quarta-feira, 28 de maio de 2014

STJ - TETO CONSTITUCIONAL CALCULADO SOBRE APOSENTADORIA E PENSÃO - NOVA ORIENTAÇÃO

Boa noite amigos,

A questão da aplicação do  teto remuneratório previsto na Constituição Federal para a remuneração de servidores públicos, e como deve ser calculado, continua gerando acesas controvérsias na jurisprudência dos Tribunais Brasileiros. Julgando recentemente o RMS 30.880-CE,  a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, alterando orientação anterior, decidiu, por maioria, que, no caso de acumulação de proventos de aposentadoria de servidor público, com pensão por morte de cônjuge, também servidor público, o teto constitucional deve incidir isoladamente sobre cada uma dessas verbas e não na somatória delas. O relator, Ministro Moura Ribeiro, reconhecendo, embora, a existência de precedentes que previam o cálculo sobre os valores cumulados,  observou que a questão deveria ser repensada, pois juntar os benefícios para promover o corte,  equivaleria a admitir que o Estado se locuple ilicitamente, quando é certo que  recebeu contribuições durante toda a vida dos servidores, devendo realizar as contraprestações previdenciárias respectivas prometidas, cujas origens,aliás,  são diversas. O recurso foi interposto por servidores estaduais contra Acórdão do Tribunal de Justiça do Ceará, tendo como recorrido o Estado do Ceará. Como argumento adicional, o Ministro invocou a Resolução 13/06 do Conselho Nacional de Justiça, que admite a incidência separada do teto remuneratório em proventos de aposentadoria e pensão, em que figuram como beneficiários membros do Poder Judiciário.  E, conclui que não via e não vê razão para estabelecer diferença entre os membros do Judiciário e servidores de outros Poderes. Obviamente, o  argumento também serve em caso de qualquer acumulação de vencimentos de servidor público em atividade, desde que lícita, e, igualmente, de servidor aposentado que possa exercer outra atividade pública, recebendo cumulativamente proventos de aposentadoria e vencimentos de atividade. O assunto ainda vai render. Vamos acompanhar com atenção a evolução.

Até amanhã amigos. 

P.S. (1) A imagem-caricatura da postagem de hoje foi emprestada de blog.opovo.com.br.



domingo, 25 de maio de 2014

TURISMO - BARBADOS III - PROGRAMAS E INFORMAÇÕES

Amigos,


Rihanna – Barbadiana Ilustre.

A mais ilustre  personalidade barbadiana, orgulho do governo de Barbados e de todo o seu povo, é a internacional cantora, compositora, dançarina, modelo e atriz, Rihanna (imagem n. 1, emprestada do site wwwperuasantenadas.com), de apenas 26 anos, que iniciou a carreira em 2.005, mas já bateu vários recordes. São mais de 50 milhões de álbuns vendidos e mais de 180 milhões de singles. Premiada  nos Estados Unidos e na Europa, já recebeu 8 grammys, o mais importante prêmio da música internacional.  Em janeiro passado Rihanna esteve no Brasil, fazendo ensaios para fotografias que foram publicadas pela Vogue Brasil. A sensualidade é a sua marca registrada. Belíssima e dotada de um corpo escultural, seu lema é “sensualizar”, porque considera que  “o que é bonito é para se mostrar”. As fotos sensuais foram captadas pelas lentes do fotógrafo Mariano Vivanco. Em 2.011 a cantora foi nomeada Embaixadora da Cultura de Juventude de Barbados

Programas


   Visita a The Mount Gay Rum Tour (St. Michael). Trata-se de uma visita à mais importante indústria de rum de Barbados, com direito a conhecer a história de seu fundador e acompanhamento da  exposição dos vários tipos dessa consagrada bebida caribenha. E, na oportunidade, participar também da degustação. A visita inclui o conhecimento da linha final de produção da indústria e a possibilidade de aquisição dos produtos por valores menores do que os cobrados pelos supermercados e lojas.
A visita pode ser feita até às 15,30 horas.

            Passeio de barco pelo Mar do Caribe com paradas para mergulho junto às tartarugas locais – uma atração especial.
Os barcos são inúmeros, a escolher,  maiores ou menores, e o tempo do passeio varia: de 5 horas (no roteiro mais longo do charmoso Elegance Catamaran Cruss, com almoço incluído, ao preço de 115 dólares),  até 3 (três) horas, (o mais curto no El Tigre Catamaran Saling Cruss, sem almoço, mas com aperitivos à vontade, muita música e alegria).  A escolha é do freguês. Arrisque um dos roteiros, valendo lembrar que o de 3 horas é bastante suficiente para se conhecer, razoa velmente toda a ilha vista do mar. Em todos eles há  paradas estratégicas no meio do mar para mergulhos, ao lado das tartarugas.    

