sexta-feira, 25 de setembro de 2015

DIA DA GLÓRIA CAMPINEIRA - CID FERREIRA E O PROJETO POLÊMICO

Boa tarde amigos,

Continua rendendo críticas e comentários, o projeto de lei de autoria do vereador campineiro Cid Ferreira, já aprovado pela Câmara Municipal de Campinas, que cria o Dia da Glória Campineira, em homenagem ao título de Campeão Brasileiro de 1.978, feito conquistado pelo Bugre exatamente no dia 13 de agosto daquele ano. Parte dos vereadores preferiu deixar o plenário antes da votação, para não se incompatibilizar com torcedores da Ponte Preta, evidentemente contrários ao projeto e, também, com o vereador proponente (sempre houve uma espécie de “acordo de cavalheiros entre os vereadores para que propostas de concessão de  títulos, honrarias, moções, etc., sejam aprovadas, sem questionamentos, num toma lá dá cá”, muito próprio da política brasileira). A “batata quente” está nas mãos do Prefeito, Jonas Donizetti, mas um de seus Secretários já adiantou que ele não pretende vetá-lo,  para não acirrar ânimos e alimentar  embates (!!!!!), como se a polêmica pudesse cessar, e não reacender,  com a sanção do Executivo.   Como estamos já há algum tempo sem o tradicional derbi campineiro, por culpa do Guarani, claro, que amarga a segunda divisão do Paulista e a terceira do Brasileiro, enquanto a Macaca, em fase indiscutivelmente melhor há muito tempo, está na elite, em ambos os torneios,  certo é que o clássico foi deslocado, do campo de jogo, para o plenário da Câmara, as redes sociais e a imprensa em geral. Basta ver o número de pessoas que estiveram na Câmara, visando aplaudir ou manifestar-se contrária à proposta.  Nesta semana, sobrou para um motoqueiro que ficou ferido quando passava pela via pública, atingido por estilhaços de bomba caseira,  no momento em que torcedores baderneiros de ambas as equipes brigavam, defronte ao prédio da Edilidade. Lamentável o confronto. Lamentável a conseqüência. E lamentável, obviamente, a iniciativa do Vereador. Sou sabidamente bugrino, acho que o título de 1.978 foi importante para o Guarani, seus torcedores e até para a cidade,  pela visibilidade que ganhou, visibilidade essa que pode parecer provocação, mas  se estendeu à própria Ponte Preta[1]. Isso evidentemente não justifica o inoportuno projeto que, ao criar o chamado Dia da Glória Campineira, estende aos torcedores da equipe adversária uma glória que ela não sente, nem aceita, por razões históricas de rivalidade, e  impõe despesas aos cofres públicos. 
O sacrificado Erário não pode ser sangrado ainda mais por esse tipo de iniciativa e há coisas efetivamente relevantes[2] que merecem a análise, o estudo e projetos efetivos dos nossos vereadores, em função do bem comum e da população, como a atualização das leis que disciplinam o uso do espaço urbano, e em áreas sensíveis, como a saúde e a educação, por exemplo. Sou, pois, contra o projeto e sua aprovação e o considero inconstitucional, por vício de iniciativa, na medida em que cria despesas para o Município, sem qualquer contra-partida. Acho que essa seria uma razão jurídica  pela qual o Prefeito poderia justificar o seu veto, sem entrar  no mérito, prolongar polêmicas e desagradar gregos ou troianos, criando impopularidade, que também a ele não interessa, em ano pré-eleitoral[3]. E ainda há a alternativa, menos radical, de alterar o projeto para Dia da Glória Bugrina, o que acalmaria, supostamente, o ânimo dos torcedores da Nega Véia. Estive pensando no assunto esta semana, depois de ler cartas de leitores no Correio Popular e comentários na Internet. Aos bugrinos,  devo dizer que não precisam da criação oficial desse dia para se orgulhar do título de 78, conquistado pelos jogadores inesquecíveis como Zenon, Renato, Zé Carlos, Mauro, Miranda, e especialmente Careca, que naquela época era um atrevido centroavante de 17 anos, que depois faria história no Bugre, no São Paulo, na Seleção Brasileira e no exterior. Recentemente a TV Globo, no quadro chamado  “Campeões do Brasil”, do domingueiro, Esporte Espetacular, homenageou o  título de 78 do Guarani, entrevistando Carlos Alberto Silva, Zenon, Careca e jornalistas da época. Aos comentários, juntou lances dos principais jogos, inclusive daquela antológica jogada do meia Zenon, que tabelou consigo mesmo, para evitar a marcação de impedimento, no terceiro gol do Bugre,  em pleno Beira Rio, contra o temido Internacional de Porto Alegre de Falcão, Batista e Cia., na goleada de 3 a  0.  E há,  ainda,  uma emocionada declaração do jornalista Leo Batista, que comenta o desempenho dos meninos do Bugre, mostra a camisa 9 do Guarani, que foi a ele presenteada, com dedicatória, no final do campeonato, pelo jogador Careca, afirmando que ele a conserva com muito carinho.  O vídeo, mostrando o quadro todo do programa,  pode ser acessado a  qualquer tempo no youtube. https://www.youtube.com/watch?v=4xhgy8h23VU.   Minha Memória, semana passada, viajou no tempo, até a década de 70, quando, nos finais dos domingos, eu  e o Carlinhos Mazoti, pedíamos licença às nossas namoradas (que moravam na Vila Industrial, uma defronte à casa da outra), e nos juntávamos só para acompanhar o quadro "Gols do Fantástico",  que dava o resultado da loteria esportiva, com aquela famosa "zebrinha" que aparecia para dizer enfaticamente "olha eu aí: Zebra!",  sempre que a equipe não favorita,  conseguia um resultado inesperado, diante do rival. A parte de esportes do Fantástico,  era apresentada justamente pelo Leo Batista.


