quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

BOM SUCESSO - OI? COMO ASSIM? INFORMAÇÃO DESATUALIZADA.


Boa noite,  amigos.

Em imagem emprestada de O FUXICO, da esquerda para a -
direita, Antonio Fagundes, Rômulo Estrela, Grazi Massafera e 
Davi Junior, parte do elenco da novela BOM SUCESSO, --
dando vida, respectivamente, ao Dr. Alberto Prado Montei-
ro, Marcos Prado Monteiro, Paloma da SIlva e Ramon.
Feliz  2020!,

Os nossos autores da Globo,  quando tratam de questões jurídicas, em regra prestam um desserviço ao espectador. Amiúde, justificam os desvios cometidos, à concessão artística por se tratar de obra de ficção e pela necessidade de provocar maior expectativa e emoção ao telespectador. Convenhamos: Julgamentos silenciosos pronunciados entre quatro paredes por juiz singular não  são  atraentes, nem impactantes. Nada como uma sessão do tribunal de júri  popular, com pompas e circunstâncias,  direito a público variado e atento, bate-bocas entre testemunhas e promotores ou entre advogados e promotores, com  aquela manjada ameaça do juiz presidente e seu indefectível martelo, de que vai esvaziar o recinto se não houver silêncio,  para dar colorido e suspense, durante vários capítulos, até  o esperado pronunciamento do Conselho de Sentença. Daí a ficção ter estendido indevidamente a competência do tal Tribunal do Júri Popular para julgar um sem número de causas, inclusive de natureza civil.  Imbecilidade sem tamanho. Em “A Dona do Pedaço”, novela que terminou recentemente, foram muitas as teratologias jurídicas, que dediquei duas longas postagens para apontá-las. A bola da vez é a novela Bom Sucesso, a teledramaturgia das 19 horas, que vem batendo recordes de audiência no horário. Os autores, Rosane Svartman e Paulo Hall, ao lado de quase uma dezena de roteiristas, conseguem dar boa e interessante dinâmica à estória, atraindo e mantendo a atenção do telespectador com o tema central de resgate do amor pela literatura. A leitura sistemática de trechos de grandes clássicos da literatura universal, pelos protagonistas, dr. Alberto Prado Monteiro e Paloma da Silva, interpretados com muita competência, respectivamente, pelo veterano Antonio Fagundes e a jovem Grazi Massafera, é um dos pontos altos da novela, mas não o único. Cada personagem, cada núcleo da novela, merece igual atenção e isso funciona bem. Mas no capítulo de ontem o advogado Dr. Machado (Eduardo Galvão) sustentou uma tese superada. Disse que o antagonista, outro advogado, o Dr. Diogo (Armando Babaioff) precisava necessariamente de um sócio para poder constituir uma pessoa jurídica de responsabilidade limitada. Se a novela tivesse se passado antes de 2012, a informação estaria correta, porque o direito brasileiro não admitia sociedade unipessoal. Isso, porém, acabou em 11 de janeiro de 2.012, quando entrou em vigor no Brasil a Lei 12.441/11, que criou entre nós as chamadas Eirelis, as empresas individuais de responsabilidade limitada. Agora ninguém mais precisa arrumar um sócio. Pode constituir uma empresa de responsabilidade limitada sozinho. Melhor só do que mal acompanhado, diz o sábio ditado. Coitado do Dr. Machado. Desatualizado e pouco confiável para orientar a clientela. A culpa não é dele. Uma consultoria jurídica ia bem para as novelas da Globo. Bem que o povão merecia aprender direito como funcionam as leis e as coisas no país, não? Novela também é cultura. E deveria se comprometer em ensinar também Direito e Etica A exemplo do que faz com informações preciosas sobre Medicina e outras ciências.


Até mais amigos.




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