Bom dia amigos,
Começa hoje, em São Paulo, a Copa
do Mundo de Futebol de 2.014, com a partida entre Brasil e Croácia no novo estádio do Corinthians Futebol Clube: o Itaquerão. Há 64 anos o país sediava,
pela única e última vez, o importante
evento e quase chegava a ganhar o seu
primeiro título mundial, o que só veio a acontecer oito anos depois, em 1.958,
na Suécia. O chamado desastre do Maracanã, estádio que recebia, segundo
estimativas, na grande final entre Brasil
e Uruguai, cerca de 200.000
eufóricos torcedores, marcou toda uma geração de brasileiros comuns e de
atletas, especialmente aqueles que
estiveram em campo na partida que teve como número finais, Uruguai 2, Brasil 1 e uma enorme festa antecipada totalmente
frustrada. Uma lição, sem dúvida, para
aqueles que comemoram títulos antes dos 90 ou 120 minutos da partida. Quem
acompanha essa modalidade de esporte sabe perfeitamente que, a despeito de
talentos e lógicas, o mais forte, o favorito, nem sempre confirma essa condição
em campo, pois se trata de uma jogo que envolve técnica, táticas, força e
inteligência e, de quebra, circunstâncias, que alguns preferem eufemisticamente
chamar de vontade dos “deuses dos estádios”, numa apologia ao
politeísmo grego . Sim, as famosas circunstâncias às quais se referiu Gasset,
ao lembrar que já não existe o homem incondicionado, numa suposta e hipotética
existência isolada e primitiva. E por
falar em circunstâncias, agora elas são completamente diversas. O país
aparentemente se divide entre aqueles que apóiam a vinda da Copa do Mundo para
cá, e aqueles que, ou não gostam de futebol, ou entendem que o Brasil, com seus
graves e conhecidos problemas quase insolúveis, envolvendo saúde, educação e
segurança, não podia gastar dinheiro público com a promoção de um evento que
apenas ensejará, como garantem alguns que ensejou, corrupção e enriquecimento
ilícito à custa do sofrido povo brasileiro. Com respeito à divergência, nenhum
dos argumentos que ouvi contra a realização da Copa no Brasil, são convincentes.
A corrupção é um mal universal e ainda que no país se considere que ela ocorre
com maior intensidade, fruto de uma impunidade histórica, o problema não está
evidentemente na Copa do Mundo, no futebol, nos turistas estrangeiros que vêm
para cá, gastar os seus dólares ou euros, mas em questões endógenas arraigadas
na nossa cultura e na maneira de concepção e funcionamento de nossas
instituições. Ora, se as obras que aqui se realizaram como exigência da FIFA, a
propósito do evento, ensejaram superfaturamento, enriquecimento ilícito de
alguém ou alguns, improbidade administrativa etc., aí estão os Tribunais de
Contas e o Judiciário nas suas diversas instâncias para prevenir em algumas
situações e punir em outras aqueles que se aproveitam do dinheiro público para
obter vantagens pessoais. Aliás, muitos dos cronogramas das obras previstas
para a Copa do Mundo, foram furados por intervenção do Ministério Público Federal e
do Trabalho, de Prefeituras e dos Tribunais de Contas, quando verificaram
que havia problemas não solucionados e, apesar de se tratar de Copa do Mundo e
de futebol, não tiveram dúvidas em paralisar licitações e obras que não vinham
sendo executadas com respeito à legislação, inclusive de segurança do trabalho.
Tem mais gente esperta capaz de driblar todas as nossas instituições
responsáveis pela fiscalização e aprovação de contas. Deve ter. O deputado
Romário, ex- atleta e um dos mais diretos responsáveis pelo nosso título de
tetra, nos Estados Unidos, em 2.014, tem botado a boca no trombone. E faz bem.
Denunciar é necessário. E vamos continuar fazendo isso, espero, não só em
relação a obras da Copa, mas em toda e qualquer obra pública que se revelar
inadequada, superfaturada, decidida com desvio de poder etc. Mas dispensar a
Copa aqui, por esse motivo, não se justifica, pois a questão, como se disse, é
endógena e cabe ao povo brasileiro, às autoridades brasileiras, à Justiça
Brasileira e às instituições em geral, solucionar ou aprimorar a decantada
impunidade, marco da nossa história. Não vamos esquecer que já tivemos épocas
muito piores relacionadas à apropriação de dinheiro público e à impunidade do
que agora. Época em que não existia a menor condição de ocorrer um processo
e julgamento envolvendo políticos de
prestígio, a final condenados, a
despeito de pertencerem ao partido do governo.
Até mais amigos. Voltaremos ao assunto para completar nosso pensamento.
P.S. (1) O espírito da
Copa já começa a dominar nossa cidade de Campinas, que recebe as seleções de Portugal e da Nigéria. A imagem n. 1 é de uma bola de futebol gigante colocada
pela Prefeitura na Praça do Centro de
Convivência Cultural de Campinas, aqui no Cambuí. Atrás, vista do prédio do tradicional teatro, e, mais ao fundo, do teatro de
arena. A imagem n. 2 é de uma grande loja de departamentos, a
Miami Story, oferecendo vastos produtos relacionados à Copa do Mundo e as seleções. Ambas as fotos do meu celular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário