Amigos, boa noite,
Segue aí, na coluna de hoje, mais um "causo" extraído do meu livro "Causas & Causos" I, publicado pela Editora Millenium.
"Já tive mulheres de todas as cores, de
várias idades, de muitos amores, com umas até certo tempo fiquei, pra outras
apenas um pouco me dei” (Toninho Geraes).
"Austero, sem ser grosseiro ou deseducado, o
Desembargador Tobias não era efetivamente um tipo com o qual se pudesse supor algum
tipo de intimidade ou brincadeira.
Em regra, honesto e cumpridor de seus deveres, como
todo cidadão neste mundão de Deus, tinha lá
as suas fraquezas.
Sem rodeios e mais especificamente, o certo é que o
Desembargador não resistia a um “rabo de saia”, sobretudo se esse “rabo de
saia” envolvesse uma bela bunda, de uma bela dona.
Todo mundo sabia dessa fraqueza do Tobias no Tribunal,
pelo menos no meio social e profissional que ele atuava e frequentava, mas
ninguém ousava fazer qualquer comentário a respeito do assunto.
Fato é que, certa vez, o advogado Henrique, colega de
turma do Tobias, interpôs um agravo de Instrumento que foi distribuído à Câmara
do Desembargador e a ele, especificamente, como Relator.
Como o caso era de urgência, havia pedido de suspensão
do ato judicial, pedido esse que o relator haveria de apreciar.
O Doutor Henrique não se fez de rogado e, sabendo que
o recurso tinha sido distribuído ao Desembargador Tobias, foi ao Tribunal
procurá-lo logo no começo da tarde.
A escrevente do Gabinete gentilmente tratou de
atendê-lo, com o máximo de atenção.
- Estou
procurando o Doutor Tobias porque tem um agravo distribuído a ele desde ontem e
há urgência na apreciação, pois pretendo suspender a eficácia do ato judicial
agravado, salientou.
- Olha, doutor, responde a escrevente educadamente, o
Desembargador infelizmente está acamado.
- Acamado?!!!
- Sim, reafirmou a servidora, desde ontem.
O Doutor Henrique, entre irritado e incrédulo, disparou:
- Com quem?
E sem esperar resposta saiu da sala, ante o olhar estupefato da
escrevente e de dois outros assessores.
Passada a surpresa, certo é que
a história correu o Tribunal, e o Desembargador jamais perdoou a ironia do
colega de turma.
Por via das dúvidas e em homenagem à clareza e precisão, o Desembargador
proibiu a escrevente e os assessores, a partir daquele dia, de usar a expressão
“acamado” em qualquer de suas acepções, notadamente ao se referir ao seu
eventual estado de saúde."
Até mais.
P.S. (1) A caricatura acima corresponde à ilustração de autoria do artista lusitano, Nuno Saraiva, vencedora do Prêmio Stuart de Imprensa em Lisboa, Portugal, edição de 2.010, com o seguinte título "A Literatura Portuguesa é má na cama?
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