sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O GUARANI DA CRISE E DA LIDERANÇA DO BRASILEIRO DA SÉRIE "C"

Boa noite amigos,


I) Como é sabido  a instabilidade política, administrativa e principalmente financeira do Guarani Futebol Clube, que já dura algumas décadas, à evidência, vem se refletindo na formação, continuidade e produção das equipes e comissões técnicas, montadas e desmontadas, a cada campeonato, ao sabor das conveniências políticas e dos recursos momentâneos, levantados com eventuais interessados patrocinadores e beneméritos. Isso explica, por exemplo, as grandes oscilações por que passam as equipes de cada ano ou semestre, provocando desvio de padrão inacreditável. No Campeonato Paulista de 2.012, por exemplo, o Bugre fez uma campanha espetacular e sagrou-se vice-campeão, depois de memoráveis vitórias, nas quartas-de-finais e nas semifinais contra Palmeiras e Ponte Preta. Só não venceu, na final,  o Santos de Neymar, por se tratar de uma grande equipe e que vivia uma fase extraordinária, ostentando, na ocasião,  a condição de  bicampeã paulista e  da Libertadores da América, contando, ainda, com outros fatores, como  a contribuição, diga-se, a bem da verdade, dispensável,  da Federação Paulista de Futebol, que negou ao Bugre,  o direito incontestável de mandar um dos dois jogos finais em seu estádio, e ao árbitro Paulo César de Oliveira, que inventou um pênalti em favor do Peixe, no segundo jogo, quando o placar indicava empate em 1 a 1.  No mesmo ano, no entanto, disputando a série B do Brasileiro, o alviverde campineiro caiu para a série C, em novo e inesperado rebaixamento.  Já em 2.013,  ainda  na elite do campeonato regional, o Bugre amarga novo rebaixamento, ficando em último lugar dentre todos os 20 participantes. Como explicar essa gangorra, senão como  reflexo de uma gestão totalmente equivocada e amadora?  Porém, certo é que o clube é maior que os desmandos e incompetências provocados por alguns, e a crise que parece interminável. A atual diretoria, capitaneada pelo empresário Álvaro Negrão, tem, verdade seja dita, acenado com o firme e obsessivo propósito de conduzir a instituição  num outro rumo, uma vereda que permita a  recuperação, em todos os aspectos, o que não se dá, nem se daria, como se sabe, do dia para a noite, mas por meio da fidelidade a  um projeto efetivo de saneamento financeiro, que considere a dura realidade do clube, o seu potencial ditado pelo valor incorpóreo de sua tradição, importância e conquistas,   e o comprometimento de bugrinos competentes,  sérios e focados nesse desiderato. As diversas diretorias e comissões criadas por Negrão têm trabalhado de forma harmônica, no objetivo de auxiliar a Presidência na adoção de medidas  que vão desde a apuração enérgica  de responsabilidade de dirigentes anteriores,  à efetivação de negócios possíveis  que garantam o pagamento das dívidas e  produção de  receitas não eventuais, aptas a assegurar o “crescimento sustentável”, um termo em moda no momento. Vamos acreditar e prestar apoio a essa diretoria, que tem se revelado séria e disposta a trabalhar no exclusivo benefício do Guarani Futebol Clube, de seus sócios e de  sua imensa e apaixonada torcida,  de suas tradições e de sua história.
 
