Boa noite amigos,
A Sony Music, Max Pierre e LCM Records acreditaram e vêm bancando um projeto inteiramente vitorioso em matéria de música popular brasileira. Em 2.009, a 1ª. edição do CD e DVD, “Um Barzinho e Um Violão” reunia cantores e compositores famosos interpretando o que o diretor artístico, Sérgio Bittencourt, melhor julgou existir em termos de música sertaneja. Antigos sucessos como “Romaria” imortalizada na interpretação da saudosa Elis Regina, aparecia, então, em nova roupagem, na voz da polivalente Ivete Sangalo, grávida de seu primeiro filho, em dueto com o compositor Renato Teixeira. E interessante versão da brega, “Boneca Cobiçada”, de Bia e Bolinha, que eu ouvia nos anos 60, durante minha primeira adolescência, na voz grave e romântica de Nelson Gonçalves ou no dueto da dupla Milionário e José Rico, também aparece na interpretação dos jovens André e Adriano. E outro versátil, Zeca Pagodinho, com sua voz rouquinha, mas afinada e marcante, ressuscita “Panela Velha”, antigo “hit” de Moraezinho e Auri Silvestre, que o grandalhão Sérgio Reis, gravou nos anos 80, causando “frisson” nas então solteironas balzaquianas, que viam na letra abusada, um hino em homenagem a elas: /Não me interessa se ela é coroa/Panela velha é que faz comida boa/... Chitãozinho e Xororó (60 Dias Apaixonado), Gian & Giovani (Nem Dormindo Consigo Te Esquecer), Roberta Miranda (Vá com Deus), Paula Fernandes (Cheiro de Relva), Tania Mara (Casa no Campo), Janaynna (Temporal do Amor), Rick e Renner (Um Beijo pra me Enlouquecer) e outros, mais, ou menos famosos, completam as 28 faixas, tomadas ao vivo (com exceção da gravação de Ivete Sangalo, feita em estúdio, na Bahia, por causa de sua gravidez), nos dias 28 e 29 de julho de 2.009, no Villa Country, em São Paulo, onde tudo começou. À Fafá de Belém, sempre surpreendente, coube a interpretação de Saudade da Minha Terra, um clássico da música sertaneja, uma das mais alegres e marcantes faixas do DVD/CD, na minha opinião. E tem também, como destaque, Evidências, de José Augusto e Paulo Sérgio Valle, na interpretação de Cesar Menotti & Fabiano, outra que considero célebre no gênero. Faltaram outros clássicos (Fio de Cabelo Comprido, Entre Tapas e Beijos, Beijinho Doce, Sertaneja, Coração de Papel, e por aí afora). Mas não dava mesmo para colocar tudo aí dentro das limitações do projeto, que já está na 5ª. edição. A última, lançada em julho de 2.013, reúne temas das novelas dos anos 80. Qualquer dia falo das demais edições. Todas indiscutivelmente bem-vindas. Vale a pena ter, colecionar, ver e ouvir. A diversidade, a singeleza dos arranjos apenas com violões e/ou acordeões, e o clima da gravação ao vivo, com público pequeno, lembrando sempre a intimidade de um barzinho ou boteco, sugerem mais a opção pelo DVD do que pelo CD. Mas nada impede que se tenha ambos.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) A primeira
imagem da coluna de hoje é da capa do CD/DVD da versão sertaneja (emprestada de
alobrandalise.blogspto.com). A segunda imagem é da capa do CD/DVD de 2.001,
segundo da série, reunindo músicas e músicos famosos, cantadas em clima intimista,
como se sugere na proposta;
P.S. (2) Michel Teló,
antes da fama conquistada com o sucesso internacional de Ai, Ai se Eu Te
Pego, aparece cantando Barquinho (
Paulinho Levi/Valter Garrincha), e tocando acordeão. Vale conferir;
P.S. (3) A dupla Luiz
Cláudio & Giuliano na 8ª faixa dá
vida e harmonia à balada sertaneja SEU
AMOR AINDA É TUDO, do veteraníssimo cantor, compositor, ator e humorista, Moacyr
Franco, e foi gravada, pela primeira vez, em 1.986, pelo próprio compositor. Há
ainda diversas gravações, dentre as quais, a de Agnaldo Thimóteo e da dupla
Bruno e Marrone;
P.S. (4) De que
Adianta/Viver na Cidade/ Se a felicidade/ não me acompanhar/Adeus Paulistinha/ do meu coração/Lá para o sertão/ eu quero voltar/... são os primeiros versos de Saudade de Minha Terra,
música composta pelo goiano Góia e gravada em 1.966 pela dupla Belmonte e
Amaraí. Clássico da música sertaneja retrataria a
decepção do compositor com o “êxodo rural” incentivado pela Revolução de 1.964.
Góia teria saído de cidade pequena do Estado de Goiás para a Capital Goiânia e, depois, para São Paulo. Não encontrou, na grande metrópole, a facilidade e a
felicidade preconizada pelo regime militar revolucionário. Daí os versos de lamento. Há também quem
atribua a autoria do dobrado a um maestro de banda, o potiguar, Estevão Protomartir de
Brito Guerra, que a teria composto no final do
século XIX (jornalggn.com.br/blog/luisnassif);
P.S. (5) Luis Nassif, o jornalista comentarista de economia, em prestigioso jornal paulista, é também um apaixonado pela música popular, especialmente a sertaneja. E no seu blog acima citado, volte e meia fala a respeito dos esquecidos compositores. Vale conferir.
P.S. (5) Luis Nassif, o jornalista comentarista de economia, em prestigioso jornal paulista, é também um apaixonado pela música popular, especialmente a sertaneja. E no seu blog acima citado, volte e meia fala a respeito dos esquecidos compositores. Vale conferir.
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