sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

BOM SUCESSO - BOA TRAMA NUM ANO DE LUGARES COMUNS


Boa tarde amigos,


Em imagem emprestada de gshow.globo.com., os autores Paulo

Halm e Rosane Svartman, que  não esperavam a grande recep-
tividade do trabalho entre público e crítica. A  audiência bateu
na casa dos 30 pontos na Grande São Paulo, um recorde para o
horário.
Termina hoje a novela BOM SUCESSO (Globo, 19 horas), com a morte esperada de seu protagonista, o editor de livros, Dr. Alberto Prado Monteiro.O empresário teve os seus exames de laboratório trocados com a da jovem Paloma, no primeiro capítulo. O velho dono da editora, apaixonado pela literatura e pelos grandes clássicos é que, em verdade, está condenado à morte por força de patologia grave, progressiva e letal, resultado essa comunicado à moça. Passa então Paloma a viver o drama de como irá enfrentar a doença e a morte iminente, com três filhos adolescentes para criar. Comunicada, porém,  a troca dos exames, a jovem, aliviada, decide conhecer o outro paciente que realmente é o portador da moléstia para saber como ele se sente e como pretende enfrentar essa difícil situação.  A aproximação cria entre os personagens, de classes e cultura diferentes, uma empatia que vai então trazer a vida e os dramas de cada um e das respectivas famílias  para uma zona de interface e envolvimento recíprocos. A escolha do experiente Antonio Fagundes e da atriz Grazzi Mazzafera para os papéis de Alberto e Paloma funcionou bem, na prática. O público e a crítica jogaram juntos com a dupla e deram sinal verde para o incremento na exploração da mensagem que o roteiro pretendia: disseminar grandes textos de clássicos da literatura, tratar sobre a importância e a necessidade  da educação e da cultura e de como se pode se pode viver a vida de maneira simples e lúdica,   com respeito a todas as diferenças, valorizando cada momento e o convívio com as pessoas que se ama.  “A novela fala sobre a importância de viver com a consciência de que nossos dias são finitos e únicos. É sobre saber valorizar, de forma intensa, as pequenas coisas do cotidiano” explica um dos autores, Paulo Halm. O expediente de encenações de excertos de obras e personagens memoráveis, enquanto  Fagundes declamava o texto  alusivo ao tempo, lugar e modo em que os fatos relatados ocorriam, deu uma maior colorido a essas obras e autores, especialmente para uma geração que prefere a imagem à linguagem,  e que muitas vezes tem dificuldade em vislumbrar, de forma imaginativa e abstrata, todo o clima, o sabor, o cheiro, as cores e os lugares por onde os grandes escritores nos conduzem para viagens que seus textos nos remetem.  A identificação com esses personagens centrais, mas não únicos, garantiu  o bom andamento e o interesse permanente do espectador pelo desfecho da trama em relação a cada um deles. Destaque-se, ainda, a boa atuação de todo o elenco com menções honrosas à Fabiula Nascimento, no papel de Mariana, da jovem Valentina Vieira,  como Sofia, neta de Alberto,  e de Ingrid Guimarães na pele da excêntrica atriz, Silvana Nolasco.  A novela em boa medida deixou-se contaminar pelos clichês de tantas outras, apresentando situações improváveis e principalmente a inadequada abordagem jurídica de certas relações, aspectos que mereceram acirrada crítica em postagem sobre o assunto, que fiz aqui mesmo neste blog, O conjunto da obra, no entanto, foi positivo, especialmente pela temática central que é a importância da instrução e da educação num país como o Brasil, como forma de melhorar a vida das pessoas e do papel da literatura universal de gabarito como parcela ponderável dessa mudança. De quebra não teve receio de enfrentar o tabu da morte, vista como uma forma natural de fechamento do ciclo da vida, que deve ser encarada de maneira serena e tranquila, sem traumas para quem vai e para quem fica.   

Até mais amigos, 



Nenhum comentário:

Postar um comentário