas, vou tentar. Saí do
laboratório cheio de interrogações e dúvidas. Sem saber como, nem por que. Mas
considerei que pelo menos, ao menos, esses donos de laboratórios poderiam
substituir essas mocinhas jovens, bonitas e implacáveis, por algum marmanjo
mais experiente e piedoso. Que não precisasse fazer determinadas perguntas, nem
advertências. Muito menos em altos brados. Que considerasse que as respostas seriam
óbvias. E que pudesse me explicar, ao menos, o que tem de ver o cu com as
calças!
P.S. Ah! Tive vontade, mas não perguntei naquela questão
relacionada com o sexo nas últimas 48 horas, se punheta valia.
Até amanhã amigos.
P.S. (2) A imagem da coluna de hoje foi emprestada de forum.jogos.uol.com.br
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