Boa noite amigos,
I)
Como é sabido a instabilidade política,
administrativa e principalmente financeira do Guarani Futebol Clube, que já dura algumas décadas, à evidência,
vem se refletindo na formação, continuidade e produção das equipes e comissões
técnicas, montadas e desmontadas, a cada campeonato, ao sabor das conveniências
políticas e dos recursos momentâneos, levantados com eventuais interessados
patrocinadores e beneméritos. Isso explica, por exemplo, as grandes oscilações
por que passam as equipes de cada ano ou semestre, provocando desvio de padrão
inacreditável. No Campeonato Paulista de 2.012, por exemplo, o Bugre fez uma campanha espetacular e
sagrou-se vice-campeão, depois de memoráveis vitórias, nas quartas-de-finais e
nas semifinais contra Palmeiras e Ponte Preta. Só não venceu, na final, o Santos
de Neymar, por se tratar de uma
grande equipe e que vivia uma fase extraordinária, ostentando, na ocasião, a condição de
bicampeã paulista e da Libertadores da América, contando, ainda, com outros fatores, como a contribuição,
diga-se, a bem da verdade, dispensável,
da Federação Paulista de Futebol, que negou ao Bugre, o direito
incontestável de mandar um dos dois jogos finais em seu estádio, e ao árbitro Paulo César de Oliveira, que inventou um pênalti em favor do Peixe, no segundo jogo, quando o placar
indicava empate em 1 a
1. No mesmo ano, no entanto, disputando
a série B do Brasileiro, o alviverde
campineiro caiu para a série C, em novo e inesperado rebaixamento. Já em 2.013,
ainda na elite do campeonato
regional, o Bugre amarga novo rebaixamento,
ficando em último lugar dentre todos os 20 participantes. Como explicar essa
gangorra, senão como reflexo de uma
gestão totalmente equivocada e amadora?
Porém, certo é que o clube é maior que os desmandos e incompetências
provocados por alguns, e a crise que parece interminável. A atual diretoria,
capitaneada pelo empresário Álvaro
Negrão, tem, verdade seja dita, acenado com o firme e obsessivo propósito
de conduzir a instituição num outro rumo,
uma vereda que permita a recuperação, em
todos os aspectos, o que não se dá, nem se daria, como se sabe, do dia para a
noite, mas por meio da fidelidade a um
projeto efetivo de saneamento financeiro, que considere a dura realidade do
clube, o seu potencial ditado pelo valor incorpóreo de sua tradição, importância
e conquistas, e o comprometimento de bugrinos competentes, sérios e focados nesse desiderato. As diversas
diretorias e comissões criadas por Negrão
têm trabalhado de forma harmônica, no objetivo de auxiliar a Presidência na
adoção de medidas que vão desde a
apuração enérgica de responsabilidade de
dirigentes anteriores, à efetivação de
negócios possíveis que garantam o
pagamento das dívidas e produção de
receitas não eventuais, aptas a assegurar o “crescimento sustentável”,
um termo em moda no momento. Vamos acreditar e prestar apoio a essa
diretoria, que tem se revelado séria e disposta a trabalhar no exclusivo
benefício do Guarani Futebol Clube,
de seus sócios e de sua imensa e
apaixonada torcida, de suas tradições e
de sua história.
II)
Como torcedor apaixonado, mas extremamente cético e realista, um paradoxo que
explica a nossa condição humana de contradições, venho acompanhando a campanha
do Guarani Futebol Clube, na série C do Brasileiro, conhecida como “terceirona”.
A atual diretoria, reduzindo, pela metade, a folha de pagamento dos atletas,
que hoje não passa dos R$500.000,00 (quinhentos mil reais), montou uma equipe
modesta, apostando num técnico jovem e relativamente desconhecido, cuja
experiência mais relevante tinha sido a de dirigir uma equipe do interior de
Minas Gerais (a Caldense), no
campeonato mineiro, obtendo um expressivo vice-campeonato. Chegando com um
discurso também ponderado e sem promessas, o técnico Tarcisio Pugliesi conquistou os jogadores, os torcedores e a imprensa
em geral.
