sábado, 16 de julho de 2016

ARBITRAGENS POLÊMICAS E O FUTEBOL BRASILEIRO

Boa noite amigos,

Miguel Borja, atacante do Atlético Nacional de Medellin.
Marcou os 4 gols contra o São Paulo, que eliminaram o -
tricolor da Libertadores. Foi ainda responsável pela     ex
pulsão do jogador Maicon, na primeira partida disputada
no Morumbi,com 61.000 pagantes. Imagem emprestada -
de olimpiadas,real.com.br..
Não é novidade para ninguém, que o futebol brasileiro, um dos mais importantes indicadores culturais de nossa nação,anda em baixa. E significativamente, em especial depois daquele fatídico  7 a 1, que nos foi impiedosamente imposto pela Alemanha campeã, em 2.014, dentro de nossa casa. O processo de resgate tem sido lento e incerto. Os tempos são outros, sem dúvida alguma. O que gostaria de comentar é que o Brasil, que sempre teve, além de um futebol que inspirou o mundo, cantado e prosa e verso, aqui e acolá, pelo seu diferencial de arte, que revelou ídolos mundiais como Pelé, Ronaldinho, Romário,  Ronaldo Fenômeno e outros, não só deixou de apresentar o que de uma seleção pentacampeã mundial se espera sempre, como também parece ter perdido o prestígio político e o respeito com que sempre contou, e que não é pouco no mundo em que vivemos.  Deveras! As investigações criminais que atingiram, em cheio, vários dirigentes da Fifa, historicamente comandada por brasileiros e que resvalou, também, na Confederação Brasileira de Desportos, cujo ex-Presidente, José Maria Marin, está confinado em Nova York, aguardando julgamento de processo instaurado por corrupção, e o próprio Presidente, Marco Polo  Del Nero, que não sai do Brasil para nada e de jeito nenhum (porque será?), mancharam a nossa antologia  e da qual todos nós nos orgulhávamos. Temos sido vítimas de arbitragens ruins, para não dizer desastrosas, sem que nada aconteça. Nem uma providência, nem sequer um esboço de protesto. Fomos desclassificados, merecidamente, diga-se de passagem, mas injustamente, pelo Peru, na Copa América do Centenário, disputada nos Estados Unidos da América, por um gol irregular que o mundo inteiro viu, mas o árbitro chileno Andres Cunha, e os seus auxiliares não viram. E o que aconteceu? Nada. O São Paulo, diante de mais de 60 mil torcedores que lotaram o Morumbi, no primeiro jogo da semi-final da Taça Libertadores da América, foi prejudicado com a expulsão do jogador Maicon, num lance em  que se limitou a afastar, com a palma da mão aberta, o rosto do atacante Borja, que ameaçava atrasar o jogo (vi e revi o incidente muitas vezes pela TV e fiquei exatamente com a mesma impressão, ou seja, que não houve a menor intenção de agressão). Apesar disso,  o árbitro argentino, Mário Vigliano, próximo do lance, puniu o jogador e a equipe com uma expulsão inaceitável. Vale notar que o tal Vigliano foi  promovido aos quadros  da FIFA em 2.013 e, logo no ano seguinte, foi punido pela Associação de Futebol Argentino, porque, no clássico entre Boca Juniors e River Plate, o mais importante do nosso país vizinho, viu (????),  um toque de mão inexistente de um defensor e apitou pênalti contra o Boca, expulsando o atleta.  

Foto do atacante Borja Gonzalez, 
Atletico ,de Madrid, ora empresta-
do ao Ebar (www.gettyimagens.
pt.
Nada obstante, esse mesmo árbitro é escalado pela incompetente Conmebol, para apitar uma das semi-finais  do mais importante campeonato sul-americano e acaba estragando o espetáculo. Diga-se, a bem da verdade, que até aquela altura do jogo, o placar estava 0 a 0, e o São Paulo buscava incessantemente o seu gol, o que lhe permitiria jogar o segundo jogo, na casa do adversário, por um simples empate. Nem se diga que se tratava de interpretação do árbitro num lance em que, bem ou mal, o fato teria ocorrido. A própria súmula do argentino Vigliano pode servir como referência para o seu exagero e despropósito na expulsão do atleta, pois ao relatar o fato, assim se expressou: “Aos 73 minutos expulsei o jogador número 27 local, Sr. Maicon Roque Pereira,  por aplicar um tapa a um rival com a palma da mão aberta, sem ocasionar nenhum dano ao rival, com o jogo parado.” Ora essa descrição indica que o cartão vermelho foi proporcionalmente inadequado à conduta do atleta, porque a regra 12 do livro da International Board, em vigor há mais de dois meses, só justifica o cartão vermelho nesse tipo de conduta quanto houver violência real ou presumida, do que não se tratou, evidentemente, como confessado pelo árbitro, na súmula do jogo.  Pior ainda foi o recente julgamento do atleta pelo Tribunal Disciplinar da Conmebol que, à vista desse relato, resolve aplicar ao jogador a pena de três jogos de suspensão, ou seja, além de ficar de fora do jogo de volta contra o Atlético  Nacional, na quarta-feira passada, estaria fora das finais, no caso de classificação do São Paulo. Para completar, o chileno Patrício Polic, escalado para a partida da última quarta-feira, deixou de apitar um pênalti evidente, em favor da equipe brasileira, aos 47 minutos do primeiro tempo, quando o placar estava 1 a 1 e o lance poderia ensejar o término da primeira etapa com 2 a 1 para o São Paulo, o que modificaria totalmente o panorama do espetáculo para o segundo tempo (o São Paulo estaria a apenas l gol de sua classificação e teria 45 minutos para tentar essa vantagem no placar). A não assinalação do lance capital, é claro, alterou todo o panorama e independentemente do que poderia ter acontecido (e não se sabe o que poderia ter acontecido, é claro), a má arbitragem influenciou no resultado da partida, o que basta para condená-la definitivamente,  como assevera o árbitro aposentado, Leonardo Gaciba, atual comentarista da Rede Globo de Televisão, ao analisar a conduta de seu companheiro de profissão. Nada disso, porém, e é bom que se esclareça, justifica o mau desempenho tanto da seleção, como dos clubes brasileiros em campeonatos dos quais foram protagonistas e hoje amargam uma pálida participação de coadjuvantes. 

Imagem do zagueiro Maicon, do São Paulo, expulso na pri-
meira partida da semi-finais da Libertadores, punido com 
três jogos de suspensão pela Commeboll. (foto emprestada
de liberal.com.br).
O Atlético Nacional, que passou para a final com uma campanha absolutamente irretocável, jogou um futebol primoroso de conjunto, apresentando, ainda, talentos individuais que foram decisivos para o sucesso dessa campanha, como o ótimo atacante Miguel Borja, de 23 anos, e que liquidou a equipe paulista com os 4 gols marcados nos dois jogos (2 no Morumbi e 2 no estádio Atanásio Girardot, em Medellin). O São Paulo, ao contrário, fez uma campanha irregular, chegando a semi-final "aos trancos e barrancos",  muito mais em função do regulamento (perdeu a partida para o Atlético por 2 a 1 em Minas, tendo vencido pelo placar mínimo em São Paulo, o que permitiu que seguisse pelo gol marcado fora de casa), do que por virtudes evidenciadas dentro das 4 linhas,  a despeito do esforço de seu técnico, um  considerado especialista nesse tipo de campeonato. Quanto ao futebol jogado no campo, a ausência dos chamados jogadores fora de série, capazes de decidir partidas e campeonatos, deixam  as equipes cada vez mais parecidas e os jogos equilibrados. Valem, como se viu, por exemplo, na partida final da Eurocopa entre França e Portugal, as estratégias dos técnicos, entrosamento coletivo, preparo físico e psicológico,  e especialmente a sorte, essa coisa aleatória capaz de colocar o goleiro na trajetória da bola metida pelo atacante, por acaso, ou a trave, ou o morrinho artilheiro, ou o desvio da bola no pé ou na cabeça de um homem de barreira, a determinar resultados inesperados. Há alguns anos, essa Libertadores apostaria numa final entre São Paulo e Boca Junior, duas equipes tradicionais de campeões do mundo. Mas, minha gente, a final não será essa não. Será entre Atlético Nacional e Independiente Del Valle, ou seja, entre uma equipe colombiana e outra equatoriana, que mandaram seus respectivos adversários e suas tradições, para casa, mais cedo. Com muita competência, assinale-se, a mostrar que brasileiros e argentinos estão em baixa e precisam urgentemente rever conceitos e práticas.  Outros são os tempos, certamente.


Até amanhã amigos,



P.S. (1) A grande sensação da versão atual da Libertadores da América é o atacante Miguel Borja do Atlético Nacional da Colômbia. O atleta de apenas 23 anos é o artilheiro da competição, demonstra muitas qualidade, como velocidade e destreza. Já está convocado e poderá ser visto jogando por seu país, agora em agosto, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro;

P.S. (2) O Borja do Atlético não é o mesmo do outro Atlético europeu. Pois o Borja do Atlético de Madri, atualmente emprestado ao Ebar, tem os mesmos 23 anos de seu homônimo sul-americano, é também destro, joga como atacante e tem praticamente a mesma altura daquele, cerca de 1,90 m.. O da Espanha é conhecido como Borja Gonzalez e possivelmente ganha muito mais que seu irmão colombiano;

P.S. (3) Para que servem os auxiliares e o 4º árbitro? E a pergunta que se faz quando se verifica tantos erros capitais em arbitragens que determinam resultados e causam desastres para as equipes prejudicadas, moral e financeiramente. E possível que quatro árbitros não vejam um lance como aquele gol de mão do peruano contra o Brasil, na Copa América? Nâo dá mais para aguentar tanta justificativa: - O árbitro é humano e pode errar;-  O lance é muito rápido e não dá para definir. - O juiz estava distante do lance. - A visão do juiz estava encoberta – Ele não tem à disposição a câmera da Globo, etc. e tal.  Qualquer profissional tem obrigação de ser competente e de desenvolver virtudes para tal. A equipe de arbitragens tem 4 árbitros com aqueles monitores de comunicação. E para quê?  Para nada, realmente, ou então para fazer lambança, para usar uma expressão antiga do ex-árbitro, Arnaldo Cezar Coelho. revelando incompetência e o despreparo para a função. Culpa de quem se candidata, de quem prepara, de quem escolhe e de quem promove.






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