    

  Hausen’s  Cave.   Visita à aludida Caverna, com estrutura de primeiro mundo. Você se sente um pouco na Disney. Elevadores descem trazendo o turista do nível normal do solo em que se encontra até a entrada da caverna,  onde começa o passeio. Ele é feito integralmente num trenzinho confortável e seguro, que circula por todo o interior da caverna, de onde se pode apreciar os magníficos desenhos feitos pela natureza e tirar as fotos possíveis. Um passeio muito interessante;

    Animal Flower Cave.  Ao norte da ilha de Barbados, mais precisamente em St. Lucy, você pode se engajar em outro programa que envolve caverna. É imperdível! Para mim o mais interessante de todos. O nome (Animal Flower) refere-se à planta que foi encontrada pelos primeiros descobridores. É notável apreciar a estrutura que se formou a partir da sedimentação e dos acidentes geológicos que sacudiram o local em eras passadas. A vista do penhasco é deslumbrante. Em seguida, descendo por uma escada estreita pode-se andar, com muito cuidado, pelas pedras e testemunhar a beleza da caverna que ali se instalou. Se quiser também pode banhar-se ligeiramente na água gelada que se encontra no seu interior, formando uma verdadeira piscina que mais adiante  se junta ao mar;

e    O Festival de Oinstins.

Todas as sextas-feiras os turistas se misturam com os bajans para se divertir no Festival de Oinstins, um lugar próximo à praia,  onde se pode consumir, em múltiplas barracas, a boa comida da terra, especialmente o “Flyng Fisch”, ou peixe-espada, ouvindo a boa música caribenha , tudo acompanhado de um bom  vinho ou cerveja. É um programa auto-astral que agrada visitantes de todas as idades.

COMPRAS

Ao contrário de Miami, Orlando e Nova York, grandes redutos, a preços insuperáveis,  de compras de roupas, sapatos, eletrônicos e toda uma parafernália que se tornou indispensável à vida e à saúde física e mental da nova e velha geração, em Barbados não vale a pena comprar, pois além de inexistir variedade e qualidade dos produtos que se compram nos EEUU, os preços são altos, iguais ou maiores que no Brasil. Independentemente disso, você pode adquirir produtos locais interessantes que fazem parte da cultura, entre bebidas e “regalos”. Rum, alguns doces tradicionais e bonecos, retratando o pessoal da terra. Feita de barro, em cores que se destacam, há umas caricaturas de senhoras negras, exibindo a avantajada bunda (as bundudinhas, como eu apelidei). Legal, para espalhar no meio de outros objetos em ambientes descontraídos. O resto, porém, esqueça. Guarde os dólares para gastar nos Estados Unidos.


AS PRAIAS

Bem, as praias do Caribe são exatamente aquilo que parecem ser nas fotos (belíssimas, com aquele azul turquesa ou azul caribe ou ainda  mais verde, dependendo da intensidade do sol, da hora do dia e da perspectiva). Um colírio para os olhos. Há praias de águas calmas, como as do Sul  e praias de águas agitadas (as do oeste, próximas do Atlântico). Nas primeiras pode-se aproveitar para banho de mar e nas últimas surfar, para quem gosta do esporte. Mas, indistintamente devem ser vistas, apreciadas e fotografadas. Um paraíso indescritível. Cinco praias se destacam dentre todas: a Enterprise Beach, também chamada de Miami Beach, que é a preferida dos bajans (nome pelo qual também são conhecidos os habitantes da ilha), a Mulliuns Beach, a Dover Beach, a Crane Beach e a Bathsbeba, esta última de águas agitadas, próxima do Oceano Atlântico).

MAIS ARTE.

Barbados, além de Rihanna também tem uma conterrânea aclamada internacionalmente. É a pintora Janice Sylvio Brock, que tem dois quadros expostos nos Estados Unidos. Janice participa de um movimento que mistura sensualidade, cores vivas, com humor ocasional,e confessa influência de  Matisse e Chagall. Sua obra retrata gente da terra, incluindo as negras com seus generosos traseiros retumbantes. Para quem quer conhecer a sua obra aqui vão o site e o e.mail de acesso: www.brock-gallery.com; Janice@brock.gallery.com.;

Terminamos as postagens sobre Barbados.

Até mais amigos,

P.S. (1) A segunda foto é do The Rugged North Coast, de onde se pode apreciar o magnífico desenho da natureza (as águas azuis colidindo com as enormes rochas fruto da sedimentação milenar); a terceira foto é do nosso companheiro Ricardo Schmidt experimentando as roupas de mergulho que comprou por lá; a quarta foto é do pessoal do Catamaran aproveitando parada no meio do mar para mergulho ao lado das tartarugas; a última foto foi tirada dentro da House Cavy;

P.S. (2) Aproveito o final das postagens de Barbados para registrar que nossa viagem foi preparada pela nossa amiga, Elisete Tavares Schmidt, que fez pesquisas e preparou um livreto que nos acompanhou nos dias que permanecemos por lá.