Trabalhador , estrategista, formado em Educação Física pela Unicamp, sem nunca ter jogado futebol, Tarcisio
trouxe consigo a base daquele time por ele treinado no campeonato mineiro e
indicou a contratação de jogadores para outras posições e, bem assim, para completar o elenco. O objetivo é óbvio: o
acesso, a volta para a série B, do campeonato brasileiro e, posteriormente, o
retorno à elite do Brasileirão, que
o Bugre freqüentou a não muito tempo, ou seja, em 2.009. Pois bem, decorridas oito
rodadas das dezenove previstas para a fase de classificação e o Guarani, até aqui, cumpriu a meta de
forma reconhecidamente competente. Foram
5 (cinco) vitórias (contra Mogi-Mirim, Macaé, Duque de Caxias,
Betim e Vila Nova) e 3 (três) empates (contra Caxias, Barueri e Madureira). Privilegiando a defesa, uma
estratégia justificada pela ausência do entrosamento de uma equipe formada às
vésperas da competição, o Bugre foi
obtendo gradativamente pontos importantes, dentro e fora de casa. O único
resultado que pode não ser
considerado bom foi o empate, no Brinco,
contra a frágil equipe do Barueri.
Mas essa adversidade foi compensada com duas grandes vitórias fora de casa e
dois empates também fora de seus domínios, o que garantiu a invencibilidade da
equipe na competição (a única invicta) e a impressionante marca de 8 jogos consecutivos
sem sofrer um único gol, embora tenha marcado apenas 6. O que mais anima o
torcedor é a subida de produção da equipe que ontem, no Brinco, contra o Vila Nova, um adversário que exigiu
muito e que vinha de uma imprevisível vitória sobre a equipe do Caxias, por goleada de 4 a 0, venceu pelo placar de 2 a 0, mas o fazendo de forma
soberana, com grande equilíbrio em todos os setores, a ponto de construir esse
placar sem correr praticamente riscos.
Já dá para analisar alguns jogadores. A zaga com Júlio Cesar e Paulão tem
sido irretocável, levando vantagem sobre os ataques, em todas as partidas.
Aprecio muito o futebol veloz e ofensivo desse lateral direito, Jefferson Feijão, que, sem perder a
regularidade na defesa, tem sido uma das opções mais interessantes de ataque, pelo
seu setor. O acerto com o meia Fumagalli foi, a um só tempo, uma reconhecida homenagem
a um jogador que fez história no Bugre,
e um prêmio à jovem equipe e ao seu treinador, que passou a contar, no plantel, com um atleta marcadamente competente e experiente, perfil que
o elenco necessita, num campeonato de
longa duração como o Brasileiro. Destaque-se ainda, com boa produção até aqui,
o futebol de Edmilson, como volante,
dos meias Rossini e Ewerton Maradona, do experiente e recém
contratado, o rodado Fernandinho,
que ontem, ainda fora de ritmo, foi o melhor jogador do segundo tempo, abrindo
boa perspectiva de que repita boas atuações pelo Bugre e que surja como solução para a falta de meias talentosos,
que efetivamente criem jogadas para o
aproveitamento dos atacantes. Digno de registro também um
jovem atacante chamado Roninho, que
também no jogo de ontem, entrou e pôs fogo na partida, sendo dele a assistência
para o primeiro gol do oportunista Henan,
centroavante emprestado do Red Bull.
Vamos ver daqui para a frente como se comportam esses jogadores, que me
impressionam bem, e também os demais que
ainda precisam ser melhor observados para
mostrar virtudes, que eventualmente os habilite a vestir a camisa verde
do campeão brasileiro de 1.978 e de outros grandes times como o vice-campeão
brasileiro de 1.986 e do Paulista de 1.987.
Até
amanhã amigos.
P.S.
(1) Praticamente todos os jogos do Guarani
na série C, estão sendo transmitidos por canais de TV, mais especificamente pelo SPORTV
ou pela TV BRASIL;
P.S.
(2) O centroavante Henan, e isso parece unanimidade entre torcedores e crônica
esportiva, deve ganhar a posição de titular de Nena, que até aqui, em 8 jogos, não balançou as redes e perdeu
chances incríveis. Com a palavra o técnico Tarcisio
Pugliesi;
P.S.
(3) As substituições feitas pelo técnico
bugrino têm surtido efeitos. Ontem, por exemplo, com a saída de Ewerton Maradona e Nena e a entrada de Roninho e
Henan, Pugliesi revolucionou o jogo e os substitutos garantiram a grande
vitória sobre o Vila Nova. Sorte de
principiante ou visão de jogo?
P.S.
(4) A fase boa da equipe também contempla o
desempenho do goleiro. Juliano
tem garantido a inviolabilidade da meta bugrina, com boas defesas, sempre que a zaga (o que
ocorre raramente) é vencida;
P.S. (5) As imagens da coluna de hoje são do atacante Henan e do meia Roninho e foram emprestadas, respectivamente, dos sites globoesporte.globo.com e guaranifc.com.br.;
P.S. (5) As imagens da coluna de hoje são do atacante Henan e do meia Roninho e foram emprestadas, respectivamente, dos sites globoesporte.globo.com e guaranifc.com.br.;
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