sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

UM CONTO SOBRE A TORRE EIFFEL


Boa noite amigos,


São muitas as histórias que se contam sobre a famosa Torre Eiffel, ícone da cidade de  Paris e, hoje da própria França. Construída por Gustave Eiffel como arco de entrada de uma Exposição Universal que, em 1.889, deveria comemorar o centenário da Revolução Francesa, na época em que foi levantada, a maior estrutura de ferro treliçado do mundo causou alvoroço como obra de engenharia, mas bonita, bonita mesmo, convenhamos, ela não é, com respeito à divergência.  A verdade é que muitos parisienses não gostavam dela e achavam que ela, com seus enormes 324 metros de altura, enfeiava a cidade-luz. Contam que um famoso jornalista francês, articulista de um diário,  de forma sistemática, volta e meia, aproveitava para pichar a tal estrutura, que ele considerava de mau gosto, horrorosa mesmo e que haveria de ser demolida o quanto antes, para o bem da estética e da invejável arquitetura de Paris. O fato interessante é que o tal jornalista, todos os dias, almoçava no restaurante que funcionava exatamente no segundo pavimento da torre. Conhecido pelo proprietário do estabelecimento, pelo mâitre e pelos garçons em geral, as suas criticas causavam profundo mau estar entre o pessoal do restaurante,  pois eram consideradas injustas. Mais que isso, o habitual freguês era tido como insincero e desleal, senão absolutamente incoerente por frequentar o local enquanto criticava a sua existência.  Em determinado dia, depois de mais uma crítica virulenta publicada no matutino, todo o pessoal do restaurante resolveu tirar satisfações com o dito-cujo e os mais radicais queriam até proibir que ele continuasse fazendo as refeições no local. Hora de almoço, muita gente no estabelecimento, eis que chega o nosso protagonista. Como combinado, foi recebido pelo contingente de “ofendidos” e, chamado a um canto do estabelecimento, foi cercado e questionado. Assim acuado, sem entender o que acontecia, foi compelido a explicar, bem explicadinho, a razão pela qual, tecendo críticas à torre, ia almoçar todos os dias justamente no restaurante que ficava no interior do estabelecimento. Diga aí, agora, porque vem aqui? Se não gosta da torre, não gosta de nós, e assim não tem razão para frequentar nosso restaurante. O respeitável profissional,  mesmo acossado, não se intimidou, e com a rude sinceridade francesa, respondeu - Não, não,  sabe. Eu explico, sim.  Na verdade,  eu só venho almoçar aqui todos os dias, porque aqui, nesse restaurante, é o único lugar de Paris que eu consigo comer sem ter que olhar para a porra dessa torre horrorosa.

P.S. (1) Dizem que depois dessa explicação, foi liberado, com a condição de que pegasse leve e  fizesse propaganda  do restaurante como sendo, além de um estabelecimento que fornecia boa alimentação, atendia aos saudosistas que quisessem  apreciar a arquitetura de Paris, antes do levantamento da torre.

Até amanha amigos.

P.S.(2)  A Torre Eiffel  foi levantada para ter caráter provisório. Objeto de concessão ao Engenheiro que a projetou, para exploração comercial, pelo prazo de 20 anos, deveria ser demolida no ano de 1.909. Não foi porque ao último pavimento estava acoplada uma antena de rádio. E por servir como antena potente foi salva da demolição, tudo antes de se tornar o ícone que é hoje.

 

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