sábado, 17 de maio de 2014

TURISMO - BARBADOS II - RESTAURANTES E CULTURA GASTRONÔMICA

Amigos,

Continuando a nossa exposição sobre a visita à ilha de Barbados, algumas dicas sobre restaurantes, costumes e a gastronomia locais é sempre importante. Como já disse a ilha ainda não está estruturada totalmente para receber um turismo verdadeiramente internacional, a começar pela língua que ali se fala, ou seja, exclusivamente o inglês. É verdade que o inglês é o idioma universal hoje, mas é preciso atender também turistas provenientes de grande parte do planeta e que só entende mandarim, espanhol, italiano, francês etc. Os cardápios, portanto, a exemplo do resto, só apresentam versão em inglês. Outra dificuldade observada diz respeito aos horários rígidos dos restaurantes.
Grande parte não abre para o almoço, mas apenas à noite.  Os que abrem, atendem de 12,00 às 15,00 horas. Se você chegar às 15,05 horas, provavelmente não será atendido. Ou dará com a “cara na porta”. Programe-se, portanto, notadamente se pretender um restaurante específico. O melhor restaurante que experimentamos foi o “The Champers”, realmente o que reúne boa comida, requinte e bom atendimento, o que é raro por lá, pois mesmo nos hotéis mais conceituados, o serviço deixa a desejar, como acontece aqui também no Brasil. Pretendíamos almoçar no “The Champers”, mas chegamos cinco minutos atrasados e fomos literalmente barrados. Com delicadeza, é claro, mas com severa inflexibilidade. Voltamos à noite, para o jantar, servido entre 18,00 e 21,00 horas. Não chegue depois.

Ao lado (à esquerda) foto dos nossos companheiros, Ricardo e Elisete  (apenas na silhueta), saindo satisfeitos e abraçados do estabelecimento. Do lado direito, a foto é de uma sobremesa tradicional na região: O Pudim de Pão. Simplesmente delicioso em todos os lugares em que experimentamos. Não deixe de provar. Outra sobremesa tradicional muito bem feita é a torta de maça (Strudel). Melhor que as de lá só comi na Áustria. Aproveite. O jantar no The Champers custou, com uma garrafa de vinho, cerca de 100 dólares (americanos), por pessoa. Mas vale a pena. Outro estabelecimento que é badalado justificadamente, pois a comida é realmente excelente é o “WaterFront”, onde você pode fazer refeição com vista para o porto (Carrengee, Bridgetown). O serviço, porém, ali, deixa a desejar, mas o preço é muito razoável pela qualidade da comida, algo em torno de 40 dólares americanos, por pessoa. Não deixe de ir, mas vá com tempo dada a provável demora no atendimento e vença a sua ansiedade, pois lembre-se que você está de férias. Ou quase!  A gastronomia de Barbados não foge muito do resto do Caribe: peixes e frutos do mar servidos com guarnição a escolher: arroz ou batatas fritas ou "sauté", ou ainda legumes. E molhos apimentados com a pimenta da terra, como falei na postagem de ontem. Grande parte dos restaurantes oferece cardápio variado continental, com comida típica caribenha, dependendo da opção do freguês.
Os “grilleds” em regra são muito bons, sejam os de peixe, carneiro ou bovinos, com corte americano (os Steaks). Especialidade da culinária local é o “flying Fish” (o peixe voador) e o camarão com quiabo ou com coco. Os restaurantes também costumam servir os pratos com o chamado “peixe do dia”, que varia dependendo do resultado da pesca. Em geral são bons. Os aperitivos são os clássicos nossos conhecidos (margherita, pina colada, morritos, cuba libre) e outros menos conhecidos, mas que basicamente são elaborados com rum, por razões óbvias: ali está uma das mais famosas indústrias de rum do mundo, a The Mount Gay. Outros restaurantes que merecem destaque e que podem ser indicados sem susto, pois a comida é variada, boa e os preços honestos:  O Tapas, O Beach House (indicados como Beach Bars) e o Round House. Comemos, também, muito razoavelmente bem no Belini, que fica na entrada de uma rua em St. Lawrence Gap, ou simplesmente, "The Gap", só de bares e restaurantes, quase todos funcionando apenas à noite. E tem ali o Sol, onde você pode saborear comida mexicana, ao som da boa música do país de Sancho Pança. Um programa alegre, sem dúvida.  É uma boa opção.
Proximamente vamos falar do que fazer em Barbados, de mais interessante, como programas de cultura e lazer.

Até mais amigos.

P.S. (1) Quem for a Barbados precisa tomar vacina contra a febre amarela com pelo menos dez (10) dias de antecedência;


P.S. (2) As cartas de vinhos não oferecem muitas opções. Mas assim mesmo apontam em regra disponibilidade de  pelo menos dois bons vinhos franceses, dois italianos, dois americanos, dois australianos e 1 português. Da América, além dos americanos, os famosos vinhos chilenos. Preferimos estes, tanto pela qualidade, quanto pelo preço. Da linha Concha e Toro (Santa Helena, Santa Rita etc.). São bons. Os vinhos brasileiros, uruguaios e argentinos não têm vez por ali, mas sabemos que esses países já fabricam vinhos de alta qualidade e é questão de tempo, costume e mercado para que conquistem outros horizontes;

P.S. (3) Dentre restaurantes indicados que não tivemos tempo, nem oportunidade de experimentar, mas com boas referências há, ainda: a)  um de comida  árabe (The Sultan, - endereço: Lanterns Mall, Hastings  - tel. 271 0363) e Quayside Centre, Rockley – telefone 426 0279); b) outro, italiano popular (Mamma Mia Italian Deli & Pizzeria (Hostings Main Road, Christ Church, tel. 434 DELI (3354).


