domingo, 2 de dezembro de 2012

LITERATURA - VERÍSSIMO - DIÁLOGOS IMPOSSÍVEIS


Boa noite amigos,

O improvável diálogo entre três estátuas de ilustres personagens, é apenas um dos contos desse livro do autor dos consagrados “O Analista de Bagé” e “As Mentiras Que os Homens Contam”. Posicionados em locais muito diferentes e distantes, Carlos Drumond de Andrade, num banco na Praia de Copacabana, Fernando Pessoa, defronte ao Café “A Brasileira”, em Lisboa,  e Mário Quintana, na Praça de Alfandega, em Porto Alegre, têm lá suas queixas quanto às  limitações  que sofrem com a rija imortalidade (Estátuas (20/11/11). Lançado recentemente pela editora  Objetiva, “Diálogos Impossíveis” (a imagem da coluna de hoje é da capa do livro) é uma coletânea de textos escritos,  em tempos diferentes, pelo escritor Luis Fernando Veríssimo e publicados pelos jornais “O Estado de Sâo Paulo” e “Zero Hora”. Dentre os personagens, reais ou imaginários, gente ilustre como Robespierre, Abrão e Isaque, Goya, Picasso, Lobo Mau e Chapeuzinho, Batman, Don Juan; ou desconhecidos, como o  Padre Alfredo e a tia que caiu no Sena. Concessão literária permite a Veríssimo reunir  pessoas ou personagens que jamais seriam capazes de se encontrar na vida real, pois ou são míticas, ou, então, não tiveram a possibilidade de coexistir na história da humanidade. Nos diálogos, sente-se o estilo do escritor, mestre em fazer humor leve, limpo, inteligente e sarcástico. No momento em que escrevo essa resenha, Luis Fernando tenta se restabelecer de grave problema de saúde que enfrentou, e ainda se encontra internado. Torcemos por sua recuperação e por seu retorno ao mundo das letras, que sente, sem dúvida,  a sua ausência. O livro é um ótimo presente de fim de ano para os apreciadores do gênero e do estilo do autor e pode ser adquirido por apenas R$20,00 (vinte reais), preço indicado para comercialização, pela Editora.

Até amanhã amigos,

P.S. (1) Uma palhinha do livro: “A posteridade não é mais um lugar seguro. Com a nova liberalidade, principalmente em matéria de sexo, as biografias agora contam tudo. Biografia sem uma revelação antes desconhecida ou suprimida não tem graça, ou não é biografia. Até as autobiografias precisam incluir confissões reveladoras, para serem confiáveis (......)  John Kennedy, sabe-se agora, jamais perguntava a americanas o que o seu país poderia fazer por elas, mas o que elas poderiam fazer pelo seu país ali mesmo, em cima da mesa do Gabinete Oval” (REVELAÇÕES, p.23);

P.S. (2) “O Analista de Bagé” é o personagem  mais popular do escritor Luis Fernando Veríssimo. Inicialmente suas aventuras vieram  versadas em forma de crônica, depois viraram  histórias em quadrinhos e durante os anos de 1.985/1992, foram contadas em  página inteira das edições da revista masculina, Playboy.

 

  

 

 
 

 

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