Boa tarde amigos,
Feijão tropeiro, uma iguaria muito apreciada em Minas
Gerais e no Rio Grande do Sul (imagem emprestada de
comida.uncomo.com.br/pratosdomundo).
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O feijão carioca ou carioquinha,
o arroz e as passagens aéreas são os mais recentes vilões da inflação do mês de
junho. O preço do feijão, contudo, é o grande protagonista do ano e não há
muita esperança de que o produto possa baixar de preço. O arroz-feijão, um
casamento perfeito, segundo os nossos nutricionistas, porque oferece grande
diversidade de proteínas, vitaminas, carboidratos e sais minerais, é uma
invenção tipicamente brasileira e deve ser considerada a dupla fundamental a
ser garantida como essencial à mesa da família brasileira, especialmente da
população mais pobre. No caso do feijão carioca a culpa foi debitada
fundamentalmente ao clima. Os dois maiores produtores, os Estados do Paraná e
de Minas Gerais, respectivamente, tiveram a produção muita afetada pelas chuvas
e, depois, pelo frio, o que determinou perdas e menor oferta no mercado. O
preço, então, pela velha e infalível lei da oferta e da procura, foi às nuvens.
Porco da raça carioca, que dá nome ao feijão carioqui-
nha, com a cantora Valesca Popozuda, numa das versões
do programa A Fazenda exibido pela TV Record (imagem
emprestada de afazenda.r7.com.).
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Contribuíram, também, a falta de estoque
e a elevação dos custos de produção, como, energia, insumos e mão de obra.
Mesmo tendo o governo brasileiro acenado com a importação do produto, a questão
não é simples, porque o feijão carioca é um produto produzido basicamente no Brasil. Conclusão: o jeito é
mesmo substituir o produto por outro que ofereça as mesmas propriedades, ou
algo por volta disso. Uma dica importante é a seguinte: a alta não atingiu o
preço do feijão preto, que é o mais consumido em alguns Estados brasileiros,
como no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Essa é a melhor solução para os
paulistas e outros conterrâneos que têm no feijão carioca o consumo básico, por
razões culturais.
Até mais amigos,
Feijão tropeiro nordestino, uma versão em que a farinha de
mandioca da receita original é substituída pelo cuzcuz (ima
gem emprestada de papjerimun.blogspot.com.br.)
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P.S. (1) Outro dia acordei com o
seguinte dilema: Por que o carioca come feijão preto e é o paulista quem consome
basicamente o feijão carioca? Seria uma provocação bairrista? Bem, o mais
importante é saber a origem do nome do feijão carioca. É carioca da cidade do
Rio de Janeiro? Não. Leonardo Melo, coordenador do
programa de melhoramento do feijão da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária) explica que o feijão carioca surgiu em uma propriedade rural
de São Paulo, na década de 70. Um
belo dia, o produtor encontrou uma planta diferente em meio a sua lavoura,
provavelmente originada de uma mutação genética. Era uma planta grande e
vistosa, capaz de produzir o dobro das outras. O fazendeiro, percebendo os
benefícios, levou a semente dessa planta curiosa para o Instituto Agronômico de Campinas, que começou a multiplicar e
testar esse grão. Aqui, eles comprovaram que esse feijão de grãos bege com
listras marrons tinha uma produtividade muito maior que os outros tipos já
existentes. Curiosamente, a cor é a mesma de uma raça de porco caipira, chamada carioca,
muito comum na época. O carioca era um porco gordo e bege, que tinha essas
listras espalhadas pelo corpo. Vendo isso, o produtor decidiu homenagear o novo
feijão com o nome do animal. Nada a ver com os desenhos em forma de onda do
calçadão de Copacabana, uma versão
que chegou a correr por aí., sem fundamento. <http://super.abril.com.br/blogs/oraculo/se-carioca-come-feijao-preto-por-que-o-feijao-carioca-tem-esse-nome/>
Acesso em 24 de julho de 2.016.
P.S. (2) O feijão preto
é a variedade preferida do pessoal do Rio de Janeiro, provavelmente como herança
dos tempos do Brasil Império, em que os escravos o cozinhavam junto com carnes
menos nobres, que sobravam ou eram descartadas das panelas dos patrões, dando
origem à nossa famosa feijoada. Representa atualmente 20% da produção brasileira
de feijão e de seu consumo, perdendo para o tipo Carioquinha e outros que,
juntos, são consumidos por mais de 70% da população brasileira. O feijão preto
também é apreciado na cozinha mexicana,
acompanhando pratos como chilli, taco e
burritos;
P.S. (3) O feijão
carioquinha se caracteriza por seu tamanho médio e grãos com listas marrons
fortes. Rende um bom caldo e cozinha rapidamente. É o mais indicado para um
belo feijão tropeiro, prato em que o feijão é misturado com farinha,
cheiro-verde, lingüiça ou outros embutidos, ou ainda, com carne de sol da
cozinha nordestina.
P.S. (4) O feijão tropeiro é receita originalmente criada pelos bandeirantes e tropeiros paulistas para garantir-lhes uma alimentação forte e nutritiva enquanto seguiam por caminhos obscuros a serem ainda desbravados.
P.S. (4) O feijão tropeiro é receita originalmente criada pelos bandeirantes e tropeiros paulistas para garantir-lhes uma alimentação forte e nutritiva enquanto seguiam por caminhos obscuros a serem ainda desbravados.
A dupla protagonista das refeições dos brasileiros e que -
tem comprovado alto valor nutritivo (imagem emprestada
de cafe2dejulho.com.br.).
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P.S. (5) Quando se fala
na qualidade nutricional do feijão, um ótimo alimento para a saúde quando consumido
moderadamente, trata-se de verdade científica comprovada. Abaixo vejam a tabela
de composição nutricional (TACO – Tabela Brasileira de Composição de
Alimentos), tanto do feijão preto, quando do feijão
carioquinha, com muito poucas diferenças, a indicar que um pode ser substituído
pelo outro, sem perda da qualidade nutricional.
Composição nutricional do feijão (por
100g):
Feijão
– preto
|
Feijão-carioca
|
|
Calorias
|
77 cal
|
76 cal
|
Proteínas
|
4,5 g
|
4,8 g
|
Lipídeos
|
0,5 g
|
0,5 g
|
Colesterol
|
0,0 mg
|
0,0 mg
|
Carboidrato
|
14 g
|
13,6 g
|
Fibra
|
8,4 g
|
8,5 g
|
Cálcio
|
29 mg
|
27 mg
|
Ferro
|
1,5 mg
|
1,3 mg
|
Potássio
|
256 mg
|
255 mg
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