P.S. (4) Para aperitivos e lanches rápidos com valor de uma refeição, existem os bares anexos às praias de todos os hotéis, contemplando o  sistema bem americano, que quando saí de férias quer tudo, tudinho, dentro do próprio hotel (as piscinas grandes e pequenas, as lojas, os restaurantes, os cassinos,  os bares, o sol, a praia e o mar etc.).  

P.S. (5) A foto n. 1, que abre a coluna de hoje é de aperitivos coloridos, como convém ao ambiente caribenho (sol, mar, águas cristalinas e drinques doces e coloridos). Foi tirada de nossa mesa no almoço que fizemos no restaurantes Tapas (foto de entrada na imagem de n. 7).

P.S. (6) Não existe Mc Donald's em Barbados. Dizem que não deu certo por lá. A ilha conta com uma cadeia "fast-food" chamada "Chefette", com lanches populares e variados e, ainda, a americana, KFC, na conhecida linha de frangos crocantes;



P.S. (7) Para os apreciadores de cerveja como eu, a única cerveja tipicamente barbadiana é a Bank's (foto ao lado), em long-neck, bastante razoável e que pode e deve ser tomada bem gelada, ou ainda com limão, a exemplo da mexicana Corona;








P.S. (8) Você já provou torta de macarrão? Pois a "Macaroni Pie" é um dos pratos tradicionais da cozinha barbadiana. Ao lado, imagem do tal prato emprestada do site marcelokatsuki.blog.folha.uol.com.br.  No site você pode, inclusive, obter a receita do tal prato, que agradou o blogueiro Marcelo, e realmente é muito interessante como entrada de refeição ou a própria refeição, dependendo da intensidade de fome do freguês.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

TURISMO - BARBADOS I - NOTAS SOBRE A ILHA CARIBENHA


Boa noite amigos,

Barbados é uma ilha ao sudoeste do mar do Caribe do tamanho de Florianópolis. Não é badalada como Cancum, Porto Rico ou Curacao. Mas tem seus encantos naturais e culturais. É atualmente uma República Parlamentarista, ex-colônia inglesa, tendo obtido a sua independência no ano de 1.966. A população é de 90% de negros, 6% de brancos e 4% distribuídos entre as demais raças. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um dos mais altos de toda a América, só perdendo para Estados Unidos e Canadá.


A moeda vigente é o dólar barbado, estável, cujo valor corresponde à metade do dólar americano. Por falar na verdinha mais famosa do planeta, você não precisa trocá-la pela moeda da terra, pois o dólar americano é amplamente aceito em todos os lugares, normalmente pelo valor do câmbio (fique esperto, porém, pois em alguns lugares o valor é prefixado, em desfavor do turista). Daí porque, também em regra, não compensa fazer câmbio no aeroporto ou em lojas do gênero, que cobram taxa. Barbados é um dos remanescentes paraísos fiscais, num mundo em que a ética e o incremento da  cooperação entre as nações, tende a fazer com que sejam varridos do mapa, mas o seu governo (com o fito claro de atrair recursos como todo paraíso fiscal que se preze) propaga a estabilidade política e econômica do país, o desinteresse pela origem do capital e a garantia na manutenção de sigilo das operações financeiras. A ilha é a única da região que não tem formação vulcânica. Foi formada a partir de sedimentações de recifes de corais e é por isso que, ao contrário, por exemplo, de Aruba e Curacao ali o solo permite a agricultura, sendo a cultura mais expressiva a de cana-de-açúcar, absorvida internamente pela indústria de bebidas. O país não é dividido em estados ou cidades, mas sim nas chamadas "paróquias" (parishs),  ou províncias, onze, no total, todas batizadas com nomes de santos, com exceção da nominada de  "Christ Church". 

