“Tragédia não é a morte.
Tragédia é não ter vivido.” (de alguém
que não me lembro).
Bom dia amigos,
Eraldo ao lado de Pelé, de
quem se tornou amigo, em
foto do ano de 1.964.
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No retorno ao blog, depois
de algum tempo, por causa da preguiça diária e da sensação da inutilidade da
minha prosa[1],como diria, com muito mais propriedade e poesia, o nosso saudoso Vinícius de
Moares, registro o falecimento, no último sábado, aos 85 anos, do ex-zagueiro, Eraldo Correia de Araújo, de pia batismal, alagoano de Pilar,
futebolista dos anos 50 e 60. Eraldo iniciou sua carreira no CSA, Clube
Esportivo Alagoano, vindo em 1.955 para o Estado de São Paulo e a cidade de São
José do Rio Preto, onde jogou pela tradicional equipe do América. Transferiu-se depois para o Clube
Atlético Taquaritinga e, finalmente, para o Guarani Futebol Clube de Campinas, onde
foi titular de 1.958 a 1.966, tendo realizado, pela equipe alviverde, em oito
temporadas, 276 partidas, 190 delas oficiais e 86 amistosos. Ficou conhecido por ter
parado Pelé, numa partida histórica no Brinco de Ouro, disputada no dia 18 de novembro de 1.964, quando o Bugre meteu uma goleada de 5 a 1 no Santos, então bicampeão mundial. A
efeméride virou notícia nacional e internacional e marcaria a atuação do
nordestino Eraldo para todo o sempre. Em
1.967, de 34 para 35 anos, deixou o futebol, mas não a cidade, onde permaneceu
até a sua morte. Sem formação adequada,
Eraldo perambulou por carreiras marginais, sendo a última a de corretor de
imóveis, não obtendo sucesso, porém, nem
acumulando fortuna. Ao contrário, já idoso, passou por dificuldades financeiras,
vivendo, nos últimos anos, de seguidas campanhas feitas pela diretoria e
torcedores do Bugre e, ainda, da
contribuição de amigos.
Meu neto Rafael, de 06 anos,
aproveitando a vida e a pia
inacabada para enfiar a cabe
ça pelo vão e fingir que é
mágico. Foto do meu celu
lar.
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Quando ainda gozava de relativa saúde, gostava de ficar
ali no Café Regina, onde permanecia durante horas conversando com conhecidos e
relembrando os bons tempos de juventude. Fiz com ele uma reportagem para este
blog, publicada no dia 06 de novembro de 2.011 (Eraldo e O Dia em que o Bugrão
Parou o Santos de Pelé), ocasião em que
me falou da vida e da carreira e, claro, da fama adquirida naquela partida, incumbido de marcar Pelé.
Avenida Orozimbo Maia
quase esquina com a Via
Norte Sul em Campinas
agora cedo, florida, -
anunciando a primavera.
Foto do meu celular.
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Até amanhã ou até breve
amigos.
P.S. (1) Eraldo se queixava rindo, é claro, de que o jornalista Milton Neves o chamava de Eraldo Cabeção. Ele garantia que nunca teve esse apelido. E nem cabeça grande, pô!
P.S. (2) "Nunca deixe que a saudade do passado e o medo do futuro estraguem a beleza de hoje, pois há dias que valem um momento, e há momentos que valem por toda uma vida" (de alguém que não se declarou).
Essa
cólera cega em face da injustiça e do mal-entendido,
Essa
imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade
de sua inútil poesia e de sua força inútil.”
Vinícius de Moraes. O Haver.
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