sábado, 28 de dezembro de 2019

LENON DEIXA O GUARANI. OBRIGADO LENON.


Boa tarde amigos,

O lateral direito Lenon 
vestindo a camisa que
honrou durante cinco
anos.

O lateral direito e volante Lenon não renovou seu contrato com o Bugre. Pelo que li havia interesse de ambas as partes pela renovação do contrato que vencerá no próximo dia 31 de dezembro. Revelado pelo Flamengo em 2.009, o atleta veio para o Guarani em maio de 2.015 e aqui permaneceu jogando ininterruptamente, até agora,  com pequena lacuna num período de 6 meses, em que foi emprestado ao Vasco da Gama. Durante sua permanência jogou pelo alviverde campineiro, 164 partidas, marcando 4 gols. Lenon participou, com destaque,  de duas campanhas vitoriosas do Guarani nesta década. No acesso da série C para a série B do Brasileiro, em 2.016, e no retorno do Bugre, que disputava a série A-2 do Campeonato Paulista para o grupo de elite do Paulistão, em 2.018, quando o Guarani não só conseguiu o acesso perseguido há anos, como também sagrou-se campeão da segunda divisão paulista. A torcida bugrina, sem exceção, acredito, é grata ao jogador. Serviu a vários treinadores e só não jogou ou foi escalado nos poucos períodos de afastamento para tratar lesões. Lateral de origem, também aceitou e foi escalado como volante, quando necessário. Foi um atleta importante e de impressionante regularidade. Se não me engano entrou em campo no dia seguinte ao seu casamento, adiando assim, em nome do profissionalismo, a sua lua-de-mel. Seu comportamento revela que, além de um profissional consciente e cumpridor de seus deveres, também é um homem de caráter, o que é muito apreciável no meio esportivo, como diria o Faustão. Mas se havia interesse bilateral na renovação do vinculo, por que não se chegou a um resultado positivo?Também procuro entender e justificar o eventual radicalismo de ambas as partes na malograda negociação. A diretoria do Bugre, que perde o atleta por uma diferença de 10.000 reais, segundo li. E o atleta que pela mesma pequena diferença prefere assinar com o Cuiabá, um clube sem grande tradição, para jogar num Estado distante dos centros e vitrines do futebol brasileiro. De qualquer forma, como bugrino, sou grato ao atleta por sua dedicação e compromisso, honrando a camisa que vestiu por mais tempo em sua carreira e por ter feito parte de momentos relevantes para  o retorno do Bugre a posições que ele não poderia ter perdido pela sua história e tradição. A ele desejo muita sorte no futebol mato-grossense e na vida pessoal. Ao Bugre espero que rapidamente supra a lacuna na posição, o que não será fácil dada a limitação de orçamento, que contrate bem e anuncie as contratações para dar ao jovem treinador Tiago Carpini, uma equipe em condições de se manter na elite do futebol paulista e na série B do Brasileiro de 2.020, considerado o escasso orçamento com que poderá contar e o fato de que nem sequer jogará a Copa do Brasil.

Até mais amigos e feliz ano novo.










quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

SOBRE PREFERÊNCIAS


Boa noite amigos,

Do meu celular foto da placa com a advertência de que o -
atendimento preferencial não seria observado no caso de -
prenotação de título.
No mundo moderno propaga-se a necessidade de ética e de resgate de valores abandonados pela sociedade ou por ela ignorados por gerações do passado. As religiões namoram com um ecumenismo que permita aos fiéis um convívio recíproco respeitoso. A ideia fundamental é a "inclusão", sem deixar ninguém de fora, seja qual for a sua condição de idade, física e mental, de sexo, cor, opção sexual etc. etc. As casas legislativas votam leis que estabelecem quotas raciais nas universidades, para compensar desequilíbrios decorrentes de preconceito e falta de oportunidades a negros e descendentes. Surgem estatutos para defesa dos idosos, das crianças, de índios, de adolescentes, e assim por diante.  São as chamadas “preferências legais”. A questão que lei alguma resolve, no entanto, diz respeito  a como estabelecer a ordem de  preferência entre pessoas com primazias legais. Tomando-se como exemplo,  uma sala de atendimento de  um médico geriatra  como organizar a ordem em que os pacientes deverão ser atendidos em cumprimento do preceito legal?  Observada a condição de todos os considerados idosos que critério seria aceitável para estabelecer  essa ordem? Os mais velhos antes dos mais novos? Os deficientes antes dos idosos?  Entre os deficientes os de melhor estado depois daqueles em pior estado? Bem, quero falar do que li numa placa retratada acima na postagem de hoje. Ela se  encontra afixada na sala de atendimento do Primeiro Cartório de Registro de Imóveis de Campinas. Curiosa a advertência adicional que o Oficial externa. Nela se lê que a preferência de idosos,  gestantes, deficientes etc não prevalece para efeito de prenotação  de títulos. Para quem não sabe, a prenotação é  medida legal destinada a garantir prioridade no registro de um título de propriedade ou de outro direito real. Como no Direito brasileiro o registro é que transfere a propriedade imobiliária e não a escritura pública, a ordem de entrada de um título no registro determina, no caso do ingresso de dois títulos que transferem a pessoas diversas, um mesmo bem, qual deles deverá ter o título registro e se tornar o proprietário do imóvel e a qual deles restará o caminho de um pedido de indenização. Assim, como parece óbvio, a prioridade legal no atendimento de idosos, deficientes e gestantes não pode ser invocada para efeito de inverter a ordem na prenotação  de títulos. Juro que imaginei a seguinte situação inusitada: Na fila de atendimento do Cartório um mocinho na frente e um velhinho atrás. Cada um com uma escritura de compra e venda para registro, envolvendo o mesmíssimo imóvel. O velho invoca prioridade no atendimento, passa na frente do moço, prenota o seu título antes e garante, com isso, é só por isso, a eficácia na transferência da propriedade. 
Essa nem o Walcyr Carrasco imaginou, hein!

