domingo, 30 de outubro de 2011

A POESIA DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA


Bom dia amigos,

Nasceu o sol nessa manhã de domingo, após fortes e permanentes chuvas, com ventos de mais de 90 quilômetros por  hora, durante toda a noite. Lembrei os versos de Renato Russo em  Mais uma Vez: Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei...”. O sol sempre volta. Apesar das noites escuras e da falta de perspectiva. Bem, vamos falar de outro poeta, acho que o maior dos poetas nacionais, porque também é músico. E escritor. E dramaturgo. Bem, e um monte de e...e....es. Um dos poucos eruditos, ainda nesse mundo de conhecimento e atividades fragmentadas e pseudo-especializantes. Chico Buarque de Holanda, meus amigos, é mesmo o nosso maior poeta. Colecionei frases preciosas de  letras musicadas por ele ou por outros talentos. Vejam só que maravilha. E de quebra, um vídeo com interpretação antológica de Elis. Qualquer dia destes tem mais:

Agora falando sério, preferia não falar falando sério  (Chico Buarque, Falando Sério, 1.969).

A sua lembrança me dói tanto, eu canto pra ver se espanto esse mal” (Chico Buarque, Desencontro, 1.965)

Juca ficou desapontado, declarou ao delegado não saber se amor é crime ou se samba é pecado” (Chico Buarque, Juca, 1.965)

Madalena foi pro mar, eu fiquei a ver navios” (Chico Buarque, Madalena Foi Pro Mar, 1.965)

A dor é tão velha que pode morrer” (Chico Buarque, Olé Olá, 1.965)

Levou os meus planos, meus pobres enganos, os meus vinte anos,  o meu coração. E além de tudo me deixou mudo, um violão” (Chico Buarque, Rita, 1.965).

Amanhã ninguém sabe. Traga-me uma morena. Antes que o amor acabe” (Chico Buarque, Amanhã ninguém sabe, 1.966).

No caminho da oficina, há um bar em cada esquina, para você comemorar. Sei lá o que”(Chico Buarque, Com Açúcar e com Afeto, 1.966)

Hoje eu sou da maneira que você me quer, o que você pedir eu lhe dou, seja você quem for, seja o que Deus quiser” (Chico Buarque, Noite dos Mascarados, 1.966).

Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu” (Chico Buarque, Carolina, 1.967)

O samba, a viola, a roseira, um dia a fogueira queimou, foi tudo ilusão passageira que a brisa primeira levou” (Chico Buarque, Roda Vida, 1967)

Eu quero te mostrar, as marcas que ganhei, das lutas contra o rei, das discussões com Deus” (Chico Buarque, Sem Fantasia, 1967).

Sei que não preciso me inquietar, até segundo aviso, você prometeu me amar” (Chico Buarque, Até Segunda Feira, 1968)

Eu andava pobre, tão pobre de carinho que, de tolo, até pensei, que fosses minha” (Chico Buarque, Até Pensei, 1968).

Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto, a maltratar meu coração”(Chico Buarque, Retrato em Branco e Preto, 1968).

Eu faço samba e amor até mais tarde. E tenho muito sono de manhã” (Chico Buarque, Samba e Amor, 1969).

“Você vai se amargar, vendo o dia raiar, sem lhe pedir licença” (Chico Buarque, Apesar de Você, 1.970)

"Como vai se explicar,  vendo o céu clarear, de repente, impunemente” (Chico Buarque, Apesar de Você, 1.970).

E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais. Que o mundo compreendeu. E o dia amanheceu em paz” (Chico Buarque, Valsinha, 1.970).

Amou daquela vez como se fosse a última. Beijou sua mulher como se fosse a última. E cada filho seu como se fosse o único” (Chico Buarque, Construção, 1.971).

Amou sua mulher como se fosse máquina. Beijou sua mulher como se fosse lógico. Ergueu no patamar quatro paredes flácidas” (Chico Buarque, Construção, 1.971).

Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às 6,00 horas da manhã” (Chico Buarque, Cotidiano, 1.971).

Dei pra maldizer o nosso lar. Para sujar teu nome, te humilhar. E me vingar a qualquer preço. Te adorando, pelo avesso” (Chico Buarque, Atrás da Porta, 1.972)

Por que desceste ao meu porão sombrio. Com que direito me ensinaste a vida. Quanto eu estava bem, morta de frio” (Chico Buarque, Soneto, 1972).

Não existe pecado do lado de baixo do Equador” (Chico Buarque, Não Existe Pecado ao Sul do Equador, 1.972)

Eu quero ficar no teu corpo feito tatuagem....  E  também pra me perpetuar em tua escrava. Que você pega, esfrega, nega, mas não lava” (Chico Buarque, Tatuagem, 1972)

Vejam acima, interpretação visceral de Elis Regina sobre esse clássico de Chico, acompanhada por seu ex-marido, o músico,  Cesar Camargo Mariano, pai de Pedro Camargo Mariano e de Maria Rita.


Até amanhã.





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