A capital Bridgetow possui cerca de 300.000 habitantes e é a maior província. As poucas outras têm população que não superam a casa de 1.500, 2.000 habitantes. São 5 horas e 15 minutos entre São Paulo e Bridgetow, num voo semanal da empresa aérea “Gol”, com uma tripulação simpática e exclusivamente brasileira. O Hilton Hotel, cinco estrelas, onde nos hospedamos, ainda conserva o glamour dos velhos tempos em que era o maioral (fotos n. 1 e 2). A diária custa o equivalente a 720 dólares barbados (mais ou menos 360 dólares americanos). Agora, há outros mais sofisticados, como o Radisson, o Sandy Lane e  o glamouroso “The Crane”, que oferecem enormes opções para os clientes, incluindo campo de golfe, cafés, lojas, restaurantes, shows, além de equipamentos e arquitetura requintadas.
A foto n. 3 é da bandeira de Barbados. As de n. 4  e 5 (ao lado e imediatamente abaixo) foram tiradas do meu celular e dão uma ideia pálida do complexo em que está instalado o hotel The Crane, cuja diária fica por volta de 1.000 dólares barbados (mais ou menos 500 dólares americanos). Não tente falar na ilha outra língua que não seja a inglesa. Português, ou mesmo espanhol, nem pensar, pois não há, mesmo no circuito turístico, pessoa habilitada à tradução, o que demonstra que Barbados ainda não atingiu o nível esperado, em termos de turismo internacional.  A religião que predomina é a anglicana, mas ali se praticam 100 religiões diferentes.
O transporte público formado por ônibus e vans, parece suficiente para os da terra. O preço da passagem de ônibus é de 2 barbados ou 1 dólar, ou 2 reais. A melhor forma de locomoção para nós, turistas, é o automóvel, que você pode locar antes, pela internet, ou no próprio aeroporto. O trânsito não é complicado, mas é preciso cuidado, a começar pelo fato de que a direção dos veículos fica à direita e deve-se dirigir pela mão esquerda, como na Inglaterra e no Japão.  No começo parece preocupante e há nítida sensação de que se está na contra-mão, especialmente quando se ingressa nos balões ou nas rotatórias. Mas logo a impressão se esvai. Uma questão de hábito. Na culinária uma peculiaridade que lembra a cozinha baiana: a pimenta, presente em todos os pratos inapelavelmente, tanto nos molhos e temperos de pastas (massas) italianas, como o “al sugo”,a bolognesa” ou “ao pesto”, em carnes variadas e até nas pizzas, também abundantes por ali.  Não escapam nem os aperitivos, como a famosa “Margherita”,  também incrementada com a pimenta da terra, a “Scotch bonnet peppers” (vide foto abaixo emprestada de www.wikipedia.com).   

A Globo,  ainda não chegou por lá. Não encontramos canal que exiba a sua programação ordinária, notadamente as novelas que fazem sucesso em todos os cantos do planeta. Mas a HBO latina exibe uma séria brasileira que eu não conhecia (PSI), mesmo porque descobri, no retorno, que ela estreou no Brasil alguns dias antes de nosso embarque e deve ter 13 episódios. O protagonista,  Carlo, personagem do ator Emílio de Mello,  é um psicoterapeuta às voltas com seus problemas familiares e existenciais e que busca mesclar os seus conhecimentos teóricos (de formação lacaniana), com a experiência adquirida, em benefício de seus atormentados pacientes. Super interessante, com lances de profundidade e suspense. Ah! Por falar em HBO, o canal está veiculando por lá um vídeo em que vários tipos populares e personalidades, convidam as pessoas para visitar o Brasil na Copa de 2.014. Dentre as personalidades, destacamos o simpático Dadá Maravilha, já envelhecido, mas com o mesmo sorriso de outros tempos, o jogador Raí, o Ministro de Esportes, Aldo Rabelo,  e até o Juca Kfouri. Faltaram o Pelé e a Daniela Mercury, marcas registradas de campanhas dessa natureza.  Suponho que o comercial não seja patrocinado pela FIFA, nem pela CBF, pois o Juca, com a mesma paixão e sinceridade que gosta e comenta sobre futebol, “mete o pau” em “Deus e todo mundo” quando denuncia as falcatruas que se cometem nos bastidores, tanto da Federação Internacional, quanto da nossa Confederação. A criminalidade na ilha é quase zero, acreditem. Mas o consumo de entorpecentes é proibido, inclusive da popular “maconha” (cannabis sativa). E se diz popular por lá, porquanto a erva é historicamente vinculada à cultura dos rastafáris, presente naquela civilização. A pena para quem for preso com maconha é de até 20 anos de prisão. Apesar disso, é freqüente o uso da erva, inclusive a venda, “meio na moita”, a hóspedes dos hotéis, à noite, com negociação realizada na beira da praia deserta e escura, na extensão dos hotéis.  Suponho que a polícia faça vistas grossas tanto ao uso, quanto ao tráfico. Mas é só suposição. A ilha conta com um jornal local “The Advocate And The Nation”.  Há vários campos de golfe que, como se sabe, exigem muito espaço. Um dos mais famosos é o “The Country Club at Sandy Lane Golf Course”, o que  não deixa de ser impressionante, pois a ilha de Barbados é uma pequena ilha do Caribe, mas a instalação desse campos para prática do esporte (que não é a nossa praia, certamente), atende à nobreza anglo-saxônica, a chamada “World class golfe”. Por falar nisso, a ilha é toda preparada para receber em verdade e em regra, ingleses e americanos. Os brasileiros não têm presença maciça por lá, mas estão chegando. E em bom número. Volto ao assunto nos próximos dias para falar sobre compras, praias, restaurantes e  demais programas interessantes.

