Boa noite amigos,
Tanto quanto apaixonante, o
futebol é um dos esportes mais polêmicos quando se cuida da definição e interpretação de normas que regulam a sua prática. E, de quando em quando,
surge uma nova postura, uma situação menos frequente e até inusitada,
envolvendo os atletas em campo, desafiando os entendidos, que não chegam,
também em regra, num consenso a respeito de como deve ser tratado o
assunto. Pode ou não pode? Como deve ser
punida a conduta, se for proibida? Em alguns jogos de vários torneios, determinadas equipes resolveram inovar no
momento em que sofriam a cobrança de falta.
Enquanto alguns se juntavam, com as mãos baixas protegendo o “bilau”,
formando a tradicional barreira, um
outro jogador se deitava literalmente atrás, fazendo uma espécie de trava
baixa, no intuito de impedir que a bola, na cobrança, passasse por algum buraco
entre as pernas dos atletas. Isso aconteceu em julho
do ano passado, no jogo Figueirense 2, Palmeiras 3, pela série B
do Campeonato Brasileiro e se repetiu em outros três jogos deste ano,
dois deles decisivos: em março de 2.014, no jogo Sport e Santa Cruz, um dos
tradicionais clássicos de Pernambuco, pelo campeonato regional; na decisão do Campeonato
Paulista entre Ituano e Santos, no Pacaembu, e, no jogo de
volta da Copa do Brasil, disputado no mês de maio deste ano, entre Ponte Preta e Paraná. Ouvi e li vários
comentários a respeito do assunto. Parte
dos especialistas sustentam que inexiste regra que proíba a postura, mesmo porque a
barreira também não é prevista nas normas. Segundo eles, não existindo proibição, nada impede o jogador
de se postar dessa maneira, atrás da barreira. Outros, porém, afirmam que o
árbitro pode perfeitamente punir a atitude, uma vez que um jogador que não
participa da jogada, não pode permanecer deitado, pois a conduta é anti-esportiva
e, pois, faltosa, devendo ser punida com a cobrança de falta em dois lances e cartão
amarelo. Mais uma vez fica a pergunta: Afinal, pode ou não pode? O outro lance
polêmico aconteceu 4ª. feira passada, no jogo Atlético Paranense 2, São
Paulo 2, disputado em Uberlândia, pelo Campeonato Brasileiro da
série A. Quando, já nos acréscimos, o Furacão vencia por 2 a 1, o
jogador Natanael tentou cortar um cruzamento de Osvaldo e mandou
a bola no braço esquerdo de Luis Fabiano. Ela ainda desviou na trave e entrou, sem que o goleiro Weverton pudesse
fazer qualquer coisa. O árbitro Anderson Daronco, que estava próximo da
jogada, validou o gol, considerando involuntário o toque do Fabuloso. O ex-árbitro e atual
comentarista de arbitragem da Rede Globo de Televisão, Leonardo
Gaciba, fez uma observação que considero coerente: “Se o juiz não apita
pênalti quando a bola bate no braço de um defensor dentro da área, quando o
lance não é voluntário, porque estaria obrigado a invalidar o gol feito pelo
atacante, na mesma situação?” A regra é a mesma para o atacante e para o
defensor. Tudo bem! Acontece que estatisticamente, quem acompanha futebol sabe
que os árbitros apitam pênalti quase sempre, nesses casos, mas jamais
validam gol, se a bola, seja o lance voluntário ou não, acaba interceptada pelo
braço ou mão do atacante, e entra na
meta. Daí a perplexidade, as reclamações, as alegações de parcialidade. Fato é
que esse negócio de bola na mão ou mão na bola é uma papagaiada. É entregar ao
árbitro bem intencionado, ou não, a decisão “subjetiva” e “arbitrária, de definir se
o atleta tinha ou não a “intenção” (mais subjetiva ainda) de praticar a
infração. E nem venham dizer que o braço deve estar colado ao corpo para que a falta de intenção do atleta esteja caracterizada. Nenhum deles quando em movimento, correndo,
durante o jogo, consegue manter os braços colados ao corpo (tente você mesmo fazer isso). A tal “bola na mão” ou “mão na bola” é uma das mais insolúveis regras deixadas
ao exame do árbitro. Já vi de tudo. Árbitro honesto, mas equivocado, “bunda mole”, caseiro, que olha a
cor da camisa, ou aceita que jogadores apitem o jogo por ele. Seja por uma ou outra razão, uma ou outra peculiaridade de caráter, o árbitro acaba virando personagem danoso ao espetáculo, por alterar o resultado da partida, quer apitando, quando não deva, quer não
apitando, quando deva, a penalidade, ou, então, validando o gol, se não for o caso, ou o anulando, quando não deveria fazê-lo.
Até amanhã amigos,
P.S. (1) O atacante Rossi
da Ponte Preta (imagem n. 1 da coluna, emprestada de sportv.globo.com), afirmou estar cumprindo ordens de seu
treinador Dado Cavalcanti, ao deitar atrás da barreira, conduta pela qual
ganhou, junto aos seus companheiros, os
apelidos de “minhoca” e “jacaré";
P.S. (2) Ponte Preta e
Guarani estão com suas dependências
praticamente concluídas, para
recepcionar as seleções de Portugal e da Nigéria, seleções que vão usar o CT da Macaca, e o Brinco de Ouro, respectivamente, para
treinamentos.
P.S. (3) Na imagem n. 2, foto
do gramado do Brinco de Ouro da Princesa já reformado, segundo o padrão FIFA.
Depois da Copa do Mundo, é esperar que um dia, no futuro, o clube
consiga montar uma equipe com o mesmo padrão, ou que, pelo menos, mereça jogar
num campo em que a bola rola, sem obstáculos, e não seja maltratada. Um dia,
quem sabe!;
P.S. (4) A imagem n. 3 é do
ex-árbitro gaúcho Leonardo Gaciba, que se aposentou e arrumou emprego na
Rede Globo, como comentarista de arbitragem. Parece ser esse o caminho
dos árbitros mais bem cotados na opinião da emissora. Tanto que outro ex-árbitro, recém
aposentado, já está na telinha do "plim-plim": o paulista, Paulo César de
Oliveira, revelando desenvoltura,
diante das câmeras.
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