domingo, 25 de outubro de 2015

ADEUS AO PÁTEO DOS LEÕES 1

Boa noite amigos,

Depois de 64 anos, a Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas deixará de funcionar, já no início do ano de 2.016,  no Campus Central[1], no histórico prédio que ocupou, imponente e altaneiro, na rua Marechal Deodoro, entre a Avenida Francisco Glicério e a rua Sacramento, na zonal central da cidade de Campinas.  Conhecido como Páteo dos Leões, o prédio, tombado em 1.983 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat) e, em 1.988, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Campinas (Condepacc),  serviu outrora como  o solar do Barão de Itapura[2], adquirido por ele no ano de 1.880. Em 1.952, o edifício foi  doado pela filha e herdeira do Barão, Dona Isolethe Augusta de Souza Aranha[3] à Arquidiocese de Campinas, por meio de uma escritura de compra e venda, com valor, todavia, simbólico, em decorrência de promessa que Isolethe teria feito a Nossa Senhora Aparecida. 
Durante muito tempo foi o principal Campus da PUC até a inauguração, em 1.976,  do Campus I, que hoje abriga todas as faculdades e institutos relacionados às Ciências Exatas, Tecnológicas, Sociais e Humanas, à exceção das chamadas Ciências da Vida, agrupadas no Campus II, junto ao Hospital Celso Pierro. 
Naquele antológico Páteo se reuniram, durante muitas décadas, alunos e professores de muitos cursos, num  exemplo de convívio ecumênico. Nos efervescentes anos 70 e 80, a despeito da ditadura militar, que restringiu direitos e prerrogativas, os estudantes de Direito, sempre em número expressivo,  se juntavam aos discentes de economia, administração, ciências contábeis, psicologia, odontologia, biblioteconomia, educação, história, geografia, teologia, ciências sociais, filosofia, dentre outros,  e naquele Páteo trocaram experiências, iniciaram relacionamentos de várias ordens e serviram à sociedade em geral, com os inúmeros programas de extensão nas diversas áreas sociais. Ali também nasceram, cresceram e se desenvolveram as instituições paralelas como o Centro Acadêmico  (antes denominado Diretório Acadêmico) e a Atlética, entidades estudantis participativas e que ainda hoje sobrevivem operantes e fortes. 



No mês de novembro alguns eventos, programados ou espontâneos, deverão marcar o fim de um ciclo sexagenário, de um curso que se tornou exemplo de qualidade e que deu à cidade, ao Estado, ao País e ao exterior, profissionais do mais alto gabarito e homens expressivos.
O curso, obviamente, não acabou. As novas instalações que vão abrigar o curso de Direito, no Campus I, estão prontas e em condições de responder pelas exigências de espaço para salas de aula de graduação e pós, biblioteca jurídica,  laboratórios de informática,  setores administrativos em geral e de atendimento à população, como a Assistência Judiciária Dr. Carlos Foot Guimarães e os Juizados Especiais, projeto decorrente de convênio com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.


Até amanhã amigos.

P.S. (1) Na imagem n. 1, os formandos do ano de 1.998. Dentre eles, Cláudia Cecchi Alface, que é hoje Procuradora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e estimada amiga. A imagem n. 2 se refere à visita que uma Comissão de Professores e Coordenadores fez às novas instalações da Faculdade de Direito no Campus I, cujas obras estavam em fase final de acabamento. Na foto, com direito à capacete e botas, estou abraçando a Vice-Diretora da Faculdade de Direito, Fabiana Barros de Martin, ex-aluna da Faculdade, assim como eu. Na foto n. 3 a ex-aluna Clarissa Rodella com sua jovem e encantadora filha. Clarissa é advogada na vizinha cidade de Americana. Mais abaixo, o prezado amigo e  Deputado Federal, Carlos Sampaio e minha mulher, a advogada Mara José Furlan Miguel. Um e outro são filhos da Puc, Bacharéis formados pela Faculdade. Do lado direito, ainda em visita às obras os Professores e Integradores Acadêmicos,  Cristina Reginato Hoffmann e Luis Guilherme Soares Maziero,  igualmente ex-alunos da casa, e agora, abrilhantando o seu quadro de docentes.  






[1] O chamado Campus Central compreende o prédio do Páteo dos Leões e o edifício, logo mais adiante, na rua Doutor Quirino, onde, durante várias décadas, funcionou o Instituto de Letras da Universidade.
[2] Joaquim Policarpo Aranha era o nome do Barão de Itapura.
[3] O nome da filantrópica doadora foi atribuído, em sua homenagem,  à rua paralela à Av. Francisco Glicério. Ela começa no Orozimbo Maia e segue em curva que vai se acentuando até desembocar na  própria Av. Glicério, passando pelo portão dos fundos do prédio do Campus Central. 

Um comentário:

  1. Meu Deus, que honra!
    Querido professor Jamil, paraninfo da Turma, meu orientador de monografia.
    Sempre tão gentil e atencioso.
    De uma competência ímpar. Exemplo mesmo.
    Como fiquei feliz e com saudades.
    Deus o abençoe sempre, tremendamente.
    Um forte abraço,
    Clarissa

    ResponderExcluir