Até amanhã amigos.


P.S. (1). A Scotch Bonnet Peppers é uma variedade de pimenta dentre as chamadas pimentas vermelhas do Caribe. É também conhecida na Guiana como  “bola de fogo”. Tem uma potência térmica de 2.500 a 8.000 na escala de Scoville e são encontradas principalmente no Oeste africano, em Granada, em Trinidad e Tobago, na Jamaica, em Barbados, no Suriname, na Guiana. A escala de Scoville mede a potência térmica das pimentas, o que corresponde ao seu grau de ardência;


P.S. (2) Rastafári ou Movimento Rastafári surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses afro-descendentes, em meados dos anos 20, por uma interpretação da profecia bíblica, em parte baseada no monarca africano Selassiê, considerado pela Igreja Ortodoxa Etíope como o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. A palavra é uma associação de Ras (príncipe ou cabeça) com Tafari (da paz)nome de Selassiê antes de sua coroação. Dentre as características do movimento ou seita, destaca-se o uso sacramentado da maconha, aspirações políticas e afrocentristas,  incluindo ensinamentos do publicista e organizador jamaicano Marcus Garvey (considerado um profeta), o qual ajudou a inspirar a imagem de um novo mundo, com sua visão política e cultural. 

P.S. (3)  Para algumas informações que constam desta coluna consultei o site www.wikipedia.com.



P.S. (4) Ao lado. vista do mar a partir da janela do nosso apartamento do Hotel Hilton (foto da Mara, minha mulher). A foto de n. 7 acima é do campo de golfe do Hotel Sandy Lane (emprestada do site www.tripadvisor.com.). A foto n. 8 é do magnífico Hotel Sandy Lane, emprestada de www.beatywellness.com.


P.S. (5) Vista ao lado da vasta cultura de cana-de-açúcar, praticamente a monocultura da ilha, uma vez que é o principal insumo utilizado na importante  indústria de rum;

P.S. (6) É enorme o número de veículos em Barbados, mais de 150.000, o que dá uma média de um carro para cada dois habitantes. Apesar disso, tirante os horários de "rush", entre 7 e 9 da manhã e 4 e 6 da tarde, é fácil circular por lá.

P.S. (7) Aproveitei algumas informações constantes do site escaladadaplanetaria.blogspot.com.br, a quem atribuo o competente crédito.

terça-feira, 13 de maio de 2014

MOVIMENTO ALDRAVISTA NA LITERATURA - POEMAS CURTOS DE 6 PALAVRAS

Boa noite amigos,

Seis
Palavras
Poesia?
Como
Chama?
Alvadria.”  (Alan Kramer).

Fazer poesias curtas, no máximo com seis  palavras e que tenham conteúdo. Essa a proposta que, há dez anos,  intelectuais da cidade histórica de Mariana, Minas Gerais, lançaram, inaugurando um estilo que foi  batizado pelo estranho nome de “aldravista”, em referência a aldrave, um antigo batente de porta. É poesia curta, poesia que bate à porta, como afirmou um dos adeptos.  Recentemente, um grupo de poetas se apresentou em Portugal, na Academia de Letras e Artes, explicando o movimento e levando exemplos da arte instantânea. Uma das lideranças do movimento, Andrea Leal (imagem acima emprestada de sociedadedospoetasmigos.blogspot.com) explica no que consiste o tal estilo: “A aldravia são seis versos vocabulares. Ela não é uma frase, é um vocábulo em cada linha. Tem que colocar o máximo de poesia com o mínimo de palavras”. Um desafio, sem dúvida. Mas se o estilo exige rigorosa concisão e conteúdo,  também confere plena liberdade ao autor, pois dispensa rimas e outras regras estilísticas. O grupo pretende levar o estilo aldravista para a Europa toda. Após Portugal segue para a Espanha. Em tempos em que não há tempo para nada e que tudo tem que acontecer rapidamente, a proposta, sem dúvida, veio para ficar. Para não privar o mundo e as pessoas da mágica da poesia. Com tempo ou sem tempo.

Até amanhã amigos.


P.S. (1) A acadêmica portuguesa Celeste Garcez, presente à apresentação na Academia de Letras e Artes de Portugal não poupou elogios: “É mais uma poesia que veio para ficar” foi  a  sua também curta observação aos repórteres que cobriam o evento.
P.S. (2) Aqui vão as minhas duas  humildes contribuições para o novo estilo, que sinceramente, me agradou pelo desafio, liberdade e autenticidade.



"Rua
Lugar
De Ver
Gente 

Divergente"     (Diversidade).
                                                 
                                                       "Vi
                                                        Cem
                                                        Moças
                                                         Sem
                                                                                               Sonhos
                                                                         Pena! "  (Desalento).


