sábado, 22 de dezembro de 2012

CINEMA - MINHAS MÃES E MEU PAI

Boa noite amigos,


                                                                  Produção inglesa de 2.010, a comédia dramática The Kids Are All Right,  titulada no Brasil de “Meus Pais e Minha Mãe” e em Portugal de “Os Miúdos Estão Bem” é um ótimo filme, agora apenas encontrável em vídeo, ou em canal de TV fechado, e foi considerado, no ano de  seu lançamento, a sensação do Festival de Berlim. O excelente roteiro original é dividido entre Lisa Cholodenko (que é também a diretora do longa) e Stuart Blumberg e focaliza uma família composta do casal homossexual,  a médica, Nic (Annette Bening) e a paisagista, Jules (Juliane Moore), e de dois filhos biológicos, os irmãos unilaterais,  Joni (Mia Wasikowska), prestes a completar 18 anos e a deixar a casa materna,  e Laser (Josh Hutcherson), de 15 anos, um de cada uma das parceiras, cujas concepções se deram por via de  inseminação artificial feita com sêmen de um mesmo doador (pai genético, portanto, de ambos os filhos).  Ao ambiente familiar estável e de relativa harmonia, apesar dos conflitos comuns  entre os seus componentes, se acrescenta um fato novo e que vai mexer com a estrutura emocional da família: os filhos resolvem conhecer a identidade do pai biológico, o tal doador de sêmen e aí encontram o solteirão especialista em gastronomia, Paul (Mark Ruffalo). De lado a lado, filhos e pai mostram, de início, interesse num relacionamento mais profundo e o drama se desenrola a partir da inserção desse  novo membro, no mundo familiar. São 106 minutos de curiosidade, apreensão, sensibilidade e emoção. Por que você resolveu vender sêmen? é uma das indagações do jovem adolescente Laser para o pai, E quanto você cobrou?  A diretora,  homossexual assumida, desenvolve a mensagem de forma leve e descomplexada,  sem a preocupação de transformar a rotina dos personagens em objeto de reflexões profundas sobre a questão social e filosófica dos homossexuais  e do direito deles de  constituírem famílias  tradicionais. O foco são os desencontros, a insegurança e mesmo a crise matrimonial  que vivem as personagens Nic e Jules, quando esta, por razões que ela própria questiona,  cede a um relacionamento sexual casual com Paul, deslize repelido por todos os demais membros daquela família, unidos de forma sólida, apesar dos conflitos,   pelos anos de convivência e de troca de afetividade.  A crítica elogia a obra  e há quem afirme que se trata de um dos melhores filmes do ano passado (vide Fred Burle in Fred Burle no Cinema). A bilheteria nos cinemas do Brasil não chegou a 50.000 espectadores, muito pequena para um filme de qualidade indiscutível. Foram quatro indicações ao Oscar em 2.011: Melhor Filme; Melhor Atriz para Anette Bening; Melhor Ator Coadjuvante para Mark Ruffalo) e Melhor Roteiro Original para Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, embora não tenha levado nenhuma das estatuetas, o que também não é indicativo absoluto de qualidade ou de falta de qualidade. Não deixe de ver.
Até amanhã.
P.S. (1) A imagem da coluna de hoje foi emprestada do site correiodeuberlandia.com.br;
P.S. (2) A atriz norte-americana, Annette Carol Bening, a Nic do filme nasceu no Texas em 1.958,  tendo entrado definitivamente para o cinema em 1.989, com atuação no filme Valmont – Uma História de Seduções. Em 1.999 participou de seu filme mais popular, Beleza Americana, e em 2.004 ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz, pelo filme Adorável Júlia.
 
 
 

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