sábado, 16 de maio de 2020

BRASIL - CRISE POLÍTICA E PANDEMIA


Amigos, boa noite.

Em imagem emprestada de uol.com, Presidente Bolsonaro, 
a transição para a construção de uma nova ordem de direi-
ta conservadora, fundamentalmente constitucionalista, ba-
seada na economia liberal, segundo opiniões abalizadas.


Opinião 1.
@ Em tempos de pandemia e de recolhimento domiciliar, se o corpo tem hoje seus espaços restritos, o espírito, a alma, em compensação, viajam pelas mais longínquas plagas, sem limites. E dá tempo de remoer os acontecimentos diários que hoje dividem a imprensa em dois tempos: um destinado a acompanhar as últimas notícias do Palácio do Planalto, envolvendo as sucessivas crises dos Poderes constituídos; a outra metade fica por conta do avanço ou regressão no mundo - e especialmente no Brasil -  da disseminação  da covid-19, com os reflexos no sistema de saúde:  saturação de leitos de UTI,  falta de respiradores em hospitais públicos para pacientes em estado grave, o numero de  mortes  aumentando em cada um dos estados da federação e no distrito federal e os decretos de autoridades dos diversos níveis da federação para incrementar o isolamento social, seja ele vertical, como preferem algumas autoridades e o Presidente Bolsonaro,  seja ele horizontal, como querem os governadores e prefeitos das grandes cidades. A população vive em estado de perplexidade e medo sem saber como deve agir ou em quem acreditar. O mais grave é a ausência de uma política sanitária definida que possa servir de orientação. Enquanto o Ministério da Saúde insiste no protocolo baseado na ciência comprovada e nos parâmetros da Organização Mundial de Saúde e na experiência de países europeus e asiáticos que também enfrentam a epidemia, mas já superaram  o chamado pico,  o Presidente da República insiste em contrariar os seus ministros, exigindo a mudança de protocolos, seja na questão do modelo de isolamento, seja no uso para pacientes até com sintomas leves, do medicamento cloroquina, indicado para doentes com patologias auto-imunes, como o lúpus. Essa falta de sintonia já custou, em menos de um mês, a queda de dois ministros da saúde. E a pasta agora aguarda, mais uma vez, um novo titular que assuma o compromisso de “rezar na cartilha de Bolsonaro”, porque ele já avisou que o próximo ministro terá que fazer o que ele mandar! Com acusações sérias e pedidos de impecheament no Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro tenta resistir, reclamando da intervenção dos outros Poderes na Administração do País, da imprensa em geral e assegurando que as Forças Armadas estão a seu lado, mesmo que o Ministro do Exército, em nome dos outros Ministérios Militares já tenham declarado que as Forças Armadas cumprem a sua função constitucional de segurança, mas são órgão de Estado e não de Governos.[1]


Opinião 2.
@ Ontem, indaguei de um grande jornalista, meu amigo, sobre se as Forças Armadas pretendem respaldar Bolsonaro  e até que ponto. Vejam a resposta:   “Olha só. O artigo do Mourão, publicado ontem na pg. 2 do Estadão dá o tom: o homem é tosco, rude e tem problemas. Mas a farda está com ele. Para mim fica evidente que há uma nova ordem sendo construída – conservadora, de direita, baseada na economia liberal, fundamentalmente constitucionalista. Até que a obra fique pronta o Presidente Bolsonaro só sai se houver algum episódio disruptivo.”


Abraço.







[1] Dispõe o artigo 142 da Constituição Federal de 1.988: “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destiná-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constituídos e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

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