Boa
noite amigos,
O
Flamengo é, com muita justiça, o campeão da Copa do Brasil, campeonato considerado o caminho mais curto para a cobiçada Copa Libertadores da América,
torneio que até alguns anos, foi desprezado pelos clubes brasileiros. A maior torcida do Brasil,
portanto, está em festa, por duplo motivo: O título e o passaporte para a
disputa da Libertadores no ano que vem. Para chegar à conquista, num
campeonato de tiro curto, a equipe carioca cruzou com os mais temíveis adversários
da atualidade, ou seja, com aqueles que estavam no topo do campeonato
brasileiro: Cruzeiro (campeão brasileiro por antecipação), Botafogo, Goiás e
Atlético Paranaense, superando todos eles. E no campeonato brasileiro, até recentemente, o rubro-negro tinha como objetivo único escapar
do rebaixamento para a série B, tanto assim que vai provavelmente terminar o mais importante torneio do
Brasil na segunda metade da tabela, mais para baixo do que para cima. O mesmo
fenômeno acontece com a Ponte Preta que, virtualmente rebaixada no campeonato
brasileiro, virou a sensação da Sul Americana e está a dois jogos do título
inédito em sua centenária existência. A façanha pontepretana é ainda mais
impressionante, pois enfrentou e liquidou, no mesmo torneio, o Criciúma, o
Deportivo Pasto da Colômbia, o Velez da Argentina e o São Paulo de Ceni e do
polêmico Juvenal Juvêncio. Tem explicação? Tem. O campeonato brasileiro é
diferente da Copa do Brasil e da Sul Americana. O regulamento impõe aos
competidores nada menos do que 38 rodadas em oito longos meses de
competição. Campeã é aquela equipe que
desafia, em dois turnos, os melhores times do país, e consegue obter o maior
número de pontos corridos durante o torneio mais longo do ano. É preciso assim
mais do que sorte, do que fases ou momentos, mas superar interesses políticos diretos, questões com arbitragens e Tribunais, e um elenco forte e poderoso que possa suprir
as baixas esperadas de atletas que podem viver má fase técnica, suportar
lesões e suspensões, enfim, enfrentar as vicissitudes de praticamente um ano
inteiro. Ao contrário, o torneio rápido, tipo "mata-mata", pode ser conquistado por equipe que vive um bom momento como tal, e agrega sorte nos embates diretos e na loteria dos cruzamentos com outras equipes. Isso, porém, não deslustra o título e o prestígio da conquista. Afinal, a própria Copa
do Mundo tem esse formato e consagra, como a seleção campeã do mundo, aquela que
obtém o melhor desempenho em nada mais que meia dúzia de jogos. A Macaca assim tem uma
oportunidade singular de conquistar um título internacional na sua centenária
existência e, além de abiscoitar o almejado e histórico troféu, obter uma
das vagas para a Libertadores do ano que vem, o que não é pouco. Daí a euforia
de sua grande e fanática torcida, na expectativa de que os ventos continuem soprando favoravelmente
a ela por mais dois (apenas dois, simplesmente dois) jogos da rodada final contra o Lanús da Argentina.
Até
amanhã amigos.
P.S.
(1) Na quarta-feira muitas faixas mostradas pela Globo, entre os torcedores da
Ponte em Mogi-Mirim, faziam alusão ao Presidente do São Paulo, o polêmico
Juvenal Juvêncio. O desabafo foi na base do “Chupa Juvenal”, provocando o
Presidente em face da desclassificação do tricolor, pela Macaca, mesmo jogando
fora de seus domínios. O comportamento da diretoria do clube paulistano, impugnando o estádio da Ponte, invocando o regulamento da competição, foi
lamentável. O São Paulo fez jogos pela Libertadores em estádios menores, sofreu com falta de conforto e segurança, e a Conmebol nunca tomou conhecimento ou puniu os infratores. Interditar o Majestoso unicamente por força de um laudo que liberava o
estádio para pouco menos que 20.000 torcedores, foi simplesmente uma jogada
política menor. O tricolor jogou várias vezes no estádio da Ponte, obteve
expressivas vitórias e nem a equipe, nem seus torcedores, sofreram qualquer tipo de pressão ou violência.
P.S.
(2) A diretoria são-paulina chegou inclusive a acionar o Ministério Público de
São Paulo para impedir que o jogo fosse disputado no Moisés Lucarelli. Segundo
li, (e vendo o peixe como comprei), o Promotor Roberto Senise Lisboa teria, com base no Estatuto do Torcedor,
ameaçado os dirigentes da Federação Paulista de Futebol de incidir em
penalidades legais, se permitisse a realização do jogo no Estádio Moisés Lucarelli. É curioso como um órgão de prestígio e
fundamental ao regime democrático como o Ministério Público, tem sido
sistematicamente acionado, para
satisfazer interesses pessoais ou políticos, ainda que atue em função de sua
competência de fiscal da lei. Num país em que se escolhe quando e como atuar em defesa da população, essas intervenções episódicas da instituição, mais deslustra e decepciona do que serve de motivo para aplauso. Enfim!
P.S.
(3) Nada disso, porém, desculpa a falta de visão e competência dos dirigentes
das equipes médias e pequenas do interior de São Paulo. Quando tomam
conhecimento de regulamentos ou votam em determinadas regras, nada questionam.
E depois se queixam de que são proibidas de jogar no próprio estádio em
semifinais ou finais de campeonato. Será que nem eles acreditam que suas
equipes sejam capazes de chegar a essas fases nos campeonatos que disputam.
E se a Ponte agora conseguiu um laudo do Corpo de Bombeiros que atestava
capacidade para mais de 20.000 torcedores, o laudo anterior não teria que ter sido contestado na época própria?
P.S. (4) A primeira imagem da coluna (emprestada de esporte.uol.com.br) é do jogador Elias do Flamengo, um dos principais responsáveis pela conquista da Copa do Brasil. Elias sofreu muito em semanas anteriores à final, por causa da internação de seu filho Davi, com apenas 1 ano e meio, para tratamento de uma pneumonia. Com a recuperação do menino, o jogador voltou a jogar bem e a ser bafejado pela sorte, marcando gols relevantes e dando assistência a seus companheiros. No jogo do título, quarta-feira, no Maracanã, marcou o primeiro gol na vitória de 2 a 0 sobre o Atlético Paranaense, abrindo caminho para o título. A torcida recompensou, ovacionando o jogador. Antes, ainda no Maraca, na vitória de 2 a 1 sobre o Goiás, a galera mostrou carinho para com o atleta, desejando saúde ao menino Davi;
P.S. (5) A segunda imagem (portal.rac.com.br) é do volante Baraka, da Ponte Preta, muito elogiado pelo seu treinador Jorginho , que o comparou, pela eficiência na marcação e pela raça, ao ex-jogador Dunga, da Seleção Brasileira. A imprensa toda também atribuiu ao atleta, parcela relevante no sucesso do esquema tático utilizado contra o Tricolor, o que teria garantido os bons resultados (3 a 1 no Morumbi e 1 a 1 no Romildão, em Mogi-Mirim), pela Copa Sul-americana. Sem violência, Baraka, depois do primeiro gol que Ganso marcou no Morumbi, anulou o meia no resto do primeiro jogo e, especialmente, no segundo. Paulo Henrique Ganso, vivendo uma boa fase, é atualmente o responsável pelas jogadas de criação da equipe da capital, embora distante ainda do brilho e regularidade dos bons tempos de Santos e de parceria com Neymar.
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