P.S. (3) O jovem aí de cima é Rodrigo C. M. Machado, um talentoso Mestrando em Letras pela Universidade Federal de Viçosa. A imagem foi emprestada de revistacontemporartes.blogspot.com., instrumento de mídia utilizado pelo rapaz para suas postagens sobre assuntos relacionados à sua área,  e de  onde extraí algumas informações sobre o movimento aldravista, que nasceu em Mariana (MG), também considerada o berço do arcadismo.




quinta-feira, 8 de maio de 2014

FUTEBOL - A SEGUNDA BOLA E A CONVOCAÇÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Boa noite amigos,


° Na vasta linguagem própria do futebol, você certamente já ouviu falar em “segunda bola”. – O Flamengo precisa tentar ganhar a segunda bola, afirma um comentarista.  Orientei meus jogadores para ficarem atentos à segunda bola, declara o  técnico. Bem, no futebol, em regra a expressão “segunda bola” se refere ao rebote, a bola que vem do adversário entre a intermediária e a zona de arremate a gol.  Assim, geralmente quando uma equipe está jogando na retranca (defesa), rebatendo a bola que chega próxima de sua área, e essa  bola cai no meio de campo invariavelmente no pé de um  jogador adversário, diz-se que o time que está no ataque está ganhando “a segunda bola”. Consequentemente a rebatedora está perdendo essa “segunda bola” e, assim, se vê sufocada pela ação de “abafa” do adversário. Ganhar a segunda bola é, pois,  fundamental para o contra-ataque, nessa contingência.  Em outra acepção, também se diz “segunda bola” quando um atleta passa a bola para um companheiro e corre para recebê-la novamente em posição mais adiantada.  Neymar tocou e se apresentou para a “segunda bola”, por exemplo.

° O futebol no país e no mundo passa necessariamente, neste ano de 2.014, pela Copa do Mundo, o principal e mais importante evento da FIFA. Há pouco mais de 1 mês de início do torneio, o técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari, o Felipão, polarizou  a atenção de milhões de brasileiros, de especialistas do mundo inteiro e da mídia em geral,  nesta segunda-feira, ao anunciar os convocados, cuja tarefa histórica será a de levar o país à conquista do sexto título mundial de futebol.  A lista teve pouca surpresas e raras discordâncias. Pelé lamentou a não convocação de Kaká e de Robinho. O respeitado jornalista Juca Kfouri não viu fundamento para a convocação do quarto-zagueiro Henrique; queria Miranda. Mas, como se disse, aqui e acolá, com alguns bairrismos, a base foi aprovada. Agora, como disse o chefe, é torcer por esses aí. Essa é a seleção oficial que deverá ser prestigiada por todos os brasileiros;

°  Concordo com o ex-jogador e comentarista Caio Ribeiro, da TV Globo, quando considera que a conquista da Copa das Confederações pelo grupo que, na ocasião,  foi chamado por Scolari, especialmente com o bom comportamento técnico e tático da equipe na histórica vitória sobre a Espanha, foi fundamental para traçar a base da seleção e até mesmo do esquema tático que deverá ser adotado, quando tiver pela frente, grandes e tradicionais adversários como a Alemanha, a Argentina e a própria Espanha. Daí a pouca contestação sobre os convocados. Se esse mesmo grupo vai conseguir o mesmo sucesso é outra história. Agora restar apenas esperar e torcer;

° Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Lucas foram chamados por Felipão e não produziram o que deles se esperava, nem se encaixaram no esquema pretendido pelo treinador. Também não os convocaria. Os três primeiros são craques com passagens bem sucedidas pela Seleção Brasileira. Mas agora é notório o declínio técnico e físico por que passam, até por força da idade. Já Lucas é um menino em quem se apostava, mas que está em má fase e não correspondeu à expectativa que se depositou sobre ele.  Certamente ainda terá chances no futuro se voltar a jogar com espírito coletivo e amadurecer em alguns fundamentos indispensáveis hoje ao futebol.


° Em visita ao Brasil, o ex-atleta português Luis Figo, de 41 anos,e que já ganhou prêmio de melhor jogador do ano pela FIFA,  declarou que o sucesso ou fracasso da Seleção de seu país na Copa do Rio,  dependerá  do desempenho de Cristiano Ronaldo. Foram suas palavras à imprensa que cobria a visita: “Temos a esperança de que é possível chegar á final se o Cristiano fizer uma grande Copa”.  Já para o técnico Paulo Bento, CR7 não tem que carregar a seleção, embora se saiba de sua qualidade indiscutível. Afinal, que seleção poderia dispensar o concurso de um jogador simplesmente espetacular, o melhor do mundo no momento, que faz jogadas e gols de todas as maneiras e é praticamente impossível de ser marcado ou anulado? É claro que o que se pretendeu afirmar é que o resto da equipe está muito aquém da qualidade do atacante. Isso também não é novidade. Por isso – e só por isso – a seleção portuguesa não é favorita ao título na Copa do Rio;

