Boa noite amigos,
Não é novidade para
ninguém, que o futebol brasileiro, um dos mais importantes indicadores
culturais de nossa nação,anda em baixa. E significativamente, em especial
depois daquele fatídico 7 a 1, que nos
foi impiedosamente imposto pela Alemanha campeã, em 2.014, dentro de nossa
casa. O processo de resgate tem sido lento e incerto. Os tempos são outros, sem
dúvida alguma. O que gostaria de comentar é que o Brasil, que sempre teve, além
de um futebol que inspirou o mundo, cantado e prosa e verso, aqui e acolá, pelo
seu diferencial de arte, que revelou ídolos mundiais como Pelé, Ronaldinho,
Romário, Ronaldo Fenômeno e outros, não
só deixou de apresentar o que de uma seleção pentacampeã mundial se espera
sempre, como também parece ter perdido o prestígio político e o respeito com
que sempre contou, e que não é pouco no mundo em que vivemos. Deveras! As investigações criminais que
atingiram, em cheio, vários dirigentes da Fifa, historicamente comandada por
brasileiros e que resvalou, também, na Confederação Brasileira de Desportos,
cujo ex-Presidente, José Maria Marin, está confinado em Nova York, aguardando
julgamento de processo instaurado por corrupção, e o próprio Presidente, Marco
Polo Del Nero, que não sai do Brasil
para nada e de jeito nenhum (porque será?), mancharam a nossa antologia e da qual todos nós nos orgulhávamos. Temos
sido vítimas de arbitragens ruins, para não dizer desastrosas,
sem que nada aconteça. Nem uma providência, nem sequer um esboço de protesto.
Fomos desclassificados, merecidamente, diga-se de passagem, mas injustamente,
pelo Peru, na Copa América do Centenário, disputada nos Estados Unidos da
América, por um gol irregular que o mundo inteiro viu, mas o árbitro chileno
Andres Cunha, e os seus auxiliares não viram. E o que aconteceu? Nada. O São
Paulo, diante de mais de 60 mil torcedores que lotaram o Morumbi, no primeiro
jogo da semi-final da Taça Libertadores da América, foi prejudicado com a expulsão do jogador Maicon, num lance em que se limitou a afastar, com a
palma da mão aberta, o rosto do
atacante Borja, que ameaçava atrasar o
jogo (vi e revi o incidente muitas vezes pela TV e fiquei exatamente com a mesma impressão, ou seja, que não houve a menor intenção de agressão). Apesar disso, o árbitro argentino, Mário Vigliano, próximo do lance, puniu o jogador e a equipe com uma expulsão inaceitável. Vale notar que o tal Vigliano foi promovido aos quadros da FIFA em 2.013 e, logo no ano seguinte, foi punido
pela Associação de Futebol Argentino, porque, no clássico entre Boca
Juniors e River Plate, o mais importante do nosso país vizinho, viu (????), um toque de
mão inexistente de um defensor e apitou pênalti contra o Boca, expulsando o atleta.
Foto do atacante Borja Gonzalez,
Atletico ,de Madrid, ora empresta-
do ao Ebar (www.gettyimagens.
pt.
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Nada obstante, esse mesmo árbitro é
escalado pela incompetente Conmebol, para apitar uma das semi-finais do mais importante campeonato sul-americano e
acaba estragando o espetáculo. Diga-se, a bem da verdade, que até aquela altura
do jogo, o placar estava 0 a 0, e o São Paulo buscava incessantemente o seu gol, o que lhe permitiria jogar o segundo jogo, na casa do adversário, por um simples
empate. Nem se diga que se tratava de interpretação do árbitro num lance em que,
bem ou mal, o fato teria ocorrido. A própria súmula do argentino Vigliano pode
servir como referência para o seu exagero e despropósito na expulsão do atleta,
pois ao relatar o fato, assim se expressou: “Aos 73 minutos expulsei o jogador
número 27 local, Sr. Maicon Roque Pereira, por aplicar um tapa a um rival com a palma da
mão aberta, sem ocasionar nenhum dano ao rival, com o jogo parado.” Ora essa
descrição indica que o cartão vermelho foi proporcionalmente inadequado à
conduta do atleta, porque a regra 12 do livro da International Board, em vigor
há mais de dois meses, só justifica o cartão vermelho nesse tipo de conduta
quanto houver violência real ou presumida, do que não se tratou, evidentemente, como confessado pelo árbitro, na súmula do jogo. Pior ainda foi o recente julgamento do atleta pelo Tribunal Disciplinar da
Conmebol que, à vista desse relato, resolve aplicar ao jogador a pena de três
jogos de suspensão, ou seja, além de ficar de fora do jogo de volta contra o
Atlético Nacional, na quarta-feira
passada, estaria fora das finais, no caso de classificação do São Paulo. Para
completar, o chileno Patrício Polic, escalado para a partida da última
quarta-feira, deixou de apitar um pênalti evidente, em favor da equipe
brasileira, aos 47 minutos do primeiro tempo, quando o placar estava 1 a 1 e o
lance poderia ensejar o término da primeira etapa com 2 a 1 para o São Paulo, o
que modificaria totalmente o panorama do espetáculo para o segundo tempo (o São
Paulo estaria a apenas l gol de sua classificação e teria 45 minutos para
tentar essa vantagem no placar). A não
assinalação do lance capital, é claro, alterou todo o panorama e
independentemente do que poderia ter acontecido (e não se sabe o que poderia
ter acontecido, é claro), a má arbitragem influenciou no resultado da partida, o
que basta para condená-la definitivamente,
como assevera o árbitro aposentado, Leonardo Gaciba, atual comentarista
da Rede Globo de Televisão, ao analisar a conduta de seu companheiro de profissão.
Nada disso, porém, e é bom que se esclareça, justifica o mau desempenho tanto
da seleção, como dos clubes brasileiros em campeonatos dos quais foram
protagonistas e hoje amargam uma pálida participação de coadjuvantes.
Imagem do zagueiro Maicon, do São Paulo, expulso na pri-
meira partida da semi-finais da Libertadores, punido com
três jogos de suspensão pela Commeboll. (foto emprestada
de liberal.com.br).
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O
Atlético Nacional, que passou para a final com uma campanha absolutamente
irretocável, jogou um futebol primoroso de conjunto, apresentando, ainda,
talentos individuais que foram decisivos para o sucesso dessa campanha, como o
ótimo atacante Miguel Borja, de 23 anos, e que liquidou a equipe paulista com
os 4 gols marcados nos dois jogos (2 no Morumbi e 2 no estádio Atanásio
Girardot, em Medellin). O São Paulo, ao contrário, fez uma campanha irregular,
chegando a semi-final "aos trancos e barrancos", muito mais em função do regulamento (perdeu a partida
para o Atlético por 2 a 1 em Minas, tendo vencido pelo placar mínimo em São
Paulo, o que permitiu que seguisse pelo gol marcado fora de casa), do que por virtudes evidenciadas dentro das 4 linhas, a despeito do esforço de seu técnico,
um considerado especialista nesse tipo
de campeonato. Quanto ao futebol jogado no campo, a ausência dos chamados
jogadores fora de série, capazes de decidir partidas e campeonatos, deixam as equipes cada vez mais parecidas e os
jogos equilibrados. Valem, como se viu, por exemplo, na partida final da
Eurocopa entre França e Portugal, as estratégias dos técnicos, entrosamento
coletivo, preparo físico e psicológico, e especialmente a sorte, essa coisa aleatória
capaz de colocar o goleiro na trajetória da bola metida pelo atacante, por
acaso, ou a trave, ou o morrinho artilheiro, ou o desvio da bola no pé ou na
cabeça de um homem de barreira, a determinar resultados inesperados. Há alguns
anos, essa Libertadores apostaria numa final entre São Paulo e Boca Junior, duas equipes tradicionais de campeões do mundo. Mas, minha gente, a final não será essa não. Será entre
Atlético Nacional e Independiente Del Valle, ou seja, entre uma equipe colombiana e outra
equatoriana, que mandaram seus respectivos adversários e suas tradições, para casa, mais cedo. Com
muita competência, assinale-se, a mostrar que brasileiros e argentinos estão em
baixa e precisam urgentemente rever conceitos e práticas. Outros são os tempos, certamente.
Até amanhã amigos,
P.S. (1) A grande
sensação da versão atual da Libertadores da América é o atacante Miguel Borja
do Atlético Nacional da Colômbia. O atleta de apenas 23 anos é o artilheiro da
competição, demonstra muitas qualidade, como velocidade e destreza. Já está
convocado e poderá ser visto jogando por seu país, agora em agosto, nas
Olimpíadas do Rio de Janeiro;
P.S. (2) O Borja do
Atlético não é o mesmo do outro Atlético europeu. Pois o Borja do Atlético de
Madri, atualmente emprestado ao Ebar, tem os mesmos 23 anos de seu homônimo
sul-americano, é também destro, joga como atacante e tem praticamente a mesma
altura daquele, cerca de 1,90 m.. O da Espanha é conhecido como Borja Gonzalez
e possivelmente ganha muito mais que seu irmão colombiano;
P.S. (3) Para que
servem os auxiliares e o 4º árbitro? E a pergunta que se faz quando se verifica
tantos erros capitais em arbitragens que determinam resultados e causam
desastres para as equipes prejudicadas, moral e financeiramente. E possível que
quatro árbitros não vejam um lance como aquele gol de mão do peruano contra o
Brasil, na Copa América? Nâo dá mais para aguentar tanta justificativa: - O
árbitro é humano e pode errar;- O lance é
muito rápido e não dá para definir. - O juiz estava distante do lance. - A
visão do juiz estava encoberta – Ele não tem à disposição a câmera da Globo,
etc. e tal. Qualquer profissional tem
obrigação de ser competente e de desenvolver virtudes para tal. A equipe de
arbitragens tem 4 árbitros com aqueles monitores de comunicação. E para
quê? Para nada, realmente, ou então para fazer lambança, para usar uma expressão antiga do ex-árbitro, Arnaldo Cezar Coelho. revelando incompetência e o
despreparo para a função. Culpa de quem se candidata, de quem prepara, de quem escolhe e de quem promove.
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