Até mais amigos.

domingo, 8 de dezembro de 2019

CINEMA DE TARANTINO: ERA UMA VEZ... EM HOLLYWOOD


Boa noite amigos,

O trio de protagonistas do longa de Tarantino, pela ordem, -

Brad Pitt, Leonardo Dicaprio e  Margot Robbie.
Era uma Vez em Hollywood, o último badalado longa de Quentim Tarantino, candidato a várias estatuetas no Oscar de 2.020, é mais uma vez a “cara” de seu diretor e roteirista, com sua conhecida paixão pela indústria cinematográfica e a vontade de prestar tributo a estilos, épocas e a atores e diretores que se tornaram notáveis no passado, quando o cinema não contava com os recursos tecnológicos atuais e dependia fundamentalmente das grandes atuações dos artistas e de diretores capazes de apresentar e desenvolver roteiros que agradassem tanto ao público, quanto a produtores  dispostos a apostar seus milhões de dólares em  produtos que deixassem nas bilheterias muitas vezes o valor de orçamentos milionários. O longa desta vez presta homenagem a Hollywood de 1.969, época em que o mundo passava por grandes transformações e o cinema ingênuo e simples, de romances açucarados e faroestes americanos e italianos (espaguetes), e que ele já homenageara em filmes anteriores como o bom  Django Livre, estava com os dias contados.  A “guerra fria” que se desenvolvia entre as potências (Estados Unidos e União Soviética), a Guerra do Vietnã, a conquista do universo com a pousada na lua, o surgimento do movimento hippie e da contra-cultura em geral, chegava também a Los Angeles. Hollywood vivia o fervor da revolução política e cultural que se passava no mundo e buscava um novo e comprometido público, para além dos romances açucarados, bandidos e mocinhos, índios e caras pálidas, e finais felizes. Movimentos como a Nouvelle Vague na França e a Escola de Nova York nos Estados Unidos, com diretores como Godard, Fellini, Antonioni, pensavam um cinema intimista, cadenciado, reflexivo, que ensejasse discussões políticas e existenciais mais em voga. Li em um crítico renomado que a ignorância do jovem espectador sem vivência, nem  conhecimento dos fatos políticos do mundo da época e seus personagens, o impedirá de compreender as mensagens expressas ou subliminares do filme e identificar lugares, fatos ou personalidades. É verdade. Mas nem por isso estará condenado ao enfado, porque Tarantino consegue, graças ao seu talento no domínio do roteiro, prender o espectador ciente ou  inciente,até o fim,num filme de quase três horas, focado em três personagens: Rick Dalton (Leonardo diCaprio), um ator em busca de reconhecimento; seu Double permanente, Cliff Booth (Brad Pitt), que se conformava em conservar o seu emprego de segunda linha e a  servir o seu amigo e patrão em todas as necessidades e a atriz, Sharon Tate (Margot Robbie), na época casada com o diretor polonês, Roman Polansky. E enquanto os dois primeiros são fictícios, a atriz e outros personagens existiram e fizeram história na Hollywood de 1.969. O expediente de juntar ficção e realidade para contar fatos ou acontecimentos de quem ou do que pretende prestar tributo é marca registrada de Tarantino. Seu forte, portanto, não é o gênero documentário, mas o de construir uma realidade, como se pudesse reescrevê-la ao sabor de alguns ingredientes que ele concebe e inclui com o objetivo de alterar o seu curso. Falar do talento de LeonardoDiCapri para mim é uma constante. Sou fã desse ator de 45 anos, que acompanho desde o menino romântico do Titanic. E ele desempenha mais uma vez de forma magistral o atormentado ator fictício em busca de sua identidade e do reconhecimento num mundo em que predominam talento, dinheiro, estilos, mas também hipocrisias, traições e “egos” exacerbados. Brad Pitt não fica atrás, merecendo destaque pela construção de seu personagem de forma marcante. E o trio se completa com a atuação de Margot Robbie para Sharon Tate, a bela atriz americana que foi brutalmente assassinada, naquele fatídico ano de 1.969, por fanáticos hippies da seita de Charles Manson, quando estava grávida de nove meses do diretor Polansky. Não deixe de ver o filme. Há quem o considere o melhor no conjunto da obra de Tarantino.