°  A goleada (4 a 0) que o Real Madrid, a melhor equipe do mundo no momento, com um Cristiano Ronaldo impossível, vivendo a melhor fase de sua carreira, impôs ao Bayer na Arena Allianz, em Munique,  no segundo jogo de uma das semifinais da Liga dos Campeões ainda repercute na imprensa de todo o mundo. O largo placar surgiu a partir da necessidade do time da casa se impor, partindo para o ataque por ter perdido a primeira partida em Madri, na semana anterior, pelo contagem mínima. E jogar no contra-ataque, em velocidade, era tudo o que o técnico Carlo Ancelotti queria. Foi assim que o placar impiedoso foi sendo construído. Agora, a final é espanhola e será  disputada em Lisboa. Real Madrid e Atlético de Madrid, rivais  da capital espanhola se enfrentarão pela primeira vez na história da Liga européia. Também é a primeira vez que duas equipes do mesmo país fazem a final.

° O Brasil jogou na Copa das Confederações, em especial na final contra a Espanha, do mesmo jeito. Marcou sob pressão, não deu espaço para os talentosos meias e atacantes da seleção galega, ganhou a segunda bola e de posse da pelota partiu em rápidos contra-ataques com Oscar, Neymar e  Cia.

Até mais amigos.

P.S. (1) A caricatura (primeira imagem da coluna) foi emprestada do site amarildocharge.wordpress.com. A segunda imagem é de Cristiano Ronaldo, o craque do Real Madri e da Seleção Portuguesa,o melhor jogador do mundo pela FIFA e foi emprestada de caixapretafc.wordpress.com;

P.S. (2) A terceira e última imagem é do meia Luis Figo, um dos mais importantes jogadores portugueses de todos os tempos. Jogou de 1.989 a 2.009, quando se aposentou, após 20 anos de atividades.  Foi jogador do Real Madrid e do Barcelona, duas equipes de maior rivalidade no futebol espanhol, na Seleção Portuguesa e em grandes clubes portugueses e europeus. Em 2001 foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA. A imagem foi emprestada de avidaeumpalco.com



domingo, 4 de maio de 2014

CAUSO - DESEMBARGADOR ACAMADO


Amigos, boa noite,

Segue aí, na coluna de hoje, mais um "causo" extraído do meu livro "Causas & Causos" I, publicado pela Editora Millenium.


"Já tive mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores, com umas até certo tempo fiquei, pra outras apenas um pouco me dei” (Toninho Geraes).


  "Austero, sem ser grosseiro ou deseducado, o Desembargador Tobias não era efetivamente um tipo com o qual se pudesse supor algum tipo de intimidade ou brincadeira.

Em regra, honesto e cumpridor de seus deveres, como todo cidadão neste mundão de Deus, tinha lá  as suas fraquezas.

Sem rodeios e mais especificamente, o certo é que o Desembargador não resistia a um “rabo de saia”, sobretudo se esse “rabo de saia” envolvesse uma bela bunda, de uma bela dona.

Todo mundo sabia dessa fraqueza do Tobias no Tribunal, pelo menos no meio social e profissional que ele atuava e frequentava, mas ninguém ousava fazer qualquer comentário a respeito do assunto.

Fato é que, certa vez, o advogado Henrique, colega de turma do Tobias, interpôs um agravo de Instrumento que foi distribuído à Câmara do Desembargador e a ele, especificamente, como Relator.

Como o caso era de urgência, havia pedido de suspensão do ato judicial, pedido esse que o relator haveria de apreciar.

O Doutor Henrique não se fez de rogado e, sabendo que o recurso tinha sido distribuído ao Desembargador Tobias, foi ao Tribunal procurá-lo logo no começo da tarde.

A escrevente do Gabinete gentilmente tratou de atendê-lo, com o máximo de atenção.

-  Estou procurando o Doutor Tobias porque tem um agravo distribuído a ele desde ontem e há urgência na apreciação, pois pretendo suspender a eficácia do ato judicial agravado, salientou.

- Olha, doutor, responde a escrevente educadamente, o Desembargador infelizmente está acamado.
                                          

                                             - Acamado?!!!

                                             - Sim, reafirmou a servidora, desde ontem.

                                               O Doutor Henrique, entre irritado e incrédulo, disparou:

                                                 - Com quem?

                                                E sem esperar resposta saiu da sala, ante o olhar estupefato da escrevente e de dois outros assessores.

                                                Passada a surpresa, certo é que a história correu o Tribunal, e o Desembargador jamais perdoou a ironia do colega de turma.

                                                  Por via das dúvidas e em homenagem à clareza e precisão, o Desembargador proibiu a escrevente e os assessores, a partir daquele dia, de usar a expressão “acamado” em qualquer de suas acepções, notadamente ao se referir ao seu eventual estado de saúde."

Até  mais.

P.S. (1) A caricatura acima corresponde à ilustração de autoria do artista lusitano,  Nuno Saraiva, vencedora do Prêmio Stuart de Imprensa em Lisboa, Portugal, edição de 2.010, com o seguinte título "A Literatura Portuguesa é  má na cama?