A musa do Fantástico era a jornalista Glória Maria, uma bela unanimidade, no caso, certamente "não burra" para contrariar o Nelson Rodrigues. Glorinha,  hoje aparece pouco na telinha, reservada para as reportagens nacionais e internacionais do Globo Repórter, programa que a Globo exibe às 6as. feiras, depois da novela das 9,  apresentado pelo jornalista Sergio Chapelin. E me ocorreu uma sugestão: Poderíamos tentar uma solução ecumênica para a “grave” polêmica que se estabeleceu acerca do assunto de "relevante interesse público". Nem Dia da Glória Campineira, nem Dia da Glória Bugrina. Que tal, Dia da Glória Maria.


Até amanhã amigos.

P.S. (1) A primeira imagem da coluna de hoje (emprestada de caras.uol.com.br) é da jornalista Glória Maria no começo da carreira, em 1.971; a segunda, dela mesma,  agora em 2.014 (emprestada de blog.opovo.com.br); a terceira e quarta imagens são do jornalista, repórter e apresentador Leo Batistano começo da carreira, e, recentemente, respectivamente. Fotos emprestadas, ainda respectivamente, de memoriaglobo.com portalimprensa.com.br);

P.S. (2) Chapelin, Leo Batista e Glória Maria, são antigos companheiros da Rede Globo. Sérgio Vieira Chepelin, nome completo do jornalista Sérgio  Chapelin é fluminense de Valença  e conta 74 anos de idade. Leo Batista é paulista de Cordeirópolis e tem atualmente 83 anos de idade e, finalmente, Glória Maria, que sempre ocultou sua idade real, tem, na verdade, 66 anos, é carioca e nasceu no dia 15 de agosto de 1.949. Todos em forma exuberante e em atividade, considerada as idades. Muito bom!, como diria o Serginho Grosmann.





[1] Tenho até hoje um exemplar da folha de esportes  do jornal “Le Monde” da França, falando sobre o Guarani, a própria Ponte Preta e a cidade de Campinas, interior de São Paulo, enfatizando o título do Bugre e a boa equipe da Macaca daquela época, em que a cidade foi considerada a “Capital do Futebol Brasileiro”, para inveja dos chamados grandes do Rio e São Paulo.  Não é pouco, evidentemente. Sobre detalhes dessa reportagem, pode-se acessar este mesmo blog, postagem de 7 de novembro de 2.012, sob o título "Futebol de Ontem: Bugre e Macaca são Notícia no Le Monde da França".
[2] O futebol é o meu esporte favorito. E é o grande esporte do povo deste país, cuja Seleção, pese o desempenho pífio das últimas Copas, ainda mantém a condição do  maior ganhador de títulos da Copa do Mundo de Futebol Masculino. Mas não vamos confundir as coisas. Futebol é paixão, futebol é lazer, por  isso não pode ser fundamento para a prática de crimes, o uso político, a corrupção e o custeio pelos cofres públicos. Já basta os superfaturamentos das despesas com as arenas construídas  para a Copa do Mundo.
[3] Tudo indica que o Prefeito Donizetti vai disputar a reeleição no ano que vem.

2 comentários:

  1. Os políticos das esferas Municipal, Estadual e Federal fazem coisas muito piores do que pleitear e conceder o "Dia da Glória" ao Guarani, se começarmos listar não caberia da Rede. A Ponte Preta teve seu Dia de Glória quando pleiteou e foi concedido o Título de Cidadão Campineiro, honraria que poucos merecem, ao ex técnico do time da macacaquinha virgem, Guto Ferreira, que apenas passou por Campinas por um curto período de tempo. Que venha o "Dia da Glória".

    ResponderExcluir
  2. Cara Nely: Conheço a sua paixão pelo Bugre e sua seriedade como cidadã e não vou entrar no mérito a respeito de critérios para concessão de títulos e honrarias pela Câmara Municipal de Campinas, ainda porque eu próprio fui agraciado com dois titulos (um de cidadão campineiro, outro de mérito jurídico), os quais me honram muito, embora não saiba se sou realmente merecedor delas. De qualquer forma, que fique claro que não sou contra a homenagem que se faz ao nosso querido Bugre, enquanto homenagem. A restrição (e a própria polêmica está centrada nisso) está na amplitude (Dia da Glória Campineira), e na disposição que compele o Município a promover despesas com comemorações. Pela leitura do Correio Popular de hoje fico sabendo que provavelmente o Prefeito Donizetti sancionará o projeto, vetando a parte que obriga o dispêndio público, com o que afastará qualquer insinuação de inconstitucionalidade. E, restringindo a nomenclatura para Dia da Glória Bugrina, acho que a iniciativa se torna perfeita e livre de qualquer censura sustentável. É isso que deverá acontecer para que, de um lado, a homenagem se faça e de outro a lei não imponha aos adversários uma glória que eles não endossam. Grande abraço.

    ResponderExcluir