Boa noite amigos,
O improvável diálogo
entre três estátuas de ilustres personagens, é apenas um dos contos desse livro
do autor dos consagrados “O Analista de Bagé” e “As Mentiras Que os Homens Contam”.
Posicionados em locais muito diferentes e distantes, Carlos Drumond de Andrade,
num banco na Praia de Copacabana, Fernando Pessoa, defronte ao Café “A
Brasileira”, em Lisboa, e Mário Quintana, na Praça de Alfandega, em Porto Alegre,
têm lá suas queixas quanto às limitações que sofrem com a rija imortalidade (Estátuas
(20/11/11). Lançado recentemente pela editora
Objetiva, “Diálogos Impossíveis” (a imagem da coluna de hoje é da capa
do livro) é uma coletânea de textos escritos, em tempos diferentes, pelo escritor Luis
Fernando Veríssimo e publicados pelos jornais “O Estado de Sâo Paulo” e “Zero
Hora”. Dentre os personagens, reais ou imaginários, gente ilustre como
Robespierre, Abrão e Isaque, Goya, Picasso, Lobo Mau e Chapeuzinho, Batman, Don
Juan; ou desconhecidos, como o Padre Alfredo e a tia que caiu no Sena. Concessão literária
permite a Veríssimo reunir pessoas ou personagens que jamais
seriam capazes de se encontrar na vida real, pois ou são míticas, ou, então, não
tiveram a possibilidade de coexistir na história da humanidade. Nos diálogos, sente-se o estilo do escritor, mestre em
fazer humor leve, limpo, inteligente e sarcástico. No momento em que escrevo essa resenha,
Luis Fernando tenta se restabelecer de grave problema de saúde que enfrentou, e
ainda se encontra internado. Torcemos por sua recuperação e por seu retorno ao
mundo das letras, que sente, sem dúvida, a sua ausência. O livro é um ótimo presente de fim
de ano para os apreciadores do gênero e do estilo do autor e pode ser adquirido
por apenas R$20,00 (vinte reais), preço indicado para comercialização, pela
Editora.
Até amanhã amigos,
P.S. (1) Uma palhinha
do livro: “A posteridade não é mais um lugar seguro. Com a nova liberalidade,
principalmente em matéria de sexo, as biografias agora contam tudo. Biografia
sem uma revelação antes desconhecida ou suprimida não tem graça, ou não é biografia.
Até as autobiografias precisam incluir confissões reveladoras, para serem
confiáveis (......) John Kennedy,
sabe-se agora, jamais perguntava a americanas o que o seu país poderia fazer
por elas, mas o que elas poderiam fazer pelo seu país ali mesmo, em cima da
mesa do Gabinete Oval” (REVELAÇÕES, p.23);
P.S. (2) “O Analista de
Bagé” é o personagem mais popular do
escritor Luis Fernando Veríssimo. Inicialmente suas aventuras vieram versadas em forma de crônica, depois viraram histórias em quadrinhos e durante os anos de
1.985/1992, foram contadas em página inteira das edições da revista masculina,
Playboy.
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