domingo, 1 de junho de 2014

FUTEBOL - BOLA NA MÃO OU MÃO NA BOLA?

Boa noite amigos,

Tanto quanto apaixonante, o futebol é um dos esportes mais polêmicos quando se cuida da definição e interpretação de normas que regulam a sua prática. E, de quando em quando, surge uma nova postura, uma situação menos frequente e até inusitada, envolvendo os atletas em campo, desafiando os entendidos, que não chegam, também em regra, num consenso a respeito de como deve ser tratado o assunto.  Pode ou não pode? Como deve ser punida a conduta, se for proibida? Em alguns jogos de vários torneios,  determinadas equipes resolveram inovar no momento em que sofriam a cobrança de falta.  Enquanto alguns se juntavam, com as mãos baixas protegendo o “bilau”, formando a tradicional barreira, um outro jogador se deitava literalmente atrás, fazendo uma espécie de trava baixa, no intuito de impedir que a bola, na cobrança, passasse por algum buraco entre as pernas dos atletas. Isso aconteceu em julho do ano passado, no jogo Figueirense 2, Palmeiras 3, pela série B do Campeonato Brasileiro e se repetiu em outros três jogos deste ano, dois deles decisivos: em março de 2.014,  no jogo Sport e Santa Cruz, um dos tradicionais clássicos de Pernambuco, pelo campeonato regional; na decisão do Campeonato Paulista entre Ituano e Santos, no Pacaembu, e, no jogo de volta da Copa do Brasil, disputado no mês de maio deste ano, entre  Ponte Preta e Paraná. Ouvi e li vários comentários a respeito do assunto.  Parte dos especialistas sustentam que inexiste regra que proíba a postura, mesmo porque a barreira também não é prevista nas normas. Segundo eles,  não existindo proibição, nada impede o jogador de se postar dessa maneira, atrás da barreira. Outros, porém, afirmam que o árbitro pode perfeitamente punir a atitude, uma vez que um jogador que não participa da jogada, não pode permanecer deitado, pois a conduta é anti-esportiva e, pois, faltosa, devendo ser punida com a cobrança de falta em dois lances e cartão amarelo. Mais uma vez fica a pergunta: Afinal, pode ou não pode? O outro lance polêmico aconteceu 4ª. feira passada, no jogo Atlético Paranense 2, São Paulo 2, disputado em Uberlândia, pelo Campeonato Brasileiro da série A. Quando, já nos acréscimos, o Furacão vencia por 2 a 1, o jogador Natanael tentou cortar um cruzamento de Osvaldo e mandou a bola no braço esquerdo de Luis Fabiano. Ela ainda desviou na trave e entrou, sem que o goleiro Weverton pudesse fazer qualquer coisa. O árbitro Anderson Daronco, que estava próximo da jogada, validou o gol, considerando involuntário o toque do Fabuloso. O ex-árbitro e atual comentarista de arbitragem da Rede Globo de Televisão, Leonardo Gaciba, fez uma observação que considero coerente: “Se o juiz não apita pênalti quando a bola bate no braço de um defensor dentro da área, quando o lance não é voluntário, porque estaria obrigado a invalidar o gol feito pelo atacante, na mesma situação?” A regra é a mesma para o atacante e para o defensor. Tudo bem! Acontece que estatisticamente, quem acompanha futebol sabe que os árbitros apitam pênalti quase sempre, nesses casos, mas jamais validam gol, se a bola, seja o lance voluntário ou não, acaba interceptada pelo braço ou mão do  atacante, e entra na meta. Daí a perplexidade, as reclamações, as alegações de parcialidade. Fato é que esse negócio de bola na mão ou mão na bola é uma papagaiada. É entregar ao árbitro bem intencionado, ou não, a decisão “subjetiva” e “arbitrária, de definir se o atleta tinha ou não a “intenção” (mais subjetiva ainda) de praticar a infração. E nem venham dizer que o braço deve estar colado ao corpo para que a falta de intenção do atleta esteja caracterizada. Nenhum deles quando em movimento, correndo, durante o jogo, consegue manter os braços colados ao corpo (tente você mesmo fazer isso). A tal “bola na mão” ou “mão na bola” é uma das mais insolúveis regras deixadas ao exame do árbitro. Já vi de tudo. Árbitro honesto, mas equivocado,  “bunda mole”, caseiro, que olha a cor da camisa, ou aceita que jogadores apitem o jogo por ele. Seja por uma ou outra razão, uma ou outra peculiaridade de caráter, o árbitro acaba virando personagem danoso ao espetáculo, por alterar o resultado da partida, quer apitando, quando não deva,  quer não apitando, quando deva, a penalidade, ou, então, validando o gol, se não for o caso, ou o anulando, quando não deveria fazê-lo.

Até amanhã amigos,

P.S. (1) O atacante Rossi da Ponte Preta (imagem n. 1 da coluna, emprestada de sportv.globo.com),   afirmou estar cumprindo ordens de seu treinador Dado Cavalcanti, ao deitar atrás da barreira, conduta pela qual ganhou, junto aos seus companheiros,  os apelidos de “minhoca” e “jacaré";

P.S. (2) Ponte Preta e Guarani estão com suas dependências  praticamente concluídas,  para recepcionar as seleções de Portugal e da Nigéria,  seleções que vão usar o CT da Macaca,  e o Brinco de Ouro, respectivamente, para treinamentos.

P.S. (3) Na imagem n. 2, foto do gramado do Brinco de Ouro da Princesa já reformado, segundo o padrão FIFA. Depois da Copa do Mundo, é esperar que um dia, no futuro, o clube consiga montar uma equipe com o mesmo padrão, ou que, pelo menos, mereça jogar num campo em que a bola rola, sem obstáculos, e não seja maltratada. Um dia, quem sabe!;

P.S. (4) A imagem n. 3 é do ex-árbitro gaúcho Leonardo Gaciba, que se aposentou e arrumou emprego na Rede Globo, como comentarista de arbitragem. Parece ser esse o caminho dos árbitros mais bem cotados na opinião da emissora. Tanto que outro ex-árbitro, recém aposentado, já está na telinha do "plim-plim": o paulista, Paulo César de Oliveira, revelando  desenvoltura, diante das câmeras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário