Boa noite amigos,
Depois de 64 anos, a
Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas deixará de
funcionar, já no início do ano de 2.016,
no Campus Central[1], no
histórico prédio que ocupou, imponente e
altaneiro, na rua Marechal Deodoro, entre a Avenida Francisco Glicério e a rua
Sacramento, na zonal central da cidade de Campinas. Conhecido como Páteo dos Leões, o prédio,
tombado em 1.983 pelo Conselho de Defesa
do Patrimônio Histórico (Condephaat) e, em 1.988, pelo Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico e Cultural de Campinas (Condepacc), serviu outrora como o solar do Barão de Itapura[2],
adquirido por ele no ano de 1.880. Em 1.952, o edifício foi doado pela filha e herdeira do Barão, Dona
Isolethe Augusta de Souza Aranha[3] à
Arquidiocese de Campinas, por meio de uma escritura de compra e venda, com valor, todavia, simbólico, em decorrência de promessa que Isolethe teria feito a Nossa Senhora Aparecida.
Durante muito
tempo foi o principal Campus da PUC até
a inauguração, em 1.976, do Campus I,
que hoje abriga todas as faculdades e institutos relacionados às Ciências
Exatas, Tecnológicas, Sociais e Humanas, à exceção das chamadas Ciências da
Vida, agrupadas no Campus II, junto ao Hospital Celso Pierro.
Naquele
antológico Páteo se reuniram, durante muitas décadas, alunos e professores de
muitos cursos, num exemplo de convívio
ecumênico. Nos efervescentes anos 70 e 80, a despeito da ditadura militar, que
restringiu direitos e prerrogativas, os estudantes de Direito, sempre em número
expressivo, se juntavam aos discentes de
economia, administração, ciências contábeis, psicologia, odontologia, biblioteconomia,
educação, história, geografia, teologia, ciências sociais, filosofia, dentre
outros, e naquele Páteo trocaram
experiências, iniciaram relacionamentos de várias ordens e serviram à sociedade
em geral, com os inúmeros programas de extensão nas diversas áreas sociais. Ali
também nasceram, cresceram e se desenvolveram as instituições paralelas como o
Centro Acadêmico (antes denominado
Diretório Acadêmico) e a Atlética, entidades estudantis participativas e que
ainda hoje sobrevivem operantes e fortes.
No mês de novembro alguns eventos, programados ou espontâneos, deverão marcar o fim de um ciclo sexagenário, de um curso que se tornou exemplo de qualidade e que deu à cidade, ao Estado, ao País e ao exterior, profissionais do mais alto gabarito e homens expressivos.
O curso, obviamente, não acabou. As
novas instalações que vão abrigar o curso de Direito, no Campus I, estão
prontas e em condições de responder pelas exigências de espaço para salas de
aula de graduação e pós, biblioteca jurídica,
laboratórios de informática, setores
administrativos em geral e de atendimento à população, como a Assistência
Judiciária Dr. Carlos Foot Guimarães e os Juizados Especiais, projeto
decorrente de convênio com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) Na imagem n. 1, os formandos do ano de 1.998. Dentre eles, Cláudia Cecchi Alface, que é hoje Procuradora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e estimada amiga. A imagem n. 2 se refere à visita que uma Comissão de Professores e Coordenadores fez às novas instalações da Faculdade de Direito no Campus I, cujas obras estavam em fase final de acabamento. Na foto, com direito à capacete e botas, estou abraçando a Vice-Diretora da Faculdade de Direito, Fabiana Barros de Martin, ex-aluna da Faculdade, assim como eu. Na foto n. 3 a ex-aluna Clarissa Rodella com sua jovem e encantadora filha. Clarissa é advogada na vizinha cidade de Americana. Mais abaixo, o prezado amigo e Deputado Federal, Carlos Sampaio e minha mulher, a advogada Mara José Furlan Miguel. Um e outro são filhos da Puc, Bacharéis formados pela Faculdade. Do lado direito, ainda em visita às obras os Professores e Integradores Acadêmicos, Cristina Reginato Hoffmann e Luis Guilherme Soares Maziero, igualmente ex-alunos da casa, e agora, abrilhantando o seu quadro de docentes.
[1] O chamado Campus Central compreende o
prédio do Páteo dos Leões e o edifício, logo mais adiante, na rua Doutor
Quirino, onde, durante várias décadas, funcionou o Instituto de Letras da
Universidade.
[2] Joaquim Policarpo Aranha era o nome do
Barão de Itapura.
[3] O nome da filantrópica doadora foi
atribuído, em sua homenagem, à rua
paralela à Av. Francisco Glicério. Ela começa no Orozimbo Maia e segue em curva
que vai se acentuando até desembocar na própria Av. Glicério, passando pelo portão dos
fundos do prédio do Campus Central.
Meu Deus, que honra!
ResponderExcluirQuerido professor Jamil, paraninfo da Turma, meu orientador de monografia.
Sempre tão gentil e atencioso.
De uma competência ímpar. Exemplo mesmo.
Como fiquei feliz e com saudades.
Deus o abençoe sempre, tremendamente.
Um forte abraço,
Clarissa