II) Como torcedor apaixonado, mas extremamente cético e realista, um paradoxo que explica a nossa condição humana de contradições, venho acompanhando a campanha do Guarani Futebol Clube, na série C do Brasileiro, conhecida como “terceirona”. A atual diretoria, reduzindo, pela metade, a folha de pagamento dos atletas, que hoje não passa dos R$500.000,00 (quinhentos mil reais), montou uma equipe modesta, apostando num técnico jovem e relativamente desconhecido, cuja experiência mais relevante tinha sido a de dirigir uma equipe do interior de Minas Gerais (a Caldense), no campeonato mineiro, obtendo um expressivo vice-campeonato. Chegando com um discurso também ponderado e sem promessas, o técnico Tarcisio Pugliesi  conquistou os jogadores, os torcedores e a imprensa em geral. Trabalhador, estrategista, formado em Educação Física pela Unicamp, sem nunca ter jogado futebol,  Tarcisio trouxe consigo a base daquele time por ele treinado no campeonato mineiro e indicou a contratação de jogadores para outras posições e, bem assim,  para completar o elenco. O objetivo é óbvio: o acesso, a volta para a série B, do campeonato brasileiro e, posteriormente, o retorno à elite do Brasileirão, que o Bugre freqüentou a não muito tempo, ou seja, em 2.009. Pois bem, decorridas oito rodadas das dezenove previstas para a fase de classificação e o Guarani, até aqui, cumpriu a meta de forma reconhecidamente competente.  Foram 5 (cinco) vitórias  (contra Mogi-Mirim, Macaé, Duque de Caxias, Betim e Vila Nova) e 3 (três) empates (contra Caxias,  BarueriMadureira). Privilegiando a defesa, uma estratégia justificada pela ausência do entrosamento de uma equipe formada às vésperas da competição, o Bugre foi obtendo gradativamente pontos  importantes, dentro e fora de casa. O único resultado  que pode não ser considerado bom foi o empate, no Brinco, contra a frágil equipe do Barueri. Mas essa adversidade foi compensada com duas grandes vitórias fora de casa e dois empates também fora de seus domínios, o que garantiu a invencibilidade da equipe na competição (a única invicta) e a impressionante marca de 8 jogos consecutivos sem sofrer um único gol, embora tenha marcado apenas 6. O que mais anima o torcedor é a subida de produção da equipe que ontem, no Brinco, contra o Vila Nova, um adversário que exigiu muito e que vinha de uma imprevisível vitória sobre a equipe do Caxias, por goleada de 4 a 0, venceu pelo placar  de  2 a 0, mas o fazendo de forma soberana, com grande equilíbrio em todos os setores, a ponto de construir esse placar sem correr  praticamente riscos. Já dá para analisar alguns jogadores. A zaga com Júlio Cesar e Paulão tem sido irretocável, levando vantagem sobre os ataques, em todas as partidas. Aprecio muito o futebol veloz e ofensivo desse lateral direito, Jefferson Feijão, que, sem perder a regularidade na defesa, tem sido uma das opções mais interessantes de ataque, pelo seu setor.  O acerto com o meia Fumagalli  foi, a um só tempo, uma reconhecida homenagem a um jogador que fez história no Bugre, e um prêmio à jovem equipe e ao seu treinador, que passou a contar, no  plantel, com  um atleta marcadamente competente e experiente, perfil que o elenco necessita,  num campeonato de longa duração como o Brasileiro. Destaque-se ainda, com boa produção até aqui, o futebol de Edmilson, como volante, dos meias Rossini e Ewerton Maradona, do experiente e recém contratado, o rodado Fernandinho, que ontem, ainda fora de ritmo, foi o melhor jogador do segundo tempo, abrindo boa perspectiva de que repita boas atuações pelo Bugre e que surja como solução para a falta de meias talentosos, que efetivamente criem  jogadas para o aproveitamento dos atacantes. Digno de registro também um jovem atacante chamado Roninho, que também no jogo de ontem, entrou e pôs fogo na partida, sendo dele a assistência para o primeiro gol do oportunista Henan, centroavante emprestado do Red Bull. Vamos ver daqui para a frente como se comportam esses jogadores, que me impressionam bem, e também  os demais que ainda precisam ser melhor observados para  mostrar virtudes, que eventualmente os habilite a vestir a camisa verde do campeão brasileiro de 1.978 e de outros grandes times como o vice-campeão brasileiro de 1.986 e do Paulista de 1.987.

Até amanhã amigos.


 P.S. (1) Praticamente todos os jogos do Guarani na série C, estão sendo transmitidos por canais de TV,  mais especificamente  pelo SPORTV ou pela TV BRASIL;

P.S. (2)  O centroavante Henan, e isso parece unanimidade entre torcedores e crônica esportiva, deve ganhar a posição de titular de Nena, que até aqui, em 8 jogos, não balançou as redes e perdeu chances incríveis. Com a palavra o técnico Tarcisio Pugliesi;

P.S. (3)  As substituições feitas pelo técnico bugrino têm surtido efeitos. Ontem, por exemplo, com a saída de Ewerton Maradona e Nena e a entrada de Roninho e Henan, Pugliesi revolucionou o jogo e os substitutos garantiram a grande vitória sobre o Vila Nova. Sorte de principiante  ou visão de jogo?

P.S. (4) A fase boa da equipe também contempla o  desempenho do goleiro. Juliano tem garantido a inviolabilidade da meta bugrina,  com boas defesas, sempre que a zaga (o que ocorre raramente) é vencida;

P.S. (5) As imagens da coluna de hoje são do atacante Henan e do meia Roninho e foram emprestadas, respectivamente, dos sites globoesporte.globo.com e guaranifc.com.br.;  





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