domingo, 12 de abril de 2020

A PÁSCOA DO SILÊNCIO E DA SOLIDARIEDADE.


Bom dia de Páscoa meus amigos,

Em foto do meu celular pássaro -

pousando sobre a piscina vazia-
do condomínio onde resido.    -
O vazio absoluto imposto pela -
pandemia do Covid-19.
12 de Abril de 2.020, domingo de Páscoa, uma Páscoa que será lembrada para sempre por todos os humanos que se acham vivos. Um vírus desconhecido até então,  de propagação estratosférica,  se espalhou pelo mundo de forma incontrolável, apesar de todos os esforços da ciência e da tecnologia para entendê-lo e, a partir daí, criar mecanismos de controle e antídotos eficientes. Centro da epidemia neste momento é o país mais rico e desenvolvido do planeta, os Estados Unidos da América, que conta mais de 500.000 mil contaminações e mais de 20.000 mortes. E nós, os latinos do hemisfério sul, os mais carentes, ao lado da África e de parte da Ásia vamos  nos virando como podemos, aguardando temerosos, sem nada saber do futuro que nos espera, recolhidos dentro de nossas casas ou refúgios, seguindo as orientações da desorientada comunidade médica e  da Organização Mundial de Saúde. A dita Organização, que no momento só tem a nos oferecer a recomendação do afastamento social para conter a pandemia, ou ao menos, descontinuar a curva de contaminação para permitir  que os recursos existentes nos sistemas de saúde de todos os países, ricos ou pobres, possa dar conta de atender os mais atingidos pelos efeitos da virose. Essa, portanto, é a Páscoa do isolamento, do temor, das incertezas e da carência de beijos e abraços entre amantes, maridos e mulheres, companheiros, amigos, filhos, pais e netos. Esse é o efeito mais cruel dessa pandemia. Há também uma lição a aprender. O amor e a solidariedade, a procurada justiça social entre os homens é a única salvação da humanidade. É tempo de  Páscoa. E, como tal de renovação. Precisamos uns dos outros. Ninguém vive sozinho. É Páscoa!  Da reflexão. Da revisão de conceitos e de valores. Todos estamos equiparados, vivendo o mesmo drama. E neste momento, melhor que qualquer um de nós, são os lixeiros, os agentes de saúde, os porteiros, a imprensa, os motoboys, as cozinheiras, as lavadeiras que garantem, com risco pessoal, a nossa própria sobrevivência.  Se não podemos abraçá-los, podemos amá-los. Podemos disponibilizar nossos recursos, inclusive financeiros, para manter os nossos colaboradores recebendo seus salários, enquanto dispensamos a sua proximidade, os seus serviços. Empresários e trabalhadores são atingidos em igual intensidade e será preciso diálogo,  compreensão e respeito. E o entendimento de que   todos haverão de  dividir os nefastos efeitos da crise. Não é hora de cobrar direitos. É hora de relativizá-los e de disponibilidade no que temos e podemos ajudar.  É hora de composição. De solidariedade.  Em resumo, de amor ao próximo, cientes de que carregar o fardo da vida exige o ombro do outro, o abraço do outro, o concurso do outro, porque ninguém se basta neste mundo.  Lembrei do Tom Jobim compondo e da imortal Elis Regina entoando a versão portuguesa de Wave:  “....Vou te contar/ os olhos já não podem ver/coisas que só o coração pode entender/ fundamental é mesmo o amor/ é impossível ser feliz sozinho.”   E que vivam os amores, quaisquer que sejam, como propala  Milton Nascimento em sua bela canção: "Qualquer maneira de amor vale a pena".

Um grande abraço, um forte abraço ,meus amigos. E quero lhes reafirmar que amo todos vocês. E que é bom que eu os tenho e que vocês existem na minha vida. Espero também sempre existir, de alguma forma, na de vocês. Com intensidade imortal, enquanto durarmos, como na poesia de Vinícius.

Até mais amigos.
















Nenhum comentário:

Postar um comentário